– Vou repetir mais uma vez: onde está o dinheiro e as jóias que Don Cesca
lhe deixou? – Marco Martiniani perguntou depois de dar outro soco em Glória.
– Eu já disse que não sei e, cá entre nós, acha mesmo que eu diria, se
soubesse? – ele respondeu e foi esmurrada novamente.
Era uma sala escura, havia apenas uma grande lâmpada mirando na neta de
Don Cesca. Glória estava sentada e amarrada em uma cadeira. Além dela e do
italiano, havia mais uma pessoa na sala, um segurança de Barbatto, Ademar
Valdez. Desde que começou a ser interrogada, a mais velha das Cesca, por não dizer
o que Martiniani queria ouvir, apanhou bastante, chegando a sangrar e a ganhar
hematomas. Cansado de não obter resultados, Marco decidiu acabar com o
sofrimento da empresária.
– Não vai falar? Tudo bem, talvez sua filha coopere. – ele ameaçou.
– Não ouse chegar perto da Lucy. – Glória replicou.
– Senão o que? – o italiano quis saber.
– Você vai aprender que não deve mexer com as Cesca. – ela devolveu.
Marco gargalhou tão alto que ecoou na pequena sala escura.
– Você é engraçada, querida, além de muito bela. É uma pena. – ele disse
e alisou o rosto machucado dela com a mão. – Mate-a! Ela não tem mais
serventia.
Assim que o italiano bateu a porta, Glória ouviu uma arma sendo
destravada e mirada em seu rosto. Ela olhou bem para o rapaz, conhecia-o. Ele
era ganancioso e fazia tudo para ganhar mais dinheiro. Ela decidiu usar isso a
seu favor. Ele estava pronto para puxar o gatilho.
– Espera! – ela pediu e ele parou. – Eu pago o dobro do que o Diogo está
te pagando. Preciso que me desamarre, devolva minha bolsa, me leve até ele e
depois me chame um táxi. – ela estabeleceu.
– Pelo dobro do que ele me paga, eu mesmo levo a senhora, aonde quiser. –
o segurança disse.
– Você mandou matá-la? – Barbatto se surpreendeu.
– Sim, ela não estava colaborando, e ainda há três Cesca que podem me
dizer o que quero saber. – Marco disse simplesmente.
– Mas...
– Não seja fraco, Barbatto. Nem sua mulher ela era mais. Estou indo para
o meu hotel. Avise-me quando estiver com sua filha. – o italiano pediu.
Não demorou muito após a saída do Martiniani da sala de Barbatto para que
Glória entrasse.
– Olá, Diogo! – ela disse com raiva e cansaço.
– Oh, meu Deus! Você está viva! – ele se espantou.
– É, desculpa estragar os seus planos.
– Não, eu não sabia que ele ia fazer isso. Ele só me disse que queria te
perguntar umas coisas. – Barbatto disse se levantando.
Glória estava de um jeito que ele nunca havia visto, com a camisa toda
suja e sem os sapatos de salto alto, com o rosto todo machucado e sangrando, e
os cabelos desarrumados.
– Olha para você. – ele disse e ia passar a mão no rosto dela.
– Não encoste em mim. – ela parou o movimento. – Não adianta bancar o
arrependido comigo. Eu sei quem é você, e só vim aqui te dizer que eu vou
acabar com você. Não por mim, mas por envolver nossa filha nisso. Isso foi
baixo demais, mesmo vindo de você. – ela avisou.
– Orgulhosa até o fim, não? Não vê que só estou tentando ajudar. – ele disse
e pôs o braço no ombro da ex-mulher. – Vamos, eu te levo ao hospital.
– Eu disse para não encostar... – ela disse, torceu o braço dele com o
braço direito dela e o socou com o outro braço. – ...em mim!
O empresário cambaleou para trás, mas assim que se recuperou deixou a boa
vontade que estava tendo antes e partiu para cima de Glória. Ele tentou
devolver o soco com braço direito, porém a Cesca habilmente desviou-se para o
lado de fora do golpe e o atacou na dobra do cotovelo, inutilizando aquele
membro.
Barbatto urrou de dor e em seguida preparou um chute com a perna direita.
Glória segurou o golpe com o braço esquerdo e bloqueou o soco que o ex- marido
desferia com o braço bom. Num movimento rápido, ela levantou a perna do empresário
até derrubá-lo. No chão, ele pôde ver a arma que guardava sob sua mesa e sentiu
que seria sua única chance naquela luta.
– Você não achou mesmo que eu ficava o dia inteiro no salão de beleza né?
Ou que eu ficava só esperando enquanto a Lucy fazia caratê? – enquanto Glória
falava, ele se levantava e chegava perto da mesa.
Rapidamente, ele pegou a arma e ficou de pé, apontando a pistola para a
ex-mulher. Ela paralisou inicialmente, mas ao vê-lo se aproximando e dando a
volta na mesa, teve uma ideia. Quando ele ficou de frente, ela afastou o braço
que segurava a arma e lhe deu uma cotovelada com o outro braço. Ao mesmo tempo,
ela pegou a pistola para si e apontou para o ex-marido caído no chão.
– Sabe que outra aula eu fiz? – ela perguntou e viu a dúvida nos olhos de
Barbatto. – De tiro. – ela respondeu e atirou no ombro esquerdo, pois sabia que
o direito iria ficar inutilizado por um tempo mesmo. – Você tem sorte em ser o
pai da minha filha. – ela disse atirou no joelho direito dele. – Não fosse
isso, você já estaria morto agora. – ela finalizou, guardou a arma e saiu.
Ao sair, encontrou o segurança que a esperava.
– Eu ouvi tiros. Você o matou? – ele perguntou assustado.
– Não. Leve-me ao aeroporto da empresa, preciso voltar para São Paulo.
Nossa eu não teria essa mesma coragem de atirar assim...
ResponderExcluiraint que tenso *-*
Cesca para mim é o seu melhor conto *-*
Bei-Jôh
Ahhhh poxa, enquanto ela atirava no joelho e no ombro, eu o teria deixado emasculado. ^_^
ResponderExcluirTão mais legal!!
A primeira coisa que fui olhar foi o desenho. Nossa que medo! Que é isso, novinho? Que é isso?
Coitada dela. Mas gostei da atitude. E tenho a mesma opinião da Jôh.
:D
Beijos.
Tenho que concordar com a Lay, o desenho é tenso. Aliás, você sempre escolhe ilustrações meio que peculiares pro seu blog. Às vezes presto mesmo mais atenção nelas.
ResponderExcluirA Gloria já tem porte de lutadora arretada! E ela é!
Eu sou fascinado por mulheres assim - risos - cheias de atitudes.
ResponderExcluirJá esqueci a Erika do Zé Mané.