segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Arte de Roubar T03C09

OBSTÁCULOS

A sala de apoio ficava ao lado do arquivo, era lá que se acomodavam os empregados terceirizados do Banco Central. O cômodo possuía armários, sofás e poltronas, mesas e cadeiras, um computador e um telefone. Ficavam lá os contínuos, os carregadores, o motorista e a encarregada. Os arquivistas e os recepcionistas não ficavam lá durante o horário de trabalho, mas tinham armários como todos os outros.
Sem ter dormido direito na noite anterior, Marquieli sentou no sofá e fechou os olhos por um momento. Não percebeu quando deu a hora de ir, e nem seus colegas a notaram ou a acordaram. O último a sair ia trancar a porta, mas foi impedido pela dúvida.
― A Marquieli já foi? – perguntou para outro que estava perto.
― Ah, com certeza, né? Fecha isso aí e vamos embora. – o outro disse e assim o primeiro fez.


Eram 20h quando Bomber avisou aos quatro que se encontravam nos banheiros que podiam sair.
― Yeah! – falou Charger em voz alta e esticou os braços.
― Fale baixo, idiota. Ainda tem guardas nos andares. – Bomber alertou pelo comunicador. – Vou guiar cada um de vocês. Vou começar de cima para baixo. Joel saia do banheiro sem fazer barulho e espere.
Assim ele fez, quando o guarda do andar saiu do campo de visão do corredor, Bomber avisou Joel e este correu até a porta da escada e entrou rapidamente. Com os outros, o mesmo processo foi repetido e, eventualmente, todos se encontraram nas escadas e seguiram para o primeiro andar.
Lá não havia guardas e Léo, que havia ficado no arquivo após o horário e até então, os esperava. Cumprimentaram-se e iam entrar no arquivo quando a porta da sala de apoio abriu e dela saiu uma bela morena de olhos azuis. Os olhos de Marquieli demoraram para se acostumar com o escuro, mas quando conseguiram, ela viu quatro pessoas de terno e Léo.
― O que está acontecendo aqui? Que horas são? – ela perguntou e olhou para a janela atrás deles. – Oh, meu Deus! Já está de noite.
― Facada, silencie-a. – Joel disse.
O rapaz sabia o que devia ser feito, mas desde que a vira na escada no dia anterior, tinha se encantado com sua beleza. Até imaginou eles dois juntos depois que tudo houvesse acabado, mas devido aquele encontro, isso já não seria mais possível. Ele pegou um dardo tranquilizante no bolso e atirou no peito da mulher. Correu para impedi-la de cair.
― Não era como eu imaginava nosso reencontro. – ele disse para ela inconsciente.
― Coloque-a de volta na sala da qual saiu, Facada. – Joel chamou. – Não temos tempo a perder. – ele disse e todos foram ao arquivo. – O que tem para nós, Léo? – ele perguntou estavam todos dentro.
― Ácido. – respondeu, tirando um frasco com líquido verde da mala que havia levado. – Venham comigo. – ele chamou e os levou ao corredor do meio das estantes com os arquivos. – Aqui, estamos bem em cima do cofre.
― Vai fazer muito barulho se derrubarmos um pedaço do piso. – Taís lembrou.
― E é por isso que não vamos derrubar, mas sim retirar e puxar. – ele devolveu. – Vejam, eu coloco um pouco aqui. – disse e despejou uma pequena poça que derreteu o concreto e criou um pequeno canal circular entre os andares. – Colocamos os ganchos nessa abertura. – ele disse e tirou dois ganchos da mala. – E quando eu colocar o ácido para derreter em volta, o piso não vai cair. – explicou.
― Muito bom. – Joel elogiou. – Bomber, logo estaremos no cofre, pode descer com as armas. – avisou pelo comunicador.
― Entendido, Joel. A caminho. – o segurança disse e desligou o comunicador. – Já estava na hora. – ele disse e se levantou para pegar a mala, mas ao virar, viu Sandra apontando uma arma para ele.
― Eu sabia. – ela disse. – Sabe, que por um momento, eu até cheguei a acreditar que você tinha mesmo mudado.
― Calma, Sandra, eu posso explicar. Não é nada do que você está pensando. – ele disse e levantou as mãos.

― Claro que não. Nunca é. – ela ironizou e avançou um passo.

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