OBSTÁCULOS
A sala de apoio ficava ao lado do
arquivo, era lá que se acomodavam os empregados terceirizados do Banco Central.
O cômodo possuía armários, sofás e poltronas, mesas e cadeiras, um computador e
um telefone. Ficavam lá os contínuos, os carregadores, o motorista e a
encarregada. Os arquivistas e os recepcionistas não ficavam lá durante o
horário de trabalho, mas tinham armários como todos os outros.
Sem ter dormido direito na noite
anterior, Marquieli sentou no sofá e fechou os olhos por um momento. Não
percebeu quando deu a hora de ir, e nem seus colegas a notaram ou a acordaram. O
último a sair ia trancar a porta, mas foi impedido pela dúvida.
― A Marquieli já foi? – perguntou
para outro que estava perto.
― Ah, com certeza, né? Fecha isso
aí e vamos embora. – o outro disse e assim o primeiro fez.
Eram 20h quando Bomber avisou aos
quatro que se encontravam nos banheiros que podiam sair.
― Yeah! – falou Charger em voz
alta e esticou os braços.
― Fale baixo, idiota. Ainda tem
guardas nos andares. – Bomber alertou pelo comunicador. – Vou guiar cada um de
vocês. Vou começar de cima para baixo. Joel saia do banheiro sem fazer barulho
e espere.
Assim ele fez, quando o guarda do
andar saiu do campo de visão do corredor, Bomber avisou Joel e este correu até
a porta da escada e entrou rapidamente. Com os outros, o mesmo processo foi
repetido e, eventualmente, todos se encontraram nas escadas e seguiram para o
primeiro andar.
Lá não havia guardas e Léo, que
havia ficado no arquivo após o horário e até então, os esperava.
Cumprimentaram-se e iam entrar no arquivo quando a porta da sala de apoio abriu
e dela saiu uma bela morena de olhos azuis. Os olhos de Marquieli demoraram
para se acostumar com o escuro, mas quando conseguiram, ela viu quatro pessoas
de terno e Léo.
― O que está acontecendo aqui?
Que horas são? – ela perguntou e olhou para a janela atrás deles. – Oh, meu
Deus! Já está de noite.
― Facada, silencie-a. – Joel
disse.
O rapaz sabia o que devia ser
feito, mas desde que a vira na escada no dia anterior, tinha se encantado com
sua beleza. Até imaginou eles dois juntos depois que tudo houvesse acabado, mas
devido aquele encontro, isso já não seria mais possível. Ele pegou um dardo
tranquilizante no bolso e atirou no peito da mulher. Correu para impedi-la de
cair.
― Não era como eu imaginava nosso
reencontro. – ele disse para ela inconsciente.
― Coloque-a de volta na sala da
qual saiu, Facada. – Joel chamou. – Não temos tempo a perder. – ele disse e
todos foram ao arquivo. – O que tem para nós, Léo? – ele perguntou estavam
todos dentro.
― Ácido. – respondeu, tirando um
frasco com líquido verde da mala que havia levado. – Venham comigo. – ele
chamou e os levou ao corredor do meio das estantes com os arquivos. – Aqui,
estamos bem em cima do cofre.
― Vai fazer muito barulho se
derrubarmos um pedaço do piso. – Taís lembrou.
― E é por isso que não vamos
derrubar, mas sim retirar e puxar. – ele devolveu. – Vejam, eu coloco um pouco
aqui. – disse e despejou uma pequena poça que derreteu o concreto e criou um
pequeno canal circular entre os andares. – Colocamos os ganchos nessa abertura.
– ele disse e tirou dois ganchos da mala. – E quando eu colocar o ácido para
derreter em volta, o piso não vai cair. – explicou.
― Muito bom. – Joel elogiou. –
Bomber, logo estaremos no cofre, pode descer com as armas. – avisou pelo
comunicador.
― Entendido, Joel. A caminho. – o
segurança disse e desligou o comunicador. – Já estava na hora. – ele disse e se
levantou para pegar a mala, mas ao virar, viu Sandra apontando uma arma para
ele.
― Eu sabia. – ela disse. – Sabe,
que por um momento, eu até cheguei a acreditar que você tinha mesmo mudado.
― Calma, Sandra, eu posso
explicar. Não é nada do que você está pensando. – ele disse e levantou as mãos.
― Claro que não. Nunca é. – ela
ironizou e avançou um passo.
Quero ver esta estória virar um filme.
ResponderExcluirSe virasse um filme, seria maneiro demais. Boa sugestão a de Claudio!
ResponderExcluirBeijos.