segunda-feira, 27 de julho de 2020

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CAPÍTULO 4 – OS ESCOLHIDOS 

A primeira semana passou voando e, apesar dos vários deveres de casa, os alunos estavam muito empolgados com o começo do ano letivo. Alex chegou e notou algumas pessoas olhando para um mural que ficava no corredor de entrada. Curioso, ele também foi ver.

― Isso! – ele vibrou após confirmar seu nome e de seus amigos nas listas dos escolhidos para rádio e jornal.

Alex, Patricinha, Manu, Lucy, Diana e Madu seriam responsáveis pelo jornal. Maria Eduarda Manfrinato era grande amiga de Manu e fez parte de sua chapa três anos antes na disputa para o Grêmio estudantil. Também foi ela que presenciou e denunciou a trapaça feita por Mauricinho. Madu era pouco mais alta que Diana; seus cabelos eram negros, lisos e compridos; ela era emo, logo um de seus olhos ficava completamente coberto por sua franja.

Além de Ciano, Solano, Hugo e Caramello, Felipe Slomp e Pedro Alcântara completavam a equipe da rádio. Slomp era um fã de skate; Seu estilo musical preferido era o reggae; seus cabelos eram loiros, lisos e caídos até o ombro; só era mais alto que Alex. Pedro era o gótico roqueiro do colégio; sempre vestia preto em tudo; seus cabelos eram negros, desgrenhados e compridos; era tão alto quanto o artilheiro de futebol.

― Boa tarde, alunos! – Brasílio surgiu surpreendendo os jovens.

― Boa tarde! – eles responderam depois do susto.

― Primeiro, parabéns a todos os escolhidos! Tenho certeza de que farão um ótimo trabalho. – o diretor iniciou. – Agora, há algumas coisas que preciso lhes contar. Para começar, uma má notícia: o colégio não tem como arcar com as despesas do jornal e da rádio juntos. – Brasílio contou.

― O que? – os alunos se espantaram.

― Então por que ofereceu os dois? – Manu perguntou.

― Porque tenho uma ideia para que seja possível manter os dois. – o diretor respondeu.

― Que ideia é essa? Como o senhor vai conseguir o dinheiro? – Alex indagou.

― Eu não vou. Vocês vão. – o mais velho disse e continuou após as expressões de surpresa dos alunos. – Daqui a duas semanas haverá um baile aqui no colégio. Será o Baile de Abertura do ano. – ele informou. – Para ele, convidarei vários empresários filantropos. O pessoal do jornal vai usar o tempo até lá para escrever matérias e preparar um material para entregar na noite do baile. Já o grupo da rádio deve estar pronto para manter a rádio animando a festa, do começo ao fim. Quanto mais doações vocês conseguirem, maior a chance das duas atividades continuarem. – Brasílio explicou.

― E se não conseguirmos? – Diana quis saber.

― Será feita uma votação entre todos os alunos e a preferência da maioria ficará. – o mais velho respondeu. – Bom, vou deixá-los à vontade. Aqui estão as chaves dos cômodos. Boa sorte! – ele desejou e saiu.



Patricinha, Diana, Manu, Madu e Lucy entraram após Alex na sala do jornal. Havia uma grande mesa no centro com seis cadeiras; uma mesa menor encostada à parede sustentava um computador e três potentes impressoras. O diretor não quis colocar uma máquina para cada um, pois sabia que os alunos tinham seus próprios laptops.

O rapaz atravessou a sala, observando tudo com um largo sorriso e os olhos brilhando. Retirou a mochila das costas e a pousou na mesa. Puxou uma cadeira, que estava mais ao fundo, sentou e colocou os pés em cima da mesa.

― Acho que deveríamos começar definindo o editor-chefe. Acredito que sabemos a escolha óbvia. – ele disse com um sorriso.

― Não seja convencido, Alex. – Manu disse colocando sua mochila na mesa e sentando no lado oposto a ele.

― Eu acho que ele está certo. – Paty disse sentando ao lado esquerdo do rapaz. – Ele foi um ótimo líder no GEAS.

― Eu concordo. – Diana disse sentando ao lado da mais rica.

― Qual é? Vamos começar nosso jornal com uma ditadura? – Manu reclamou aumentando o tom de voz.

― Você quer ser a editora-chefe, Manu? – Alex perguntou.

― E se eu quiser? – ela devolveu.

― Vamos votar. – o rapaz decidiu. – Quem é a favor de eu ser o editor-chefe levanta o braço. – ele disse e apenas Madu que estava do lado esquerdo de Manu não levantou. – Está aí! Feliz agora?

― E agora o que, editor-chefe? – Manu perguntou com raiva.

― Precisamos de um nome. – ele respondeu e olhou para as meninas.

― Abalo Sísmico? – Diana disse.

― Não! – Alex negou de imediato. – O que nós somos? Pessoas sem criatividade? Não! Não e não! – ele disse e baixou as pernas, sentando-se direito. – Vamos pensar nas descobertas de Newton. O Ciano já disse que vai usar Força Gravitacional. Precisamos de outra coisa. – o loiro ponderou.

― Por que tem que ser sobre Newton? – Manu questionou.

― Porque vai agradar os empresários. Pensa, se fosse podre de rica e quisesse doar dinheiro para um colégio, para quem você daria: o com um jornal com nome relacionado ao colégio ou ao com jornal de nome aleatório? – Alex perguntou.

― Tem as Leis de Newton. – Lucy, que estava sentada entre Madu e Alex, lembrou.

― Boa, Lucy! – ele elogiou. – Vamos ver, Inércia, força igual massa vezes aceleração... – o rapaz disse lembrando as leis físicas. – Ação e Reação! – Alex exclamou.

― O que? Um jornal não pode ter nome composto. – Manu contestou.

― Claro que pode. Não lembra aquele jornal de São Paulo que veio me entrevistar? – o rapaz argumentou.

― É verdade, o ‘Terra da Garoa’, onde o Rubens trabalha. – Diana lembrou.

― Eu concordo com a Manu. – Lucy disse e espantou a loira de olhos verdes. – Apenas uma palavra seria melhor. Reação se encaixa perfeitamente, afinal a mídia reage aos acontecimentos do mundo relatando-os ao público e expressando sua opinião. – a garota opinou.

― Reação! – Alex repetiu a palavra. – Gostei! – ele disse. – Está decidido! Nosso jornal se chamará Reação! – o rapaz definiu.

 

A parte da rádio era dividida em duas salas. A maior possuía um sofá e duas cadeiras para acomodar seus membros; um grande móvel que consistia no equipamento de som. A menor sala era onde ficaria o locutor e seus convidados. Havia um móvel com equipamento de som que era ligado ao outro. E um espelho separava os dois cômodos.

― Então, como começamos? – Solano quis saber.

― Bom, nós precisamos ter um nome e um locutor fixo, que vai apresentar os programas. – Caramello disse.

― Eu tenho um nome perfeito. – Ciano se adiantou. – Rádio Força Gravitacional!

Os únicos surpresos foram Pedro e Slomp, mas concordaram.

― E agora o locutor. – Caramello disse.

― Eu acho que devia ser o Ciano. – Hugo opinou e surpreendeu o amigo.

― Concordo. – Solano apoiou.

― Eu também. – a garota do grupo disse com alegria.

― Pelo que vi, você é o mais animado daqui e eu respeito seu estilo. Então, acho que é o mais justo. – Pedro disse com sua voz grave.

― Não sendo eu, está ótimo. – Slomp disse.

― Puxa, galera, valeu. – o mano agradeceu emocionado. – Então, vamos começar a pensar em nossos programas.

Enquanto discutiam sobre o futuro da rádio, seus amigos lembravam que antes de entrar para a chapa que disputaria o grêmio estudantil, Ciano era o líder de seu próprio grupo de manos. Com Alex, o negro suprimiu seu instinto de liderança, mas a rádio estava trazendo essa característica de novo.


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