CAPÍTULO 12 – MORTE
As expressões de seus amigos
eram em sua maioria de surpresa depois do relato de Alex, menos Manu.
— Eu estou espantada, irritada,
atônita e irritada. – a garota disse.
— Você falou irritada duas
vezes, amiga. – Paty apontou.
— Eu sei, foi pra dar ênfase. –
Manu se defendeu.
— Alex, todos nos sentimos da
mesma forma sobre nossa experiência de espiões. – Diana começou de modo sério.
– O resultado bom nos dá uma boa sensação, mas o risco que se corre na missão é
a grande preocupação. Por isso decidimos em conjunto não continuar. Só que isso
nunca foi absoluto.
— Sabemos que quer nos proteger,
mas está fazendo da maneira errada. – Solano disse.
— Se há algo ruim acontecendo e
podemos fazer algo, é claro que faremos. Juntos. – Caramello disse.
— Ainda mais se for no Isaac,
antes mesmo de sermos espiões nós salvamos o colégio como um time, lembra? Você
não fez nada sozinho. – Paty lembrou.
— Esse fardo não é só seu para
carregar. Pode dividir com a gente. – Hugo emendou.
— Estamos aqui por você,
maninho. E sempre estaremos. – Ciano finalizou.
As lágrimas chegaram aos olhos
de Alex, mesmo ele forçando para que elas não caíssem, foi inevitável. Ao ouvir
seus amigos, ele percebeu como tinha agido errado.
— Pessoal, vocês são demais! –
ele disse passando a mão nos olhos. – Lucy, vamos adicionar mais sete pessoas
no plano. – o rapaz disse e sorriu.
— Ótimo! Vai ficar mais fácil
assim. – a espiã disse enquanto os amigos passavam por ela para chegar até o
quadro.
— Ainda não gosto de você. – Manu
disse ao passar por Lucy, que sorriu.
Assim, o plano foi repassado com
todos e eles se preparam para executá-lo na mesma noite. Devido ao aviso de
última hora, não foi possível conseguir equipamentos para os novos membros.
O Passeio Público já estava fechado,
mas não era difícil pular seus muros. Yago estava sozinho no meio da escuridão
usando uma mala transversal esperando seu contato quando nove pessoas
conhecidas apareceram rodeando-o.
— Lemos! O que vocês estão
fazendo aqui? – ele disse ao reconhecer Alex. – O parque está fechado. Já é
hora de criança estar na cama. – disse e riu.
— Chega de teatro, Yago. Nós
viemos acabar com seu esquema. Ou traficantes costumam se atrasar tanto assim
para encontros de negócios? – Alex disse e o outro ficou sério.
— Você não sabe no que tá se
metendo, Lemos. – Yago disse ao notar que os outros estavam apertando o cerco,
prensando-o contra o muro. – Isso não é a eleição do grêmio do colégio.
— Não, não é. Então por que você
não se rende pra gente resolver isso do modo mais fácil? Nós estamos em nove e
você é só um. A sua desvantagem é gritante. – Lucy disse.
— É verdade. Só que eu tenho uma
arma. – Yago disse ao sacar a pistola, surpreendendo a todos.
— Yago, calma. – Alex disse
tentando acalmar o colega.
— A atitude mudou agora, não é?
Sério que não consideraram que eu teria uma arma? – ele disse sorrindo.
— Essa é uma boa pergunta. –
Manu disse brava olhando para Lucy.
— Eu considerei, mas não
imaginei que seria necessário. – a Cesca admitiu e a um comando de Yago, jogou
sua arma no chão.
— Vamos lá, Yago. Isso é demais
até pra você. É um caminho sem volta. – Alex disse avançando lentamente até o
colega.
— Pare aí mesmo, Lemos. Não dê
mais nenhum passo ou serei obrigado a fazer algo que realmente não quero. – o traficante
disse.
— Yago, por favor. Ainda há
chance de você sair disso. Se você nos ajudar... – Alex deu mais um passo.
— Eu avisei, Lemos. – Yago
gritou e atirou.
Todos ficaram de olhos
arregalados quando viram Caramello cair no chão com sangue escorrendo de sua
barriga.
— Não! Caramello! – Alex disse
ainda tentando entender o que estava acontecendo.
Ele ajoelhou e apoiou a cabeça
da amiga em seu colo.
— Fica o aviso. – Yago disse,
guardou a arma e pulou o muro para fugir.
Os amigos ficaram em volta de Alex
e Caramello.
— Caramello... Raíssa, me
perdoa, por favor! – o líder do grupo perguntou com lágrimas escorrendo.
— Do que está falando? Não tenho
nada que te perdoar. Só tenho a te agradecer. – a garota disse agonizando e
tossindo.
— Eu não consegui te proteger. –
Alex disse em meio as lágrimas.
— Oh, Alex, meu querido amigo! –
Caramello disse colocando a mão no rosto do rapaz. – Você fez muito mais do que
isso. Você me deu felicidade e alegria em todos os nossos momentos juntos. –
ela terminou com uma tosse.
— Não fale mais. Vai ficar tudo
bem. Nós vamos chamar ajuda e vai ficar tudo bem. – Alex disse e olhou para os
outros.
— Eu já chamei. – Lucy disse.
— É tarde demais pra mim. –
Caramello disse.
— Não diga isso! Você vai ser a
melhor bailarina que esse mundo já viu, lembra? E todos nós vamos estar na
primeira fileira em todas as suas apresentações. Esse é o plano!
— Oh, Alex! Sempre tão fofo.
Nunca mude, tá? – Caramello disse e olhou para os outros. – Cuidem dele! Eu amo
todos vocês! – disse e fechou os olhos.
— Não! Você não pode ir ainda! –
Alex disse e então notou que a amiga já estava morta. – NÃOO! – ele gritou.
— Alex, nós temos que ir! – Lucy
disse.
Relutantes, os adolescentes
deixaram o corpo da amiga e ficaram nas sombras até verem que a ambulância
chegou para cuidar dela. Após isso, eles saíram e foi como se nunca tivessem
estado ali.
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