CAPÍTULO 22 – DISPUTAS ACIRRADAS
Sua moto era bem protegida e
reforçada, porém levando tantos tiros, eventualmente algum acertaria. Ian parou
perto da entrada do bosque Papa João Paulo II. Seu tanque foi atingido e o
combustível acabou ao escorrer pelo caminho. Antes que ele pudesse pensar no
que fazer, dois carros surgiram na esquina. O Motoqueiro correu para trás de um
veículo estacionado.
Ao todo, dez homens armados
desceram dos dois automóveis. Entre eles estavam Dorigan e Timeti, dois
bandidos que Raquel impediu Ian de matar.
— Ele está perto. Espalhem-se! –
Dorigan mandou.
No instante seguinte um barulho
se fez ouvir e quando todos olharam para sua fonte, uma bomba de luz explodiu
cegando-os momentaneamente. Os líderes sabiam o que viria então se abaixaram e
correram para o outro lado da rua. Ian saiu de onde estava e acertou os oito
homens que demoraram para reagir. Com o fim do efeito da luz, o Motoqueiro foi
para trás do carro de Dorigan, que o viu logo antes de se abaixar.
O traficante então pegou um
lança-granadas compacto e atirou no carro que protegia seu inimigo. Ao ouvir o
vidro quebrar, Ian levantou rapidamente para olhar e só teve tempo de começar a
correr antes do impacto lhe acertar. Ele foi arremessado e precisou reunir
todas as suas forças para levantar e entrar no bosque.
Ao seguirem o Motoqueiro, os
bandidos viram o capacete e a jaqueta de couro pelo caminho. Com as armas
erguidas, avançaram e apontavam para todos os lados. Um barulho do lado
esquerdo os fez virar imediatamente, mas foi do lado direito que saiu o tiro
que acertou Dorigan na cabeça. Timeti virou-se novamente e atirou ao mesmo
tempo em que foi atingido no ombro e na perna. Largando a arma e caindo no
chão, ele viu o assassino de seu pai se aproximar.
— Eu acertei o Motoqueiro das
Trevas. – o rapaz disse sorrindo ao notar que o outro sangrava pelo ombro
esquerdo.
— É, parabéns por isso! – Ian
disse e atirou na cabeça de Timeti.
O ex-advogado pegou sua jaqueta
e capacete, e andou até uma árvore, na qual se encostou e escorregou para
sentar no chão. Cansado e com dor, Ian fechou os olhos e não conseguiu mais se
mexer.
Quem disse que não se deve
julgar algo ou alguém pelo tamanho estava absolutamente certo. Maurição sempre
malhava para manter seus músculos, mas fazia tempo que não treinava seriamente,
enquanto seu oponente tinha alto nível de técnica, velocidade e força.
Apesar de Maurição ter acertado
alguns golpes, eles pareciam não surtir efeito. Butijão estava com muita
energia e avançou com o intuito de finalizar a luta. Por pouco, o espião não
recebeu um golpe em cheio no queixo, o que com certeza o teria nocauteado.
Desesperado, o rapaz investiu com um soco de direita, mas seu adversário
desviou e acertou-lhe na barriga fazendo-o arquear. Em seguida, segurou nas
roupas do espião girou-o e jogou-o no meio da rua.
O homem grande levantou e ficou
de frente para seu oponente. Seus olhos estavam cheios de raiva, mas também de
serenidade. De repente voltou-lhe todo o espírito de lutador de muay thay. Maurição se aproximou e atacou
com a esquerda. Seu adversário desviou facilmente e mirou no corpo do outro.
Prevendo isso, o espião baixou o braço e curvou o corpo para bloquear o golpe.
Butijão então usou o outro braço para atacar na cabeça. No entanto, os
instintos de Maurição também previram isso. Ele segurou o soco que veio e então
conseguiu ficar na posição que queria. Ele sorriu e com um movimento rápido
acertou uma joelhada no queixo de Butijão. Sua cabeça curvou para trás e seu
corpo caiu inerte no chão.
— Ufa, essa foi difícil! – o
espião disse arfando. – Como será que as meninas estão indo? – ele indagou e
olhou para o prédio da assembleia
No segundo seguinte uma grande
explosão destruiu o edifício e jogou o rapaz para longe.
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