segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Popularidade T02C09

CAPÍTULO 9 – PLANO DE ESPIONAGEM 

Muito se passou pela cabeça de Alex durante o fim de semana. Parte dele queria muito ser um espião e ainda se lembrava com saudades dos eventos da conspiração temporal. Outra parte pensava em seus amigos e no risco que cada um correu na operação. Após severa reflexão e ponderar os prós e os contras, ele tomou uma decisão.

— Tudo bem, eu topo. – Alex disse para Lucy na segunda-feira durante o intervalo. – Mas sob duas condições.

— Além de não falar nada para os seus amigos?

— Sim, três no total. – ele lembrou e continuou. – Certo, será somente uma missão, essa do Yago, e quando terminarmos, eu voltarei para minha vida normal e você vai sair do colégio e nunca mais entrar em contato com a gente.

— Uau! Meio radical. Mas se é assim que se sente, tudo bem. – ela concordou.

Depois das aulas, Lucy e Alex foram almoçar em um restaurante. Em seguida, entraram em um grande prédio no centro da cidade. Subindo de elevador, eles chegaram no oitavo andar.

— Nossa! Aqui parece bem melhor do que o outro prédio que eu fui. – Alex comentou.

— Imagino. Todo esse andar foi reformado para o projeto Jovens Espiões. – Lucy disse.

— Uau! Então o andar inteiro é nosso? – ele perguntou espantado.

— Aham! – a moça confirmou. – E essa sala é o nosso centro de operações. – ela disse e abriu uma porta.


O cômodo era espaçoso, mas estava praticamente vazio. Apenas uma mesa com um notebook em cima e uma cadeira para sentar preenchiam o lugar.

— Hã... Confesso que eu esperava mais. – o rapaz disse.

— É que como não tem um número considerável de pessoas ainda, o pessoal de cima não quis me liberar todos os recursos. Eu só consegui isso aí porque você aceitou participar. – Lucy disse com uma risada morna.

— Certo, e o que fazemos agora? – Alex quis saber.

— Você me diz. Você é o líder. – a moça disse e o surpreendeu.

— Eu? Como assim? Não é você?

— Não, não, eu prefiro ser liderada. – ela respondeu.

— Então tá. – ele disse aceitando. – Bom, então vamos lá. Nossa missão é acabar com o tráfico de drogas no Isaac Newton, certo?

— Sim.

— Nossa única pista é o Yago, mas sabemos que ele é só uma peça e nós precisamos descobrir quem está no comando. – Alex constatou.

— E como faremos isso?

— Através do Yago. Para tanto, precisaremos saber onde ele está o tempo todo e com quem ele se comunica.

— Um GPS e um hack de celular resolveriam. Consigo isso com os superiores. – a loira garantiu. – Mas como colocar em prática?

Alex colocou a mão no queixo e começou a pensar. Tentou lembrar da rotina e manias de Yago, o que foi difícil, pois não prestava atenção no colega há muito tempo.

— Já sei! – ele disse. – O Yago costuma usar o mesmo tênis até gastar totalmente. Como ele já me conhece, você teria que se aproximar dele e colocar o GPS ao mesmo tempo em que eu chego perto, sem que ele perceba, para hackear o celular dele. – Alex disse com um sorriso.

— Gostei. É um bom plano. – Lucy elogiou. – Aposto que está bem animado agora, né? – ela disse e Alex virou a cara.

— Não. – ele respondeu, mas por dentro seu coração estava acelerado, seu cérebro estava a mil e sua animação estava nas alturas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Caos Urbano T02C16

CAPÍTULO 16 – DOMINAÇÃO 

Depois do abraço coletivo, Raquel foi acomodada na melhor poltrona do galpão. Duda lhe serviu uma caneca com café passado na hora. Enquanto bebia um gole, a detetive via o espião de camisa xadrez tomar o controle da situação.

— Atenção, pessoal! Não podemos deixar que essas mortes tenham sido em vão. Precisamos preparar nosso ataque, para isso é necessário ter informação. – Zé dizia e todos estavam atentos. – O Dr. Morte não está mais no Jardim Botânico e é imperativo que saibamos sua localização. Rob e Joca, procurem em todos os meios eletrônicos alguma menção do Morte, usem satélite, hackeiem sistemas, façam o que for preciso. – ele disse aos amigos que assentiram na hora. – Ian, sei que está perigoso sair pelas ruas, mas imagino que você tenha contatos e informantes pela cidade e ele seriam muito úteis agora. – o Motoqueiro concordou admirando e se espantando com a seriedade e inteligência de Zé Mané. – Leve um dos comandos com você como cobertura. Coronel amigo do Rubens e o comando que ficar, usem seus equipamentos militares para fazerem contato com o resto do país. O Brasil e o mundo precisam saber o que está acontecendo aqui. – o espião finalizou e, inspirados por sua liderança, todos começaram a se mexer.

— Esse é o Zé líder, inteligente e estratégico que eu conheço. – Rubens disse. – E nós, hein? – ele perguntou e Zé sorriu.

— Espiões, jornalistas e namorada do Ian. – o espião disse e olhou para Érica. – Vamos transformar esse galpão em um centro de operações decente. – ele disse e os dois co-líderes sorriram. 

A cabeça de Ana estava conservada criogenicamente em um recipiente. Só faltava o tronco para Dr. Morte montar o corpo perfeito para sua mulher. Esse sempre foi seu objetivo principal, mas depois de ter sido preso sabia que iria precisar de aliados, por isso teve a ideia do caos urbano, afinal os outros não poderiam saber de seu verdadeiro desejo.

O próximo passo de seu plano era tomar a sede do governo do estado, o Palácio Iguaçu.

— O prédio está todo cercado. – Dorigan informou pelo celular.

— Mate todos menos o governador. Podemos precisar dele depois. Estou a caminho. – Morte disse do conforto do seu carro.

O palácio foi facilmente rendido, os seguranças não esperavam pelo poder de fogo que lhes atacou. Quando Dr. Morte chegou, estava tudo livre. Sem perder tempo, ele chamou os líderes das gangues para uma reunião.

— Senhores, agora chegamos a uma parte muito importante: assegurarmos nossa posição. Quero uma forte proteção ao redor do palácio em um raio de dois quilômetros.

— Serão necessários muitos homens para isso. – um dos líderes observou.

— Sim, serão. – o ex-médico concordou sem se abalar. – Precisamos ficar vivos para alcançarmos nosso objetivo.

— E que objetivo é esse mesmo? – outro perguntou.

— Dominação, é claro! Um lugar que será regido por nós, com nossas regras e leis. – Dr. Morte disse e todos os presentes sorriram maliciosamente.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Conspiração Temporal T03C08

CAPÍTULO 8 – HORDA 

— Quando o mundo caiu, muitas pessoas tentaram fugir pelo aeroporto. Logo, perceberam não ser uma boa ideia. Afinal, onde pousar depois? Com o tempo o conhecimento de pilotar se perdeu e ninguém veio pra cá. Eu passei meses estudando os manuais que encontrei até ter coragem para pilotar um avião. Com isso deve ter mais uma ou outra aeronave para usarmos. O único problema com o aeroporto é que... – Zé Ruela fez uma pausa em sua narrativa e as viajantes seguiram a direção de seu olhar. – É cheio de zumbi.

A caminhonete parou ao lado do carro e baixou o vidro do motorista.

— Parece que está lotado. – Edgar disse em tom jocoso.

— Sim, mas é só uma questão de saber como abrir caminho. – Zé disse com um sorriso.

— Você quer dizer daquele jeito? – Edgar perguntou sorrindo de volta.

— Exatamente. – o líder confirmou.

— Que jeito é esse? – Jess perguntou curiosa.

— Prestem bem atenção, senhoritas, pois vocês verão uma das grandes vantagens de se ter um arqueiro no grupo. – Zé disse e as duas olharam para a caminhonete.

— Garoto, é com você! – Edgar gritou.

— Sim, senhor! – Angu devolveu enquanto preparava seu arco com uma flecha especial.

Ele mirou para a direção perpendicular de onde estavam e lançou. No momento do impacto houve uma grande explosão, que imediatamente atraiu a atenção dos mortos-vivos. Assim que uma brecha surgiu, os veículos avançaram até chegar no avião.

A porta estava aberta. Angu e Becky entraram e fizeram a limpeza do local. Após isso, Zé foi para a cabine e ligou a aeronave. Com toda a equipe e suprimentos no avião, o piloto começou a movimentá-lo. No entanto, parte da horda resolveu seguir o barulho do motor, ficando na frente do grande veículo.

— Angu, tire esses caras de perto de nós. – Zé gritou da cabine.

O arqueiro abriu a porta novamente e começou a atirar suas flechas explosivas, mas o barulho não estava sendo suficiente. Então Jess apareceu ao seu lado.

— Encontrei isso entre as armas. – ela disse segurando uma besta. – O barulho do motor é muito alto, mas se dobrarmos o número de explosões...

— O avião não será ouvido. – Angu completou e Jess assentiu.

Os dois atiraram o máximo de flechas que conseguiram no menor tempo possível. Eles acertaram as estruturas do aeroporto, causando sua destruição, o que resultou em um barulho ensurdecedor. Os zumbis passaram sua atenção para lá e começaram a sair da pista. O arqueiro e a balestreira fecharam a porta enquanto a aeronave alçava voo.

— Formamos uma boa dupla. – Angu comentou.

— É, formamos sim. – Jess concordou com um sorriso.

Todos se acomodaram nas poltronas e relaxaram um pouco. Na altura das nuvens, o avião seguia seu caminho rumo à Inglaterra.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Caos Urbano T02C15

CAPÍTULO 15 – ESCOLHA IMPOSSÍVEL 

Para garantir a segurança de todos, foi decidido que seriam realizados turnos de vigia. Os espiões já iam definir suas escalas, quando os comandos intervieram e insistiram em fazerem o serviço.

Pouco antes do nascer do sol, Érica já estava desperta. Quando levantou, era o Cabo Maki, do Comando Épsilon que terminava seu turno. Além dele, ela notou Rob e Joca ativos em seus computadores.

— Vocês não dormiram, né? – ela disse se aproximando dos amigos.

— E como poderíamos? Havia muita coisa a se fazer. Não se preocupe, temos um bom estoque de energético, chá, refrigerante, café e cafeína em pílula. – Rob respondeu.

— Olhamos em todos os noticiários e não há nenhuma menção sobre ontem. Nossa aposta é que o Dr. Morte tomou conta da mídia local para manter em segredo o que tá fazendo até cumprir seu objetivo, seja lá qual for. – Joca disse.

Nesse momento, uma tela de vídeo sobrepôs todas as outras nos computadores dos espiões. E nela apareceu o Dr. Morte. De imediato, Érica gritou para que todos acordassem, enquanto Rob jogava o vídeo para a grande televisão que tinha ao lado.

— Olá, Curitiba! Meu nome é Galvão Terom, mais conhecido como Doutor Morte. Esse apelido me foi dado pela Detetive Raquel Marins, a mulher que me prendeu. Tudo bem, são águas passadas, eu superei isso e segui em frente. Fiz novos amigos, defini um novo objetivo e tracei um plano para atingi-lo. – o ex-médico falava deixando apreensivos todos os que estavam no galpão. – Eu sei que vai tentar me impedir novamente, mas para pouparmos nosso tempo, quero que você venha até mim, sozinha, para conversarmos e resolvermos tudo sem derramamento de sangue. Caso ache que estou pedindo muito, trouxe alguns amigos seus como incentivo. – a câmera se afastou e mostrou Dr. Morte apontando para três pessoas ajoelhadas, com os braços amarrados para trás, no caminho acima da fonte à frente da estufa do Jardim Botânico.

— Jorge, Ana, Mateus! – Raquel gritou para a tela.

— Você tem uma hora, detetive. Se não estiver aqui até o fim do prazo, eles morrem. – Dr. Morte disse e o vídeo acabou.

— Muito bem! Ian, me dá uma carona até perto do Jardim Botânico? – Raquel pediu.

— Claro! – ele respondeu sem pensar.

— Pode contar com a gente também. – Leonel disse e todos os soldados assentiram.

— Ei, aonde pensa que vai? Você ficou doida? – Zé perguntou em alto tom de voz para Raquel. – E por que vocês estão apoiando ela? – ele se dirigiu aos comandos e o Motoqueiro.

— Como é que é? – a detetive devolveu com olhar fuzilante. – Olha aqui, garoto, não sei quem você pensa que é, mas eu não vou ficar de braços cruzados e deixar meus amigos morrerem.

— Pois é exatamente isso que você deve fazer. Se bem que a posição dos braços é por sua conta. – Zé disse e provocou muitas reações contrárias e a fúria de Raquel.

— Calma, calma! – Rubens interveio entre os dois. – Eu tenho certeza de que o Zé tem um excelente motivo para ter dito o que disse. – ele tentou acalmar os ânimos. – Você tem, né, Zé? Diz que tem. – falou mais baixo perto do amigo.

— O que o Zé quis dizer é que estamos diante de uma escolha impossível. – Érica tomou a palavra. – Olha, é... Raquel, posso te chamar de Raquel? – a detetive assentiu e ela continuou. – Não posso imaginar o que está sentindo. Se meus amigos estivessem lá, talvez eu agisse igual a você se ninguém me falasse o que vou te falar: seus amigos estão mortos. E não há nada que você possa fazer a respeito. – a espiã disse e deixou a detetive sem palavras.

— Exatamente. – Zé emendou. – Para esse tipo de operação nós precisamos de conhecimento sobre contra o que estamos lidando. Só sabemos que ele está no Jardim Botânico e que está esperando. Existem três cenários possíveis. Primeiro, você vai sozinha, ele te prende, mata seus amigos na sua frente e depois te mata. Segundo, nós vamos com você e ele já deve uma guarda gigante nos esperando, no momento em que te vir, ele mata seus amigos antes mesmo de você ter alguma chance de salvá-los. E o terceiro é o mais triste, mas também o melhor a ser feito. Ficamos aqui e nos preparamos para derrotar esse psicopata assassino para que as mortes dos seus amigos não tenham sido em vão. – o espião finalizou.

Com isso, os comandos, Ian e Raquel entenderam que Zé e Érica tinham razão. O prazo dado por Dr. Morte passou e então ele reapareceu na TV.

— Voltei! O seu tempo acabou, Detetive Marins. E como você não está aqui, seus amigos irão morrer. Confesso que não previ isso.

Com um sinal, os capangas do ex-médico cortaram as cabeças de seus prisioneiros. Suas cabeças e corpos caíram na fonte pintando a água de vermelho. Dr. Morte falou mais alguma coisa e encerrou o vídeo. Raquel estava paralisada. Num primeiro momento não quis acreditar e seu corpo enrijeceu. Então viu que era real e sentiu suas forças se esvaindo. Quando a primeira lágrima passou pelo seu rosto e chegou ao chão, seus joelhos cederam e ela caiu sobre suas pernas. Lágrimas jorravam de seus olhos e ela gritava com todas as forças.

Rubens e Carla se entreolharam e souberam exatamente o que fazer. Ficaram na frente da detetive, se abaixaram e abraçaram-na. Os espiões, Ian e Carol seguiram o exemplo dos jornalistas e logo Raquel estava no meio de um grande abraço coletivo. Os soldados dos comandos e Borba ficaram em pé ao redor e tiraram seus bonés e boinas em respeito ao ocorrido.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Popularidade T02C08

 CAPÍTULO 8 – REVELAÇÃO 

Alex nunca teria imaginado que aquele seria o motivo pelo qual Lucy o havia levado ali. Atrás de árvores e arbustos, eles presenciaram o desenrolar de uma cena.

— Yago? Você me chamou aqui para ver o Yago? – ele falou indignado.

— Shh! Só olha! – Lucy pediu e apontou para o outro rapaz.

Um aluno, que Alex não conhecia, deu dinheiro para Yago e recebeu um saquinho em troca. Os dois apertaram as mãos e o estudante desconhecido voltou para o baile. Yago esperou alguns segundos antes de fazer o mesmo.

Quando ficaram sozinhos, o editor-chefe do jornal não aguentou mais ficar quieto.

— O que foi isso? – ele perguntou.

— Achei que tinha sido bem claro. Foi uma venda e compra de droga. – Lucy respondeu.

— O quê? Como assim? O que tá acontecendo? – ele perguntou desesperado e com as mãos na cabeça.

— Sabe, eu não esperava uma reação dessa de alguém que já foi espião. – ela disse e chocou ainda mais o rapaz.

— Como sabe disso? Quem é você? – Alex perguntou de olhos arregalados.


— Ora, eu sou Lucy, sua colega de classe. – ela disse com uma voz meiga. – Mas também sou Lucy, a primeira espiã do programa Jovens Espiões da AgEsp. – ela disse com voz séria dessa vez.

— AgEsp? A mesma que eu e meus amigos fomos?

— Não. Aquela é só uma filial. Eu estou na verdadeira AgEsp. – Lucy explicou. – Olha, minha primeira missão é recrutar você e seus amigos. A ideia era que a gente pudesse se conhecer melhor antes de eu contar tudo, porém um imprevisto surgiu e precisei adiantar a programação.

— Você só pode estar brincando, né? – Alex disse bravo. – A última vez foi demais para todos nós, apesar de ter parecido bem divertido na hora. Poxa, alguns de nós até precisaram de terapia.

— Eu não sabia disso, Alex. Mas você viu o que aconteceu hoje. Mesmo sem saber de nada você escreveu uma matéria exatamente sobre isso. Eu não vou conseguir resolver isso sozinha. Preciso de pelo menos mais uma pessoa, caso você não queira envolver seus amigos. – Lucy disse.

— E se eu não quiser me envolver também? – o rapaz desafiou.

— Serei obrigada a falar com seus amigos. A melhor depois de você é a Manu. Devido a nossa aproximação, ela não vai muito com a minha cara, mas eu sei separar as coisas. – a moça disse.

— Eu não tô acreditando nisso. – ele disse revoltado. – E quanto a nós dois? Foi tudo fingimento? Foi tudo parte do plano para me recrutar?

— Não! Eu gosto mesmo de você. Além de um ótimo espião, você é uma pessoa incrível. – Lucy disse e pegou nas mãos do rapaz. – Nós podemos ser muito grandes juntos.

— Eu preciso de um tempo para pensar. – ele disse e se soltou das mãos dela. – Até lá, deixe meus amigos fora disso. – disse e voltou para o baile.

Alex voltou atônito e sem saber o que fazer. Não tinha mais cabeça para falar com os filantropos. Só o que ele pensava eram nas informações que recebeu nos últimos minutos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Caos Urbano T02C14

 CAPÍTULO 14 – OS COMANDOS 

Já estava de noite quando chegaram ao seu destino. Ao desligarem o motor, notaram um veículo se aproximar na direção deles.

— Por que esse carro tá na contramão? Será que tá bêbado? – o Sargento Santana indagou. – Ih, agora apagou os faróis.

— Vamos usar os óculos de visão noturna. – disse a Tenente Nikolofski.

Assim que colocaram, eles viram um veículo igual ao deles com dois soldados vestidos iguais a eles e usando os mesmos dispositivos para enxergar no escuro. Ao perceber que estavam sendo vistos, ambos mostraram os dedos do meio.

— Ah, droga! – Santana praguejou. – Capitão, o Comando Alfa está aqui. – ele avisou seu superior.

— O quê? Como assim? O que eles estão fazendo aqui? – questionou o Capitão Renan Zurique, que abriu a porta lateral e saiu nervoso.

— Qual é o problema do Comando Alfa estar aqui? – Carla perguntou para Leonel.

— Nenhum. – ele respondeu. – Mas existe uma rivalidade entre os comandos e são muito sérios quanto a isso. É até engraçado de ver por um tempo. Jeller e Bassanessi ainda não foram completamente infectados porque entraram depois. – o coronel explicou.

Do lado de fora, os capitães dos comandos se encontraram enquanto os outros membros saíam dos veículos.

— E aí, Z! – cumprimentou o Capitão Malton Xisto, do Comando Alfa.

— O que está fazendo aqui, X? – Zurique quis saber.

— Viemos te ajudar, oras. – Xisto respondeu com deboche.

— E quem disse que eu preciso da sua ajuda? – Zurique devolveu com olhar fuzilante.

— Eu disse! – o coronel disse e ficou entre os dois. – Essa operação contra o Dr. Morte vai requerer mais de um comando. Eu teria chamado os outros três, mas eles já estão em missões igualmente importantes. – ele finalizou e os capitães se acalmaram.

Nesse momento, a porta do galpão se abriu e um rapaz com camisa xadrez saiu.

— Ah! Eu sabia que o exército brasileiro não ia nos deixar na mão! – Zé Mané disse com animação.

— O que foi que você disse? – todos os membros dos dois comandos se viraram com raiva e apontaram rifles e pistolas contra o rapaz, que levantou os braços automaticamente.

— Zé, tá tudo bem? – Rubens perguntou assim que passou pela porta, seguido por Ian. – Eita! – ele se espantou ao ver as armas apontadas.

— Rubens? – Carla quis confirmar.

— Carla? – ele devolveu reconhecendo a voz.

— Ian? – Carol fez o mesmo que a jornalista.

— Carol! – Ian falou animado ao ver que os espiões não tinham se enganado.

— Ian? – uma voz masculina chamou do lado do Comando Alfa.

— Borba? – Ian e Carol falaram ao mesmo tempo.

— Rubens, você conhece esses soldados? – Zé perguntou com os braços levantados e medo na voz.

— Conheço sim. – o jornalista respondeu com um sorriso. – Leonel, está tudo bem. Estamos entre amigos.

— Abaixem as armas, soldados! Vocês ouviram o homem! – o coronel mandou e todos obedeceram de imediato.

Com isso, os casais se abraçaram, Borba abraçou seus amigos, Zé abaixou os braços e os comandos relaxaram e foram convidados a entrar no galpão com seus veículos. Rubens contou para Zé que aqueles eram dois dos remanescentes comandos do alfabeto grego, que foram traídos pelo governo e por isso se irritaram pela suposição dele de serem ligados ao órgão.

Feitas as apresentações, Zé e Érica assumiram a liderança e arranjaram lugares para todos passarem a noite, pois não havia mais nada que pudesse ser feito naquele momento.

Raquel foi deitar perto de Ian, pois era o único que ela realmente conhecia. Apesar de que se o Motoqueiro das Trevas confiava naquelas pessoas, elas não deveriam ser ruins. De qualquer forma o seu corpo pedia por descanso e não demorou para ela cair no sono. Até porque no dia seguinte alguma ação teria de ser tomada. E ela faria isso com ou sem a ajuda das pessoas presentes no galpão.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Conspiração Temporal T03C07

 CAPÍTULO 7 – TITÃ DOURADO 

O sol estava se pondo quando o Dr. Cintra chamou Zé Ruela até a sua casa/laboratório. Ao chegar lá, o líder viu o cientista e as viajantes do tempo na sala com expressões sérias.

— O que houve? – Zé quis saber.

— O doutor descobriu o material faltante das máquinas do tempo. – Nanda informou.

— Sério? Que maravilha! E qual é? – o rapaz perguntou.

— Uma liga metálica composta por cobre, titânio e ouro. – o cientista contou.

The Golden Titan. – Zé disse e espantou os outros. – Desculpem, significa O Titã Dourado. É como eles chamam essa liga metálica.

— Eles quem? – Jess perguntou.

— Os ingleses. -  o líder respondeu.

— E como você sabe disso? – Nanda quis saber.

— Porque, meninas, nosso estimado líder é a pessoa que lhes falei que esteve na Inglaterra. – Dr. Cintra revelou e as mulheres ficaram chocadas. – E é por isso que eu te chamei em vez de convocar o Conselho. Você sabe que é só lá que tem esse material. – o cientista falou para o líder.

— Sim, eu sei.

— Eu e as meninas vamos até lá e por isso precisamos da sua ajuda para conseguirmos um veículo e suprimentos para podermos chegar no aeroporto. – Dr. Cintra disse.

— Tudo bem, mas com uma condição: eu vou com vocês.

— Não, não posso aceitar. Você tem a comunidade para cuidar.

— Eu sou o único que já esteve lá, que conhece um pouco do lugar e sei onde é mais fácil encontrar o titã. – Zé disse.

— É, colocando dessa maneira, você é meio que indispensável para o nosso objetivo. – Dr. Cintra concluiu. – Mas e a comunidade?

— Bem, se isso der certo e as mocas conseguirem mudar o futuro novamente, e elas vão, a comunidade e toda essa realidade serão apenas uma memória que nunca existiu. – o líder disse e olhou para Nanda, que lhe deu um sorriso discreto. – Muito bem, me encontrem à meia-noite no portão norte. – ele disse e saiu.

Dr. Cintra e Jess olharam surpresos para Nanda, que ao notar fechou a cara e saiu do cômodo. Os três se preparam para a partida, fizeram uma boa refeição e descansaram até o horário combinado. Chegando no local indicado por Zé, eles viram o rapaz perto de dois carros.

— Espero que não se importem, mas eu chamei mais umas pessoas para integrar a equipe. – ele disse e as viajantes do tempo viram Edgar, Angu e Becky na mesma caminhonete em que foram resgatadas.

— Eles sabem o que está em jogo? – o cientista perguntou para que só o líder pudesse ouvir.

— Sim, eles sabem.

— Então, vamos indo. Antes que o guarda que você nocauteou acorde. – Dr. Cintra disse.

Zé respondeu com sorriso e todos entraram no carro. Angu desceu da caminhonete para abrir e fechar o portão. Em poucos segundos eles já estavam fora da comunidade e a caminho do aeroporto internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Caos Urbano T02C13

 CAPÍTULO 13 – LOCALIZAÇÃO 

Tanto na van dos espiões quanto na moto de Ian só cabia mais uma pessoa, mas nenhum deles pensou duas vezes quando receberam a mensagem de Rubens pedindo resgate para ele e mais uma pessoa.

O Motoqueiro imaginou que seria Carol, por isso se surpreendeu ao ver Raquel. Se ele não a conhecesse também não teria aceitado levá-la até o galpão dos espiões. A detetive mal desceu da moto e Ian já começou a manobrar para sair.

— Espera, Ian! – Rubens pediu segurando no guidão da moto.

— Sai da minha frente, Rubens! – Ian disse sem paciência.

— Você não pode sair assim. Fica um pouco. Esfria a cabeça. – o paulista disse.

— Um assassino psicopata resolveu instaurar o caos na cidade. Tem bandidos em todas as ruas e minha namorada está sei lá onde. E você quer que eu esfrie a cabeça? – o Motoqueiro devolveu irritado.

— Eu sei que está preocupado, mas se ela foi até o hotel me procurar, então deve ter encontrado a minha namorada. – Rubens tentou acalmá-lo.

— Nós podemos encontrá-la. – Rob disse.

— Como é? – Ian questionou.

— Só precisamos de alguns dados como nome completo e número de celular. Não é, Joca?

— Si-sim. Se ela estiver carregando o celular, é claro. – Joca confirmou.

— Muito bem. – Ian desceu da moto, tirou o capacete e foi para perto dos dois espiões. – Quero ver vocês fazerem essa mágica.


Passada essa tensão inicial, Rubens apresentou Raquel aos espiões e também foi apresentado para Nikki e Baltar, que se afastaram para cuidarem dos ferimentos do espião número um.

— Então vocês são mesmo espiões? – a detetive falou.

— Sim. – Zé confirmou.

— E como cruzaram com o Dr. Morte? – ela quis saber.

— Durante uma investigação do nosso amigo ali. – Zé disse e apontou para Baltar. – Dr. Morte sequestrou, torturou e o deixou para morrer, ao mesmo tempo em que explodia nossa base.

— Quer dizer que a explosão de agora há pouco foi a AgEsp? – Rubens perguntou espantado.

— Sim. – Érica respondeu com pesar.

— E o que pretendem fazer agora? – Raquel perguntou.

— Bem, ele nos atacou diretamente e é uma ameaça para toda a cidade. – Zé fez uma pausa. – Nós vamos para cima dele com tudo. – disse com determinação e intensidade.

— Ótimo! Vai ser muito bom contar com sua ajuda. – a detetive disse com um sorriso. – Antes de elaborarmos um plano, vou ligar para o meu chefe para atualizá-lo...

— Não! – Zé e Rubens disseram ao mesmo tempo.

— Por que não? – Raquel quis saber.

— Porque o Dr. Morte não fez o que fez sem ajuda interna. Notou que não passamos por nenhuma viatura no caminho? – Zé apontou.

— Além disso, lembra que os bandidos falaram que ele está te procurando? Seu telefone já deve estar grampeado. – Rubens complementou.

— Vocês têm razão. Mas então o que faremos? O Morte tem todos os bandidos da cidade contra nós. Vamos precisar de um exército de igual potência para enfrentá-los. – Raquel lembrou.

— Achei! – Rob disse.

— Não, eu achei. – Joca corrigiu.

— Não me importa quem achou. Só me digam onde ela está. – Ian disse bravo.

— Ela está... – Rob começou.

— Bem... – Joca continuou.

— Aqui? – os dois falaram ao mesmo tempo e se olharam confusos.

— Como assim aqui? – Ian questionou.

Nesse momento, barulho de motor se fez ouvir do lado de fora e Zé se encaminhou para a porta.

— Ei, pessoal, vocês ouviram um barulho de carro? Eu vou ver quem é.

— Zé, espera! Pode ser uma armadilha! – Érica gritou, mas já era tarde demais.

Zé Mané tinha acabado de abrir a porta do galpão.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Popularidade T02C07

 CAPÍTULO 7 – O BAILE DE ABERTURA 

O pátio estava lotado. A maioria dos alunos já tinha chegado e havia vários homens e mulheres filantropos também. Os membros do jornal e da rádio conversavam com os possíveis doadores sobre suas ideias e projetos. A música ambiente ia por conta do pessoal da rádio, que se revezava na cabine para que todos tivessem um tempo na festa.

Quando cada convidado chegava, uma cópia do jornal lhe era entregue. A matéria de capa foi escolhida com uma votação acirrada e sob protestos de Manu. Para ela, uma história sobre tráfico de drogas em um colégio público de Curitiba não deveria ser mais importante do que falar sobre prevenção e cuidados de gravidez na adolescência, mas foi voto vencido.

Alex foi pegar uma bebida depois de falar com um filantropo e encontrou Hugo no caminho.

— E aí, muitas doações? – o mais baixo perguntou.

— Algumas. Eu não sou muito bom nisso. Estou indo junto com a Caramello. Ela é tão melhor. – Hugo disse.

— Ah, isso vem com a prática. Você chega lá. – Alex tentou animar o amigo.

Nesse momento chegou uma aluna que chamou a atenção do editor-chefe. Lucy usava um longo vestido vermelho, seus cabelos loiros estavam presos para cima e atrás. O batom combinava com a roupa e sombras escuras contrastavam com seus olhos claros.

— Uau! – Alex conseguiu dizer assim que a moça chegou perto. – Você está linda, Lucy!

— Obrigada! Você está ótimo de smoking. – ela devolveu.

A busca por doações continuou, enquanto a rádio seguia com sua programação.

— E aí, todo mundo curtindo a festa? – Ciano começou a falar pela rádio. – Então, preparem-se! Depois da próxima sequência, teremos uma entrevista com nosso artilheiro de futebol, Ramon Solano. – ele anunciou. – E agora, uma batida mais lenta para mudar o ritmo.

Alex não sabia qual a quantia de que precisavam e nem se já tinham alcançado, mas decidiu que merecia uma pausa.

— Você parece feliz. – ele disse para Lucy.

— Sim. Acabei de conseguir uma boa doação. Aquela senhora está indo agora fazer isso. – ela contou.

— Então, pra comemorar, que tal uma dança? – ele sugeriu e estendeu a mão.

— Ótima ideia! – ela disse aceitando o convite.

Ele segurou na cintura dela e ela pôs as mãos em seus ombros. Com o salto, Lucy estava da altura de Alex.

— O que foi? – ela perguntou ao notar que ele a estava olhando.

— Nada. Eu só estava admirando sua beleza.

— Ah, para. É mais a maquiagem do que eu.

— Não, você é linda sempre. E eu te admiro todos os dias. Você é linda, inteligente, simpática e gentil. – ele disse.

— Oh, Alex! – ela disse corando. – eu penso o mesmo de você.

Lucy passou as mãos para o pescoço dele e se aproximou um pouco. Alex entendeu o sinal e avançou. O beijo veio doce e suave. E deixou o rapaz desolado quando acabou.

— Alex, você confia em mim? – ela perguntou bem perto do rosto dele.

— Sim, totalmente.

— Então, vem comigo. – ela pegou a mão dele e puxou, seguindo para uma parte mais deserta do colégio.

sábado, 15 de agosto de 2020

Como lidar com intoxicação alimentar?

Sou bem meticuloso para escolher onde vou comer. Tenho problemas de estômago e não é qualquer tempero que me agrada. Há quase dois meses, encontrei um ótimo restaurante perto do trabalho para almoçar. A comida era boa e barata, tudo o que eu precisava. Tudo estava indo muito bem até essa semana. Pedi um prato na segunda que sempre peço nas segundas: bife ao molho madeira. Tal prato vem com arroz, batata rústica e bife ao molho madeira, que contém carne e cogumelos.

O que deveria ter sido apenas mais uma refeição foi o começo do pesadelo. O dia passou e nada aconteceu. Foi só a noite que tudo desandou. A última vez que tive diarreia eu ainda era criança e não queria ter de passar por isso de novo quando adulto. Foi horrível. Uma péssima noite de sono com inúmeras idas ao banheiro. Uma noite de rei como dizem.

Cheguei a pensar em covid-19, mas pela manhã descartei essa hipótese. Ao contar para uma colega que não iria trabalhar devido a minha condição, ela me disse que estava tendo o mesmo problema. E aí descobrimos a causa e ficou tudo mais leve, literalmente. Fui ao médico e ele confirmou o diagnóstico de intoxicação alimentar. Após comprar os remédios passados, comecei o tratamento.

Logo melhorei e hoje estou novo em folha, mas essa é uma experiência que não quero repetir nunca mais. Não irei comer mais no dito restaurante e precisarei tomar ainda mais cuidado daqui para frente. 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Caos Urbano T02C12

 CAPÍTULO 12 – AS NAMORADAS PARTE 2

Devido ao tremor, os carros pararam nas ruas e alguns até se acidentaram. Sem opção melhor, Carla e Carol decidiram continuar seu percurso a pé. Elas andavam normalmente, quando viram um grupo de homens armados vindo em sua direção.

— Ah, caramba! Vamos dar a volta. – Carol disse e ia virando o corpo, mas foi impedida.

— Espera! Você tá louca? Se fizermos isso, eles vão vir com tudo pra cima de nós. – Carla argumentou.

— Então o que faremos? – a morena indagou.

— Vamos passar por eles. – a loira disse.

— Como?

— Com um truque que aprendi na faculdade. – Carla começou. – Os homens têm um fetiche em ver ou imaginar duas mulheres juntas.

— Tá e daí? – Carol devolveu sem entender e então teve um estalo. – Espera aí, você não está sugerindo que...

— Estou. – a jornalista confirmou. – Fica tranquila. Vai ser facinho. Só segue a minha. Ah! Mas antes precisamos fazer umas modificações.

Carla puxou seu cabelo para cima deixando-o arrepiado. Levantou as golas de sua camisa polo e abriu dois botões da camisa social de Carol.

— Eles estão chegando, me abraça. – a loira disse colocando o braço ao redor da cintura da outra. – Faz uma cara sensual.

Os homens ocuparam toda a calçada e alguns apontavam armas para elas.

— Ora, ora. O que temos aqui? Onde as mocinhas pensam que vão? – disse um homem que aparentava ser o líder.

— Estamos indo pra casa. Depois de um longo dia de trabalho, só queremos um bom banho e uma noite de sexo selvagem. Não é, amor? – Carla disse e apertou a bunda de Carol, que levou um susto, mas logo se recuperou.

— Isso mesmo! – ela disse e jogou seu cabelo para trás. – Então, se nos dão licença...

— Parada! Ninguém vai a lugar nenhum. – disse um homem que estava mais nervoso. – O Dr. Morte disse que podemos matar todo mundo. – ele disse erguendo firmemente a arma.

— Calma aí, Juninho! – disse o líder, que não notou a reação das mulheres ao nome do médico. – Isso não quer dizer que vamos matar todo mundo. – o rapaz baixou a arma e o líder continuou. – Agora, senhoritas, meus amigos e eu podemos deixá-las passar se nos derem uma amostra de como será a noite de vocês. – ele finalizou com um sorriso malicioso.

— Claro, sem problemas! – Carla disse e se virou de frente para a advogada. – Bom, vamos lá!

— Espera! O quê? – Carol perguntou assustada.

— Coloca a mão no meu pescoço. – a jornalista disse e pôs a mão no seio da morena. – É só um beijo.

As duas mulheres se seguravam desajeitadamente e nada convincente. Suas bocas estavam bem próximas, mas não chegavam a se encostar.

— Eu não consigo. – Carol confessou.

— Eu também não. – Carla admitiu. – Me desculpa, eu realmente achei que isso daria certo. Condenei a nós duas.


Nesse momento, um furgão militar surgiu a toda velocidade e atirou nos bandidos. O veículo parou e suas portas traseiras se abriram. Carol e Carla estavam bem abraçadas.

— Todos os meliantes foram atingidos, senhor. O casal homossexual está ileso, senhor. Impedimos um crime de ódio, senhor. Homofóbico, no caso, senhor. – disse uma mulher fardada.

— Você está muito séria de novo, Bassanessi. – disse um homem de olhos azuis.

— Senhor, desculpe, senhor. – Bassanessi disse se empertigando toda.

— Essas mulheres não são lésbicas. – disse um homem mais velho que descia do furgão e tirava o capacete de proteção. – A não ser que a namorada do meu melhor amigo tenha trocado de time, mas não acho que esse seja o caso, não é mesmo, Carla? – ele terminou.

— Leonel! – a jornalista reconheceu o amigo de Rubens e correu para abraçá-lo.

Ela contou tudo o que tinha acontecido e como tinham chegado até ali. O Coronel Leonel Macedo e seus soldados foram até o local seguro do Motoqueiro das Trevas. Ao ver tudo destruído, Carol usou o GPS que seu namorado tinha na moto para situações como essa. Isso fez o coronel lembrar que ele tinha dado uma caneta com GPS para Rubens e assim que os dois terminaram de localizar os alvos, compararam os resultados.

— Eles estão no mesmo lugar! – disseram em uníssono.

O furgão então seguiu para lá. Um soldado, maior que todos os outros, notou os olhares apreensivos das mulheres e resolveu acalmá-las.

— Não precisam mais se preocupar, senhoritas. Afinal, agora vocês estão com o Comando Épsilon.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Conspiração Temporal T03C06

 CAPÍTULO 6 – BECKY 

Depois de conhecer alguns lugares da comunidade, as viajantes do tempo acabaram chegando no barracão onde ficava a piscina da antiga universidade. A estrutura ainda estava lá, porém sem água e totalmente reformulada. Havia vários equipamentos para treino com arma de fogo, com facas e espadas, e para fortalecer o corpo.

Uma moça loira treinava golpes em um boneco de madeira mudjong. Ao notar as duas amigas ela parou o que fazia para falar com elas. Em vez de usar as escadas, ela pulou de uma parede para outra até chegar no piso acima.

— Olá! – ela disse ao ficar de frente para as mulheres.

— Oi! – elas devolveram um pouco surpresas pela atitude da garota.

— Eu conheço todas as pessoas que vivem nessa comunidade. – ela começou. – E vocês, eu nunca vi antes. Isso só pode significar que vocês são as viajantes do tempo. – a loira, que era mais baixa que Nanda, disse.

— Sim, isso mesmo! Eu sou a Jess e essa é a Nanda. – a morena apresentou, começando a achar graça na moça em sua frente.

— Muito prazer! Meu nome é Rebecca, mas podem me chamar de Becky. – a moça disse e pegou na mão de cada uma das viajantes. – Então, me contem como é viajar no tempo? Como é o passado? Vocês conheceram meu tataravô Zé Mané? Como é um mundo sem zumbis?

— Segura a onda, Becky! Essas duas passaram por muita coisa. – uma voz conhecida disse se aproximando das mulheres.

— Irmãozão! – Becky disse animada e se jogou contra o homem apertando-o em um abraço.

— Vejo que conheceram minha irmã mais nova. – Zé Ruela disse para as viajantes.

— Irmã? – as duas falaram em uníssono enquanto tentavam processar todas as informações dos últimos minutos.

— Sim. – Zé confirmou com uma risada. – Pode não parecer, mas ela é uma das melhores da minha equipe de exploração. Ela é especialista em todo tipo de arma de fogo e branca. Toda manhã nós treinamos nossas técnicas de espadas. – ele contou.

— Uau! – Nanda conseguiu dizer.

— Ei! Onde estão as armas de vocês? O Dr. Cintra disse que vocês têm umas armas bem legais. – Becky começou em ritmo acelerado. – Ah! Vocês devem ter deixado no quarto em que estão, né? Eu entendo, não tem porque andar armado pela comunidade.

As duas amigas se entreolharam sorrindo e apertaram no meio de suas respectivas cinturas fazendo seus cintos invisíveis aparecerem.

— Uau! Cintos invisíveis! – Becky admirou. – Ei, isso é uma sawn off? – ela perguntou sobre a arma de Jess.

Enquanto a morena mostrava sua arma para a nova amiga, Nanda puxou o líder da comunidade para o lado.


— O que foi? – ele perguntou.

— Você disse que estaria do nosso lado na reunião com o Conselho, mas não foi como agiu. – Nanda disse.

— É que é complicado. É uma questão muito delicada. – Zé se defendeu.

— Na verdade é bem simples. Nós voltamos no tempo, impedimos que o apocalipse zumbi aconteça e esse futuro que você vive nunca terá existido. — ela disse e espantou o homem.

— Ainda assim, nós estaríamos confiando tudo a vocês. – ele ponderou.

— Foi o que o Dr. Cintra fez da primeira vez. – Nanda disse. – Olha, você não disse que faria qualquer coisa por ele? O Dr. Cintra acreditou em nós e arriscou tudo para nos enviar ao passado. Se você realmente acredita nele, tem que acreditar em nós. – a loira discursou.

— Você, moça, tem um ótimo argumento. – Zé Ruela disse e sorriu.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Caos Urbano T02C11

 CAPÍTULO 11 – CAPTURADOS    

Eles estavam a meio caminho do distrito policial quando sentiram o tremor e a explosão. Os carros deslizaram e alguns se bateram. Raquel conseguiu frear a tempo e evitou um acidente. Devido a isso, Rubens foi para frente devido ao movimento e passou por entre os bancos quase alcançando o painel. 

— Ei, você está bem? – Raquel quis saber.

— Tá preocupada, comigo, detetive? – Rubens disse com um sorriso, enquanto a morena o empurrava para trás.

Raquel sabia que Rubens não tinha matado o suspeito dela, pois não havia nenhum resíduo de pólvora em suas mãos. Ela chamou a perícia, alguns guardas municipais para guardar o local e, com isso, pôde lidar pessoalmente com o jornalista intrometido.

— Venha, vamos a pé o resto do percurso. – ela disse tirando o cinto e saindo do carro. 

Ela abriu a porta de trás e puxou o jornalista para fora. Ela andava segurando um dos braços dele, ao mesmo tempo em que as pessoas ao redor ficavam paradas sem saber o que fazer. Nesse momento, há algumas quadras de distância, um grupo armado atirava para o alto. Alguns entravam em estabelecimentos enquanto outros assaltavam as pessoas pelo caminho.

— Certo, agora complicou um pouco. – Rubens disse.

Raquel o puxou para dentro de uma farmácia. 

— Você tem que me soltar, detetive. Agora é uma questão de vida ou morte. – ele disse.

— Aham, e vai querer uma arma também? – ela devolveu com desdém.

— Não, eu não sou muito bom com armas. – ele disse e ela revirou os olhos enquanto virava o corpo pra fora da farmácia. – Ah, era retórica? Tá bem.

Com a arma apontada na direção do grupo armado, ela notou que eles começavam a chegar em sua localização.

— Tudo bem, eu vou te soltar, mas... – ela falou virando para trás e viu Rubens livre de uma algema e tirando a segunda. – Como você...?

— Puxa, você ia me soltar agora? Você foi tão firme agora há pouco que não achei que fosse me soltar mais. Segura aqui. – ele disse entregando as algemas e um grampo de cabelo dela para ela. – Não conseguiremos sair daqui sozinhos. Precisamos pedir ajuda agora. – ele disse ao mesmo tempo que mexia no celular. 

Raquel guardou as algemas e tentava entender o que estava acontecendo quando homens armados apareceram e renderam-na facilmente. Quando descobriram que ela era policial, quiseram saber o nome dela, pois o Dr. Morte estava procurando uma. Confirmando que era a mesma, levaram-na como refém. Após muita insistência, levaram Rubens também.

Pegando dois carros abandonado na rua, o grupo se dividiu para caber cada refém em um veículo. Eles passavam por cima das pessoas e batiam em todos os carros pelo caminho. Pareciam não saber direito aonde estavam indo e quando encontraram uma rua mais livre, uma van emparelhou com os carros e atirou nos pneus dos dois carros.

— A cavalaria chegou. – Rubens disse e sorriu enquanto seus raptores se desesperavam.

Ao mesmo tempo, quase como se fosse combinado, uma moto surgiu do lado oposto ao da van enquanto os carros tentavam se controlar na rua. Tiros acertaram as cabeças dos motoristas e dos homens que guardavam cada refém. 

Em um movimento coordenado, a van empurrou o primeiro carro na direção de um poste para pará-lo, ao mesmo tempo em que servia de barreira para o segundo. Enquanto isso, a moto deu cabo dos homens sentados nos bancos do carona. Com tudo parado, Rubens e Raquel empurraram respectivamente os homens que os separavam da porta. 

— Foi daqui que pediram um resgate? – Zé disse saindo pela porta lateral da van.

— Bem na hora, meu amigo. – o jornalista disse e apertou a mão do espião.

— Eu sei que ele ajudou um pouco, mas você achou que a gente não daria conta? – Zé perguntou enquanto apontava para o Motoqueiro.

— Eu não sabia que vocês dois viriam. Chamei os dois porque a situação estava grave. – Rubens disse e riu.

— Raquel?! – Ian disse ao ver a detetive.

— Ian! Você conhece essas pessoas? – Raquel quis saber.

— Ah, ótimo! Vocês já se conhecem! Isso poupa apresentações. Quer dizer, ainda tem os espiões, mas é uma a menos. – o paulista disse.

— Espiões? – Raquel se espantou olhando para as pessoas na van.

— Rubens. – Ian chamou sério. – Onde está a Carol?

— Quem? – o jornalista devolveu sem entender.