terça-feira, 13 de março de 2012

As cartas


Carpo e Ana tiveram que segurar sua curiosidade, pois Lucy não lhes disse mais nada sobre a tal prima Bárbara até a hora do jantar. Quando eles se sentaram, não esperaram mais e, quase ao mesmo tempo, indagaram a garota.
– Nossa, gente! Como vocês são curiosos. – ela comentou, enquanto Maria lhe servia. – Obrigada, Maria. Eu vou lhes contar. O que querem saber? – ela provocou e encheu a boca com um pedaço de carne.
– Como você é enrolada, prima. Diz quem é Bárbara e como você sabe da existência dela. – Ana pediu.
– Foi logo que o nono morreu. Ele contou para mamãe que sempre manteve contato com o irmão caçula, Antonio, o qual eu passei a chamar de tio Toni. – ela disse abocanhando um pouco de arroz. – Enfim, desde que eles foram morar em estados diferentes, passaram a se comunicar por cartas.
– Tinha cartas entre ele e o meu pai também? – Ana quis saber.
– Não nas que o nono nos mostrou. Sinto muito, prima. Pelo que parece o seu pai se isolou dos outros. – Lucy falou fazendo uma cara triste. – Bom, em várias eles mencionaram suas filhas, e neta, no caso eu. – ela apontou para si mesma ao dizer isso. – Em uma dessas, tio Toni se referia a Bárbara, sua filha. E o endereço é de Curitiba, Paraná. Além de que eles sempre perguntavam e falavam sobre suas cidades. “Ei, Toni, como está Curitiba? Soube que está muito frio.” “É, Carlo, fratelo mio, o inverno sabe ser rigoroso aqui, mas e São Paulo? Ouvi dizer que aí não para de chover.” – a menina disse com uma voz grave tentando imitar os dois irmãos.


– Então, quando disse para passarmos em Curitiba e encontrarmos com a Bárbara, estava considerando o endereço utilizado para o envio das cartas? – Carpo quis confirmar.
– Exatamente. – a carateca respondeu.
– De quando é a última carta? – o rapaz perguntou.
– Uma semana antes de o nono morrer. Há uns dois anos, eu acho.
– Dois anos, hum... – o economista pensou. – Acho que dá para arriscar.
– Eu também, ainda mais que iremos encontrar a última Cesca e, com ela, a última chave. – Ana comentou.
– Sim, e vamos precisar de alguém que nos guie pela cidade e nos leve à Paranaguá. – Lucy emendou.
– Ei, ei, ei! – Carpo disse, chamando a atenção das Cesca para si. – Eu sou de Curitiba. Moro lá há anos. Será, sim, importante encontrarmos a prima de vocês, mas não por precisarmos de um guia. – o rapaz falou.
– Você é de Curitiba? Por que não falou antes? – Ana quis saber.
– Não surgiu oportunidade. – ele respondeu.
– Certo. Bom, podemos partir amanhã bem cedo, assim não pegamos o trânsito do pessoal que vai trabalhar. De carro, leva o que? Cinco horas? – Ana perguntou a Carpo, mas foi Lucy quem falou antes.
– Do que você está falando, prima? – ela perguntou. – Por que quer saber o tempo que um carro leva daqui até lá?
– Porque achei que fôssemos de carro. Não acho que vamos conseguir lugar em algum vôo amanhã. – a veterinária afirmou.
– Isso não será necessário. Iremos usar o jatinho da empresa. Mamãe disse que eu poderia usar em uma situação de emergência. Eu considero esse o caso. – Lucy explicou.
– Tem certeza, prima? Sua mãe pode achar ruim. – Ana disse relutante.
– Não tem problema, não. Ela disse que um dia eu terei que aprender a lidar com essas coisas, por isso depois que tomei banho, fiz umas ligações e já acertei tudo para amanhã. Antes do almoço, estaremos em Curitiba.
Lucy informou e um silêncio tomou controle do cômodo. Eles terminaram de comer e foram dormir. Enquanto processava as informações, Carpo lembrava como a menina tinha dominado a situação em tão pouco tempo. Ele achou muito legal o comportamento dela e ao mesmo tempo se sentiu bem por saber que ela não iria conseguir ficar no comando em um local desconhecido. Dessa vez aquela aventura doida os havia direcionado para o seu terreno. Pela primeira vez desde que se formou, Carpo estaria em casa.

4 comentários :

  1. Gostei de ver que o economista delicinha vai tomar conta da bagaça. Aí sim, a mina (eu) pira.
    E Lucy, han? Desenrolada toda! Super senhora da situação.

    Então realmente não havia sido falado em nenhum Bárbara, não é? Fico mais tranquila. kkkkkk

    Beeeijos.

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  2. Olha eu de volta!
    Ultimamente estou em uma correria louca, mas estou sempre acompanhando, mesmo não dando tempo de comentar na maioria das vezes.
    Eu li e pensei: Puxa, também gostaria de ter um jatinho particular para momentos de emergência, rs.
    Beijos

    http://www.giselecarmona.blogspot.com/

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  3. Oi Ricky!
    Bom sobre Trinity Blood é um anime que quando vi eu gostei mas não cheguei a me emplglar tanto..porém quando me deparei com o mangá...ai fiquei viciada na obra!
    Nossa, sério que a Popularidade já tem 14 capítulos? Caramba! Acho que vou ter que salvar todos os textos e imprmiri pra ler com calma pq no pc não dá @_@. Pelo menos acumula capítulo ai leio um montede uma vez kkk.
    bjs

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  4. Será mesmo que o Carpo vai tomar o controle da situação? Bem, pelo menos vai evitar as meninas de se perderem por lá UAHUAHUAH que coincidência da zorra essa!

    100? Já já chego lá.

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