sexta-feira, 30 de março de 2012

Como lidar com a morte?

Já tive meus momentos com essa tal de morte, mas nunca havia batido de frente com ela, como recentemente. Nosso primeiro encontro, não foi bem um encontro, ela apenas me disse "Ei, eu existo!", foi quando eu tinha uns 9 ou 10 anos. Um dos meu tios, irmão mais novo do meu pai, morreu num acidente de carro. Ele morava bem longe de mim, mas eu senti a sua morte e ainda lembro dos poucos momentos que tivemos. Na minha adolescência, ela apareceu e disse "Ei, olha eu aqui de novo, to chegando perto hein!". Outro tio meu, dessa vez do lado materno, se matou no reveillon de 2005. Desse eu senti mais, mas por outro lado não chorei, o que me perturbou um pouco.

Esse ano, mais precisamente à meia noite de segunda-feira dia 26 de março, ela voltou a visitar minha família e ela foi bem ousada "Vou levar alguém muito importante dessa vez!". Ao mesmo tempo, ela até que foi "boazinha", pois meses atrás um mensageiro dela veio e disse "Ela vai levá-lo daqui tantos meses, estejam preparados". Explicando: meu avô morreu devido a um câncer que o acometeu e o enfraqueceu até o derradeiro fim. Mesmo já sabendo o inevitável, que nós tentamos evitar, foi muito duro quando aconteceu. Com os meus tios eu não tinha sentido o que senti com a morte do meu avô.

Eu senti as lágrimas cairem e o meu corpo tremer ao ver o corpo imóvel dele. Mesmo quando ele estava sem falar e sem forças para se mexer, saber que ele estava vivo nos dava esperança. Mas com o passar dos dias fomos apenas nos preparando para o desfecho. Minha mãe e minha avó foram as que mais sentiram, meus tios também, mas minha mãe era a mais ligada a ele. Dias antes da morte dele, eu comecei a lembrar dos nossos momentos juntos, desde que eu era o mais novo que eu consegui me lembrar até o mais recente. É claro que as lágrimas caíram a cada momento lembrado, mas era o que eu queria, descobrir que chorar faz bem.


Quando criança eu tinha medo e respeito por ele, conforme fui crescendo, o medo se foi e respeito só aumentou, a admiração e a amizade também surgiram, assim como nossas conversas melhoraram. Antes eu não gostava de ficar sozinho com ele, depois dos 12, eu queria ficar sozinho com ele. Os churrascos, as pedaladas, as idas à igreja, as conversas, as explicações, as piadas... Eu poderia ficar falando até cansar de tudo que eu vou sentir falta, mas não vou me estender. Não fui criado pelo meu pai, mas meu vô foi quase isso, foi meu exemplo masculino, então ajustando aquela frase, eu posso dizer que meu avô foi meu herói.

A morte dele tem sentido duplo, pois apesar de ele ter ido, ele está aqui comigo, com minha mãe, com minha avó. E agora mais perto do que nunca. A única coisa ruim é não poder abraçá-lo e saber que vai demorar (ou não) para eu fazer isso de novo. Então, Vozinho, aí onde o senhor está, saiba que eu te amo muito.

8 comentários :

  1. Nunca estamos preparados para lidar com a morte, Rickynho. Ela chega rapidamente, sem nos preparar. O tempo acalma a dor, deixando a saudade. As recordações ficam, né? Na postagem que fiz, sobre a morte do meu grande amigo, Flávio, percebi nos comentários dos blogueiros que eu precisava me apegar nos momentos bons que tive com ele. Então lhe digo o mesmo... As lembranças acalentam o coração, mesmo trazendo a danada saudade com ela.

    bjks

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  2. É, não temos como lidar com a morte... E nem sabemos!!!
    Infelizmente '-'
    Mas SEMPRE devemos pensar pelo lado bom... Se é que tem lado bom...

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  3. Eu não tenho muita coisa pra dizer além de que esse post foi o mais lindo que eu já li aqui.
    Uma graciosa homenagem. :)
    Nunca quis tanto te abraçar como naquele dia.
    Ao menos, de uma forma meio torta, eu ACHO que consegui te ajudar (mesmo que seja te distraindo com todo o meu falatório fútil). Hahaha.

    Chega, senão vou chorar pelo teu avô e pela minha bisa. Nós não queremos isso.
    Beijos.

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  4. Meus pêsames.

    Morte, nunca sabemos quando ela vai aparecer e nem quem vai levar. É muito difícil de lidar com essa situação. Eu também perdi o meu avô e sei como é ruim, ele morreu em 2004.
    Muitos dizem que a morte é uma extensão da vida, contraditório não?
    Mas não podemos fazer nada para evitá-la, o que devemos fazer é viver intensamente e nunca ter vergonha de dizer "eu te amo" para um pessoa querida. Porque eu acho que a pior coisa é quando alguém próximo se vai e você teve a oportunidade mais não falou um "eu te amo"
    A morte nos faz refletir muito né?

    Abraço.

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  5. Que dizer Ricky? Eu creio que ele estará contigo exatamente nessas lembranças boas, nos momentos de carinho, de amizade, nos ensinamentos, nas brincadeira... Vai bater uma saudade enorme que vai fazer seu peito arder de dor, de vontade da abraçar! Vem bater à porta do core a saudade que é exatamente o amor que ficou guardado no peito.
    Beijokas doces e meus pêsames.

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  6. Oi Ricky!
    Rapaz escrevedor, como vai?

    Meus pêsames pela perda. Não deve ser fácil. A morte é uma coisa dificil de se lidar mesmo e por mais que alguém diga que está preparado quando chega o momento ela percebe que não está.
    Mas o que seria de nós sem a morte? Bem creio que sequer existiriamos.

    A forma como vc escreveu me tocou muito..quase pude sentir um pouco do que vc sentiu. Há muito tempo quando criança perdi minha avó um dia depois do meu aniversário. E foi algo dificil.

    Nossa Ricky...lendo o que vc escreveu..senti um pouco da gande dor que vc sentiu. É tão dificil perdermos um ente querido. De perder alguém próximo de mim foi minha avó. Mas eu era pequena e lembro oque chorei muito. Falei no blog da Joyci que fez um post sobre o mesmo tema e repito aqui; tenho muito medo da morte, que ela venha quando ainda há tanto que quero ver e fazer. E esse medo me faz me preocupar com as pessoas que gosto, de ter certeza que está tudo bem com elas.
    Me surreendo com a rapidez que vc consegue bolar e escrever os contos...e olha que vc trabalha! Sorry nos falarmos pouco mas é que é tão corrido e esses tempos ando meio mal emocionalmente.
    Ah ultimamente tem muitos cosplayers brasileiros se destacando. Um rupo até venceu um campeonato internacional..vi a apresentação dele em um evento recente em SP e eles são mesmo muito bons.
    bjs

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  7. Sei bem desses dias que sucedem a morte de alguém querido, e o quanto é difícil cair a ficha. Mas a saudade que atormenta no começo, transforma-se em lembrança boa. Estive falando com minha colega esses dias, ela disse algo como: "quando eu morrer não precisa ninguém chorar por mim, não. Vocês tem é que ficar alegres porque eu existi!", e só pude concordar plenamente com ela. Entretanto, falar é sempre mais fácil...

    Beijos, Ricky

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  8. Nossa eu estou muito emocionada aqui,se naum for muito incomodo,sera q algum de vcs podem me ajudar?Eu descobri ontem q minha avo tem no maximo dois meses de vida pos ela morrera com cancer.Eu naum sei mais o que fazer. A cada dia q passa ela vai chegando mais perto da morte e isso parece ser inaceitavel pr mim sem falar q e orrivel uma pessoa saber quanto tempo de vida tem.Preciso da ajuda de vcs pr aceitar q ela morrera .

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