APENAS DADOS
― O que aconteceu? Onde estamos?
– a garota perguntou enquanto olhava para as ruas que os rodeavam.
― Eu não sei. Só lembro que
estávamos na sala testando aquilo e então... – um dos rapazes disse e também
olhou ao redor confuso. – Acho que isso quer dizer que funcionou.
― Espera aí, você está dizendo
que estamos... – a garota começou.
― Dentro do meu computador! – o
segundo rapaz completou.
― Mas isso não parece o interior
de um computador. – ela comentou.
― Não há outra explicação. E acho
que aquilo resolve o nosso dilema. – o primeiro rapaz apontou para uma loja
cuja placa dizia “Coisas do Kevin”. – Você não tem uma pasta com esse nome,
Kevin?
― Sim, eu tenho! – Kevin
respondeu com um brilho nos olhos e correu até o local, seguido pelos amigos.
― Quer dizer que agora nós somos
apenas dados digitais? – a garota perguntou e o amigo assentiu com a cabeça.
Liderados por Kevin, os três
entraram e observaram por instante o que pareceu ser o interior de uma banca de
jornal. Duas estantes no meio e mais duas fixadas nas paredes laterais. No
fundo, havia um balcão e uma porta.
― Olhem isso! Todos os CDs que eu
baixei! – Kevin. – Frank, Vick, vocês precisam ver isso. – ele chamou.
― Ah! As fotos de quando fomos
acampar. – Frank reconheceu e os três riram um pouco.
Depois de passarem pelos
trabalhos feitos e mais livros e filmes baixados, os amigos chegaram ao balcão.
Nele, estava um computador ligado com uma tela bem grande.
― Ei, vejam. É o nosso apê. –
Vick notou. – Como pode ter um computador dentro de um computador?
― Não sei, mas acho que é por aí
que vamos embora. – Frank disse.
― Mas nós não vamos agora, né? O
motivo por termos vindo no MEU computador é para ver porque ele tem estado
lento. – Kevin rebateu.
― Hã... pessoal? Acho que estamos
sendo observados. – Vick avisou.
Do lado de fora da loja, muitas
pessoas olhavam com expressões de espanto e surpresa para dentro do local. Como
ninguém entrou, os três amigos resolveram sair.
― Qual de vocês é o Kevin? – uma
das pessoas perguntou assim que eles saíram da loja.
― O que o faz pensar que um de
nós se chama Kevin? – Frank rebateu antes de o amigo poder responder.
― Porque Kevin é o único que pode
entrar em “Coisas do Kevin”.
― Eu sou o Kevin. – o dono do
nome disse e todos se curvaram perante ele.
― Então você é o Criador! Venha
conosco, precisamos levá-lo até o ancião da Vila Documentos. – disse um dos
moradores e os três amigos se entreolharam.
O ancião era um homem pequeno com
longos cabelos e barba branca. Estava sentado na varanda da última casa da rua.
Ao ver a multidão se aproximando, ele se levantou e os esperou na calçada.
― Olá, senhor. Meu nome é Kevin
Zouki e esses são meus amigos, Franklin Grunwald e Victória Rodrigues. Nós
estamos aqui para...
― Eu sei quem são vocês. – o
velho disse.
― Como você... – Kevin tentou
questionar.
― Existe uma profecia que diz que
você viria para nos salvar do grande mal. – o ancião explicou.
― Ah é? – o rapaz perguntou e
olhou para os amigos com expressão confusa.
― Senhor, ele está vindo! O
monstro! – disse um morador que chegava correndo para avisar o ancião.
― É hora de cumprir a profecia,
Criador. – o mais velho disse.
Um grande barulho chamou a
atenção de Kevin, Vick e Frank, que olharam para trás no mesmo instante. O
monstro, cuja altura ultrapassava a das casas da vila, acabava de cruzar a
esquina da quadra em que estavam. Seu corpo parecia o de um homem bem
musculoso, era roxo e seus dedos de ambos os membros possuíam poderosas garras.
Sua cabeça lembrava a de um javali com dentes bem proeminentes. Ele brandia uma
clava que usava para destruir tudo em seu caminho.
― Como podemos lutar com algo
assim? – Kevin perguntou.
― Aqui, vocês podem ser o que
quiserem. É só pensar que se torna realidade. – o ancião explicou.
― E por que vocês não fizeram
isso ainda? – Frank quis saber.
― Apenas alguns tipos de dados
tem esse poder. Além de vocês, só os dados da grande metrópole o possui. – o
velho respondeu.
― Que grande metrópole? – Kevin
emendou.
― A Internet, é claro. – o ancião
disse.
― É só pensar que se torna real,
não é? – Vick falou chamando a atenção dos outros e tentando se concentrar. –
Então, serei uma guerreira como eu sempre faço quando jogo RPG.
No instante seguinte, a bela
mulher de cabelos castanhos teve sua roupa mudada para um traje de luta. Uma
túnica de material flexível e resistente; proteção de metal nos membros; e uma
grande espada.
― Uau! – Kevin e Frank exclamaram
admirando a amiga, que era mais baixa que eles, mas possuía todas as curvas no
lugar certo.
― Vocês vão ficar babando muito
tempo ou vão tentar também? – ela provocou.
― Bom, eu sou muito bom em jogos
de tiro. – Frank falou e a seguir seu pensamento também se tornou real.
Seu vestuário consistia em: botas
de coturno; uma camiseta de manga comprida; uma calça com vários bolsos; uma
boina; e tudo isso preto. Em cada parte de seu corpo, havia uma arma para usar,
em sua maioria rifles e pistolas, mas também tinha automáticas.
― Muito bacana, Frank. – Kevin
elogiou. – Vamos ver o que eu consigo.
Uma armadura dourada envolveu o
corpo do rapaz. Na parte de cada antebraço, havia um dispositivo emissor de
energia. Um elmo com vidro na parte do rosto cobria sua cabeça.
― Muito bem! Vamos lá acabar com
esse monstrengo. – Kevin disse.
Incrível. Sua imaginação sempre me surpreende!
ResponderExcluirmuito legal, amando seu blog ♥
ResponderExcluirBLOG | YOUTUBE | FAN PAGE
Interessante! Vamos ver até quando eles desejarão permanecer lá dentro. No começo, tudo é bom, haha. E acredito que também seja assim a tecnologia. Ao meu ver, a maioria das pessoas estão encantadas com os avanços tecnológicos do século 21, mas e quando só tiver tecnologia neste mundo?
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