sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Comando Épsilon T01C11


A ILHA PRISÃO

O grupo liderado pelo Capitão alcançou a nascente do rio. Atravessaram e Maki foi o primeiro a notar as pegadas recém deixadas na margem.
— Eles foram para lá. – disse o atirador, indicando a direção para a qual os donos das marcas teriam ido.
Seguiram um pouco e ouviram um tiro. Ainda não tinham um bom campo de visão, por isso não puderam saber o que acontecera até aquele disparo. Ao olhar em volta, Zurique viu uma árvore maior e mais larga que as outras e tomou uma decisão.
— Ramos, você e o Sr. Pacheco se escondam atrás daquela árvore, enquanto Maki e eu vamos resgatar o Santana e a Nikolofski. – ele aproximou-se dela. – Se o combate com algum habitante da ilha for inevitável, use a arma, você ainda lembra como atira, não é?
— Sim, senhor. – ela respondeu.
— Ótimo! Voltamos logo. – o líder avisou e saiu com o atirador.
João sentou e recostou-se ao tronco largo da árvore vista por Zurique.
— O que é esse lugar? – ele perguntou.
— Você não sabe? – Ramos se espantou e sentou ao lado dele.
— Mencionaram “Ilha Prisão”. – ele chutou. – Desculpa, é que só costumo ler notícias que afetam diretamente o meu trabalho.
— Então, é isso. Nós estamos na Ilha Prisão. – ela resumiu.
— Você é muito bonita para estar em um comando desses. – ele disse, mudando bruscamente de assunto e encabulando a soldado.
— Ah... Obrigada. – ela agradeceu sem jeito. – Então, gostaria de saber mais sobre a Ilha Prisão? – ela perguntou, decidindo voltar ao assunto anterior.
— Sim.
— Muito bem. – ela disse e se preparou para contar. – Há dois meses, dois helicópteros trouxeram 100 criminosos condenados cada e pousaram um no lado oeste e outro no lado leste da ilha. Os policiais retiraram os presos do veículo e os enfileiraram na praia. As algemas foram soltas eletronicamente à distância, assim que o helicóptero levantou voo. – Ramos disse. – Inicialmente, eles não reagiram, mas logo uma grande briga começou e outros fugiram. Estima-se que quase metade morreu só no primeiro dia. A partir de então, grupos foram formados para maior chance de sobrevivência. Mas ainda assim, cada um em seu canto, e, mesmo dentro de um mesmo grupo, duvido que eles consigam chamar alguém de amigo e dormir com a certeza de acordar vivo no outro dia. – ela concluiu.
— Uau! – foi só o que João conseguiu dizer depois de tal relato.


— Quem é você? – Gamba quis saber.
— Eu sou o Capitão Zurique e, se você permite, gostaria de me aproximar de meus companheiros. – ele disse, deu um passo e várias armas foram apontadas para ele. – Olhem, estou desarmado! – disse levantando os braços.
Gamba acenou para seus homens e Zurique se aproximou de Nikolofski.
— Desculpe, Capitão. Não consegui me soltar a tempo. – a Tenente disse, deixando escapar lágrimas dos olhos.
— Algum plano, Capitão? – disse Santana, que se soltou e se uniu aos outros.
— Sim, mas não dá para explicar os detalhes. Fiquem espertos e sigam o que eu fizer. – ele disse e se levantou, seguido por seus colegas. – Foi você quem matou minha atiradora de elite? – o militar perguntou para Gamba.
— Isso mesmo. – o criminoso admitiu com orgulho. – Pretende fazer algo a respeito? – ele provocou.
Zurique olhou para os lados e viu todas as armas apontadas em sua direção. Alguns metros sobre o local, Maki estava pronto para atirar, apenas aguardava o sinal do Capitão. Afinal, esse havia sido o combinado. O atirador lembrava das palavras exatas que seu superior disse assim que se separaram da Ramos e do Pacheco.
— Vamos usar a mesma estratégia que fizemos contra o Crupiê. Eu no chão e você nas árvores. Quando descobrirem onde você está, eu já os terei nocauteado. Espere pelo meu sinal. – Zurique disse.
Enquanto, lembrava-se disso, Maki viu um vulto surgir do lado oposto a ele e do acampamento dos criminosos. No instante seguinte, uma espada fez um grande corte em toda a extensão do tronco de Gamba.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Conspiração Temporal T01C11


SATIF

— Existe há possibilidade de você parar de destruir as invenções do Dr. Cintra? – Nanda perguntou ao andróide.
— Negativo. Minha missão é exatamente essa, destruir toda e qualquer criação do humano conhecido por Dr. Cintra. – SATIF respondeu.
— Muito bem, então terei que pará-lo à força. – a loira disse e sacou sua arma.
— Minha armadura é feita de titânio, projéteis de armas de fogo não são efetivos contra mim. – o andróide disse ao ver o movimento da moça.
— E quem disse que eu uso projéteis?
SATIF olhou ao mesmo tempo em que Nanda puxou o gatilho e um feixe de energia foi disparado de sua arma única e especial. O punho do braço direito do andróide foi pulverizado, e sua mão caiu na mesa. A reação do robô foi calma e tranquila. Estendeu seu antebraço para o local onde estava sua mão, e dele saiu vários e pequeninos objetos metálicos.
— Meu interior está preenchido por nano-robôs. – ele disse enquanto seu membro era reincorporado. – Não importa o dano que faça em minha armadura, os nano-robôs sempre irão reparar.
— Ah é? Então toma isso. – ela disse e atirou seis vezes em todo o corpo do andróide.
 Quase instantaneamente ao ser atingido, os nano-robôs repararam todos os locais danificados. SATIF largou o aparelho que estava prestes a quebrar e avançou contra a moça. No momento seguinte, Nanda sentiu seu pescoço ser envolvido por um metal frio. A cada aperto feito pelo robô, as forças da loira diminuíam mais, logo, percebeu que estava fora do chão, sendo suspensa apenas pelo andróide.


Com o que lhe restava de força, Nanda sacou a arma com o braço direito e atirou na cabeça do robô. O impacto fez com que soltasse a garota, que caiu violentamente no chão, passou as mãos no pescoço, tossiu e ofegou, recuperando o fôlego. Ao erguer a cabeça, não pôde acreditar no que viu: toda a cabeça de SATIF havia sido regenerada por nano-robôs. Sem perder tempo, o robô lançou um soco na direção da garota, que rolou para o lado, mas não conseguiu escapar do chute que veio depois.
Nanda foi jogada contra uma parede e a força de seu impacto fez todas as prateleiras caírem sobre ela. Um movimento de SATIF se aproximando chamou sua atenção e a loira se levantou rapidamente para desviar do golpe. Assim que se endireitou, Nanda esbarrou em uma mesa e percebeu umas anotações em cima dela. Mexeu melhor para saber o que era e descobriu se tratar do projeto do robô que a estava atacando.
Um soco teria acertado a moça, se esta não tivesse se desviado e corrido mais além do laboratório, enquanto tentava ler o projeto e descobrir algum ponto fraco do andróide. Quando achou, precisou esquivar de outro golpe e contra-atacou com um chute que foi segurado por seu adversário. Ela tentou usar a outra perna para acertá-lo na cabeça, mas também teve essa segurada.
SATIF aproveitou a posição para jogar Nanda contra outra parede, acertando mais inventos e criações do cientista. Com dor no corpo todo, a loira conseguiu se levantar a tempo de evitar que o andróide a acertasse com uma mesa, que se quebrou ao chocar-se contra a parede.
— Um ponto no equivalente a nossa coluna lombar. – ela pensou. – É só o que preciso acertar.
Ela esperou o robô perceber que não havia atingido-a e chamou a atenção dele.
— Ei, pedaço de lata, está tão difícil assim me acertar um soco? – ela provocou. – Vamos lá! Ou será que você não consegue?
O andróide avançou e preparou um golpe certeiro, mas antes que pudesse acertar seu alvo, este se abaixou e deu a volta nele. Nanda mirou onde deveriam estar as vértebras lombares de um ser humano e atirou com toda a potência.
Foi seu maior erro. Na pressa e no calor do momento, ela não leu sobre as conseqüências que tal ato repercutiria, por isso não podia prever que quando atirasse no núcleo de energia de SATIF, este iria causar uma grande explosão.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Motoqueiro Das Trevas T01C11


O COMÍCIO

O dia do comício chegou. Foi marcado às 10h. Ian nem dormiu na noite anterior, mas não por escolha própria. Aliás, ele teve sorte de voltar vivo para casa. Em cada lugar que foi, havia alguém esperando por ele: manos, traficantes, maloqueiros ou apenas oportunistas de olho na recompensa. Nas primeiras vezes, o ex-advogado imaginou ser só uma coincidência, mas então decidiu interrogar um dos homens, que lhe contou do prêmio sobre sua cabeça.
A partir daí, o Motoqueiro se preparou para a maior noite de sua vida. Gastou toda sua munição; bateu seu recorde de mortes em uma noite; e, é claro, fez o maior estrago em vários pontos da cidade. Chegou às 7 da manhã. Tomou um banho, recarregou as armas e a moto, e repassou seu plano mais uma vez.
De camiseta, boné e calça jeans, Ian chegou ao local do comício duas horas antes de seu início. Com uma de suas identidades falsas, apresentou-se como repórter. Preparou o terreno para a execução de seu plano e esperou. Logo, os políticos surgiram e se reuniram. O público também começou a encher o lugar. Viaturas da polícia circundavam o espaço e havia oficiais por todos os cantos.
O Secretário da Saúde iniciou o evento. Após meia hora de discurso, ele passou a palavra para o Deputado Castor. Nesse momento, Ian sorriu e deu meia volta. Saiu do meio da multidão e se afastou algumas quadras. Parou sua moto num estacionamento comum com outras motos. Nada seria menos suspeito do que, afinal, ele já tinha aprendido, as pessoas só vêem aquilo que querem ver.


Já estava com a calça e a bota preta. Só precisou colocar a jaqueta de couro e os óculos escuros. Para completar, pôs o capacete e saiu com a moto rumo ao comício.
— ... e com isso aumentaremos a segurança na cidade. – discursava o deputado, no momento em que o barulho de uma moto ao longe chamou sua atenção.
O Motoqueiro aumentou a velocidade e o chegar bem perto, as pessoas se afastaram para não serem atropeladas. Logo, ele ficou cercado pelos policiais que ali se encontravam.
— Parado aí, Motoqueiro das Trevas! Você está preso. – um policial disse usando um megafone.
— Ora, ora! Quanta gentileza sua nos poupar o trabalho de ir atrás de você. – zombou o deputado que ainda estava no palanque.
— Hmm... – Ian esboçou um sorriso e apertou um botão de um dispositivo em sua moto.
No mesmo instante, em pontos estratégicos escolhidos pelo ex-advogado horas antes, ocorreram várias explosões que resultaram em uma imensa cortina de fumaça. Apenas Ian com seus óculos especiais conseguia ver todo mundo nitidamente.
Ele viu os seguranças do Castor agirem rapidamente e tirarem-no do palanque para sair dali rapidamente. Passou pelos policiais “cegos” e os atingiu. Conseguiu enfim alcançar seu alvo, mas este já tinha entrado no carro. Sem outra opção, o Motoqueiro seguiu o veículo e uma perseguição pelas ruas da cidade teve início.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A Arte De Roubar T02C11


A ARTE DE DESEMOLDURAR

Facada, Charger e Taís uniram-se a Léo para a operação de desemoldurar as obras, enquanto Joel e Bomber juntaram os reféns no centro do pavilhão.
— Muito bem! Vocês lembram do treinamento. – Léo disse para os rapazes. – Se cada um fizer em até 2 minutos, conseguiremos todos a tempo.
— Já sabemos. – os dois disseram ao mesmo tempo.
— Você, supervisione, sim? – Léo pediu a Taís.
— Sim, senhor. – a moça brincou.
— Tome cuidado e me devolva no mesmo estado. – Facada disse ao emprestar uma de suas facas para Charger.
— Já sei. – o mecânico resmungou.
Alguns dias antes da execução do plano, Joel pediu algumas molduras velhas e sem valor para Olívio Barton, o financiador dos roubos. Assim que as peças chegaram, eles começaram a treinar. Técno Léo, que havia aprendido com um vídeo na internet, ensinou Charge e Facada, que ficaram com o trabalho manual, e Taís, que ficou de coordenar a ação dos amigos e enrolar e guardar as obras quando fossem retiradas.
Combinaram de não utilizarem seus nomes durante a operação. Bomber e Joel ficaram encarregados de manter os civis afastados e quietos. Após muito conversarem, chegaram a um interessante consenso.
— Você será o malvado. Deixará as pessoas apreensivas. Eu serei mais coeso, tranquilo, passarei a mão na cabeça. – disse Joel.
— Tipo, policial bom e policial mau. – Bomber comparou.
— É, só que no caso, ladrão bom e ladrão mau. – Joel ajustou.


Com um saco de lixo, o líder do grupo recolheu todos os eletrônicos dos visitantes que estavam no topo do Olho. O musculoso deu as ordens, empurrou, fez todo mundo deitar no chão. O segurança esboçou alguma reação, mas foi logo foi anulado e ficou quieto.
Um rapaz que estava no chão observava Bomber e Joel andarem de um para o outro no centro do salão. No breve momento em que ambos ficaram de costas, ele se levantou e avançou para o ex-militar. Devido ao barulho das juntas do rapaz e a sua visão periférica, Bomber conseguiu virar e dar uma cotovelada no refém antes que este o atacasse. O aspirante a herói cambaleou para trás, o nariz quebrado e escorrendo sangue.
— Eu avisei o que aconteceria se alguém tentasse reagir, não avisei? – o musculoso disse apontando a AK-47 para o rapaz.
— Calma lá, amigão. – Joel interveio. – Não precisamos chegar nesse ponto. Deite-se novamente e não tente outra besteira como essa. – ele disse e foi ver como os outros estavam se saindo.
Na seção ao lado do centro do salão, Léo tomava conta das câmeras, dos alarmes e dos elevadores do museu. Taís já havia guardado duas pinturas que tinham sido retiradas por Charger e Facada.
— Como estamos? – Joel quis saber.
— Os rapazes estão terminando a terceira e a quarta obra. Ainda temos 6 minutos. As duas mais caras são estão guardadas. – Léo explicou.
— Onde estão essas pessoas? – Joel perguntou apontando para a tela.
— No subsolo. Estão esperando o elevador. Não sei quanto mais conseguirei enrolar.
— Então, não enrole. Tem muita gente ali, isso pode ser suspeito. Abra os elevadores, suba dois andares e pare. É melhor segurá-los dentro do que fora. – Joel disse e Léo obedeceu.
Olhando para o relógio, Joel estava apreensivo, não sabia se queria que o tempo passasse mais rápido ou mais devagar. Apesar de durar menos que a operação anterior, o roubo do museu era em plena luz do dia. O líder do grupo estava preocupado com trânsito que podia atrapalhar a fuga. Infelizmente naquele momento não havia nada que Joel pudesse fazer a não ser esperar.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Comando Épsilon T01C10


GAMBA

A claridade do sol acordou a Tenente Nikolofski, que viu seu colega militar babando ao seu lado. Com um empurrão, ela o acordou também.
— Acorda, Santana! – ela chamou.
— Hã? O que? Tenente? Já está na hora de ir? – ele disse dormindo.
— Idiota! Nós estamos presos. – ela disse lembrando-o.
Os dois estavam com suas mãos amarradas para trás e jogados em um canto do acampamento do bando de Gamba. Os criminosos assavam peixe para o café da manhã, quando o líder deles notou.
— Oh, já acordaram? – ele indagou olhando e se aproximando dos militares. – Vocês dormiram profundamente. Achei que tentariam fugir durante a noite. – ele admitiu.
— Não havia por que. Somos dois e estamos desarmados. Vocês são muitos e estão armados. – Nikolofski lembrou e Gamba riu.
— Temos uma esperta aqui, pessoal! – ele anunciou.
— O que pretende fazer com o material radioativo? – ela perguntou.
— Oh! E é direta também. – o criminoso comentou e riu. – Tudo bem, vou contar, afinal você não poderá fazer nada mesmo. E aposto que os outros bandos da ilha já deram cabo dos seus amigos.
Nikolofski ficou quieta sobre o último comentário e encarou Gamba com seriedade. Santana observava a maneira como seu amor não correspondido e colega tinha raciocínio rápido para as respostas. E isso o fez admirá-la ainda mais.
— O meu amigo ali, o Dr. Enrickson, vai transformar aquele material em uma bomba nuclear. – o criminoso disse.
— E o que vai fazer, explodir a ilha? – a tenente provocou.
— Você é ótima! – Gamba elogiou a militar. – Sabemos que o helicóptero em que vieram, voltará em algumas horas. Vamos utilizá-lo para chegar ao continente e espalhar o terror. – ele disse, gargalhou e os militares absorveram a informação em silêncio.


No alto de uma árvore, esforçando-se ao máximo para ouvir as palavras do criminoso. O Capitão dissera-lhe para esperar, mas o treinamento de Caviquioli havia ensinado-a a agir. Ela usava a mira de sua arma para ver melhor a situação abaixo dela. Viu como seus colegas estavam amarrados e vigiados.
A atiradora virou sua arma até alcançar o líder, mas no meio do caminho, ela encostou em um galho que a desequilibrou e a fez cair de onde estava. Antes de atingir o chão, ela disparou seu rifle acidentalmente, chamando mais atenção ainda. Não demorou para que os homens de Gamba a encontrassem e a levassem para o acampamento.
— Ora, ora, parece que uma sobreviveu! – ele disse ver a militar que seus homens seguravam a sua frente. – Soltem-na! – mandou.
Totalmente desarmada e sem sua mochila, Caviquioli encarou o criminoso que segurou o pequeno queixo da militar com sua grande mão.
— Você até que é bonitinha. Tem mais carne que a tenente magrela ali. - ele disse apontando Nikolofski, que tentava desesperadamente soltar suas mãos. – Podíamos nos divertir bastante, não é mesmo, rapazes? – todos do bando criminoso vibraram. – O que acha? – perguntou para a atiradora.
— Nem em outra vida, seu porco! – ela respondeu e cuspiu na cara de Gamba.
O líder criminoso ficou com uma expressão nervosa e com a mão livre, socou Caviquioli fortemente. A garota cambaleou para trás, mas não caiu.
— É só isso que você tem? – ela perguntou, se endireitando e limpando o sangue que escorria da boca e nariz.
— Mas é claro que não. – Gamba respondeu, pegou a arma mais próxima dele e mirou na testa da atiradora de elite.
Caviquioli arregalou os olhos, mas antes que pudesse reagir, um tiro a atingiu e ela caiu. Nikolofski, que tinha conseguido se soltar, correu até a colega.
— NÃO! – a tenente gritou e os criminosos iam prendê-la de novo, mas foram impedidos por seu líder.
— Isso é para aprenderem a não despeitarem o poderoso Gamba! – o criminoso bradou.
— Estou vendo que o “poderoso Gambá” é muito bom enfrentar mulheres, mas será que ele é tão bom contra um homem? – a voz de Zurique chegando dominou o local dos criminosos.
— Do que me chamou? – Gamba quis confirmar.
— CAPITÃO! – Nikolofski e Santana gritaram ao mesmo tempo e, pela primeira vez desde que fora capturados, tiveram esperança.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Conspiração Temporal T01C10


O BIBLIOTECÁRIO

As duas amigas saíram do elevador e se viram no meio de um imenso corredor. Escolheram a esquerda. Cada sala possuía uma placa que sobressaía a parede. Assim puderam ver à distância o local em que o Dr. Cintra estava. Porém, antes de chegar lá, elas viram um grupo incomum surgir do fim do corredor.
Nanda logo reconheceu Salveski, que estava acompanhado de dois de seus guardas particulares e um homem mais alto que todos, sua cabeça quase batia no teto e suas feições eram muito diferentes.
— Continue andando normal e entre na próxima porta. – a loira sussurrou para a amiga.
De longe, o governador não reconheceu suas antigas algozes, ainda mais trajadas de ternos. Quando elas saíram do corredor, ele deixou para lá, apesar de achar estranho o tamanho da mochila que elas carregavam.
— O que será que ele foi fazer lá? – Jéssica perguntou.
— Não sei, mas teremos que esperá-lo sair. Senão, nosso plano de passar despercebidas vai por água abaixo. – Nanda disse.
— Fiquem à vontade para aguardarem aqui. – disse uma voz atrás delas.
As duas, até então de costas para o interior do cômodo, se viraram bruscamente. Perceberam que estavam em uma biblioteca e em sua frente se encontrava um senhor sentado a uma mesa, usando um óculos de meia lua e lendo um livro.
— Quem é você? – Nanda perguntou e as duas colocaram a mão em suas armas invisíveis devido aos cintos.
— Eu sou o bibliotecário. – ele respondeu. – Vocês parecem ser advogadas, mas suas mochilas não condizem com sua vestimenta.
— Acabamos de chegar de viagem. – Jéssica devolveu a resposta pronta.
— Ou estão partindo. – ele disse e deixou as mulheres mudas.
Nanda estudava o homem idoso. Se ele quisesse matá-las ou atrapalhá-las, já teria feito ou talvez só estivesse brincando com elas.
— Sabem, eu ajudei a reconstruir o mundo. – ele começou. – Mas confesso que hoje me desagrado com ele tanto quanto vocês. – elas se espantaram com o rumo da conversa. – Depois da Grande Guerra, criar um governo hereditário e sem democracia pareceu a melhor ideia. E deu certo por um tempo. O grande problema é que os governadores da época eram velhos e logo morreram. Seus filhos que estragaram tudo, principalmente o do Salveski. – ele continuou. – Há quatro anos fui chamado pelos rebeldes para fazer parte da inteligência do grupo deles. Apesar de querer do fundo do meu coração participar e ajudar a mudar o mundo novamente, eu neguei. Sabia que eles não conseguiriam ganhar das capitais. Sim, fui egoísta, escolhi minha vida a meus ideais. Não sabem o quanto me arrependo disso hoje. – ele concluiu tirando os óculos e limpando as lágrimas dos olhos.


— Quem é o senhor? – Nanda perguntou intrigada.
— Não sei para onde vão, mas toda viagem requer um bom livro. – ele disse ignorando a pergunta da loira e fazendo um movimento para se levantar. – Se me permitem... – ele pediu e, com um aceno de Nanda, levantou-se. – Aqui estão. – ele surgiu com dois grandes livros. – O renascimento do mundo, esse conta toda a história desde a Grande Guerra até hoje. A ciência e tecnologia do novo mundo, esse mostra tudo o que foi descoberto e criado no mesmo período. Se pudesse resumir toda a nossa vida desde a guerra nuclear em livros, seriam nesses dois. Por favor, peguem-nos. – ele disse e entregou um para cada uma.
— Obrigada. – Jéssica agradeceu meio sem jeito, no instante em que o abrir e fechar de uma porta se fez ouvir.
— Acho que essa é a deixa de vocês. – disse o bibliotecário.
Jéssica e Nanda saíram sem saber o que dizer e se dirigiram para o laboratório do doutor. Entretanto, encontraram uma grande surpresa ao chegarem lá. O tal homem, cuja cabeça quase tocava o teto, estava destruindo tudo.
— Parado! Quem é você? – Nanda disse e sacou a arma.
— Eu sou o Sistema Avançado de Tecnologia em Inteligência e Força, também conhecido como SATIF. – respondeu o andróide com voz metálica.
— O que você está fazendo? Onde está o Dr. Cintra? – Jéssica quis saber.
— Fui designado para destruir todas as invenções do humano conhecido como Dr. Cintra, que foi levado pelo Governador Salveski para o terraço do prédio. – o robô informou.
— O que faremos, Nanda? Precisamos salvar o doutor, mas as máquinas do tempo estão aqui. – Jéssica ponderou desesperada.
— Só tem uma maneira. Vamos nos dividir. Você vai resgatar o doutor e eu fico para enfrentar essa máquina. – a loira decidiu.
— Mas, Nanda, ele...
— Consegue cumprir sua parte? – a mais alta segurou no ombro da amida e olhou bem nos seus olhos.
— Sim. – a morena respondeu com determinação e saiu.
— Então, SATIF, não é? – Nanda chamou e o andróide se voltou para ela.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Motoqueiro Das Trevas T01C10


CABEÇA A PRÊMIO

Ian continuava limpando as ruas com suas patrulhas noturnas. Entretanto, ele adotou um novo objetivo e passou a atacar áreas específicas. Em uma praça, encontrou três homens se drogando. Logo notou que estavam armados, pois não fizeram questão de esconder. Ian matou dois e foi falar com o terceiro.
— Para quem você trabalha? Onde fica a base de vocês?
— Adoraria saber isso, não é? – o rapaz encarou o ex-advogado. – Aproveite enquanto pode, Motoqueiro. Você não vai durar muito.
— Durarei mais do que você. – Ian devolveu e atirou no drogado.
No outro dia, Ian recebeu a visita, inesperada, de seu amigo Borba.
— E essa é a situação, meu amigo. – declarou o ex-militar.
— Tem certeza disso? – o ex-advogado quis confirmar.
— É só sobre o que se fala no submundo. A cabeça do Motoqueiro está a prêmio. Parece que você andou irritando alguns peixes grandes. – Borba disse.
— Era de se esperar. Obrigado por avisar, Borba. Serei cuidadoso. – Ian agradeceu. – Agora, me diz que você não veio aqui só porque estava preocupado comigo?
— Ei, assim você me ofende. – Borba dramatizou. – Mas você tem razão, tenho outro motivo para estar aqui. Uma informação sobre os negócios ocultos do nosso político favorito.
— Diga logo. – Ian o apressou.


Era meia noite. Um carro estava parado em um dos estacionamentos do Parque Barigui, e outro se aproximava. Numa rua, alguns metros distante, e acima do local, Ian observava tudo em ponto escuro.
— Trouxe a mercadoria? – perguntou um dos traficantes do carro que já estava parado.
— Trouxe o dinheiro? – devolveu o líder do carro que havia chegado.
Após sorrirem falsamente, ambos mostraram suas moedas de troca.
— Não se importa se eu conferir o dinheiro, não é mesmo?
— De modo algum. Até faço questão. – respondeu o traficante.
Enquanto a negociação rolava, o Motoqueiro mirava no motor do carro dos bandidos. Seus quatro componentes estavam próximos ao veículo. Não muito longe se encontrava o outro carro e seus integrantes. O tiro acertou em cheio e a explosão atingiu e atordoou a todos, além de chamar atenção dos moradores da região.
Sem perder tempo, Ian começou a atirar na cabeça de cada um dos homens que lá estavam. Acertou todos os traficantes, mas quando ia partir para o outro grupo uma luz se acendeu atrás dele.
— Quem está aí? – gritou um homem que vinha com um pedaço de pau.
O Motoqueiro, que tinha o líder do grupo vendedor de droga na mira, errou o tiro. Com um civil ali, sua camuflagem não mais existia. Ele subiu na moto e foi embora.
— Acredito que tenha sido o suficiente para estragar as coisas. – ele disse para si mesmo e confirmou ao ouvir o som das sirenes.

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— O Motoqueiro das Trevas? – o deputado Castor repetiu incrédulo.
— Sim, senhor. – o seu principal guarda-costas disse.
— Esse tal motoqueiro tem a característica de sempre matar seus alvos. Se o que diz é verdade, como ainda está vivo? – o político indagou.
— Enquanto ele atirava nos traficantes, eu consegui localizar sua posição, vi quando ele apontou para mim. Foi então que o dono da casa, na frente da qual ele estava, acendeu a luz de fora. Acho que ele perdeu a mira. Não sei. – o subordinado explicou.
— Se é assim, quero que avise a todos no submundo que quero a cabeça desse Motoqueiro das Trevas. Ofereça dez milhões para quem o trouxer vivo e cinco milhões para quem o trouxer morto. Pressionarei a polícia também. E falarei em meu discurso daqui a dois dias. Farei todos ficarem contra ele. Logo, não haverá nesta cidade em que poderá se esconder. Ele vai se arrepender de ter me escolhido como inimigo. – Castor declarou.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A Arte De Roubar T02C10


TRABALHO EM EQUIPE

Esther Mandravon, uma renomada pintora italiana, iniciou uma turnê mundial com seus quadros mais valioso. No Brasil, a exposição veio para ficar três meses, sendo um mês em cada capital escolhida. Em Curitiba, a terceira e última, o local determinado foi o Museu do Olho. Mal sabia Esther que no último dia da exposição no Brasil, algo terrível iria acontecer com suas obras.
Era quarta-feira. Facada foi o último a entrar. Camuflou suas armas na mochila e passou pelo detector de metais. No armário marcado, pegou uma pistola no fundo falso e colocou, juntamente com suas facas, nos bolsos internos da blusa. Ele atravessou todo o museu e encontrou seus amigos no espaço principal do museu, o topo do olho.
— Você demorou. – disse Taís, que naquela ocasião estava com uma trança no cabelo, colocada por dentro da blusa.
— Estava arrumando o material. – Facada explicou.
O grupo estava dividido em três duplas: Charger e Joel; Facada e Taís; Técno Léo e Bomber. Fingindo não se conhecer, cada par se situava em uma parte diferente do local.
— Isso não será muito arriscado? – Charger quis saber.
— Claro que será. Já conversamos sobre isso. Ia demorar muito colocar o Bomber aqui dentro, até porque já teremos que fazer isso na próxima operação. – Joel explicou.


Enquanto isso, na sala de vídeo, que ficava um andar abaixo do olho e fazia ligação direta com o corredor de entrada do saguão principal, Léo aproveitava o vazio do local para manipular as câmeras e os alarmes do museu.
— E então? – o musculoso do grupo perguntou.
— Pode montar. – Léo autorizou e Bomber começou a encaixar as peças de um rifle. – Pessoal, a arma já está quase pronta. Tomem suas posições. Joel, vá para a escada pela qual vou sair. Charger, vá para a ala oeste. Facada e Taís, sigam para a ala leste. Preparem as armas e as máscaras. – Léo avisou.
Bomber checou o corredor e, ao ver que estava livre, colocou sua máscara, que possuía saída apenas para a boca e os olhos. Foi colocado um silenciador no rifle AK-47 que ele montou. Ele também envolveu a arma em uma faixa, para que pudesse largá-la se necessário.
— Subindo as escadas. – o musculoso avisou.
— Também. – Léo emendou.
O segurança estava olhando para lugar nenhum, quando sua visão periférica notou um movimento vindo da escada principal de entrada. Era apenas um homem de máscara, segurando um rifle de alto escalão e gritando.
— Atenção, todo mundo! Isso é um assalto. Colaborem e ninguém sairá ferido. – Bomber disse ao mesmo tempo em que seus amigos colocaram suas máscaras, sacaram suas armas e cercaram os visitantes.
— Quanto tempo nós temos, Léo? – Joel perguntou quando o amigo alcançou o pavilhão principal.
— Pouco. Estimo uns dez minutos até notarem algo de errado. – o técnico em informática disse.
— Então, é melhor nos apressarmos. – o líder disse com determinação.

sábado, 17 de novembro de 2012

De onde veio o "só que não"?

Há algum tempo, tenho reparado nas atualizações dos meus contatos do facebook e até mesmo em conversas pelo msn, uma nova frase marcante. Talvez seja um novo tipo de ironia. A ideia consiste em dizer alguma coisa e logo em seguida negar com a expressão "só que não". Um exemplo bem simples seria "sim, só que não!"


Quem criou isso? Quando teve início? Por que? Não sei, mas também não importa, não é? Afinal é uma expressão tão legal e inofensiva, engraçada até, certo? Não, errado. Essa é daquelas frases que pegam, que fazem as pessoas ficarem falando sempre. E se o intuito é mesmo representar ironia, logo todos estarão sendo irônicos só para falar essa frase idiota.

Já existe tanta coisa banalizada no mundo de hoje. Até o status de nerd está banalizado. Hoje, qualquer um é nerd. Ironia é algo tão belo e único. Poucos fazem corretamente e no momento certo, e menos ainda são os que entendem. Então, por favor, não banalizem a ironia.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Comando Épsilon T01C09


CRUPIÊ

— Oh! Há quanto tempo eu não seguro uma arma. – disse Crupiê com a pistola do Capitão Zurique. – Agora só falta matar alguém. – ele disse e olhou para os reféns.
— Nos matar não vai te ajudar. – Zurique argumentou.
O Capitão e a Soldado Ramos tiveram suas mãos amarradas às costas e foram colocados junto com os outros reféns.
— Não se preocupe, você é meu meio de comunicação para sair daqui. Capitão, certo? – Crupiê disse se agachando e encostando a pistola no queixo de Zurique. – A garota é muito bonita para morrer. Talvez eu faça um bom uso dela depois. – ele disse se referindo a Ramos. – O riquinho é minha moeda de troca. Não posso matá-lo. Agora, já este aqui. – Crupiê parou em frente ao piloto. – Não me tem serventia nenhuma. – o criminoso disse e atirou no homem mais velho. – Ah, agora me sinto bem melhor.
— Não! – João gritou. – Seu monstro!
— Obrigado. – Crupiê agradeceu e riu.
Maki estava utilizando o GPS para ir ao encontro do Capitão e da Ramos, e o barulho de um tiro só o fez se apressar ainda mais. Ao ouvir vozes, ele soube que estava perto e foi mais devagar. Não adiantaria nada chegar até ali e ser pego. Ele não fazia ideia da situação de seus companheiros, mas seu foi treinado para sempre esperar pelo pior.
O atirador encontrou um galho que lhe proporcionava uma visão perfeita do local. Ele viu os reféns, entre eles seus amigos, e os criminosos escolhendo as armas que estavam com os militares. Sozinho e àquela distância não havia nada que o rapaz pudesse fazer. Ele precisaria de alguém de baixo. Ele precisaria do Capitão Zurique.


Apesar de estar claro, só tinha uma maneira de chamar a atenção do líder do grupo militar sem que os outros percebessem. Acionando sua mira a laser, ele apontou para onde o superior estava olhando. Não demorou muito para que Zurique notasse o ponto vermelho e olhasse para cima. Sabendo o que e onde procurar, ele logo viu o local em que Maki estava. O Capitão já desamarrara a corda que prendia suas mãos, mas assim como o atirador, ele sabia que não teria como agir sozinho.
Percebendo a distração dos criminosos com as armas, Zurique decidiu que era uma boa hora para reagir. Ele olhou para o companheiro no topo da árvore e fez um sinal positivo com a cabeça. Maki mirou em um dos homens e acertou o braço que segurava a arma.
Todos ficaram surpresos e confusos, olharam para várias direções a fim de descobrir a origem do tiro. E quando Crupiê pensou em olhar para os reféns, era tarde demais. O Capitão o golpeou fortemente no rosto, e desarmou o que estava mais próximo. Enquanto isso, Maki acertava todos que tentavam acertar Zurique.
Os criminosos não sabiam o que fazer. Vinham tiros de cima e embaixo havia uma máquina de luta que não os deixava sair. Nesse ritmo, os dois militares neutralizaram o grupo de Crupiê. Assim que Ramos foi solta, começou a recolocar as armas na mochila.
— Isso foi divertido! Bom trabalho, Maki! – Zurique disse quando o rapaz desceu e se aproximou.
— Obrigado, Capitão!
— Bom, cumprimos um dos objetivos. Encontramos o empresário. Falta o material radioativo. – o líder refletiu.
— Pelo visto, meu pai lhes contou tudo, não é? – João disse ao se aproximar do grupo de militares.
— Sim. Está em condições de andar, Sr. Pacheco? – Zurique perguntou.
— Estou. – o empresário respondeu.
— Ótimo! Então vamos em frente.
— Para onde vamos, Capitão? – Ramos quis saber.
— Onde Santana e Nikolofski estão. Vou ver como eles estão. Nikolofski? Santana? – ele chamou pelo comunicador. – Tenente? Sargento? – tentou mais uma vez. – Aconteceu alguma coisa.
— A Caviquioli não foi para aqueles lados também? – Ramos perguntou.
— Ótima lembrança, Soldado. Caviquioli? – Zurique chamou.
— Capitão? É o senhor? – ela devolveu.
— Sim, Cabo. Não consegui falar com Nikolofski e Santana. Qual é a sua situação? – o líder quis saber.
— Também não tenho informações deles. Estou me dirigindo para lá, imediatamente. – Caviquioli disse.
— Certo. Espere por nós, Cabo. Não faça nada precipitado.
— Certo. – ela disse e desligou.
— Capitão, sugiro nos apressarmos antes que aconteça algo ruim. – Maki disse.
— Por que diz isso? – Zurique quis saber.
— Caviquioli e eu tivemos o mesmo treinamento. Se o Sargento e a Tenente estiverem com problemas, ela não vai conseguir ficar parada.
— Então, vamos! – o líder disse e todos o seguiram.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Conspiração Temporal T01C09

ACONTECIMENTO INICIAL

— Acho que encontrei. – Jéssica disse.
— Ah é? Então diz. – Nanda pediu.
— Considerando que a Grande Guerra foi causada por um programa de computador, eu busquei a origem do software e cheguei nisso. – a morena disse e mostrou a tela do computador em que estava para a amiga. – Acredito que o acontecimento inicial que procuramos ocorreu em 2011, com o lançamento de um jogo.
— Explique melhor. – a loira pediu.
— Certo. Vou contar toda a história. – avisou Jéssica. – Em 2011, foi lançado o jogo Zombie Crisis, pela empresa Future Ideas, criada e administrada pelo norte-americano Michael Winchester e pelo brasileiro Leandro Picodemo. O jogo fez muito sucesso entre os jovens do mundo inteiro. Aproveitando essa alta, os empresários lançaram mais e outros programas variados que alcançaram as demais faixas etárias. – ela começou. – Entretanto, quando estavam em seu auge empresarial, Winchester desapareceu. Nunca mais se teve notícias dele. Vinte anos depois disso, os programas da Future Ideas dominavam o mundo. Cada pessoa do planeta usava alguma coisa feita pela empresa. Quando a idade chegou, Picodemo passou o poder para os diretores do conselho e todos os fatos a partir daí culminaram na Terceira Guerra Mundial. – finalizou Jéssica.
— Parece ser isso mesmo. Bom trabalho, Jess! Vamos avisar o doutor. – Nanda disse.
Não demorou muito para receberem uma mensagem de resposta.
“Bom trabalho, meninas! Para hoje, já está tarde, mas amanhã logo bem cedo, quero que venham até a Torre do Relógio. Eu já finalizei a segunda máquina do tempo. Usem o disfarce das advogadas. Avisem-me quando estiverem chegando.”
— Então, agora só precisamos esperar e descansar para amanhã. – a morena disse.
— Exatamente. Amanhã, antes do almoço, estaremos no passado.


No dia seguinte, elas levantaram bem cedo, quase ao mesmo tempo em que o sol nasceu. Fizeram um café da manhã caprichado, pois sabiam que iriam precisar do máximo de energia possível. Comeram e foram se trocar. Os ternos femininos de advogada não agradaram Nanda. Por outro lado, Jéssica se sentiu bem à vontade com a roupa. A loira penteou seu cabelo para trás, mas uma franja insistiu em cair-lhe pela testa. Já a morena, por ter um maior comprimento capilar, prendeu-o em um pequeno laço atrás, e também manteve as franjas na frente.
Eram 9 horas da manhã, quando a dupla avisou o doutor e entrou na recepção do prédio principal do Complexo Tecnológico. Após receber as instruções do cientista, elas foram se apresentar à recepcionista.
— Nós viemos para a reunião com o jurídico do departamento científico. – Nanda disse e as duas amigas receberam um olhar intrigado da mulher, devido a suas mochilas.
— Identidade, por favor. – a atendente pediu e assim que as recebeu, checou no sistema.
Devido à alteração feita pelo Dr. Cintra, o compromisso citado pelas amigas estava na agenda da corporação e com os nomes falsos contidos nas identidades que elas forneceram.
— Olívia Palito? – Nanda disse guardando o documento quando estavam no elevador.
— O meu é Ana Tanajura. – Jéssica acrescentou.
— Onde o doutor arranjou esses nomes? – a loira perguntou incrédula.
O elevador subia e as amigas estavam ansiosas para encontrar o doutor e as máquinas do tempo. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O Motoqueiro Das Trevas T01C09


SUBMUNDO

No camarote VIP de uma boate num dos bairros da periferia da cidade de Curitiba, dois homens conversavam, em meio ao barulho da música e das outras pessoas falando e gritando. Um deles era Gaspar Mandrágora, o chefão do crime organizado da região. Ele passava as coordenadas de sua próxima operação para o seu segundo no comando, quando viu alguém os encarando.
— Você entendeu tudo, Henrique? – Gaspar perguntou após tomar um gole de seu uísque.
— Sim, senhor. – o rapaz respondeu.
— Certo, leve mais quatro homens com você. Essa transação é muito importante. Esse lote contém um novo tipo droga e nós temos que ser os primeiros a disponibilizar no mercado. – o chefe disse e o subordinado assentiu. – Quando estiver saindo, aproveita e fala com um dos seguranças para trazer aquele cara de óculos escuros e jaqueta de couro até aqui. Ele não para de nos encarar. – Mandrágora falou e o rapaz concordou e saiu.
Graças a seus casos na vara criminal e as informações de Borba, Ian sabia dos negócios e localização de muitos traficantes da cidade. Naquela noite, decidiu ir atrás de Gaspar Mandrágora. Ele estava no balcão do bar da boate e com a visão noturna de seus óculos escuros pôde ver muito bem os traficantes no camarote. Além disso, o ex-advogado possuía a habilidade de ler lábios, por isso ele conseguiu entender tudo o que falavam mesmo estando bem longe.
Quando viu que foi notado e que os seguranças estavam indo em sua direção, ele terminou sua bebida e avançou contra eles. Um soco bem dado no nariz de um e uma boa joelhada na boca do estômago do outro abriu caminho para Ian sair da boate em meio ao início de uma confusão.


Do lado de fora, o vigilante noturno viu o carro com os traficantes se afastando do local. Correu para sua moto e uma perseguição teve início. Seguir despercebido não era seu objetivo, por isso seus alvos logo o viram e começaram a atacá-lo.
O Motoqueiro pegou uma automática e revidou. Mirou os pneus traseiros e acertou um deles. O carro deslizou um pouco, mas para Ian não era suficiente. Ele atirou e quebrou o vidro de trás. Guardou a arma e desviou dos projéteis lançados sobre ele. Pegou uma granada e acelerou. Chegou o mais próximo que conseguiu do carro e jogou o objeto pela janela sem vidro.
Ele desacelerou a moto e fez o contorno. Assim que perceberam que era uma granada, não havia mais tempo para fazer nada. O carro explodiu e a onda do impacto ainda acertou Ian e acelerou sua moto ainda mais. Ele voltou para a rua da boate, pois queria pegar o chefão, afinal só não fez antes porque precisava impedir que a transação de drogas ocorresse.
Ao virar a rua, o Motoqueiro recebeu uma chuva de tiros. Ele não teve outra saída a não ser dar meia volta e seguir na direção contrária. Enquanto passava pela próxima quadra, atingiu as lâmpadas de todos os postes impedindo a visualização naquele local.
— Por que ele atirou nas lâmpadas? – um dos seguranças perguntou.
— Deve ser para fugir com segurança. Deve estar com medo que a gente o siga. – Gaspar disse confiante e após alguns segundos de silêncio, continuou. – É isso aí, pessoal, o tão falado Motoqueiro das Trevas não passa de um covarde! – ele disse e todos riram.
Foram suas últimas palavras. Com um rifle de longa distância e mira com visão noturna, Ian usou a escuridão a seu favor. Com os postes apagados, ele ficou invisível para os outros e teve tempo para armar e mirar tranquilamente.
— Menos seis criminosos no mundo. – ele disse e saiu com sua moto.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A Arte De Roubar T02C09


DISCUSSÃO

Técno Léo chegou à entrada do Museu Oscar Niemeyer e, à medida que andava, lembrava das palavras de Joel.
— Existe um detector de metais na porta, mas malas, bolsas e mochilas são passadas por fora. – Léo entregou a mochila para uma moça, enquanto o segurança lhe oferecia um recipiente para colocar celular, carteira e demais metais dos bolsos. – A sua mochila será aberta, mas se o conteúdo não aparentar suspeito, não terá problemas. – o rapaz passou pelo detector, pegou sua mochila e seus pertences.
— A mochila não pode levar e a câmera tem que ser sem flash. – avisou a funcionária.
— O próximo será o guarda-volumes e é aí que vocês terão sua primeira tarefa. – o técnico de informática continuava se lembrando das palavras de Joel e, enquanto se dirigia para o espaço dos armários, que ficava próximo à entrada, mas sem visibilidade para essa, Bomber entrava. – Bomber, você vai levar as pistolas. Vamos colocar na caixa de um jogo infantil e lacrar.
— É para os meus filhos. – o ex-militar disse, quando a funcionária abriu a mochila. – Quer que eu abra? – ele ofereceu, pois sabia que era normal as pessoas suporem que se alguém é voluntário a uma revista ou algo do tipo, esse indivíduo não pode ser mal intencionado.
— Não precisa. – ela respondeu.
Como Joel previra, o museu estava vazio num dia de semana. Assim, Léo e Bomber puderam cumprir seus objetivos rapidamente sem que ninguém os visse ou desconfiasse. Léo fez um molde da chave que pegou e entregou esta para o amigo assim que ele chegou, então pegou a que estava com Bomber e fez o mesmo procedimento.
Bomber armou o suporte do fundo falso projetado por Joel para ser feito no armário. Ele colocou duas pistolas em cada um. Depois de feito, os dois amigos olharam bem para os armários e ficaram satisfeitos em ver que se não tivessem eles mesmos colocado o fundo falso, não saberiam que havia um ali.
Assim como Joel e Charger fizeram dias antes, Léo e Bomber andaram por todo o museu e prestaram atenção em todos os detalhes, cada um focando em sua área. Léo procurou sistemas eletrônicos, câmeras, alarmes; Bomber ficou olhando os seguranças, a posição e trejeito de cada um, suas armas e como se comunicavam. Voltaram para o centro de operações com uma grande dúvida.


— Como vamos sair de lá? – Bomber perguntou.
— Como assim? – Joel quis entender melhor.
— Você ainda não nos contou seu plano, mas já disse que o Bomber não vai se infiltrar na segurança. Como vamos roubar todos os quadros, que parecem ser bem pesados e sair de lá sem ajuda interna? – Léo ponderou.
— Aí que está, Léo. Você fez a pesquisa para saber os quadros mais valiosos que estão sendo expostos esse mês no museu? – Joel perguntou.
— Sim.
— E em que parte do museu, eles estão?
— No último andar do olho. – Léo respondeu.
— Ótimo! Perfeito! – Joel vibrou.
— Joel, conte-nos seu plano. – Taís pediu.
— Muito bem! Prestem atenção! – Joel disse e todos os membros do grupo o fitaram com total atenção. – O plano é o seguinte...