O BIBLIOTECÁRIO
As duas amigas saíram do elevador e se viram no meio de um imenso
corredor. Escolheram a esquerda. Cada sala possuía uma placa que sobressaía a
parede. Assim puderam ver à distância o local em que o Dr. Cintra estava.
Porém, antes de chegar lá, elas viram um grupo incomum surgir do fim do
corredor.
Nanda logo reconheceu Salveski, que estava acompanhado de dois de seus
guardas particulares e um homem mais alto que todos, sua cabeça quase batia no
teto e suas feições eram muito diferentes.
— Continue andando normal e entre na próxima porta. – a loira sussurrou
para a amiga.
De longe, o governador não reconheceu suas antigas algozes, ainda mais
trajadas de ternos. Quando elas saíram do corredor, ele deixou para lá, apesar
de achar estranho o tamanho da mochila que elas carregavam.
— O que será que ele foi fazer lá? – Jéssica perguntou.
— Não sei, mas teremos que esperá-lo sair. Senão, nosso plano de passar
despercebidas vai por água abaixo. – Nanda disse.
— Fiquem à vontade para aguardarem aqui. – disse uma voz atrás delas.
As duas, até então de costas para o interior do cômodo, se viraram
bruscamente. Perceberam que estavam em uma biblioteca e em sua frente se
encontrava um senhor sentado a uma mesa, usando um óculos de meia lua e lendo
um livro.
— Quem é você? – Nanda perguntou e as duas colocaram a mão em suas armas
invisíveis devido aos cintos.
— Eu sou o bibliotecário. – ele respondeu. – Vocês parecem ser advogadas,
mas suas mochilas não condizem com sua vestimenta.
— Acabamos de chegar de viagem. – Jéssica devolveu a resposta pronta.
— Ou estão partindo. – ele disse e deixou as mulheres mudas.
Nanda estudava o homem idoso. Se ele quisesse matá-las ou atrapalhá-las,
já teria feito ou talvez só estivesse brincando com elas.
— Sabem, eu ajudei a reconstruir o mundo. – ele começou. – Mas confesso
que hoje me desagrado com ele tanto quanto vocês. – elas se espantaram com o
rumo da conversa. – Depois da Grande Guerra, criar um governo hereditário e sem
democracia pareceu a melhor ideia. E deu certo por um tempo. O grande problema
é que os governadores da época eram velhos e logo morreram. Seus filhos que
estragaram tudo, principalmente o do Salveski. – ele continuou. – Há quatro
anos fui chamado pelos rebeldes para fazer parte da inteligência do grupo
deles. Apesar de querer do fundo do meu coração participar e ajudar a mudar o
mundo novamente, eu neguei. Sabia que eles não conseguiriam ganhar das
capitais. Sim, fui egoísta, escolhi minha vida a meus ideais. Não sabem o
quanto me arrependo disso hoje. – ele concluiu tirando os óculos e limpando as
lágrimas dos olhos.
— Quem é o senhor? – Nanda perguntou intrigada.
— Não sei para onde vão, mas toda viagem requer um bom livro. – ele disse
ignorando a pergunta da loira e fazendo um movimento para se levantar. – Se me
permitem... – ele pediu e, com um aceno de Nanda, levantou-se. – Aqui estão. –
ele surgiu com dois grandes livros. – O
renascimento do mundo, esse conta toda a história desde a Grande Guerra até
hoje. A ciência e tecnologia do novo
mundo, esse mostra tudo o que foi descoberto e criado no mesmo período. Se
pudesse resumir toda a nossa vida desde a guerra nuclear em livros, seriam
nesses dois. Por favor, peguem-nos. – ele disse e entregou um para cada uma.
— Obrigada. – Jéssica agradeceu meio sem jeito, no instante em que o
abrir e fechar de uma porta se fez ouvir.
— Acho que essa é a deixa de vocês. – disse o bibliotecário.
Jéssica e Nanda saíram sem saber o que dizer e se dirigiram para o
laboratório do doutor. Entretanto, encontraram uma grande surpresa ao chegarem
lá. O tal homem, cuja cabeça quase tocava o teto, estava destruindo tudo.
— Parado! Quem é você? – Nanda disse e sacou a arma.
— Eu sou o Sistema Avançado de Tecnologia em Inteligência e Força, também
conhecido como SATIF. – respondeu o andróide com voz metálica.
— O que você está fazendo? Onde está o Dr. Cintra? – Jéssica quis saber.
— Fui designado para destruir todas as invenções do humano conhecido como
Dr. Cintra, que foi levado pelo Governador Salveski para o terraço do prédio. –
o robô informou.
— O que faremos, Nanda? Precisamos salvar o doutor, mas as máquinas do
tempo estão aqui. – Jéssica ponderou desesperada.
— Só tem uma maneira. Vamos nos dividir. Você vai resgatar o doutor e eu
fico para enfrentar essa máquina. – a loira decidiu.
— Mas, Nanda, ele...
— Consegue cumprir sua parte? – a mais alta segurou no ombro da amida e
olhou bem nos seus olhos.
— Sim. – a morena respondeu com determinação e saiu.
— Então, SATIF, não é? – Nanda chamou e o andróide se voltou para ela.
O passado, presente, futuro tudo muito assustador, que história!
ResponderExcluirSabe aquele cara gigantesco do primeiro filme MIB, que marca um almoço com o ET que se fantasiava de velhinho e tinha uma galaxia num pingente? Bom, quando penso no SATIF só penso nele.
ResponderExcluirE esse bibliotecário misterioso aí? Mó medão de quem ele pode ser.
Espero que nenhum dos três (Cintra, Jéssica, Fernanda) morra, né?
Senão vou começar a pensar que tá rolando uma tentativa de corte de pessoal para redução de palavras nos posts.