A ARTE DE DESEMOLDURAR
Facada, Charger e Taís uniram-se a Léo para a operação de desemoldurar as
obras, enquanto Joel e Bomber juntaram os reféns no centro do pavilhão.
— Muito bem! Vocês lembram do treinamento. – Léo disse para os rapazes. –
Se cada um fizer em até 2 minutos, conseguiremos todos a tempo.
— Já sabemos. – os dois disseram ao mesmo tempo.
— Você, supervisione, sim? – Léo pediu a Taís.
— Sim, senhor. – a moça brincou.
— Tome cuidado e me devolva no mesmo estado. – Facada disse ao emprestar
uma de suas facas para Charger.
— Já sei. – o mecânico resmungou.
Alguns dias antes da execução do plano, Joel pediu algumas molduras
velhas e sem valor para Olívio Barton, o financiador dos roubos. Assim que as
peças chegaram, eles começaram a treinar. Técno Léo, que havia aprendido com um
vídeo na internet, ensinou Charge e Facada, que ficaram com o trabalho manual,
e Taís, que ficou de coordenar a ação dos amigos e enrolar e guardar as obras
quando fossem retiradas.
Combinaram de não utilizarem seus nomes durante a operação. Bomber e Joel
ficaram encarregados de manter os civis afastados e quietos. Após muito
conversarem, chegaram a um interessante consenso.
— Você será o malvado. Deixará as pessoas apreensivas. Eu serei mais
coeso, tranquilo, passarei a mão na cabeça. – disse Joel.
— Tipo, policial bom e policial mau. – Bomber comparou.
— É, só que no caso, ladrão bom e ladrão mau. – Joel ajustou.
Com um saco de lixo, o líder do grupo recolheu todos os eletrônicos dos
visitantes que estavam no topo do Olho. O musculoso deu as ordens, empurrou,
fez todo mundo deitar no chão. O segurança esboçou alguma reação, mas foi logo foi
anulado e ficou quieto.
Um rapaz que estava no chão observava Bomber e Joel andarem de um para o
outro no centro do salão. No breve momento em que ambos ficaram de costas, ele
se levantou e avançou para o ex-militar. Devido ao barulho das juntas do rapaz
e a sua visão periférica, Bomber conseguiu virar e dar uma cotovelada no refém
antes que este o atacasse. O aspirante a herói cambaleou para trás, o nariz
quebrado e escorrendo sangue.
— Eu avisei o que aconteceria se alguém tentasse reagir, não avisei? – o
musculoso disse apontando a AK-47 para o rapaz.
— Calma lá, amigão. – Joel interveio. – Não precisamos chegar nesse
ponto. Deite-se novamente e não tente outra besteira como essa. – ele disse e
foi ver como os outros estavam se saindo.
Na seção ao lado do centro do salão, Léo tomava conta das câmeras, dos
alarmes e dos elevadores do museu. Taís já havia guardado duas pinturas que
tinham sido retiradas por Charger e Facada.
— Como estamos? – Joel quis saber.
— Os rapazes estão terminando a terceira e a quarta obra. Ainda temos 6
minutos. As duas mais caras são estão guardadas. – Léo explicou.
— Onde estão essas pessoas? – Joel perguntou apontando para a tela.
— No subsolo. Estão esperando o elevador. Não sei quanto mais conseguirei
enrolar.
— Então, não enrole. Tem muita gente ali, isso pode ser suspeito. Abra os
elevadores, suba dois andares e pare. É melhor segurá-los dentro do que fora. –
Joel disse e Léo obedeceu.
Olhando para o relógio, Joel estava apreensivo, não sabia se queria que o
tempo passasse mais rápido ou mais devagar. Apesar de durar menos que a
operação anterior, o roubo do museu era em plena luz do dia. O líder do grupo estava
preocupado com trânsito que podia atrapalhar a fuga. Infelizmente naquele momento não
havia nada que Joel pudesse fazer a não ser esperar.
Hoje eu tava assistindo uma série, e me veio na cabeça: Meu, o melhor meio que eles poderiam utilizar pra fazer o povo falar é a técnica do "policial mau x policial bom". Super eficiente (e interessante).
ResponderExcluirVamos ver se esse negócio vai dar certo, né...
PS: É uma pera (um pintinho?/uma cabaça?) a logomarca do note?? Huahuahuahau