quinta-feira, 30 de julho de 2020

Caos Urbano T02C08

CAPÍTULO 8 – PISTA 

O certo seria se afastar por estar emocionalmente envolvida, mas, após muito insistir, Raquel conseguiu permissão para continuar no caso. Com as informações recebidas dos bombeiros, ela sabia que alguém tinha plantado as bombas e ficado num raio de 1km para ativá-las. Por isso, estava vendo as câmeras dos estabelecimentos comercias próximos do asilo.

Após uma manhã intensa de trabalho, Raquel descobriu uma nova pista para seguir. Uma van de empresa de manutenção de ar condicionado parou na frente do Asilo Ipiranga. Um homem uniformado saiu do veículo e entrou no local. A detetive já se encontrava conversando com seu amigo. Antes que ela fosse embora, entrou um homem sem uniforme na van. Aproximando e melhorando a imagem, Raquel descobriu se tratar da mesma pessoa. Ela aproveitou para colocar o rosto dele no banco de dados da polícia. Não demorou muito para aparecer uma combinação.

Roberto Silveira tinha saído da prisão por bom comportamento após cumprir parte da sua pena por assassinato. Ele conseguiu um emprego com um amigo, o que possibilitou o aluguel de uma quitinete no centro. Ainda estava em condicional.

Era um prédio pequeno, que não tinha porteiro nem elevador. Raquel subiu cautelosamente os lances necessários para chegar ao segundo andar, onde o suspeito morava. Com a arma na mão, a detetive se aproximou da porta do apartamento e notou que estava levemente aberta. Empurrou sem barulho e, com a arma apontada para frente, entrou.

O apartamento não era grande. Bastaram dois passos para Raquel ver um corpo no chão e um homem em pé ao lado com sangue nas mãos.

— Você! – ela disse firmemente a arma.

— Ah, detetive! – Rubens disse ao notá-la e ao ver sua expressão levantou as mãos. – Não é o que parece!

 

Do outro lado da rua do prédio, Carla cuidava da retaguarda. Ela viu quando a detetive chegou e de imediato mandou uma mensagem para o namorado. Infelizmente, Rubens não conseguiu ver o aviso. Minutos depois ela viu o jornalista algemado sendo empurrado para dentro do carro da detetive. Carla já ia atravessar a rua quando viu Rubens acenar negativamente com a cabeça. Com um peso no coração, a loira deu meia-volta e seguiu para o hotel em que estava hospedada.


quarta-feira, 29 de julho de 2020

Conspiração Temporal T03C04

CAPÍTULO 3 – O LÍDER

 Jess e Nanda fizeram o caminho de volta ao local em que jantaram na noite anterior. Ao chegarem na cozinha, elas viram a mesa posta com diversas opções de frutas e alguns pães e sucos, mas nem sinal do Dr. Cintra. Pensaram em esperar o cientista, mas os roncos em seus estômagos as fizeram sentar e começarem a comer. No meio da refeição, a porta se abriu e duas pessoas entraram. As duas amigas levantaram de imediato. 

— Bom dia, meninas! – disse Dr. Cintra. – Que bom que já levantaram. Quero apresentar alguém para vocês. – ele foi dizendo enquanto as moças se aproximavam.

Nanda deu uma boa olhada na companhia do cientista. Ele era um homem alto, forte e com duas cicatrizes na face, uma na bochecha esquerda e outra na testa. Ainda assim a loira o achou muito bonito e teve uma estranha sensação de já ter visto aquele rosto antes.

— Esse é o nosso líder, Zé Ruela! – o mais velho disse e apontou para o homem mais jovem ao seu lado. – Zé, essas são Nanda e Jess. – disse e então apontou para cada uma das amigas.

— Olá, é um prazer conhecê-las. O Dr. Cintra falou muito de vocês. – o rapaz disse.

— Zé... – Nanda repetiu devagar e então notou a semelhança.

— Ah, sim! O doutor disse que vocês conheceram meu antepassado.

— Então você é... – Nanda começou a concluir.

— O tataraneto do Zé Mané. – o líder finalizou.

Nanda não conseguia parar de encarar o homem que acabara de conhecer. E quanto mais olhava, mais semelhanças ela encontrava entre os dois Zés. Apesar da barba por fazer, o homem à sua frente possuía um cabelo penteado para cima, ainda que mais desgrenhado, igual ao seu parente do passado.

— Vamos dar uma volta? Temos muito que conversar. – Zé disse achando graça e tentando ignorar a encarada da loira.

Antes de saírem, Jess deu uma cotovelada de leve na amiga, tirando-a de seu transe.

Fora da casa do Dr. Cintra e com a luz do sol da manhã, elas tiveram uma vista melhor do lugar que um dia tinha sido a Universidade Positivo. Zé Ruela levou-as por entre vários prédios de 4 andares, que um dia foram os blocos de aula. Elas notaram um lugar que parecia um refeitório e outro que lembrava uma biblioteca. O homem foi explicando conforme andava.

— Uma das primeiras coisas que meu tataravô fez depois de limpar toda a UP foi transformar os blocos de aulas em dormitórios para as pessoas. O refeitório já estava pronto e continuaria servindo seu propósito. Manter a biblioteca foi difícil, mas foi algo de suma importância para ele. – o líder contou.

— O Zé era realmente capaz de fazer tudo isso. – Jess comentou. – Quantas pessoas vivem hoje aqui?

— Hoje temos 523, mas já tivemos mais, assim como bem menos também. – o homem respondeu. – Temos uma espécie de livro-registro, caso queiram saber mais detalhes.

— E como você consegue liderar todo mundo sem problemas? – Nanda quis saber.

— Não é sem problemas e não sou só eu que faço isso. – Zé respondeu. – Nós já tentamos democracia, ditadura, anarquia, democracia de novo e hoje é uma espécie de parlamento.

— Como funciona? – Jess perguntou.

— Bem, eu sou o líder principal, mas existe um Conselho formado por pessoas de determinados setores que me informam das coisas e também dão ideias e sugestões de melhorias. A decisão final é minha, mas eu ouço todos e geralmente chegamos a um consenso. Eles podem me tirar quando quiserem se acharem que minhas ações estão prejudicando a comunidade. Por enquanto isso não aconteceu. – ele contou.

Os três andaram por toda a extensão da UP e então pararam em frente a um prédio que um dia abrigou os professores, diretor e demais setores administrativos do local. Durante todo o percurso, o líder respondeu a todas as perguntas das viajantes do tempo. Elas também lhes contaram tudo que ele quis saber.

— Bom, senhoritas, talvez eu devesse começado com isso, mas eu precisava conversar com vocês antes. – ele disse.

— Do que está falando? – Nanda perguntando sem entender.

— Aqui é onde temos nossas reuniões semanais. Hoje teremos uma extraordinária com vocês. – ele explicou.

— Conosco? Por que? – Jess quis saber.

— Bem, sempre que recebemos gente nova, fazemos isso. Precisamos saber quem está entrando no nosso meio. Mesmo vocês tendo a benção do Dr. Cintra, temos que tirar nossas próprias conclusões. Por isso, pedi para fazer essa caminhada. Para conhecê-las melhor. – ele contou.

— Por que não nos disse antes? – Nanda perguntou começando a se irritar.

— Eu precisava que estivessem relaxadas e fossem completamente honestas comigo. – ele disse e ao ver os olhares das moças continuou. – Olha, eu acredito totalmente no doutor. Ele fez muito por nós e não há nada que eu não faria por ele. Mas ainda existem alguns que não acreditam em viagem do tempo e tecnologia.

— E existe gente assim no Conselho? – Jess indagou.

— Sim. Mas não se preocupem. Depois da nossa conversa, vocês podem contar com meu total apoio. Eu sei lidar com o Conselho. – garantiu. – Só falem como falaram comigo e não escondam nada. – ele aconselhou.

— E o Dr. Cintra? – Nanda perguntou.

— Ah, sim! Já deve estar lá dentro. Perdoem-no! Eu pedi para que ele não dissesse nada. – Zé pediu. – Agora, vamos indo! Já estão nos esperando. – ele chamou e foi entrando no prédio.

Antes de seguirem-no, as duas amigas falaram uma para outra.

— Por essa eu não esperava. – Jess disse espantada.

— Nem eu, Jess. Nem eu. – Nanda disse com muita raiva.


terça-feira, 28 de julho de 2020

Caos Urbano T02C07

CAPÍTULO 7 – TORTURA 

Tudo o que ele queria era morrer. Havia cometido o maior de todos os erros: fora capturado. Ele sabia que sua namorada iria atrás dele, mas não queria que ela perdesse tempo. Entretanto, ela era a única coisa que mantinha sua vontade de viver. Baltar havia perdido a noção do tempo. Todo o tratamento que recebeu desde que mudaram de local tinha desnorteado o espião número um. Dois homens amarraram seus braços para cima, retiraram sua camisa e começaram o processo. Seguindo as instruções do doutor, os capangas fizeram cortes, furos e ferimentos em todas as partes não vitais do corpo.

― Diga-me, Sr. Baltar, usa muito o seu dedo mindinho? – Morte perguntou após duas horas de tortura.

O espião não teve forças para responder, mas soube o que viria a seguir. Sem soltar seus braços, os dois bandidos que auxiliavam o ex-médico usaram um instrumento hospitalar para cortar um dedo de cada mão de Baltar. Não fosse a proteção sonora feita pelos criminosos no interior da casa, o grito que o espião deu depois de perder os dedos teria sido ouvido por todo o quarteirão. O refém sentiu o sangue escorrer pelos dois braços e o tronco.

― Já está bom por hoje. – o doutor disse e os homens soltaram o espião que ficou caído no chão. – Daqui a pouco você irá desmaiar, mas não se preocupe, não deixarei você morrer ainda.

Sem Baltar se dar conta, passou-se uma semana desde sua captura e nesse tempo, ele levou surras diárias. A cada dia, Doutor Morte o perfurava em um lugar diferente, cada um lhe causava uma dor excruciante que o fazia urrar. No sétimo dia, a conversa que ouviu foi reveladora.

― Já estamos prontos para a próxima fase, doutor. – Benck disse.

― É verdade? Achei que demoraria mais. – Morte admitiu.

― Com o novo aumento dos serviços do hospital, conseguimos rapidamente. – o pirata contou. – Foi uma boa o senhor ter colocado alguém no poder assim que fomos presos. Ninguém nunca suspeitou de nada.

― Essa era a ideia, meu caro Benck. Peça para Dorigan avisar os cabeças das principais gangues conforme planejamos. Diga que já temos o dinheiro em mãos, que já podem seguir em frente. – o ex-médico disse.

Passaram-se mais algumas horas até Baltar ouvir vozes novamente, mas então o assunto se voltou para ele. Seu olho esquerdo já estava melhor e ele conseguiu abrir quando o espião foi puxado pelos dois homens de sempre e levado a uma cadeira em frente ao doutor.

― Acho que vai gostar de saber que nosso joguinho de gato e rato acaba hoje. – Morte disse enquanto seu refém era amarrado ao móvel. – Meu grande amigo Benck conseguiu finalmente descobrir seu segredo. – Baltar manteve sua expressão inalterada. – Espião. – o refém arregalou os olhos.

― Como? – ele conseguiu falar.

― Não foi fácil. – o pirata de computador começou a falar. – Havia muita segurança no seu celular e em todas as suas contas. Tive que cavar bem fundo para encontrar uma brecha. Quando achei, tive trabalho duplo para chegar até a... Como é mesmo? – ele parou e olhou na tela do PC. – AgEsp.

― Veja, eu não te mantive vivo porque sou bonzinho ou piedoso. – o ex-médico disse. – Eu sabia que você era mais do que aparentava. O que farei agora é uma oferta única para que não desperdice sua vida. Junte-se a mim em meu caos urbano. – Morte ofereceu e recebeu um olhar frio como resposta. – Foi o que pensei. Então, agora você vai morrer. – os homens ao seu lado sacaram suas armas. – Pensando melhor... – o doutor disse e levantou a mão. – Benck, passe o endereço da tal agência para a equipe explosiva e mande-os para lá. Veja em quanto tempo, eles conseguem.

Pela primeira vez em sete dias, Baltar sentiu medo, não por si, mas por seus amigos e colegas da AgEsp.

― Ouviu isso, espião? – Morte tirou seu refém do transe. – Você e seus amiguinhos terão quatro horas de vida. Benck vai fazer com que todos os que não estão lá agora, se dirijam urgentemente para lá. Enquanto isso, meus outros associados irão implantar bombas muito poderosas por todo o prédio e você vai ter uma aqui também. As duas vão detonar no mesmo segundo. Não se preocupe. – o ex-médico disse e pegou sua maleta. – Adeus, espião. – disse e saiu com seus capangas.

Uma raiva e determinação tomou conta do corpo de Baltar, mas ele ainda estava muito fraco. Decidiu não gritar para não gastar energia. Tentou todas as técnicas que conhecia para se livrar dos nós que o prendiam. Em uma tentativa frustrada, acabou caindo de lado com a cadeira e ainda estava preso. Ao perceber que mais nada poderia fazer por seus amigos, as lágrimas começaram a cair pelos seus olhos e a dor que sentia por todo o seu corpo não se comparava à que sentia no momento.

 


O furgão parou a uma quadra de seu destino. Um silêncio de expectativa encheu o veículo. Em seguida, a porta traseira foi aberta e todos olharam para ver o motivo. Pouco tempo depois, Rob entrou com duas pizzas gigantes na mão.

― Hum, o cheiro está ótimo! Alguém quer? – ele perguntou e recebeu vários olhares reprovadores. – Está bem, vamos resgatar o Baltar primeiro.

― Duda, você e Maurição chequem o perímetro. – Zé disse e os dois saíram do veículo.

Eles deram uma volta na quadra olhando cada detalhe e cada pessoa, parada ou em movimento. Procuraram pelos possíveis caminhos que alguém poderia fugir ou se esconder e enfim, concluíram que estava tudo limpo. Assim que confirmaram pelo comunicador, seguiram para o local. Eram quase 18h da tarde. A rua estava vazia. Ninguém iria perceber a entrada do grupo. Nikki liderou os espiões. Duda e Maurição foram para os fundos e Érica ficou com a ruiva e os rapazes. Pelo comunicador, eles sincronizaram a entrada, assim as duas portas caíram ao mesmo tempo.

Após verificar os cômodos das extremidades, eles encontraram o espião perdido caído no centro da casa.

― Levi! – Nikki gritou e se ajoelhou perto do namorado. – O que fizeram com você, meu amor? – ela disse deixando as lágrimas caírem.

― Nikki?! – ele chamou sem acreditar.

Duda e Érica ajudavam a desamarrá-lo, enquanto os rapazes olhavam os equipamentos ao redor.

― Olha que relógio que engraçado. – Zé disse. – Além de dizer que é meia noite e meia, está voltando o tempo. – ele riu sozinho.

― Isso é uma bomba, Zé. – Baltar disse após ser solto e ser abraçado fortemente pela espiã ruiva.

― Uma bomba?! – Rob se espantou.

― UMA BOMBA?! – Joca emendou mais alto.

― Parem de gritar. – a Agente E mandou.

― Tudo bem, aqui tem isolamento acústico. – Baltar informou. – Mas esse não é o pior... – ele tentou começar.

― Como não? – Rob interveio. – O que pode ser pior que isso?

― Nós vamos morrer. Não temos treinamento nesse setor. O que faremos? – Joca teve um ataque e agarrou a gola da camisa de Nikki que o olhou furiosa. – Foi mal, Agente N. – ele disse soltando-a e baixando a cabeça.

― A AgEsp será explodida com todos os outros espiões e funcionários nesse mesmo tempo. – o espião espancado contou.

― Certo. Isso é pior. – Rob concordou.

― Meninos, acalmem-se e pensem em uma maneira de desarmar essa bomba. – Duda disse.

― Não será preciso. – Zé disse e todos o olharam. – Essa bomba não parece ter um alcance muito grande. Você disse que essa casa tem isolamento acústico. – ele disse olhando para Baltar, que assentiu. – O material usado para esse tipo de isolamento é capaz de suportar tal impacto. Nenhuma casa vizinha sentirá algo.

― Então, o que estamos esperando? Vamos salvar a agência. – Érica chamou.

Duda assumiu o volante e acelerou o máximo que pôde, mas sofreu com o trânsito. Joca e Rob tentaram comunicação de todas as maneiras com a central, mas não tiveram êxito. Há duas quadras do prédio, um tremor fez todos os veículos pararem. Com a vibração, veio o som e então o fogo e a fumaça. Os espiões saíram do furgão e olharam para o local da explosão.

― Não conseguimos. – Baltar lamentou.

― Tenho certeza que foi aquele Benck que cortou o sistema eletrônico e impediu nossa comunicação. – Joca disse com raiva.

― Joca, promete que vamos derrotar esse cara? – Rob pediu.

― Prometo. – Joca disse com lágrimas e raiva no olhar. – Então, já sabem. – os dois olharam para os outros. – Quando formos atrás desses caras, o pirata de computador é nosso.

― Entendido. – Zé concordou sério.

Érica estava paralisada, não conseguia falar e nem controlar as lágrimas. Maurição também estava sem ação.

― Precisamos sair daqui. Arranjar um lugar para passar a noite e descansar. – Nikki disse tentando se manter forte.

― Sei de um lugar perfeito. – Baltar disse e olhou para Duda. – Ainda lembra como chegar?

― Como poderia esquecer? – ela disse com um sorriso e foi para o lado do motorista.

Com o furgão cheio de espiões, a loira seguiu para a direção contrária da explosão.


segunda-feira, 27 de julho de 2020

Popularidade T02C04

CAPÍTULO 4 – OS ESCOLHIDOS 

A primeira semana passou voando e, apesar dos vários deveres de casa, os alunos estavam muito empolgados com o começo do ano letivo. Alex chegou e notou algumas pessoas olhando para um mural que ficava no corredor de entrada. Curioso, ele também foi ver.

― Isso! – ele vibrou após confirmar seu nome e de seus amigos nas listas dos escolhidos para rádio e jornal.

Alex, Patricinha, Manu, Lucy, Diana e Madu seriam responsáveis pelo jornal. Maria Eduarda Manfrinato era grande amiga de Manu e fez parte de sua chapa três anos antes na disputa para o Grêmio estudantil. Também foi ela que presenciou e denunciou a trapaça feita por Mauricinho. Madu era pouco mais alta que Diana; seus cabelos eram negros, lisos e compridos; ela era emo, logo um de seus olhos ficava completamente coberto por sua franja.

Além de Ciano, Solano, Hugo e Caramello, Felipe Slomp e Pedro Alcântara completavam a equipe da rádio. Slomp era um fã de skate; Seu estilo musical preferido era o reggae; seus cabelos eram loiros, lisos e caídos até o ombro; só era mais alto que Alex. Pedro era o gótico roqueiro do colégio; sempre vestia preto em tudo; seus cabelos eram negros, desgrenhados e compridos; era tão alto quanto o artilheiro de futebol.

― Boa tarde, alunos! – Brasílio surgiu surpreendendo os jovens.

― Boa tarde! – eles responderam depois do susto.

― Primeiro, parabéns a todos os escolhidos! Tenho certeza de que farão um ótimo trabalho. – o diretor iniciou. – Agora, há algumas coisas que preciso lhes contar. Para começar, uma má notícia: o colégio não tem como arcar com as despesas do jornal e da rádio juntos. – Brasílio contou.

― O que? – os alunos se espantaram.

― Então por que ofereceu os dois? – Manu perguntou.

― Porque tenho uma ideia para que seja possível manter os dois. – o diretor respondeu.

― Que ideia é essa? Como o senhor vai conseguir o dinheiro? – Alex indagou.

― Eu não vou. Vocês vão. – o mais velho disse e continuou após as expressões de surpresa dos alunos. – Daqui a duas semanas haverá um baile aqui no colégio. Será o Baile de Abertura do ano. – ele informou. – Para ele, convidarei vários empresários filantropos. O pessoal do jornal vai usar o tempo até lá para escrever matérias e preparar um material para entregar na noite do baile. Já o grupo da rádio deve estar pronto para manter a rádio animando a festa, do começo ao fim. Quanto mais doações vocês conseguirem, maior a chance das duas atividades continuarem. – Brasílio explicou.

― E se não conseguirmos? – Diana quis saber.

― Será feita uma votação entre todos os alunos e a preferência da maioria ficará. – o mais velho respondeu. – Bom, vou deixá-los à vontade. Aqui estão as chaves dos cômodos. Boa sorte! – ele desejou e saiu.



Patricinha, Diana, Manu, Madu e Lucy entraram após Alex na sala do jornal. Havia uma grande mesa no centro com seis cadeiras; uma mesa menor encostada à parede sustentava um computador e três potentes impressoras. O diretor não quis colocar uma máquina para cada um, pois sabia que os alunos tinham seus próprios laptops.

O rapaz atravessou a sala, observando tudo com um largo sorriso e os olhos brilhando. Retirou a mochila das costas e a pousou na mesa. Puxou uma cadeira, que estava mais ao fundo, sentou e colocou os pés em cima da mesa.

― Acho que deveríamos começar definindo o editor-chefe. Acredito que sabemos a escolha óbvia. – ele disse com um sorriso.

― Não seja convencido, Alex. – Manu disse colocando sua mochila na mesa e sentando no lado oposto a ele.

― Eu acho que ele está certo. – Paty disse sentando ao lado esquerdo do rapaz. – Ele foi um ótimo líder no GEAS.

― Eu concordo. – Diana disse sentando ao lado da mais rica.

― Qual é? Vamos começar nosso jornal com uma ditadura? – Manu reclamou aumentando o tom de voz.

― Você quer ser a editora-chefe, Manu? – Alex perguntou.

― E se eu quiser? – ela devolveu.

― Vamos votar. – o rapaz decidiu. – Quem é a favor de eu ser o editor-chefe levanta o braço. – ele disse e apenas Madu que estava do lado esquerdo de Manu não levantou. – Está aí! Feliz agora?

― E agora o que, editor-chefe? – Manu perguntou com raiva.

― Precisamos de um nome. – ele respondeu e olhou para as meninas.

― Abalo Sísmico? – Diana disse.

― Não! – Alex negou de imediato. – O que nós somos? Pessoas sem criatividade? Não! Não e não! – ele disse e baixou as pernas, sentando-se direito. – Vamos pensar nas descobertas de Newton. O Ciano já disse que vai usar Força Gravitacional. Precisamos de outra coisa. – o loiro ponderou.

― Por que tem que ser sobre Newton? – Manu questionou.

― Porque vai agradar os empresários. Pensa, se fosse podre de rica e quisesse doar dinheiro para um colégio, para quem você daria: o com um jornal com nome relacionado ao colégio ou ao com jornal de nome aleatório? – Alex perguntou.

― Tem as Leis de Newton. – Lucy, que estava sentada entre Madu e Alex, lembrou.

― Boa, Lucy! – ele elogiou. – Vamos ver, Inércia, força igual massa vezes aceleração... – o rapaz disse lembrando as leis físicas. – Ação e Reação! – Alex exclamou.

― O que? Um jornal não pode ter nome composto. – Manu contestou.

― Claro que pode. Não lembra aquele jornal de São Paulo que veio me entrevistar? – o rapaz argumentou.

― É verdade, o ‘Terra da Garoa’, onde o Rubens trabalha. – Diana lembrou.

― Eu concordo com a Manu. – Lucy disse e espantou a loira de olhos verdes. – Apenas uma palavra seria melhor. Reação se encaixa perfeitamente, afinal a mídia reage aos acontecimentos do mundo relatando-os ao público e expressando sua opinião. – a garota opinou.

― Reação! – Alex repetiu a palavra. – Gostei! – ele disse. – Está decidido! Nosso jornal se chamará Reação! – o rapaz definiu.

 

A parte da rádio era dividida em duas salas. A maior possuía um sofá e duas cadeiras para acomodar seus membros; um grande móvel que consistia no equipamento de som. A menor sala era onde ficaria o locutor e seus convidados. Havia um móvel com equipamento de som que era ligado ao outro. E um espelho separava os dois cômodos.

― Então, como começamos? – Solano quis saber.

― Bom, nós precisamos ter um nome e um locutor fixo, que vai apresentar os programas. – Caramello disse.

― Eu tenho um nome perfeito. – Ciano se adiantou. – Rádio Força Gravitacional!

Os únicos surpresos foram Pedro e Slomp, mas concordaram.

― E agora o locutor. – Caramello disse.

― Eu acho que devia ser o Ciano. – Hugo opinou e surpreendeu o amigo.

― Concordo. – Solano apoiou.

― Eu também. – a garota do grupo disse com alegria.

― Pelo que vi, você é o mais animado daqui e eu respeito seu estilo. Então, acho que é o mais justo. – Pedro disse com sua voz grave.

― Não sendo eu, está ótimo. – Slomp disse.

― Puxa, galera, valeu. – o mano agradeceu emocionado. – Então, vamos começar a pensar em nossos programas.

Enquanto discutiam sobre o futuro da rádio, seus amigos lembravam que antes de entrar para a chapa que disputaria o grêmio estudantil, Ciano era o líder de seu próprio grupo de manos. Com Alex, o negro suprimiu seu instinto de liderança, mas a rádio estava trazendo essa característica de novo.


sexta-feira, 24 de julho de 2020

Que tal voltar com os contos seriados?

Para quem não sabe, os contos seriados são estórias com capítulos postados semanalmente. Normalmente as séries tem 13 capítulos, concluindo em menos de 4 meses a temporada. No entanto, existem as especiais que unem os personagens de vários contos. Essas tem o dobro de capítulo e, por entanto, são postados 2 capítulos por semana. 

Há 6 anos, quando parei de escrever com mais frequência, eu tinha iniciado uma temporada de contos que está interrompida até hoje nos capítulos 3 dos normais e 6 do especial. Parte de mim sempre se sentiu mal por ter deixado as coisas assim. Nas últimas semanas eu estive me preparando para voltar e agora estou pronto para ir até o final.


É possível acompanhar os contos que voltarei a escrever, mas nenhum deles está em sua primeira temporada e assim como as séries de TV, há referências de eventos passados. Por isso, aconselho fortemente que leiam as temporadas anteriores. Abaixo colocarei as páginas com links de todas as temporadas já escritas e também a que está em andamento.

Contos I - Primeira temporada das séries: Zé Mané, Popularidade, Tudo Por Uma Notícia, A Arte de Roubar e Cesca.

Contos II - Primeira temporada das séries: Conspiração Temporal, O Motoqueiro das Trevas e Comando Épsilon. Segunda temporada da série: A Arte de Roubar.

Contos III - Primeira temporada das séries: Detetives Virtuais e Caos Urbano. Segunda temporada da série: Tudo Por Uma Notícia. Terceira temporada da série: A Arte de Roubar. 

Contos IV - Segunda temporada das séries: Conspiração Temporal e O Motoqueiro das Trevas. Quarta e última temporada da série: A Arte de Roubar.

Contos V - Segunda temporada das séries: Popularidade e Caos Urbano. Terceira temporada da série: Conspiração Temporal.

A partir de segunda-feira, dia 27/07/2020, voltarei a postar os contos seriados. Fiquem ligados e comentem suas opiniões e impressões. 

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Quanto tempo você dedica para leitura?

Com o avanço da tecnologia, ler se torna cada vez menos atrativo. É muito mais fácil assistir um vídeo, ouvir um podcast ou ver um meme. Quando se fala em leitura se pensa logo em livro, mas o exercício de ler não necessariamente tem que ser com um livro. Podemos manter nossa leitura em dia com uma simples notícia ou mesmo um post de blog.

As rotinas são tão corridas hoje que é difícil separar um tempo no dia para ler. As pessoas quando param querem relaxar e ler remete a algo que vai cansar mais por ter de pensar. Bem, isso depende do conteúdo a ser lido. Não adianta chegar em casa depois de um dia intenso de trabalho e ler Dom Quixote ou um texto da Teoria das Cordas pois não será nada relaxante.


Ler nos ajuda em coisas que nem imaginamos e por isso às vezes não damos a devida importância. Estar sempre lendo algo aumenta nosso vocabulário, a quantidade de assuntos que podemos ter em uma conversa, ajuda a escrever, além, é claro, de aumentar nosso conhecimento. 

Ler todos os dias é bem difícil. Eu até tento ler alguma coisa por dia, mas tem dias que não consigo, como sábado e domingo. Talvez não precise ser todo dia, mas manter-se em ritmo e não deixar de fazer por muito tempo já ajuda bastante. 

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Como você está de amigos?

Amigo é uma parte muito importante na vida de uma pessoa. Ninguém consegue viver sem pelo menos um amigo. Tudo começa nos primeiros anos do colégio. Nessa época temos muitos amiguinhos, ou pelo menos parece. Conforme vamos crescendo, nos tornamos mais seletivos. Amizades de colégio nem sempre ficam para sempre. Mas as que ficam são pra valer.

Locais que temos que ir por algum tipo de obrigação como escola e trabalho acabam sendo ótimos meios de fazer amigos. No entanto, é bem possível conhecer pessoas ao realizar atividades que se gosta. Existem muito tipos de amizades e eu já ponderei e refleti sobre vários. 


Tem amigos que estão sempre se falando e se vendo. Outros apenas se falam, pois não tem tanto tempo para se verem, ou seus horários não se encaixam. Há ainda aqueles que se falam bem esporadicamente, uma vez por mês ou menos. Esses tipos também podem estar relacionados com a fase da vida em que se encontra. É claro que veremos mais os amigos se estudamos juntos. 

No fim, não importa qual é o seu tipo de amizade. Se você tem alguém que pode chamar de amigo, preze-o e aproveite seu tempo juntos, seja apenas conversando ou se encontrando e fazendo coisas. Amigos de verdade são difíceis de encontrar. 

Feliz Dia do Amigo!

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Já tem 700?

É isso aí! Esse é o setecentésimo post do blog. Setecentos não é um número simbólico, mas acabei passando batido pelo 500, então decidi compensar agora. O momento também é propício por outro motivo. Desde meados de 2014 parei radicalmente de escrever aqui no blog. Em 2019, por exemplo, escrevi apenas uma vez. Esse ano, com a quarentena e tudo que está acontecendo, refleti um pouco sobre a vida e percebi que sentia falta de escrever.

Não está sendo fácil, pois a rotina é outra e a inspiração está meio enferrujada, mas estou tentando ao máximo manter um bom ritmo como no começo. Também terei o desafio de atrair novamente as pessoas através dos meus textos numa época em que assistir e ouvir é muito mais simples e rápido. 


Para quem está chegando agora, o número de posts pode assustar, mas fique tranquilo, não espero que você leia todos eles (mas sugiro e torço fortemente para que faça isso). Com tanto material assim, tenho certeza de que encontrará algo interessante para ler naquele momento do dia que precisar. 

Apesar de já ter escrito tanto, as ideias borbulham na minha cabeça e sei que posso escrever muito mais. Quero continuar a temporada que deixei em aberto dos contos seriados. E indagações sempre irão surgir. 

Caros leitores, escrever 700 textos não seria possível sem vocês. Em todo post comemorativo eu digo isso e nunca será o bastante. Cada visualização, cada comentário, cada seguidor, me deixa mais animado e empolgado para continuar escrevendo. Obrigado a todos! E fiquem ligados, logo começarei a escrever os próximos 700!! 

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Assado ou cru?

Existe uma frase que diz "Gosto não se discute". No entanto, é o que mais as pessoas fazem. Em quase todas as áreas da vida cada coisa tem seu oposto. Alguns exemplos são: frio e calor; matemática e português; pokémon e digimon; DC e Marvel. Eu poderia dissertar sobre todos de um modo geral, mas quero abordar dois em específico que causam muita controvérsia.


Quem não gosta de um churrasco, não é mesmo? Aquela carne assadinha, o gostinho do sal grosso, a suculência da carne transformando sua boca no paraíso enquanto mastiga. Já peixe cru... bem, nem todo mundo é fã. Um tipo de comida proveniente do Japão que popularizou bastante aqui no Brasil, e no ocidente como um todo, as variações com peixe cru vão contra tudo que o churrasco prega.

Tudo bem gostar de um e não de outro. Mas não precisa falar mal do outro ou criticar quem gosta. O pior é que esse extremismo ocorre dos dois lados. E eu não entendo porque. Eu, por exemplo, gosto dos dois, quando vou em um buffet pego de tudo. Como primeiro a carne assada e depois os sushis, sashimis e afins. 


Não gosto de muitas coisas e sempre que eu dizia isso nas refeições em família, meus tios e primos falavam "Sobra mais!". Hoje carrego esse lema. Se você não gosta de algo, ótimo, sobra mais para mim e para quem gosta. No entanto, sou a favor de que se deve experimentar antes. Afinal como pode dizer que não gosta de algo que nunca provou?

E você? Gosta de churrasco ou sushi? Ou os dois?

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Qual é a sua máscara?

A pandemia da covid-19 trouxe a necessidade do uso de máscara para proteção de boca e nariz, uma vez que o vírus transita pelo ar. Com isso surgiu todo um mercado de máscaras, com os mais diversos tipos, modelos, estampas, cores, tamanhos e tecidos. Já que não podemos mais sair de casa e quando saímos tem que ser de máscara, então que seja pelo menos algo personalizado.

A utilidade e necessidade da máscara é indiscutível, mas ela muda um pouco as nossas vidas. Por um lado, não podemos sentir o hálito do outro, já por outro, faz falta ver o rosto inteiro da pessoa. Usar óculos, seja de grau ou escuros, também ficou mais complicado, pois dependendo de como for colocado, nossa respiração o embaça completamente.


Algumas pessoas não se adaptaram a máscara e se recusam a usar. Em alguns países, grupos extremistas até fazem eventos para queimar máscaras. Esse comportamento só nos prejudica  como humanidade, pois faz demorar mais para passar tudo isso. 

Não sei por que essas pessoas reclamam tanto, afinal além de não incomodar quase nada, algumas máscaras são bem estilosas. E algo me diz que mesmo acabando a pandemia ainda iremos continuar com esse hábito, já que corona é só um dos vários vírus que se pega no ar. 

E aí, como tá sua coleção de máscara? Qual é a sua preferida?

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Por que sempre nos lembramos como anda de bicicleta?

Você já deve ter ouvido a frase "É como andar de bicicleta!". Dizemos isso sobre algo que sabemos que não iremos esquecer, pois é o que acontece com andar de bicicleta. Você pode passar anos, até mesmo décadas sem subir em uma, mas quando fizer, vai parecer que nunca parou. 

Eu demorei para aprender. Cheguei a pensar que não conseguiria. Todos os meus amigos já sabiam aos 7 anos. E eu só fui aprender aos 11 anos. Mas tudo bem, porque de lá pra cá andei bastante. No entanto, ao crescer e entrar na faculdade, diminuí o ritmo e no momento estou há uns bons anos sem pedalar. 


A magia é real. Depois de um bom tempo fui andar de bicicleta e tudo voltou automático. Parece que nosso corpo absorve esse aprendizado e deixa ali separado como algo que não pode ser esquecido. Infelizmente, as pessoas que não sabem andar de bicicleta nunca vão entender.

O interessante é que no começo pode ser realmente desafiador pedalar, se equilibrar, olhar para frente e não para baixo, fazer as curvas, frear e tudo que envolve o "andar de bicicleta". A parte boa é que se você passar por tudo isso e aprender, nunca mais irá esquecer. 

O por quê eu ainda não sei, mas com tanta coisa que já esquecemos com o tempo, é bom saber que existe algo que sempre lembraremos.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Calaboca e Respeito

          Dois irmãos, chamados Calaboca e Respeito, foram ao shopping (em uma época antes da pandemia). Respeito precisou ir ao banheiro e Calaboca ficou esperando à porta. Um segurança do shopping achou estranho alguém parado à frente do banheiro e foi conversar com o rapaz.
           - Ei, o que está fazendo aí parado? - o segurança perguntou.
           - Estou esperando meu irmão. - o rapaz respondeu.
          O segurança já estava satisfeito com a resposta, mas por algum motivo decidiu perguntar o nome daquele com quem conversara.
           - Qual é o seu nome, rapaz? 
           - Calaboca. - ele respondeu calmamente.
           - Como é que é? - o segurança devolveu bravo.
           - Calaboca. - o rapaz respondeu sem mudar seu tom.
           - Cadê o respeito? - o segurança perguntou com muita raiva.
           - Tá no banheiro. - Calaboca disse sem se alterar e apontou para a porta.


P.S.: Essa piada me foi contada por um primo alguns anos atrás. Nem eu nem ele sabemos quem é o autor original. Adicionei algumas partes para dar uma encorpada no texto, mas a ideia principal não é de minha autoria.

sábado, 4 de julho de 2020

Você já se sentiu meio Dark?

Dark é uma série original Netflix. E é muito complexa. Ela te deixa perdido já no primeiro episódio e só lá pela metade da temporada que você começa a se encontrar. A terceira e última temporada já está no catálogo do canal de streaming. Considerando isso, farei a crítica da série como um todo.

Tudo começa quando um garoto desaparece em uma pequena cidade chamada Winden. A partir daí somos apresentados aos vários personagens, que em um momento ou outro terão sua chance de brilhar. Com o avanço da trama, percebemos que a estória se passará em diferentes pontos do tempo. E é aí que fica fácil de se perder.


Todos os personagens foram bem construídos e a estória é muito bem conectada. Os atores e atrizes fizeram um excelente trabalho e é possível notar sua entrega aos personagens. A fotografia e os efeitos estão impecáveis. O final é bem condizente com o que foi proposto e fecha com chave de ouro essa série maravilhosa.

Se você gosta de pensar e desvendar mistérios, essa é a série certa para isso. Eu recomendo!!

quarta-feira, 1 de julho de 2020

História ou Estória?

Toda a minha vida usei apenas a palavra história. E por muito tempo achei que era só o que existia. Até o dia que aprendi que em inglês existem 2 palavras: History e Story. Após pesquisar um pouco, descobri a palavra Estória. Mesmo assim continuei só com história. Agora, a pergunta que não quer calar é: se tem duas palavras, por que usamos somente uma?

Os dois termos existem há milhares de anos. História seria para fatos reais, eventos que realmente aconteceram. Enquanto Estória se refere a contos de ficção, que não são de verdade. Na língua portuguesa essa distinção vigorou até meados da década de 40, quando a Academia de Letras decidiu que não havia necessidade de usar as duas palavras e que história já abrangia os dois sentidos.


Não é errado usar estória, mas como as pessoas não utilizam, acabou entrando no esquecimento. Eu acredito que a junção dos sentidos em um termo foi uma decisão equivocada. É bom poder diferenciar o que é no momento em que se fala sem precisar de uma explicação mais aprofundada, não que tenhamos problemas usando apenas uma palavra, mas com duas ficaria ainda melhor.

Eu estou tentando me reeducar para utilizar a palavra estória. Não é fácil ir contra o costume de uma vida inteira, mas estou firme. E você? Já sabia dessa diferenciação? Já chegou a usar a palavra estória?