CAPÍTULO 13 – DE VOLTA PARA O PASSADO
Seguindo Edgar, o grupo se
escondeu embaixo de uma ponte. As viajantes ainda processavam o sacrifício do
cientista enquanto os outros não pareciam tão abalados.
— Como ele vai se lembrar da
gente agora? – Jess falou limpando as lágrimas.
— Não era para ter sido assim. –
Zé disse.
— O que quer dizer com isso? –
Nanda perguntou desconfiada.
— Eu perguntei para ele se eu
poderia me lembrar dessa vida como ele se lembrava da anterior. Ele disse que
sim. Era só ficar perto da radiação da máquina. Não era uma coisa certa, mas se
aconteceu uma vez, era possível que se repetisse. – o líder contou.
— Por que você quer lembrar? – a
viajante loira quis saber.
— Por tudo o que aconteceu. Eu
preciso saber o que pode acontecer com o mundo senão cuidarmos direito. Preciso
me lembrar dos meus erros e de todas as pessoas que conheci. Preciso me lembrar
de você. – Zé disse chegando bem perto da mulher mais alta do grupo.
— E eu também. Mal tivemos tempo
de nos conhecer e nos divertir. – Becky disse segurando a mão do líder.
— Eu não posso me esquecer de
você. Minha vida seria muito sem graça. – Angu disse olhando para Jess e
segurou a mão da moça mais jovem.
— Foi uma vida cheia de altos e
baixos, mas não quero esquecer de nada. Muito menos daquelas que nos salvaram.
– Edgar emendou e segurou as mãos de Zé e Angu fechando o círculo ao redor das
viajantes.
As duas amigas iam falar algo
quando ouviram passos nas ruas acima.
— Arrumem as máquinas. Logo irão
chegar aqui. – Zé disse.
— Como iremos nos encontrar
novamente? – Nanda perguntou.
— Bom, depois que vocês
resolverem tudo, a AgEsp continuará a existir e mesmo que os filhos e netos do
Zé Mané não queiram ser espiões, assim que minhas memórias forem voltando eu
darei um jeito de chegar lá. Só preciso que me digam as coordenadas e voltem
dois dias depois de hoje. – o líder explicou.
— Certo. – a loira mais alta
passou as coordenadas ao mesmo tempo em que ela e Jess terminaram de ajustar as
máquinas para usar.
— Ali estão eles! – um dos guardas
gritou e várias lanternas foram apontadas para o grupo.
— Agora, você já era, Joe Alley!
– James disse e atirou uma flecha com sua besta.
— Vão! Salvem o futuro do mundo!
– Zé disse no momento em que a flecha atravessou o seu corpo.
As viajantes ligaram as máquinas
e viram seus companheiros serem atingidos. Antes da morte de fato, tudo mudou e
elas se viram em um terreno baldio no centro da cidade de Curitiba. Rodeado por
prédios e casas, e com o trânsito acontecendo normalmente.
— Não deveria ter um prédio
aqui? Será que erramos as coordenadas, Nanda? – Jess indagou.
— Não. Não pode ser. – a loira
respondeu enquanto olhava ao redor.
Elas seguiram até a calçada e
abordaram uma pessoa.
— Ih, o prédio que estava aí
explodiu. Saiu em todos os jornais. Como vocês não viram? – o homem contou.
— E teve algum sobrevivente? –
Nanda perguntou.
— Sem chance. Foi uma explosão
das grandes. – ele disse e seguiu seu caminho.
As duas ficaram em silêncio por
um tempo e então Jess falou.
— Nanda, você acha que...?
— Não. Zé Mané está vivo. Eu
sinto. Só precisamos encontrá-lo. – a loira disse com um sorriso.