CAPÍTULO 12 – JOE ALLEY
— Joe Alley? – Nanda repetiu sem
entender.
— Isso. Os ingleses tinham muita
dificuldade de falar Zé Ruela, então procurei palavras equivalentes. O nome
José em inglês é Joseph e seu diminutivo é Joe. Ruela é uma rua pequena ou
beco, que seria Alley. – o líder explicou.
— E por que Zé Ruela mesmo? –
Jess perguntou curiosa.
— Ah, essa é uma história
interessante. – Angu disse.
— Minha mãe era muita ativa e
meu pai não conseguia impedi-la de lhe acompanhar nas missões de exploração. Em
uma delas, a bolsa dela estourou e eles voltaram às pressas para a comunidade.
No entanto, ela não aguentou e precisaram parar no caminho. Meu pai levou minha
mãe para uma ruazinha. Uma mulher do grupo ajudou a fazer o parto enquanto os
outros faziam proteção. Conforme fui crescendo, a história de meu nascimento
foi ficando conhecida e assim o apelido pegou. – Zé contou.
— Eu esperava algo mais
impactante. – Nanda admitiu e Zé riu.
— Eles estão perto. – Edgar
informou olhando pela janela e todos ficaram alertas.
Assim que voltaram com o titã
dourado, Zé e Nanda ouviram relatos preocupantes dos outros. Eles notaram uma
movimentação estranha do lado de fora e duas palavras foram repetidas várias
vezes: Joe Alley. O líder entendeu o que isso significava e todos saíram
imediatamente pelas janelas. Andaram algumas quadras e entraram em uma casa,
aparentemente vazia.
— Como está aí, doutor? – Nanda
perguntou ao cientista.
— Um já foi. – ele respondeu sem
parar o que fazia.
Depois de conseguir o material
necessário, era preciso moldá-lo para caber nas máquinas do tempo. Foi então
que o Dr. Cintra revelou que a arma de energia que fez para Nanda possuía
ajuste de potência. Com isso, era possível fazer corte em materiais em vez de
desintegrá-los completamente.
— Zé, precisamos sair daqui. –
Edgar aconselhou o líder.
— Terminei. – o cientista
anunciou.
— Bem na hora, doutor. Vamos
nessa. – Zé disse e se preparou para sair.
— Espera! Se o doutor colocar os
materiais nas máquinas, a gente liga e isso acaba aqui e agora. – Nanda disse.
— Não há tempo. – Edgar disse.
— Colocar o material é o de
menos. Qualquer um consegue fazer. – o Dr. Cintra tranquilizou as viajantes.
— Ótimo, então vamos. – Zé
apressou.
Começaram a sair pela porta dos
fundos, mas Jess puxou Nanda ao notar que o cientista não estava seguindo.
— O que foi, doutor? Precisamos
ir. – Jess chamou.
— Se fugirmos todos, logo nos
alcançarão. Ficando aqui, posso lhes dar uma vantagem. Assim terão tempo para
preparar as máquinas do tempo. O sol está se pondo, vai ser mais fácil passarem
despercebidos. – ele disse.
— Do que está falando? Não vamos
a lugar nenhum sem o senhor. – Nanda disse.
— Sim, vocês vão. Para o
passado. Já cumpri minha parte e agora é com vocês.
— Mas e suas memórias? Você
precisa estar perto da gente quando ativarmos as máquinas. – Jess apontou.
— Não serão um problema. Assim
que consertarem tudo, eu crescerei e ainda terei vontade de criar a máquina do
tempo. Isso não criará um paradoxo. – ele explicou.
— Mas doutor... – Nanda começou.
— Por favor, cumpram o último
desejo desse velho: vão e salvem o mundo! – ele disse e sorriu.
Com lágrimas nos olhos as
viajantes o abraçaram e saíram do local. Ao alcançarem os outros, Zé notou a
ausência do cientista.
— Dr. Cintra? – ele perguntou.
— Ficou para atrasar os guardas
e nos dar mais tempo. – Nanda explicou.
— Entendo. – o líder disse. –
Então vamos fazer bom uso dele.
Assim, o grupo seguiu para
aumentar a distância da área de busca dos monarcas.
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