sexta-feira, 11 de julho de 2014

Que tal ter notícias sobre quase tudo?

Qual é a sua fonte de notícias? Como você fica sabendo sobre o que acontece no Brasil e no mundo? Tenho certeza de que a maioria respondeu 'Internet'. Apesar de muitos ainda se informarem pela TV e jornais de papel, é fato que o meio virtual se tornou a fonte primária de conteúdo informativo para as pessoas. Se você é uma dessas pessoas, aposto que visita vários sites até se satisfazer.

Muitos sites falam sobre diversos assuntos, enquanto outros dão foco para apenas um. E se existisse um lugar em que houvesse profundidade todos os assuntos, ou melhor, quase todos. Essa é a proposta do Portal Quase Tudo, o site que eu e mais dois amigos, Lcs e Yami, criamos. Os assuntos mais diferenciados serão retratados a fundo. 


Sobre o que você quer saber? Filme, esporte, cultura, lazer, política, economia...? No quase tudo, você encontrará isso e muito mais. Então, chega mais e mostre para os amigos. Quanto mais gente vier, melhor. Queremos que a notícia chegue para o maior número de pessoas.

E se você está se perguntando sobre o futuro desse blog... Bom, eu vou passar a escrever para o Quase Tudo agora. Entretanto, os contos continuarão aqui. Assim que eu conseguir voltar a escrevê-los, todos poderão conferi-los aqui. Enquanto isso, quem quiser ler os meus textos, terá de acessar o Portal Quase Tudo.

Aproveite também para nos seguir no twitter e curtir a página do facebook.

domingo, 1 de junho de 2014

Como ser Malévola?

Não é de hoje que os contos de fada estão migrando da animação para filmes com pessoas de carne e osso. Branca de Neve mesmo teve várias releituras, mas nenhuma foi da grande Disney. Para a empresa dos contos de fada, a versão de 1937 se mantém. Este ano, entretanto, os estúdios do velho Walt decidiram recontar a história da Bela Adormecida. Se os mesmos que criaram, decidiram mudar, acho que deve valer.


Malévola era uma fada (isso mesmo, fada) com grandes asas e chifres. Ela morava em uma floresta com outros seres mágicos, separada dos humanos. Depois de muitas batalhas, Malévola teve suas asas cortadas e assim seu poder diminuiu bastante. Com a ajuda de um corvo, ela consegue saber tudo o que acontece no castelo do rei. Quando descobre que o rei e a rainha terão uma filha, ela decide entrar em ação.

Todos conhecem a história, mas essa releitura talvez devesse ter sido o modo certo a ser abordado pela primeira vez. Entretanto, para época da primeira versão não seria muito aceito. Nesse filme, a Disney conseguiu explicar a origem do ódio da Malévola, coisa que não feito no anterior. E também, inspirado em sua última animação, Frozen, mostrou que o amor verdadeiro não se faz de um para o outro.


Angelina Jolie confirma mais uma vez porque é uma grande atriz. Para mim, ela foi ótima como vilã e deveria ter papeis assim mais vezes. Infelizmente não tive a oportunidade de assistir em 3D, mas pelo que vi em algumas cenas, deve ser muito bom. Se alguém vir, comente se os efeitos valem a pena. Fã de contos de fada ou não, você deve assistir a esse filme, pois é muito bom. Eu recomendo!!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Caos Urbano T02C06



CAPÍTULO 6 – BALANÇO

O som do seu coturno no chão foi o único que restou em uma casa usada para depósito de drogas e armas no bairro Tatuquara. O sol já estava quase nascendo quando ele chegou ao portão, desviando dos corpos. Aquela era a última parada da noite.
Nos últimos dois anos, Ian saiu todas as noites para combater o crime, folgando praticamente nenhuma. Com a ajuda de seu parceiro Borba, ele conseguiu desmontar vários esquemas de tráfico de drogas e de armas. Porém por alguma razão, eles nunca alcançavam os chefes. Era como se soubessem quando e onde iriam ser atacados.
O justiceiro da noite conseguiu uma nova moto alguns meses depois de perder a anterior. Borba e Ian juntaram as peças separadamente para não dar bandeira e depois montaram. O Motoqueiro também trocou sua jaqueta de couro. A Hilux de Borba também sofreu avarias e precisou ser substituída após explodir em um confronto com uma gangue.
Ian viu a S10 dobrar a esquina e seguir até parar à sua frente.
― Demorou. – ele disse.
― Trânsito. – Borba devolveu.
― Vamos acabar com isso. – Ian disse.
Os dois pegaram todas as armas e munições do casebre e colocaram na caminhonete. As drogas sempre tinham o mesmo fim para o Motoqueiro: eram queimadas. Com as chamas atrás de si, os dois combatentes do crime saíram a toda velocidade.
― Hoje é dia da reunião mensal no QG Principal. Não se atrase! – Ian lembrou o parceiro pelo comunicador.
― Sim! – Borba respondeu.
O Motoqueiro das Trevas tinha cinco locais seguros na cidade: o QG Principal, que era onde Ian morava; o Local Sul; o Local Leste; o Local Oeste; e o Local Norte, que era onde Borba morava. Os dois parceiros ainda contavam com a ajuda de Carol, namorada e ex-sócia de Ian. Para que houvesse um contato contínuo, eles decidiram criar as reuniões mensais.
Nesses encontros, a morena iria até o QG Principal para encontrar os rapazes e trocar informações. Seu trajeto, no entanto, era diferente. Carol saía do trabalho e ia direto para casa, de lá pegava um táxi até determinado local e dali, percorria algumas quadras andando. Ian pediu para Borba sempre acompanhar de longe a advogada em seu trecho a pé.
O Motoqueiro chegou em casa, guardou a moto e o capacete. Checou todas as câmeras, as entradas e saídas, para se certificar de que estava tudo seguro. Subiu as escadas, entrou em seu quarto, retirou a jaqueta e caiu na cama. Normalmente, o mínimo ruído era ouvido pelo ex-advogado, mas sua noite havia sido muito puxada. O sono veio rápido e pesado.
Em seus sonhos, Ian era um poderoso juiz, como seus pais sempre desejaram. Todos os crimes do país eram passados para ele, que deveria decidir a sentença de cada um. Ninguém contestava ou falava que estava errado. Sua palavra era lei. O mundo era um lugar melhor e sem criminalidade. As pessoas viviam bem e em paz. Quem ousasse fazer o mal, era punido com severidade.
Entretanto algo estava errado, mas ele não sabia o que era. De repente seus olhos se abriram e viram uma bela morena usando uma camisa amarela e uma calça jeans. Seus longos cabelos negros brilhando sob a luz da lâmpada.


― Como entrou? – Ian perguntou já desperto.
― Borba. – Carol respondeu. – Você está atrasado para a reunião.
― Tive uma noite puxada. – ele devolveu.
― Estamos te esperando. – a morena disse e saiu do quarto.
Carol aprendeu a evitar o contato físico com Ian nas reuniões mensais. Ele mesmo havia pedido isso.
― Nós nos encontraremos quando eu puder e tiver uma folga. As reuniões não serão encontros amorosos. Não podemos perder o foco. Vamos precisar ser estritamente profissionais. Pelo menos uma vez por mês.
Quando Ian chegou à cozinha, Borba estava tomando café e comendo um pedaço de bolo.
― Dormiu, hein, amigão! – ele disse em voz alta. – Senta aí, come um bolo, toma um café.
― Está bem forte como gosta. – Carol disse assim que ele sentou e se serviu.
― Está ótimo. – ele disse após tomar um gole. – Vamos começar a reunião. – o Motoqueiro disse sério.
― Muito bem. – Carol começou. – Vocês devem ter ouvido falar do asilo que foi explodido há dois dias. Bom, parece que foi obra do Dr. Morte.
― Dr. Morte? – Ian se espantou.
― Sim, um contato meu da polícia disse que ele enviou uma carta para sua amiguinha confessando tudo. – a advogada explicou.
― Ainda não entendo como ele não foi pego de novo. Já foram 3 meses. – Borba comentou.
― Ele é inteligente. – Ian disse e coçou o queixo. – Será que...?
― O que? – Carol quis saber.
― Nos últimos meses, não fizemos nenhuma grande apreensão e os chefes das gangues simplesmente sumiram. – o ex-advogado disse. – Estava pensando se o Morte não tem algo a ver com isso.
― Por que teria? – Borba perguntou.
― Só uma mente como a dele poderia manipular todas as gangues da cidade. E depois que a Raquel o prendeu, ele deve ter ficado com muito ódio dela e todas as pessoas que não o entenderam. – Ian disse.
― Isso faz sentido, mas o que ele teria a oferecer logo após sair da cadeia? – Carol concordou e contestou.
― Você não disse que com ele fugiu um pirata de computador? Ele poderia muito bem estar ajudando-o. Hoje a tecnologia manda. – o Motoqueiro argumentou.
― O que realmente importa é: vamos fazer algo a respeito? – Borba quis saber.
― Mas é claro que vamos. – Ian respondeu com um sorriso. – Vamos nos principais pontos de tráfico da cidade. Dos lugares mais óbvios aos mais escondidos. Precisamos encontrar esse maníaco o mais rápido possível.
― E eu? O que farei? – a morena perguntou.
― Você? – o ex-advogado pensou e tirou um cartão da jaqueta. – Quero que ligue para essa pessoa. É um grande amigo meu que conheci em São Paulo há 3 anos. Passe meu número e conte a ele o que sabemos. Ele me mandou um email dizendo que estaria aqui hoje. Esse é o número do hotel e quarto em que ele está. – Ian explicou e levantou.
― Vou arrumar os veículos! – Borba disse.
― Ian! – Carol chamou, levantando e se aproximando dele. – Sei que hoje é nosso dia profissional, mas tome cuidado. – ela disse com preocupação.
― Eu sempre tomo. – ele disse e a beijou apaixonadamente. – Ligue para ele. – pediu e foi ajudar Borba.
A morena olhou o cartão com mais atenção e leu o nome que estava escrito.
― Rubens Fonseca.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Conspiração Temporal T03C03

CAPÍTULO 3 – EXPLICAÇÕES TEMPORAIS
  
O Doutor Cintra levou as duas amigas até uma sala que possuía uma mesa e lhes serviu o jantar. Ele ficou olhando as viajantes temporais comerem uma garfada após a outra, de modo apressado. Ao notar que o cientista as olhava, Nanda diminuiu o ritmo.
― Enquanto comemos, por que não nos explica como o senhor está vivo, doutor? – a loira pediu.
― Ah sim. – o cientista disse se dando conta. – Foi um fenômeno bem curioso. Quando vocês usaram a máquina do tempo para ir ao passado, eu ainda estava vivo. Salveski ia dar o último tiro quando uma luz forte surgiu e então tudo mudou. A explicação que encontrei foi que a radiação emitida pela máquina do tempo manteve minha memória. Eu lembro de ter nascido de novo e a cada dia da minha nova vida, eu sonhava com os dias da outra realidade. – Cintra contou. – Era como se eu assistisse ao filme da minha vida, um capítulo por dia. Tudo o que eu queria era que o tempo passasse para saber mais. Ao chegar à idade adulta, todo o meu conhecimento científico voltou e eu pude ajudar mais aqui. Meus pais e quase todos os outros acharam que eu estava louco quando contei dos meus sonhos. Apenas meu melhor amigo, que era o antigo líder, acreditou em mim. E em seguida, seu filho e sucessor foi meu grande apoio aqui. Se bem que depois das melhorias que fiz, todos deixaram de duvidar de mim. Eu ainda não entendia por que tinha essas visões até que eu sonhei com vocês, entretanto foi só quando sonhei com a ideia da máquina do tempo que tudo fez sentido e a partir daí minha mente começou a encaixar os fatos. – o mais velho relatou.
― Mas como sabia que chegaríamos hoje? – Jess perguntou.
― Não sabia. Assim que tive conhecimento da máquina do tempo, concluí que algo havia acontecido de errado, pois o mundo estava ainda pior do que antes. Apesar de ter tentado, eu não consegui replicar a máquina do tempo, pois não consegui encontrar todos os materiais. Então comecei a trabalhar em um aparelho para detectar traços de radiações de atividade temporal para que quando chegassem, eu pudesse saber e ajudá-las. – ele contou.
― Sobre isso, nosso primeiro instinto foi voltar ao passado, mas ao tentar usar as máquinas, nenhuma funcionou. – Nanda lembrou.
― Hum, pode ter tido algum tipo de sobrecarga. Depois retirem de seus cintos e deixem comigo, que amanhã eu vejo. – o cientista disse. – Isso até que foi bom, pois se tivessem conseguido voltar ao passado de imediato não saberiam o que causou esse novo futuro.
― E o que foi? – a morena perguntou curiosa.
― Foi o sócio do Picodemo, o Michael Winchester. – o velho disse e as amigas se espantaram. – Lembram-se que ele tinha desaparecido alguns anos após o auge do jogo Zombie Crisis? – ele perguntou e elas assentiram – Bom, com a intervenção de vocês, Picodemo foi preso e com isso, Winchester teve a empresa toda para si. Porém, em vez de tentar dominar o mundo através da tecnologia, o inglês começou com pesquisas biológicas. – Cintra disse.
― Criando essas criaturas. – Nanda completou.
― Sim. – o cientista confirmou. – Winchester sempre foi fascinado por zumbis, por isso decidiu criar um mundo assim.
― Então é só voltar ao ponto em que fomos e irmos atrás do Winchester. – a loira disse.
― Não é tão simples assim. Ele só começou sua pesquisa dois anos depois que Picodemo foi preso. Se vocês forem atrás dele nessa época, não o impedirão de fazer o que ele quer, pois não terão nada contra ele. – o doutor ponderou.
― O senhor quer que esperemos ele criar os zumbis? – Jess indagou sem entender.
― Não, quero que esperem ele iniciar as pesquisas e montar os laboratórios e então destruam tudo o que tiver lá. – Cintra explicou.
― Parece um bom plano. – Nanda opinou.
― Doutor, conte-nos mais sobre esse lugar. Como conseguiram tomar e manter a Universidade Positivo? – a morena pediu.
― Vou deixar essa para o nosso líder. Amanhã vocês vão conhecê-lo. Agora me contem como foi sua viagem ao passado. Não deixem nada de fora. – o cientista disse e sorriu.
Nanda e Jess contaram com detalhes sua aventura temporal. Devido à empolgação do momento, elas não notaram as expressões diferentes do doutor quando citaram os nomes Zé Mané e Érica. Seus pratos haviam sido esvaziados por seu voraz apetite e a luz da vela já estava findando.
― Foi mesmo uma aventura e tanto! – o cientista comentou. – Fico feliz que tenham feito bons aliados. Bom, temo que chegou a hora de dormirmos.
― Ah, só mais um pouco, doutor. – Jess pediu.
― Não, vocês precisam descansar. – ele foi firme. – Venham, eu vou levá-las para o quarto de vocês. – ele disse.


Elas colocaram os aparelhos sobre a mesa e seguiram o cientista até a escada que levava ao andar de cima. Apenas a luz da vela iluminava o corredor. Após alguns passos, Dr. Cintra parou em frente a uma porta e abriu-a, dando passagem às viajantes do tempo.
― Pedi para prepararem esse quarto para vocês. – ele disse. – Apesar de eu ter criado meios de geração de energia, nós economizamos ao máximo, por isso utilizamos as velas ainda. – o cientista explicou.
― Muito obrigada, doutor. – Nanda agradeceu.
― Boa noite, doutor. – Jess disse.
― Boa noite, meninas! – ele disse com voz paternal e fechou a porta.
O que um dia foi uma sala de aula se tornou um dormitório. Havia duas camas, que ficavam de frente para a imensa janela que cobria metade da parede oposta; vários armários; um guarda-roupa; o quadro negro; e várias velas espalhadas pelo cômodo.
Nanda trancou a porta, enquanto Jess andava e observava o quarto. A lua estava cheia e iluminava boa parte do local. Assim que caíram no sono, as mulheres dormiram pesado. Logo, a lua deu lugar ao sol, que com seu brilho, iluminou o quarto das viajantes do tempo.
― Jess, acorda! – Nanda cutucou a morena.
― Hmm, só mais cinco minutos. – a mais baixa resmungou.
― Jess! – a alta disse em tom sério.
A morena abriu os olhos e se sentou rápido.
― O que aconteceu? – ela perguntou assustada e viu a amiga vestindo a calça.
― Dormimos demais. – Nanda respondeu abotoando a calça.
Sem falar mais nada, Jess levantou e se vestiu também. Faltavam-lhe apenas os óculos e a jaqueta de couro. Nanda já estava à espera na porta.
― Deixa a jaqueta aí, está calor. – a loira disse.
― Tem razão. – a morena concordou e largou a blusa.
― Agora vamos, pois teremos um longo dia. – Nanda disse e abriu a porta.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Caos Urbano T02C05

CAPÍTULO 5 – TRABALHO EM EQUIPE

Graças ao treinamento que tiveram, abrir uma porta trancada não era mais um desafio para Rob ou Joca. Por isso, entrar no apartamento que Baltar havia alugado para vigiar o Hospital Amadeu Polvilho não foi um problema. Após dois anos de missões, os três amigos se entendiam muito bem durante o trabalho. Joca foi até o quarto do espião número 1 e encontrou o notebook dele. Rob sentou no sofá e ligou o seu. Zé fez o mesmo, mas parou para olhar pelo telescópio do colega.
― Ele tinha uma visão perfeita daqui. – o rapaz de camisa xadrez disse.
― E também tinha acesso às câmeras do hospital. – Joca disse voltando do quarto com o notebook de Baltar.
― Ótimo! Veja se há algo diferente em alguma delas. – Zé disse ao amigo. – Rob, entre no sistema de segurança de eletrônicos do hospital para liberar as catracas para as meninas. – disse ao outro.
― Certo. – Rob confirmou.
― Equipe de campo, tudo pronto aí? – Zé perguntou pelo comunicador.
― Tudo sim, equipe estratégica. Já podemos ir? – Érica devolveu.
― Positivo. Podem dar início à operação. – o líder disse.
A equipe de campo estava em um furgão na esquina da quadra do prédio. Érica e Duda estavam disfarçadas de médicas, enquanto Maurição e Nikki estavam uniformizados de técnicos de telefonia. A loira e a morena iriam pela porta da frente e passariam pelas catracas.
O furgão já estava pintado por fora com o logo da empresa telefônica. Assim que a loira e a morena desceram do veículo, Nikki seguiu para a entrada do estacionamento do hospital. Pararam do lado da guarita do porteiro.
― Pois não? – o funcionário disse.
― Recebemos um chamado. Estão tendo problemas com o circuito interno do hospital. – a ruiva disse.
― Estranho, ninguém me avisou de nada. Só um minuto. – o rapaz da guarita pediu e pegou o telefone.
Minutos antes, Zé havia redirecionado todas as ligações internas do hospital para o seu notebook. Por isso, foi o espião que atendeu a chamada do porteiro.
― Sim, tudo bem. Entendi. – o funcionário desligou e abriu a cancela. – Podem entrar.
Nikki acenou com a cabeça e desceu com o furgão no escuro estacionamento. Após parar o veículo, a espiã reparou que havia apenas um guarda no local, que já os esperava com um papel para assinar. Aproveitando a falta de pessoal, a ruiva nocauteou o funcionário e, com a ajuda de Maurição, o colocou em um armário que tinha ali.
― Estamos dentro, equipe estratégica. Em direção ao subsolo. – ela avisou pelo comunicador.
― Certo, equipe telefone. – Rob respondeu e chamou pela outra dupla. – Equipe médica, já está pronta para entrar?
― Positivo. Pode liberar as catracas. – Érica disse no momento em que ia passar seu cartão falso.
Com o auxílio de seu amigo, as duas espiãs entraram no hospital. De acordo com o combinado, cada uma seguiu para cobrir uma área diferente. A loira ficou com o primeiro e segundo andares, enquanto a morena foi para o terceiro e quarto. No prédio em frente ao hospital, a equipe estratégica continuava em seu objetivo de descobrir o local de onde Baltar tirou as fotos dos bandidos.
― Há uma grande chance de ter sido no subsolo. O andar está sem ser usado há seis meses. – Zé disse enquanto examinava os arquivos do hospital.
― Eu diria que é 99% de chance, Zé. – Joca disse. – Acabei de notar uma falha nas câmeras há 8 dias. E não é só isso, o conteúdo das câmeras vem sendo alterado há 3 meses.
― Deve ser aquele tal de Benck. – Rob supôs.
― Sim, ele é um desafio a nossa altura, Rob. – Joca acrescentou.
― Bom trabalho, pessoal. – Zé elogiou e chamou as médicas. – Atenção, doutoras, sigam para o subsolo. Obtivemos confirmação de que lá foi o local que Baltar tirou as fotos.
― Positivo, Zé. – Érica disse.
― A caminho. – Duda informou.
Parando para prestar atenção no rapaz ao seu lado pela primeira vez, a espiã número um notou a falta de uma arma de fogo.
― Onde está sua arma? – ela quis saber.
― Eu não gosto de usar. – Maurição respondeu.
― Você não gosta? – Nikki repetiu sem acreditar. – Como faz para cumprir suas missões. E se a coisa esquenta?
― Todo meu uniforme é a prova de projétil. – o rapaz explicou. – Por causa da insistência do Krusma, eu aprendi a atirar, mas não gosto.
― Que seja. Fique atrás de mim, então. – a ruiva disse no momento em que a porta do elevador se abriu.
Parecia um andar normal, suas luzes estavam acesas, mas as salas estavam vazias. Nikki andava com a arma levantada pronta para atirar. Assim que o corredor acabou, eles foram forçados a virar à esquerda. Quando faltava apenas uma sala, receberam o comunicado de Zé.
― O local é realmente o subsolo. Fiquem atentos. As Agentes D e E já estão descendo até vocês. – o líder informou.
A última sala era diferente das demais. Estava totalmente vazia, sem nenhum móvel ou eletrônico. Nada.
― Isso está estranho. – o musculoso disse.
― Foi aqui. – a ruiva disse. – Os bandidos se reuniram aqui e o Levi bateu as fotos dali. – ela disse apontando para a porta. – Zé, estamos no local. Tenho certeza. – informou pelo comunicador.
― Certo. Procurem por qualquer coisa que possa nos levar até onde Baltar está sendo mantido. – Zé respondeu.
Com a ajuda de Érica, Maurição passou a ser muito mais observador e aprendeu muitas coisas que antes não sabia. Por isso, prestou atenção em todos os detalhes do cômodo em que estava.
― Achei algo. – ele disse sem pensar, se abaixando no quanto da sala.
― O que? – Nikki e Zé disseram ao mesmo tempo.
― Um pedaço de chiclete. – o musculoso disse mostrando a goma mastigada para a ruiva, que fez uma careta.
― Boa, amigão. DNA! – Zé elogiou.
Nesse momento, chegaram Érica e Duda.
― Foi daqui que chamaram a perícia? – a loira brincou.


A morena abriu uma maleta contendo vários produtos químicos, luvas, pacotes e envelopes. A Agente D espirrou um líquido no chão da sala e com uma lanterna especial pôde ver o formato de várias pegadas. A Agente E aproveitou para tirar fotos e enviar para a equipe estratégica.
― Vamos seguir as pegadas e ver se encontramos traços dos rastros de pneus também. Saber o carro em que fugiram seria muito útil. – a morena disse.
E assim fizeram. As “médicas” foram na parte de trás do furgão. O veículo parou a uma quadra do hospital para receber os outros integrantes. Nesse momento, Érica pediu para dirigir e trocou de lugar com Maurição. Joca e Rob precisaram de alguns minutos para analisar as evidências, mas não demorou para chegarem a um resultado.
― Vocês estão ficando muito boas nesse negócio de perícia. – Rob elogiou os amigos. – O chiclete que Maurição encontrou foi mascado por um tal de Romildo Dorigan. Há três anos ele assumiu o ponto de tráfico da Vila Torres ao derrotar seu antigo rival em uma emboscada. Nesse mesmo dia, porém, ele foi preso pela Detetive Raquel Marins em uma operação que teve a ajuda do Motoqueiro das Trevas. – o rapaz disse estranhando. – Depois disso, ele foi solto e desde então tem lutado contra seu novo rival pela Vila Torres e também tenta sobreviver ao Motoqueiro.
― Eles fugiram em um Honda Civic modelo novo. – Joca começou a dizer sua parte. – Há sete dias, ele varia sua posição, mas sempre volta para o mesmo lugar. Um endereço no CIC sul.
― Vocês são demais. – Duda elogiou e aplaudiu.
― Os melhores. – Maurição emendou.
― Como descobriram isso? – Nikki perguntou do banco da frente.
― Foi muito simples, na verdade: utilizamos os satélites do Google Earth para ver o movimento de uma semana atrás ao redor do hospital e então encontramos o carro, que descobrimos através das marcas de pneus que vocês viram. Através disso, seguimos o veículo até ele parar. Usando o máximo de aproximação possível, pudemos ver cinco pessoas saindo do carro, uma delas sendo carregada por duas. – Rob respondeu.
― É claro que para isso, tivemos que entrar no servidor central, quebrar umas dez senhas de seguranças, descriptografar cinco códigos mais do que complicados que mudam a cada trinta segundos e, uma vez com acesso, fazer o que precisávamos em menos de dois minutos para não sermos descobertos. – Joca emendou e um silêncio se formou.
― Põe o endereço no GPS então, meninos. Temos um amigo para resgatar. – Érica disse, ligou o motor do furgão e se virou para ver a agente ruiva. – Ainda acha que me uni a um bando de idiotas que só tem sorte?
Antes de responder, Nikki ouviu parte da conversa que os espiões de trás estavam tendo.
― O que? Nós já vamos? – Rob perguntou.
― Claro. Faz uma semana que o Baltar está sumido. – Zé disse.
― Ah, achei que íamos parar para comer alguma coisa. Toda essa operação me deu fome. – Rob disse.
― Imagina como está o Baltar. – Duda rebateu.
― E se a gente pedisse uma pizza? – Joca sugeriu.
― Como vamos pegar a pizza em movimento, gênio? – Rob indagou.
― E se pedíssemos para um endereço próximo ao que vamos? – Joca disse.
― Ótima ideia! – Zé se animou. – Aproveita e pede para o Baltar também.
― Duas gigantes então. – Rob definiu.
― Alguém sabe que sabor o Baltar gosta? – Joca perguntou enquanto já telefonava para a pizzaria.
― Todo mundo gosta de frango com catupiry. – Maurição comentou.
― É verdade. – os outros concordaram.
― Borda recheada? – Joca quis confirmar.
― Claro. – todos responderam.
Após ouvir essa parte, Nikki voltou seu olhar para a Agente E.

― Preciso mesmo responder? – ela disse com desdém e a morena riu sem jeito. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Popularidade T02C03

CAPÍTULO 3 – CESCA

Com todas as emoções do primeiro dia de aula, Alex chegou bem empolgado para o segundo dia. A primeira coisa que fez foi ir à secretaria e inscrever seu nome para concorrer às vagas para o jornal do colégio. Dali, foi direto para a sala de aula. Colocou sua mochila na penúltima carteira da fila do meio, logo na frente de Solano, que já estava lá.
Em seguida, chegou a professora Ninon, de biologia. Os alunos se sentaram direito e olharam para a frente. A magistrada era baixa e magra; possuía cabelos vermelhos; usava óculos; e já contava com seus 45 anos de idade. Enquanto Ninon escrevia no quadro negro, alguns alunos conversavam e nesse momento, bateram à porta da sala. Era o diretor Brasílio acompanhado de uma jovem loira.
― Professora, temos uma aluna nova. – ele anunciou dando passagem para a garota, que entrou na sala. Em seguida, Brasílio saiu e fechou a porta.
― Bom dia! – cumprimentou Ninon. – Por que não aproveita e se apresenta para a turma? – perguntou à garota.
― Está bem. – ela concordou e olhou para seus futuros colegas. – Meu nome é Luciana Cesca. Podem me chamar de Lucy. – a loira disse.
― Que sobrenome diferente. – a professora comentou.
― É italiano. – Lucy explicou.
No tempo em que as duas tinham esse diálogo, Alex não conseguia tirar os olhos da aluna nova. Ele nem piscava enquanto a analisava dos pés à cabeça. Lucy tinha altura mediana; possuía cabelos loiros bem claros, longos e lisos; seus olhos eram castanhos. Para o seu primeiro dia de aula, ela usava uma regata bem justa, dando grande destaque para seu decote; sua calça jeans era igualmente justa; para fechar seu vestuário, ela usava tênis.
― Vamos ver onde tem um lugar para você sentar. – a professora disse e olhou pela sala até encontrar uma cadeira e carteira vagas. – Alex! – ela chamou e tirou o garoto do transe.
― Hã?! Sim! – ele disse assustado.
― Tem alguém sentado à sua frente? – Ninon perguntou.
― Não! Não, não, não, não tem não. – ele respondeu e então entendeu o motivo. – Quer dizer... – ele disse e se levantou para abrir espaço entre a cadeira e carteira vazias. – Agora tem a aluna nova! – Alex disse e apontou o lugar com os braços para Lucy.
― Que fofo, Alex! – a professora disse sem animação, enquanto Manu revirava os olhos.
― Obrigada! – Lucy agradeceu e sentou-se.
O rapaz não conseguiu se concentrar na aula. Para copiar o conteúdo do quadro, ele precisou se abaixar um pouco para frente. Ao fazer isso, sentiu de imediato o perfume da aluna nova, mesmo ela estando um pouco abaixada também. Além de sentir seu cheiro, ele também ficou admirando os cabelos da loira. Era o tom mais claro do colégio. Nem Manu, nem Paty, nem mesmo ele, que eram loiros naturais tinha um tom tão claro. Alex não sabia dizer se eram naturais ou não, mas que os cabelos de Lucy eram lindos, isso eram.
Ninon ocupou os dois primeiros horários, deixando a maior parte dos alunos cansados de tanta matéria e posterior dever de casa. Assim que ela saiu, os estudantes começaram a conversar antes de o próximo professor chegar. Alex aproveitou esse momento para falar com a aluna nova.
― Oi! – ele disse ao cutucar o ombro dela.
― Oi. – ela se virou para responder.
― Seus cabelos são bem claros. – ele disse e se xingou por dentro.
― Obrigada. – ela disse estranhando o elogio. – Eu clareei. Sou loira natural, mas decidi clarear mais.
― Ah, sim! – Alex falou enquanto pensava no que falar a seguir. – O que houve que não conseguiu vir ontem? – ele perguntou.
― Estava viajando. O voo atrasou e só chegamos aqui de tarde. – ela explicou. – A julgar pela professora de biologia, eu devo ter perdido muita coisa, né? – Lucy disse com uma careta.
― Até que nem tanto, mas se você quiser, eu posso te emprestar meu caderno. – Alex ofereceu.
― Ah, eu quero sim. – Lucy aceitou sorridente. – Mas não vai te fazer falta? – ela perguntou.
― Não, não, de maneira alguma. Fica tranquila. – ele disse e nesse momento entrou o próximo professor. – À propósito, eu sou Alex. – o rapaz disse antes de a moça virar para frente.
― Eu sei. – ela disse e se virou para olhar o professor.
Alex ficou pensando naquilo por um momento, mas então lembrou que a professora Ninon havia dito seu nome.
A terceira aula passou bem rápido e logo o sinal para o intervalo tocou. A maioria dos alunos saiu apressada. Uma parte ainda ficou guardando o material e pegando o lanche. Manu ficou olhando para Alex enquanto saía com Diana. O rapaz loiro levantou e esperou por Lucy.
Eles desceram as escadas calmamente. Enquanto faziam isso, o rapaz aproveitou para contar sobre as salas e a estrutura do Isaac Newton. Ao chegar no térreo, eles foram direto à cantina, enfrentar uma fila bem grande.
 ― Você deve ser bem conhecido então, já que está há tanto tempo no Isaac. – Lucy comentou.
― Ah, que isso! Sou só mais um aluno. – ele disse rindo e nesse momento surgiram duas garotas com duas agendas e canetas nas mãos.
― Você é o Alex? – uma perguntou.
― O que impediu que a matriz do Isaac explodisse dois anos atrás? – a outra emendou empolgada.
― Sou eu assim. – ele assumiu rindo sem graça e olhando para Lucy.
― Pode nos dar seu autógrafo? – a primeira pediu e o rapaz assinou as agendas das meninas que saíram eufóricas.
― Só mais um aluno, hein? – a loira disse.
― É uma longa história. – Alex disse.
― Estamos em uma longa fila. – Lucy devolveu.
O rapaz começou a contar os acontecimentos de dois antes, sem notar que estava sendo observado. Ciano, Caramello, Manu, Diana e Patricinha estavam sentados a algumas mesas de distância da fila.
― Olha só para ele! Parece uma raposa em cima da nova galinha. – Manu disse.
― Que maldade, amiga. Você nem conhece a garota. – Paty disse.
― Nem você. – Manu devolveu.
― O maninho foi ligeiro. – Ciano observou. – Estou orgulhoso.
― De que lado você está, Ciano? – Manu perguntou.
― Do Alex. – ele respondeu de imediato. – Afinal, que eu saiba vocês dois terminaram há mais de um ano, então ele pode ficar com quem quiser. – o mano argumentou.
― Mas ele não precisava avançar na garota como abutre na carniça. – a loira de olhos verdes disse indignada.
― Se não fosse ele, teria sido outro. – Ciano disse.
― O Ciano tem razão. – Diana concordou.
― Sinto cheiro de ciúmes no ar. – Paty provocou.
― Eu não estou com ciúmes. Não quero voltar com o Alex. O que preciso fazer para você entender isso? – Manu disse quase gritando.
― Você vai ter uma boa oportunidade de provar isso agora. – Paty disse e Alex e Lucy surgiram por trás de Manu.


― Oi, pessoal! Quero apresentar uma pessoa a vocês. – Alex disse. – Di, Manu vocês já a viram. Ciano, Paty, Caramello. Essa é a Lucy. – ele apresentou a aluna nova.
― Muito prazer. – Lucy disse.
― Vamos sentar. – Alex a chamou, puxou uma das cadeiras livres para ela e sentou na outra. – Ah! – ele disse lembrando algo. – Vocês já colocaram seus nomes para concorrer ao jornal e a rádio?
― Ainda não. – Diana disse.
― Ih, esqueci, maninho. – Ciano emendou.
― Eu também. – Caramello respondeu e colocou uma bolacha na boca.
― Temos até sexta, Alex. Relaxa. – Paty disse.
― Estou meio perdida. – Lucy disse.
― Desculpa. – Alex disse. – Eu explico. – ele contou para a aluna nova tudo o que houve no dia anterior. – Quer participar também? – ele convidou.
― Parece interessante. – Lucy disse.
― Vamos lá. Eu me inscrevi para... – Alex foi interrompido.
― Alex, espera! – Manu disse e atraiu todos os olhares. – Por que não deixa ela decidir sem saber qual você escolheu? Você foi a primeira pessoa que ela conheceu aqui, e pelo que vejo, estão se dando muito bem. É meio óbvio que ela vai no que você estiver. – a loira de olhos verdes disse.
― Hã... Está bem. – Alex concordou sem entender direito e olhou para Lucy.
― Bom, eu acho que me sentiria mais à vontade em um jornal. – ela disse.
― No final não fez diferença eu dizer ou não. – Alex disse olhando para Manu.
― Acredite ou não, Alex. Fez toda a diferença. – Manu respondeu de modo sério.
― Ei, cadê o Hugo? – o rapaz loiro quis saber.
― Foi passar o intervalo com a Lara. – Ciano respondeu. – Ela não veio ontem.
― Será que eles finalmente vão se assumir? – Alex indagou. – Já está mais do que na hora.
― Eu concordo. Mas ali é um mais lerdo que o outro. – Paty opinou.
― Bom, eu vou ver o resto do jogo do Solano. – Diana levantou e avisou.
― Falando em pessoas lerdas. – Paty disse baixo.
― O que disse, Patricinha? – a nerd quis saber.
― Nada não, bom jogo. – a mais rica disse.
Não demorou muito e o sinal tocou fazendo os amigos voltarem para suas salas. Ciano, Paty e Caramello se separaram do grupo no primeiro andar. As últimas duas aulas do segundo ano foram de matemática. O professor era o Sérgio Luiz. Ele era alto; moreno; com cabelo bem baixo e penteado para trás; possuía uma voz grave; usava óculos; vestia camisa e calça social por baixo do jaleco.
― Bom dia, criaturas! – ele disse ao chegar. – Todos prontos para aumentarem seus conhecimentos matemáticos? – ele perguntou e os alunos fingiram animação.
Alex não conseguiu prestar atenção em praticamente nada da aula. Só conseguia sentir o perfume, admirar os cabelos e lembrar a voz agradável de Lucy. Devido a essa distração, ele mais tarde acharia os números complexos bem mais complexos do que realmente são.
Quando o sinal final tocou, todos vibraram empolgados. Ao levantar e pôr a mochila nas costas, Alex decidiu tentar uma última coisa para fechar o dia.
― Então, eu estava pensando... – ele disse e Lucy se virou para olhá-lo. – Seria bom você ficar com meu número, para o caso de não entender alguma coisa do garrancho que eu chamo de letra. – o rapaz disse e a moça riu.
― É, acho que é uma boa mesmo. – ela disse pondo a mão no bolso.
― Empresta uma caneta e papel. – Alex pediu e recebeu o celular da garota.
― Salva aí. Me dá o seu também. – Lucy pediu e ele o fez. – É bom você ter o meu número, para o caso de querer falar comigo quando não estivermos em aula. – ela disse enquanto digitava no celular do rapaz. – Pronto. – ela devolveu o aparelho dele e pegou o dela. – Até amanhã, Alex! – ela se despediu e lhe deu um beijo no rosto.
Enquanto descia as escadas, Alex ainda não acreditava em tudo que havia acontecido. Ele estava muito mais empolgado do que quando chegou de manhã.
― Esse ano vai ser demais! – ele falou em voz alta.

domingo, 25 de maio de 2014

E se os dias passados fossem esquecidos no futuro?

Depois de 14 anos, a fox resolveu reiniciar todo o universo mutante no cinema. Mas ao contrário de outras franquias, a fox não trocou nenhum ator nem refez a origem de ninguém. Eles simplesmente se aproveitaram de um arco existente nos quadrinhos para consertar as cagadas que eles fizeram nos 6 filmes anteriores.


A trama principal gira em torno de um único fato que culminou no futuro sombrio do planeta. Para impedir que isso aconteça, a mente de Wolverine é enviada para o seu corpo no passado. Lá ele tem que lidar as versões mais jovens de todos que conhece. Para mudar o futuro, Logan precisa se aliar com o maior inimigo dos X-Men, Magneto, mas isso pode não ser uma boa ideia.


As atuações estão muito boas, destaque para Jennifer Lawrence, que faz a jovem Mística; James McAvoy, o jovem Professor Xavier; e Michael Fassbender, o jovem Magneto.

O jeito como a história é contada pode ser meio confuso para alguns, mas eu achei muito bom. Futuro e passado são vistos em conjunto, uma vez que, enquanto Logan tenta cumprir sua missão no passado, os X-Men tentam sobreviver no futuro.


Os efeitos 3D poderiam ter sido melhor explorado, não me impressionei com nenhuma cena. Com tudo o que aconteceu no filme, a Fox apagou todos os filmes que já foram feitos, então se você não viu nenhum dos anteriores, não se preocupe, pois não perdeu nada. Sendo fã da franquia ou não, X-Men Days of Future Past (X-Men Dias de um Futuro Esquecido) é um filme que deve ser visto por qualquer um que goste de ação. Eu recomendo!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Caos Urbano T02C04

CAPÍTULO 4 – JORNALISMO INVESTIGATIVO

 O terreno em que ficava o Asilo Ipiranga foi isolado e fechado por uma faixa amarela pela polícia. Dois dias depois do incêndio, Raquel voltou ao local para lembrar. A detetive ficou em frente à faixa que protegia a entrada principal.
― Você estava errado. – ela disse olhando para as cinzas. – Eu não estou preparada para seguir sozinha. Eu preciso de você. – sua cabeça baixou e as lágrimas caíram.
― Sinto muito pela sua perda. – uma voz fez a morena levantar a cabeça e olhar para o lado. – Como pode existir alguém capaz de querer matar idosos? Seres indefesos que já passaram por tanto na vida. – o homem disse.
Ele tinha a altura da detetive; seus cabelos eram castanhos claros e estavam penteados para o lado;  vestia uma camisa por cima de uma camiseta; uma calça jeans e um tênis; usava uma bolsa com alça transversal.
― Existem pessoas capazes de tudo nesse mundo. – Raquel disse.
― É verdade. – o homem disse e estendeu a mão. – Rubens Fonseca. – se apresentou.
Raquel ignorou o gesto e passou pelo homem.
― Tente não encarar muito as cinzas. Elas te tiram o que você tem de melhor. – ela disse e se dirigiu ao seu carro.
Ao sentar no banco, secou as últimas lágrimas e olhou pelo retrovisor central.
― Filho da mãe! – ela praguejou ao ver Rubens passar por baixo da faixa amarela.
A detetive saiu apressada e com raiva de seu veículo. A passos largos ela alcançou e passou pela faixa.
― O que pensa que está fazendo? – ela perguntou em voz bem alta.
― Oh! – Rubens estava agachado e deu um pulo assim que ouviu. – Você não estava indo embora? – ele devolveu surpreso.
― Muito bem, espertão! Agora você vai me dizer exatamente quem é você e o que está fazendo aqui? – Raquel disse puxando a blusa, revelando o distintivo e sacando sua arma.
― Opa, opa! Calma lá, policial! Não é nada disso que você está pensando. – ele disse.
― Ah não? E o que é que eu estou pensando? – ela devolveu.
― Olha, eu sou um jornalista, está bem? Eu vim cobrir o incêndio do asilo. – Rubens disse levantando os braços.
― Típico da mídia. – ela disse abaixando e guardando a arma. – Essa área é uma cena de crime e ainda está isolada. Portanto, queira sair, por favor.
Acompanhado da morena, Rubens saiu do local onde um dia esteve o Asilo Ipiranga.
― Onde está seu carro? – Raquel quis saber.
― Eu vim de táxi. – o jornalista respondeu.
― Então, terei de te pedir para ir chamar um táxi em outro lugar. – ela disse empurrando-o gentilmente para longe da entrada.
― Eu entendo. – ele disse sem outra opção. – Só uma coisa: você está participando da investigação do incêndio?
― Estou. – ela respondeu. – Mas já falei tudo para a mídia ontem. Você não estava lá? – a morena achou estranho.
― Sou de São Paulo. – Rubens respondeu. – Posso saber seu nome?
― Eu sou a Detetive Raquel Marins. – ela informou. – Agora vai!
Rubens seguiu uma direção e já estava há alguns passos quando foi chamado.
― Ei, jornalista! Não atrapalhe minha investigação. – Raquel disse e entrou no carro.
Ao ter certeza de que não estava mais aos olhos da detetive, Rubens pôs a mão no bolso e retirou um pedaço de tecido meio queimado.


Carla estava acordando quando Rubens chegou no quarto com uma bandeja de café da manhã. Suco, café, torradas, mamão, margarina, geleia, banana e pão francês preenchiam a bandeja.
― Você é único, sabia? – ela disse se sentando. – Que homem ainda traz café na cama depois de dois de namoro? – ela perguntou.
― E não será apenas depois de dois anos. Será depois de dois, de dez, de vinte e quantos mais vier. – ele disse e sorriu.
Carla o beijou apaixonadamente. Na sequência, eles começaram a comer. Rubens ligou a televisão para ver as notícias. Após falarem sobre esportes e acidentes de trânsito, veio o grande furo do programa.
― Que horrível! – Carla exclamou. – Por que alguém iria querer queimar todos aqueles velhinhos?
― Por que não vamos descobrir? – o jornalista disse com um sorriso.
― Eu conheço esse sorriso. – Carla disse devolvendo o sorriso.
― Faz tempo que não fazemos uma matéria em dupla. – ele lembrou.
Nos últimos dois anos, Rubens passou bastante tempo cobrindo as investigações policiais sobre tráfico de drogas e assassinatos na capital paulista. Uma vez ou outra, ele viajou para escrever sobre outro estado. Parte dele sempre quis voltar para Curitiba, mas a maior metrópole do Brasil tinha matérias mais chamativas.
― Mas você vai ter que tomar cuidado. Da última vez que fui para lá, tive uma aventura e tanto. – ele alertou a namorada.
A única pessoa para quem Rubens contou toda a verdade sobre o episódio da Conspiração Temporal foi Carla. Tentando seguir uma linha parecida com a do namorado, a jornalista começou a treinar seu corpo, pois sabia que problemas poderiam surgir em suas investigações.
― Sério? Depois de dois anos fazendo muay thai e boxe, sendo que eu te nocauteei mais vezes, você ainda duvida de mim? – a loira disse.
― Eu não duvido de você. Só quero que tome cuidado. Pode não parecer, mas em Curitiba o bagulho é mais doido que aqui. – Rubens disse.
― Tudo bem. Mas promete que vai me apresentar o Motoqueiro das Trevas e os espiões? – ela pediu empolgada e Rubens riu.
― Se acontecer de nos encontrarmos, apresento sim. – ele disse achando a situação engraçada. – Agora, vamos. Precisamos convencer o Beneton ainda. – o jornalista disse e levantou.
No avião, o casal lia tudo que já havia sido falado sobre o incêndio, mas pouco se sabia. A polícia local apenas disse que havia sido criminoso e que iriam investigar. Rubens conhecia o discurso, era uma manobra para o povo não se apavorar e a mídia dar um tempo. Entretanto, o jornalista paulista não pretendia esperar pelos policiais.
― Quando chegarmos, depois de nos instalarmos no hotel, acho melhor nos dividirmos. Assim cobriremos mais área. – ele disse.
― Tudo bem. Como faremos? – Carla quis saber.
― Eu vou até o local do incêndio, ver se a polícia deixou passar algo. Sempre deixam. – ele disse. – E você vai ao corpo de bombeiros ver o que eles sabem.
― Deixa comigo. – a jornalista disse.

O sol já estava se pondo quando Carla voltou ao hotel. Rubens estava ao telefone terminando uma ligação.
― Uhum, entendi. Obrigado, até. – ele disse e desligou. – E então? – ele disse ao vê-la.
― Tenho boas notícias. – ela disse.
― Eu também. – Rubens contou. – Primeiro as damas. – ele disse.
― Bom, os bombeiros me confirmaram que foi sim um incêndio criminoso. – Carla começou. – Foram colocadas bombas em quatro pontos estruturais importantes do casarão e uma no jardim. Eles me disseram que elas eram do tipo que precisa ser ativada para explodir. Logo, o culpado deveria estar próximo ao local do crime para saber quando ativar. – ela contou.
― Isso é ótimo. – o jornalista comemorou.
― E você? – Carla quis saber.
― Bom, tive pouco tempo na cena do crime, porque uma detetive estava por lá e me impediu de olhar melhor. Ela disse que participa do caso do incêndio, mas já pesquisei o nome dela e descobri que ela é apenas a líder da investigação. – ele disse normalmente. – Entretanto consegui pegar isso no meio dos destroços. – Rubens falou e mostrou o pedaço de tecido. – Parte do nome da pessoa e da empresa estão faltando, mas após uma pequena pesquisa, descobri isso. – ele apontou para seu laptop.
― Instalação e manutenção de ar condicionado? – a loira repetiu.
― Isso mesmo! Acabei de ligar lá e me contaram que o funcionário cujo uniforme eu encontrei, disse que está doente e ficaria uma semana sem poder ir ao trabalho. Para mim, isso é no mínimo suspeito. – ele disse.
― No que está pensando, Rubens Fonseca? – Carla indagou.
― Eu disse que era da polícia e consegui o endereço do cara. Está afim de jogar ‘policial bom e policial mal’? – o jornalista devolveu.

― Só se eu for o policial mal! – Carla condicionou animada.