domingo, 19 de fevereiro de 2012

Santos


Eram 11h da manhã quando Carpo estacionou o carro em frente ao depósito principal do correio de Santos. O trio saiu do veículo e entrou no local.
– Oi, meu nome é Ana Paula Cesca e gostaria de saber se tem alguma encomenda para Giovanni Araújo de Lima, Carlo Lamarca ou Antonio De Lucca. – Ana pediu ao atendente e esperou ele procurar no sistema.
– Não, senhorita. Não há nada guardado em nenhum desses nomes.
– Muito bem. Deixa eu te contar uma história então. – disse Ana e contou, de forma resumida e com omissão de alguns fatos “mafiosos”, como aquelas encomendas teriam se perdido.
Após o relato, o atendente verificou novamente o sistema, mas dessa vez levando mais tempo que anteriormente.
– Sinto muito, mas para cá realmente não veio. Vocês já tentaram no correio do Rio de Janeiro? – ele perguntou e Lucy perdeu a paciência.
– Moço, você é surdo? – ela disse chegando mais perto e gritando. – Não ouviu minha prima dizer que esse foi o primeiro lugar que minha mãe procurou? Talvez seja relevante dizer que sou filha de Diogo Barbatto, que você já deve ter ouvido falar, afinal a empresa dele construiu muitos prédios em Santos. – ela continuou em voz alta. – Agora que tal você nos dar uma informação para que nossa vinda aqui não tenha sido em vão. – ela finalizou olhando-o com uma expressão que fez Carpo e Ana se lembrarem de Glória.
– Bom, é... – o atendente começou pensando no que falar. – Na época do envio, os três portos mais ativos no país eram os do Rio de Janeiro – RJ, Santos – SP e Paranaguá – PR. Se não estiver no de Paranaguá, é porque alguém já recebeu o pacote. – ele terminou.
– Muito obrigado... Alberto. – Lucy agradeceu e olhou o crachá do atendente para saber seu nome. – Vamos!
Ela saiu sem olhar para trás, enquanto Ana e Carpo olharam sem graça para o rapaz e saíram também. No carro, a menina foi a primeira a falar.
– Vamos almoçar? Eu to morrendo de fome. – ela pediu.
Carpo encontrou um restaurante que tinha tanto a opção de Buffet quanto a opção À La Carte, que foi a escolhida pelo grupo. Cada um pediu um prato com diversos frutos do mar. Enquanto esperavam, um carro preto parou em frente do local em que estavam. Três homens de terno saíram do veículo, um ficou na porta e dois entraram no restaurante.
Eles olharam pelo local até pararem em Lucy e então seguiram até a mesa onde estava. Foi quando tudo aconteceu de forma muito rápida. Os dois ficaram do lado de Lucy da mesa, cercando o grupo.
– Você é Luciana Cesca? – perguntou o maior fisicamente.
– Sim, sou eu. – Lucy respondeu, encarando o homem.
– Você vem conosco. – ele disse, segurando o braço dela.
– Largue o braço dela. – disse Carpo se levantando e colocando a mão do ombro do homem de terno.


Enquanto isso, Lucy olhava para o mais magro, que estava do lado dela e passava a mão na arma que estava na cintura para assustá-la. Com o movimento de Carpo, o homem nem falou nada, apenas soltou o braço de Lucy, deu a volta no braço do rapaz e o socou com a mão livre.
Livre, a garota faixa preta de caratê levantou rapidamente e deu uma cotovelada no rosto do homem e com a outra mão pegou a arma em sua cintura. Segurou-a de forma correta e apontou para o outro que avançava sobre Carpo.
– Parado aí, grandão! – gritou a menina.
Ele parou e a olhou seriamente, também olhou para o companheiro atacado e para o da porta que estava pegando sua arma naquele instante. Assim que notou a troca de olhares, Lucy apontou a arma para o da porta.
– Hã-hã. Nada disso! Ponha a arma no chão e chute-a em minha direção. – ela disse.
Ao mesmo tempo, Ana ajudava Carpo a se levantar e voltava ao lado da prima. Com o pé, Lucy parou a arma que girava no chão.
– Espero que saiba atirar, prima. – disse a carateca para Ana.
– Sim. – ela respondeu pegando a arma do chão.
– Sim? – Carpo admirou.
– Explico depois. – ela respondeu, enquanto eles saíam do restaurante mantendo os homens afastados apontando suas armas para eles.
Assim que saíram, correram para o carro e Carpo dirigiu o mais rápido possível, pois sabia que seriam seguidos. E, de fato, os homens correram assim que não mais estavam na mira dos revólveres, entraram no carro e também aceleraram.

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O porteiro do prédio em que Glória morava espantou-se quando viu Barbatto chegar, acompanhado de mais dois homens.
– A dona Glória e a menina Lucy não estão. – disse o porteiro.
– Não tem problema, eu espero. Por favor, não conte nada, sim? – ele disse ao passar e deixar uma nota de 100 reais. – Quero fazer uma surpresa. – finalizou e entrou no elevador.

7 comentários :

  1. Poxa teu texto me fez lembrar um monte de histórias envolvendo casais de contraventores e fora-da-leis. Ótimo post!

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  2. O.O Que medo de Lucy! Nossa, saber lidar com uma arma de fogo, e tão nova... Que motivos ela teve pra ter que aprender esse tipo de coisa???

    E Carpo, hein? Apanhou à toa, pelo menos conseguiu a atenção de Ana. Se ele soubesse, teria deixado Lucy por conta própria. Hahaha

    E que porteiro negligente é esse??? O.O
    Nossa, eu pegaria os 100,00 chamaria a polícia e sairia correndo. kkkkkk

    Beijos.

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  3. A última vez que vi um caso de um casal parecido foi no filme Sr. e Sra. Smith ! hehe :D Beijos
    spiderwebs.tk

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  4. Esse post acendeu minha curiosidade de ler o começo, e principalmente de saber como vai terminar.

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  5. Olá Ricky,

    Marquei você em uma tag que serve para que os seus seguidores te conheçam um pouco melhor. vai lá ver :)

    http://errosxacertos.blogspot.com/

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  6. Danadinha essa Lucy. UAHUAHAUHA

    muito bom, tá com mais ação que a Arte de Roubar! To gostando de ver!

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  7. Lucy? Que é isso menina?! kkkk
    Adoooooooooorei o desenho! Bijn

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