terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Despedida


Quando Joel entrou em casa, sua mulher, Mayara, estava limpando a sala e seu filho, Leandro, de 5 anos, brincava na mesa da cozinha.
– Joel, você chegou! – disse a mulher ao vê-lo.
– Oi, May! – ele cumprimentou sem ânimo e a beijou de modo automático. – Chegou o dia. – ele disse.
– Não diga isso, Joel. Achei que você tinha desistido disso. – ela disse.
– Eu já te expliquei, May. Vou fazer isso por nós. Essa será a última série de roubos que farei.
– Ah, Joel, meu amor. Você chegou até aqui, ileso, por sorte. Não acha que o melhor seria parar? E se você for preso? E se você... – Mayara não conseguiu terminar de falar e as lágrimas começaram a cair de seu rosto.
– Ei, nada disso vai acontecer. – ele disse, puxando-a para si e a abraçando. – Estou fazendo isso pelo bem da nossa família. Você tem que entender.
Ela se desvencilhou dele e se afastou, ficou de costas um momento e então se virou e falou.
– Você vai mesmo fazer isso? – ela perguntou.
– Sim, já está tudo pronto. Vim apenas te avisar. Não há como voltar atrás. – Joel disse.
– Então despeça-se do seu filho, porque nós não vamos estar aqui quando você voltar. – decretou Mayara.
– Como assim? Pra onde vocês vão? – perguntou Joel, espantado.
– Vamos pra casa da minha mãe. Eu já falei com ela, mas tinha a esperança de que você desistisse, como não foi o caso, não me resta outra opção.
– Olha, vamos conversar...
– Não tem o que conversar. – ela o interrompeu em voz alta. – Eu não vou ficar aqui esperando com o coração na mão sem saber se você vai voltar vivo ou não. Eu to cansada dessa vida, Joel, cansada. – ela falou e os dois ficaram se olhando por alguns segundos, e então ela se voltou para seu filho. – Vem, amor, vai se despedir do seu pai.
– Tchau, papai! – disse o menino correndo e abraçando Joel.
– Tchau, meu filho. Logo a gente se vê, ta? – Joel disse segurando as lágrimas.
– Quando você parar com essa loucura, sabe onde me encontrar. – disse Mayara quando ele soltou Leandro e preparava para sair.
– Eu te amo, May! – Joel disse e, como ela ficou quieta, saiu.
– Eu também te amo. – ela disse para si mesma assim que ele saiu e começou a chorar.

 Mal Joel chegou no centro de operações, Charger veio ao seu encontro.
– E aí, mano. Ta tudo pronto. Tamo só te esperando.
– Ótimo! – Joel disse e foi entrando. – Chegou o momento pelo qual tanto trabalhamos. – ele disse para todos ouvirem. – Não esqueçam do plano e tudo dará certo. Técno Léo e Facada, vocês vão com a Taís. Eu vou com o Charger. A gente se vê no shopping. – ele finalizou.
– Finalmente vamos entrar em ação. – disse Charger, enquanto ligava o carro.
– Sim, já passou da hora desse roubo acontecer. – concordou Joel.

3 comentários :

  1. DR logo de cara... O homem vai fazer um roubo e chega em casa e vai discutir com a mulher. Isso que é paciência. Hahaha Foi treinado por monges tibetanos.

    Mayara não quer ficar em casa esperando por ele com o coração na mão. Ela prefere ir fazer isso na casa da mãe. ^^
    Seria ótimo que se afastar de uma pessoa fizesse ela sair dos pensamentos. Hahaha Deixa Mayara se enganar.

    Chegou a hora de morfar, né? É agora ou nunca.

    ResponderExcluir
  2. Já passou da hora mesmo KKKKKKKKKKK Agora sim, no próximo post vai acontecer o esperado! Eu espero...

    Bj

    ResponderExcluir
  3. Oi Ricky,

    Fantástico! Só que discutir relação nessa hora é complicado. Acho que alguém vai se dar mal.

    Beijos.

    Lu
    http://lucianasantarita.blogspot.com/

    ResponderExcluir