domingo, 26 de fevereiro de 2012

Encontro duplo


Zé estava ouvindo o que o professor dizia, mas não estava conseguindo prestar atenção. Ele só conseguia pensar em suas últimas 24 horas; em tudo que ele e Érica passaram; na noite em que ele mal dormiu; e que estava sendo alvo de um grande empresário envolvido com tráfico de armas.
Durante o intervalo, ele saiu da universidade e foi andar um pouco no shopping que ficava do outro lado da rua. Antes de atravessar, o rapaz ouviu um barulho e olhou para trás para ver o que era, mas nada viu além de outros estudantes indo na mesma direção que ele.
No shopping, ele foi ver uns jogos na Livraria Curitiba, quando um rapaz puxou conversa com ele.
– Esse jogo é bem legal, né? – disse o desconhecido.
– É sim. Eu li um artigo que diz que vai ter muitas novidades nesse e parece que será bem melhor que o anterior. – ele disse enquanto olhava o verso da embalagem do jogo, e ao olhar para o lado para ver seu interlocutor, este havia sumido. – Ué, cadê o cara?
Antes de voltar para a aula, Zé ainda foi ao banheiro. Enquanto usava o mictório, ele ouviu um barulho e ao olhar para trás, viu a porta de um dos banheiros ser fechada com violência e ouviu gemidos vindo de dentro.
– A essa hora da manhã, galera? Que energia hein! – o rapaz falou.
As duas últimas aulas passaram rápido, pois eram mais práticas e Zé se entreteve mais com o que tinha para fazer. Assim que saiu, o jovem espião recebeu um telefonema. Era Maurição. Ele estava de bobeira no shopping e decidiu chamar o amigo para almoçarem juntos. Zé pensou um pouco e aceitou, afinal o escritório em que iria começar a trabalhar aquele dia era próximo dali.


– Zé Mané! – exclamou o rapaz ao ver o amigo.
– E aí, Maurição. – Zé cumprimentou e abraçou o amigo.
Os dois sentaram-se à uma mesa e começaram a conversar para decidir o que iriam comer.
– Comida? Fast Food? – perguntou o mais musculoso.
– Não. Queria algo diferente hoje. Que tal pizza? – sugeriu Zé.
– Boa ideia, Zé, mas peça pra viagem, porque não teremos tempo para comer aqui. – disse Érica ao chegar e sentando entre os rapazes.
– Érica? O que você ta fazendo aqui? E o que você quis dizer com isso? – Zé perguntou.
– Bom, quando você saiu, eu pensei um pouco e resolvi vir atrás de você, mas sem seu conhecimento.
– E só me encontrou agora? – espantou-se o espião. – Eu te disse que ia assistir às aulas na facul.
– É a guria do ônibus? – perguntou Maurição.
– Não. – Zé respondeu.
– Você realmente acha que eu tava te procurando até agora? – Érica disse indignada. – Eu estive te protegendo até agora, te salvei três vezes essa manhã.
– Como pode? Eu não vi nada... espera aí! – Zé se interrompeu. – Todos aqueles barulhos estranhos, foi você que fez?
– Gênio. Você estaria na capa do jornal de amanhã se não fosse por mim.
– Ta, será que um de vocês pode me dizer o que ta rolando aqui? – pediu o amigo de Zé.
– Oh, não! Maurição? – o espião disse olhando além do amigo.
– Fala, Zé. Pode mandar ver, eu aguento a verdade.
– Duda, a guria do ônibus, minha namorada, ta vindo aí. – Zé disse.
– Oi, gatinho, por que não me disse que vinha almoçar aqui, hoje? – Duda perguntou ao sentar do outro lado de Érica, também entre os rapazes.
– Zé, nós não temos tempo pra isso. – avisou Érica mais uma vez.
– Zé, não vai me apresentar seus amigos? – pediu Duda encarando a espiã.
– Ah, claro, desculpa. Érica e Maurição, essa é Duda, minha namorada. Amor, esses são Érica e Maurição. – Zé os apresentou.
– Pô, você nem me apresentou pra Érica ainda. – observou Maurição.
– Zé Mané, antes de me revelar a você e seu amigo, eu contei 5 grupos suspeitos dentro do shopping e mais dois grupos em cada uma das três entradas. – Érica falou ao chegar perto do rapaz e cochichando em seu ouvido. – Nós temos que sair o quanto antes daqui. É horário de almoço, logo isso vai encher de gente e eles poderão nos render facilmente sem ninguém notar. Se você se preocupa com seu amigo e com sua namorada, então você vai sair comigo agora. Ele pode vir, talvez precisemos de músculos no caminho, mas ela tem que ficar. – Érica finalizou fazendo Zé engolir em seco, enquanto Maurição e Duda os olhavam confusos.

3 comentários :

  1. kkkkkkkkkkk E por um momento eu pensei que se tratasse de um fantasma... "Como assim, o cara ao lado dele sumiu?"

    "Como assim, o povo se comendo no banheiro?"
    "Como assim, uma namorada ciumenta que aparece do nada?" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Esse espião anda muito desatento, hein?? E Érica sussurrando no ouvido dele? Louca pra levar uma surra. kkkk

    (E hoje? Fui a primeira? Hahaha)

    Beijos.

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  2. KKKKKKKKKKK "E só me encontrou agora?" Ah, vai pensando, Mané. Belo espião foram arranjar, hein?

    E Maumau, agora, tá na parada!

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  3. Uma pergunta que não quer calar?
    E os pais dele?
    O desnaturado nem pergunta.

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