Depois que Zé saiu da AGESP, Érica não pôde deixar de lembrar-se da
conversa que os dois tiveram na madrugada anterior. Ainda não era a vez de o
rapaz fazer a vigia, quando ele levantou e decidiu puxar assunto com a garota
que conhecera a poucas horas.
– Ainda não ta na sua hora, por que não volta a dormir? – ela disse.
– Perdi o sono e resolvi te fazer companhia até o meu horário, ou se
preferir posso te render já. – ele explicou.
– Eu também não to com sono e agora que você falou, nós não tivemos muito
tempo para conversar desde que nos esbarramos, não é?
– Exato. E devo dizer que você me intriga muito, Agente E. Afinal, você sabe
tudo sobre mim e eu nada sei de você.
– Oh, é mesmo? E o que você gostaria de saber, Agente Z? – a garota
perguntou se aproximando do rapaz.
– Quem é Érica? E como ela se tornou uma espiã?
– Tem certeza de que quer saber isso, Zé? É mais chato do que parece.
– É o que eu quero saber. – confirmou o rapaz.
Érica e Zé se sentaram um de frente para outro. A jovem espiã começou sua
narrativa lembrando-se de seu ensino médio. De quando ela tinha apenas 15 anos.
Era seu primeiro ano, ainda na época em que o ensino fundamental tinha 8
anos, e tudo estava mais normal impossível. O corpo da jovem adolescente já
estava se moldando para se tornar o escultural da espiã que Zé conheceu. Os
meninos não paravam de olhá-la e ela, juntamente com suas amigas, fazia charme
e afastava-os.
Um dia, durante o intervalo, Érica foi até a sala do diretor, que também
era o professor de matemática, para tirar uma dúvida. Só que não foi o
magistrado que ela encontrou. Sentado em frente ao computador, mexendo com
grande concentração, estava um dos inspetores do colégio, recentemente
contratado e que a garota nunca tinha reparado direito.
– O que você ta fazendo aqui? – ela perguntou.
– Calma, eu posso explicar. – disse o rapaz, levantando-se assustado.
– É bom mesmo. – ela disse recuando para a porta, enquanto ele se
aproximava. – Porque acho que o diretor não vai gostar nada disso...
Antes que Érica pudesse finalizar a frase, o jovem inspetor avançou,
puxou-a pelo braço, fechou a porta, encostou-a na parede, imobilizou-a com uma
das mãos e tapou sua boca com a outra. Totalmente desprevenida e em sua nova
posição, Érica pôde ver a tela do computador, contendo vários códigos e uma
linguagem eletrônica que não condizia com um inspetor de escola.
Olhando para os olhos e rosto de seu imobilizador, a garota concluiu que
ele não teria mais de 20 anos. Mas o que ele estaria fazendo ali? Qual era o
seu objetivo? Perdida em suposições e devaneios, ela acordou de seus
pensamentos com o sussurro do rapaz.
– Eu estou no meio de algo grande aqui. – ele começou. – Não imaginei que
alguém fosse aparecer, meu erro. Mas agora, você ta aqui e eu não tenho muitas
opções do que fazer com você. – ele disse e Érica arregalou os olhos. – Ou eu
te nocauteio, ou te conto a verdade. O problema é que eu não posso te contar a
verdade, mas também não quero machucar uma garota tão bonita. – ele baixou a
cabeça e fechou os olhos por um minuto, e logo a levantou. – Meu nome é Levi
Baltar e eu sou um espião. O diretor do seu colégio é suspeito de fazer parte
de um esquema de lavagem de dinheiro e estaria usando o fundo escolar como
disfarce. – ele disse sério. – Agora, eu vou te soltar e você poderá fazer o
que quiser, mas se escolher sair por aquela porta e me entregar, você nunca
mais vai me ver. Se decidir ficar e me ajudar, eu tenho uma proposta para te
fazer. – ele finalizou e soltou a adolescente.
Ainda atordoada com a chuva de informações que recebeu, Érica ficou
parada no mesmo lugar enquanto Baltar voltava ao computador.
– Imagino que tenha escolhido ficar. Isso é bom. Vigie a porta, sim.
Ela fez o que ele pediu e depois do intervalo, eles combinaram de almoçarem
juntos, tomando todo o cuidado para não serem vistos.
– Entre uma garfada e outra, ele me explicou sobre a AGESP e a
necessidade de novos recrutas. – Érica disse para Zé.
– Peraí, então quando você entrou, também estavam precisando de espiões? –
o rapaz perguntou confuso.
– Sim, e a tendência é aumentar. Os crimes de informática e de colarinho
branco estão cada vez maiores.
– E o espião que te recrutou? Ainda tem contato com ele?
– Sim, somos grandes amigos hoje e ele é um dos melhores espiões da Agência.
– ela disse, sonolenta e levantando. – Zé, vou dormir um pouco.
– Vai lá! – ele disse, levantando também. – Érica! – ele chamou e se
aproximou dela. – Espero que depois de tudo isso nós sejamos grandes amigos
também. – Zé disse e a abraçou.
De volta de suas lembranças, a jovem espiã largou a sua xícara de café
com leite e foi atrás do novo espião da AGESP, o seu grande amigo, Zé Mané.
Hummmmm, eu já tinha imaginado algo mais do que uma amizade, hahahahhahahahaha.
ResponderExcluirBeijos
http://www.giselecarmona.blogspot.com/
Muito boa a história, mas é só isso, ou tem mais?? fiquei curioso agora hehe
ResponderExcluiragora é a minha vez de te deixar curioso, tenho uma história nova no meu blog que você vai gostar, e ficar curioso pelas proximas histórias
da uma passada la http://atordoadojr.blogspot.com
abraços
Muito bom! gostei mesmo, muito bem escrita. Fiz um conto la no blog, confere la:
ResponderExcluirhttp://errosxacertos.blogspot.com/
Até a próxima!
Ricky,
ResponderExcluirnossa! Que tanto de imaginação você tem!
Deu curiosidade para ler mais...
gostei dos diálogos!
Beijosss
Hummm, nada como uma xícara de café pra fazer a galera pensar, né?? E lá foi ela atrás dele... Fazer o quê? Ajudar a vigiar? humm...
ResponderExcluirInteressante a história de como ela se tornou espiã e sortuda por não ter levado uns bofetes, né?? Ainda bem que Baltar foi bonzinho...
Quero só ver o próximo... Acho que tem coelho nesse mato. Huahuahahua
As séries voltaram! UAHUAHUAHAU Amém!
ResponderExcluirEita, voltou com tudo nos contos, heim!?
ResponderExcluirOlha só, estou torcendo de montão para que vc se saia bem, viu!?
bjinhos JoicySorciere => Blog Umas e outras...
Me refira à prova que vc fez! ;)
ExcluirZé Mané <3
ResponderExcluirAdoooooooooogo os teus contos Ricky!
Poxa, me dá tua imaginação? Assim eu sempre tiro 10 em produção textual... hehe Beijos
Amizade acima da espionagem.
ResponderExcluirAcho que ai rola.