Eu sou rico. Bom, meu pai é rico, mas como sou o único herdeiro dele, acho que isso faz de mim rico. Desde que ele me mandou para estudar e ser educado em um colégio interno, passei a ter raiva desse dinheiro. Quando saí, abri mão desse estilo de vida e fui morar sozinho, sem carro, vivendo como a maioria. Respondendo a sua pergunta, sim, ainda sou sustentado pelo dinheiro que tanto desprezo. Eu estudo Direito e tenho feito uns estágios bem remunerados, logo um dia não precisarei mais do dinheiro do meu pai.
E é por andar de ônibus todo dia e por conviver com pessoas que lutam para sobreviver que resolvi apoiar as manifestações que começaram em todo país há algumas semanas. Até fui em uma com meus amigos, Ki Cre Do e Ki Dor; meu primo, Ki Dah Ora; e minha prima e namorada, Ki Mei Ga. Há muita desigualdade nesse país e o povo não está pedindo nada demais, nada além do seu direito.
Políticos e empresários roubam sem parar. É preciso por um basta nisso. Um dia, enquanto lia as notícias referente aos protestos em São Paulo, vi uma entrevista em que um carinha de um movimento de lá disse que não precisam mais ir às ruas pois seu objetivo foi alcançado. Eu fiquei indignado com isso, como ele pôde dizer uma coisa dessas? Os objetivos mal começaram a ser alcançados.
Houve redução da tarifa em todas as capitais com manifestações. A PEC 37 foi negada. Mas isso é só começo. Se conseguimos esses dois, conseguimos muito mais. Só não pode parar agora. Temos de ir às ruas para gritar e protestar pelo que é certo. Para mostrar para esses políticos que não vamos descansar até termos um país mais justo e igualitário.
sábado, 29 de junho de 2013
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Caos Urbano T01C09
PIRATA DE
COMPUTADOR
O local estava cercado, não tinha
como ele fugir. Mesmo assim, os policiais da equipe tática faziam o menor
barulho possível. O Detetive Perez conseguiu permissão para fazer parte da
operação de campo. Colocou um colete por cima de sua camisa e gravata, e
preparou a arma. Foram meses de investigação que levaram àquele momento, ele
não perderia por nada.
Um dos policiais arrombou a porta
do apartamento, e todos seguiram atrás dele. Foram encontrar o alvo na cozinha,
fazendo miojo.
― Everton Benck, você está preso!
– Jorge anunciou e deu a volta por trás do bandido para algemá-lo.
― Estou? – disse de modo
zombeteiro e riu estridente e agudamente.
O Detetive Perez olhou ao redor,
mas não havia necessidade de mais evidências. Benck seria condenado com o que
já tinham. Naquela noite, ele dormiu tranquilamente, seu trabalho havia sido
feito, o sentimento de dever cumprido estava presente. Acordou com o celular
tocando.
Era do Instituto de
Criminalística. Quando chegou lá, teve uma grande surpresa, para a qual não
estava preparado.
― Jorge! – Raquel exclamou quando
o viu? – O que está fazendo aqui? – perguntou.
― Oi, Raquel! – ele cumprimentou.
– A Ana me chamou, e você?
― Também. – disse e estreitou o
olhar. – Quer nos explicar o que está acontecendo, Ana? – ela perguntou para a
perita.
― Agora que os dois estão aqui,
sim. – ela disse sem se alterar. – Ontem, o Jorge prendeu um dos maiores
procurados por fraude e comércio ilegal na internet, Everton Benck. – ela
informou.
― Um pirata de computador. –
Raquel definiu.
― Pode ser chamado assim. Enfim,
eu fiquei responsável por analisar o computador dele. E você não vai acreditar
no que encontrei. – Ana disse e chamou a detetive mais para perto. – Veja!
― Oh, meu Deus! – a morena de
cabelos cacheados exclamou ao ver a tela. – É o mesmo modelo?
― Idêntica a que você nos trouxe.
– explicou.
― Desculpem interrompê-las, mas
eu estou meio perdido aqui. – Jorge disse.
― Eu explico. – Raquel disse e
contou tudo sobre seu novo caso e as descobertas e suspeitas que fez.
― Você está achando que o melhor
médico neurocirurgião de Curitiba é um assassino? Será que eu não posso deixar
você sozinha que dá nisso? – ele disse e gargalhou.
― Eu tenho evidências e não
preciso da sua opinião. – a detetive devolveu com raiva. – Ana, você tem como
ver as datas de compra do Benck e do hospital? – perguntou.
― Sim. Você quer saber se elas
vão bater, não é? – disse ao mesmo tempo em que digitava. – Assim terá uma
ligação entre o Benck e o Terom.
― Exatamente. – Raquel sorriu e
olhou para Jorge.
― Sinto muito, amiga. O Benck
comprou duas semanas antes do doutor. – a perita informou.
― E saiu a análise da serra que
eu trouxe? – a detetive quis saber.
― Nunca foi usada. – Ana disse em
um tom triste.
― Entendo. – Raquel disse de modo
resignado, mas logo mudou para um tom animado. – Então, o Benck é minha próxima
pista. Vou interrogá-lo.
― E eu vou junto. – afirmou
Jorge.
― Como é que é? Nem pensar.
Primeiro, você some sem falar nada e agora quer ser meu parceiro de novo? Nada
disso. – Raquel disse.
― Benck é o meu caso, se ele está
envolvido em algo a mais, eu quero e vou participar. – Jorge definiu.
― Que seja. Vamos nessa. – ela
disse e foi saindo. – Obrigada, Ana!
― Como está o braço? – Jorge
perguntou quando já estavam no corredor.
― Está bem, já estou fazendo tudo
muito bem com o esquerdo. – a detetive respondeu e então reparou. – Ei, não
puxe assunto comigo. Ainda estou brava com você.
― Esse dois. – Ana disse para si
mesma quando eles já estavam longe.
Graças a seu curso superior,
Benck estava em uma cela sozinho. Ele ouviu passos e então um policial surgiu
na frente com a refeição da manhã.
― Aqui está, escória. – o oficial
disse em voz alta.
Embaixo do copo de água,
encontrava-se um bilhete que dizia: “Bom trabalho, Benck. Aguenta mais um pouco
aí, essa noite mesmo você sairá da prisão”. O pirata terminou de ler e deu uma
alta gargalhada aguda.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Detetives Virtuais T01C09
O CASTELO
O castelo era bem grande e as
muralhas que o circundavam, ainda mais. As altas e pesadas portas de entrada
eram protegidas por dois guardas em baixo mais os vários guardas no topo do
muro. Duas eram as torres que se elevavam acima do castelo. O terreno era plano
e além da construção havia uma grande área de floresta, de onde os três amigos
observavam o local.
― O que exatamente estamos
esperando para atacar? – Kevin perguntou impaciente.
― Precisamos de um plano. – Frank
respondeu.
― Por quê? É só chegar e
arrebentar tudo como sempre fizemos. – o de armadura dourada rebateu.
― Vocês com certeza devem ter
reparado que não fomos mandados separadamente para lugares aleatórios. – quando
eles assentiram, o atirador continuou. – Esse cara está bem preparado, ele
criou um vírus capaz de impedir que pudéssemos segui-lo. Se nós não fôssemos
nós, se fôssemos dados de um programa, teríamos sido destruídos ao avançar para
a Internet.
― Isso é verdade. – Vick entendeu
o ponto de vista do amigo.
― Ele não seria menos cuidadoso
para proteger os próprios dados. – Frank disse. – Aposto que há muito mais
guardas dentro do castelo, só esperando por ataque para entrar em ação. Olha o
tamanho disso! – ele disse apontando a grande construção. – Não pode ter só
música, documentos, filmes e jogos.
― Você está certo. Por um acaso,
tem alguma ideia do que fazer? – Kevin perguntou.
― Sim, mas a Vick precisa
concordar. – Frank disse e a guerreira arregalou os olhos de surpresa.
Era mais um dia de trabalho comum
para os guardas do castelo. O sol estava forte, por isso eles acharam que
estavam vendo coisas quando uma bela mulher de longos cabelos castanhos veio
caminhando na direção deles. Ela usava um biquíni, roupa desconhecida pelos
guardas, mas estes estavam mais interessados no tanto de corpo que a mulher
mostrava. Botas, uma mochila nas costas e óculos escuros completavam o
vestuário de Vick.
― Acho que me perdi. Poderiam me
dar uma informação? – ela disse enquanto jogava a mochila no chão e abaixava os
óculos, deixando os guardas sem palavras.
Aproveitando a distração dos
guardas, Frank e Kevin avançaram pela floresta até o muro lateral da esquerda.
― Vai lá! Eu cubro a retaguarda.
– Frank disse.
Kevin deu um grande salto e ao
chegar no topo da muralha ocidental do castelo, sua armadura dourada foi
substituída por uma igual a que os guardas utilizavam. Ele foi andando
normalmente, procurando por uma escada para poder descer e entrar no castelo,
quando olhou para o pátio interno e viu centenas de guerreiros prontos para o combate
iminente.
― Frank estava certo. – ele disse
e desceu a escada que surgiu em sua frente.
O interior do castelo era
composto por várias salas e corredores sem fim. Kevin já estava cansado de
andar e quase desistindo de encontrar o que procurava, quando viu uma porta com
um grande cadeado trancando-a. O rapaz voltou a usar sua armadura dourada e
usou seu emissor de energia para destruir o objeto. Abriu a porta e deu de cara
com outra.
― Só pode ser brincadeira! – ele
resmungou e atirou novamente.
Sete portas e muito barulho
depois, ele conseguiu entrar na sala protegida. O cômodo estava repleto de
jogos e CDs de música, mas o dominante mesmo eram os livros e as pastas com
papéis. Kevin começou a remexer todos os papéis, mas não foi difícil encontrar
o que procurava. E foi bem a tempo, pois devido ao barulho feito para abrir as
portas, vários guardas surgiram para ver o que era.
Do lado de fora, Vick se segurava
ao máximo para distrair os guardas.
― Está muito quente aqui. Por que
não entra? Terá toda a água que quiser. – um deles disse, enquanto a moça bebia
de um cantil oferecido.
― Eu não sei. Não pretendia
ficar, só queria uma informação para poder seguir o caminho certo. – ela disse
e olhou para cima, preocupada com o amigo.
― Qual é, entra um pouco e te
prometo que vai ficar bem relaxada. – um guarda prometeu e pôs a mão no ombro
da morena.
Nesse momento, Kevin saiu de
dentro do castelo, voando através de uma janela e sendo caçado pelos guardas.
― Até que enfim! – Vick disse e
suas roupas de guerreira voltaram. Com a espada, ela cortou as cabeças dos dois
guardas do portão.
― Fujam! Eles são muitos. – Kevin
gritou enquanto pousava.
O portão se abriu e Vick e se
preparou para correr quando viu a horda de guerreiros que avançava sobre eles.
terça-feira, 25 de junho de 2013
Tudo Por Uma Notícia T02C09
PEDIDO
“O Hospital Padrão nunca esteve
tão cheio. Sabendo que todos seriam atendidos e tratados de graça, a população
lotou o lugar. Os enfermeiros e os médicos mal conseguiam dar conta. A mídia, é
claro, estava toda ali.”
― O Dr. Guramo chegou. – alguém
gritou e a massa de repórter foi toda atrás dele.
― Você está pronta? – Rubens
perguntou.
― Sim e você? – Carla devolveu.
― Eu estou sempre pronto. – ele
respondeu com um sorriso.
Ele seguiu para dentro do
hospital, enquanto ela foi com os outros colegas de profissão entrevistar o
médico. Rubens descobriu onde ficava a sala que comandava o som do local e foi
direto para lá. Quando chegou, havia um funcionário.
― Quem é você? – o funcionário
perguntou assustado.
― Alguém que precisa usar as
caixas de som do hospital. – Rubens disse e entregou uma nota de 50 reais para
ele. – Toma, vai beber uma cerveja.
― Eu não bebo. – o rapaz
devolveu.
― Toma um chá então. – o
jornalista sugeriu.
― Não gosto de chá.
― Meu, só pega o dinheiro e vaza.
– Rubens se irritou e o rapaz saiu.
Ele colocou o pendrive com a gravação do telefone que
ouviu pela manhã no computador. Ajustou para todas as caixas de som do hospital
e esperou o sinal de Carla. Mas então, ele começou a ouvir vozes e foi olhar
pela janela que dava para uma área externa da instituição.
Embaixo estavam Guramo e os
repórteres. Rubens não contava com isso, se a mídia não ouvisse de nada
adiantaria. Pegou uma caixa de som, a mais potente que encontrou na sala, e
colocou na janela com o volume no máximo.
Carla notou a cara feia que o
médico fez quando a viu. Um misto de surpresa com decepção. Ela apenas sorriu.
Decidiu não fazer perguntas e nem dizer nada, os seus colegas fariam isso.
― ... e por isso hoje será um dia
que entrará para a história desse hospital e da cidade de São Paulo... – ele
discursava.
― Com certeza. – Carla disse
baixinho e enviou um sms para Rubens.
No instante seguinte, uma
gravação com sua própria voz sobrepôs o discurso do Dr. Guramo. Todos pararam
para ouvir, enquanto ele procurava a fonte do som.
― A sala de som, vão! – ele disse
para seus seguranças.
Carla mandou outra mensagem, mas
Rubens já tinha saído há muito e já se encaminhava para junto dela.
“O que se seguiu foi um tremendo
tumulto, o melhor que já presenciei, uma multidão de pacientes nada pacientes
saiu do hospital querendo linchar o médico ladrão. Claro que eles não
conseguiram, mas a gravação foi encontrada e transmitida em rede nacional, o
que já serviu para acabar com a carreira do ‘nobre’ doutor. Depois quando eu
achei que tudo havia terminado, Carla disse que precisávamos conversar.”
― Rubens, sobre o que aconteceu
ontem à noite...
― Eu sei, foi só uma vez e não
deve se repetir. – ele completou.
― Não, não quero que seja só uma
vez. É isso que você quer? – ela perguntou.
― Não, mas não podemos ficar
juntos, é perigoso, você viu. Tivemos sorte de ninguém ter nos encontrado. Eu
atraio problemas, Carla, e não sei se posso proteger você. – ele confessou.
― E não precisa. Eu faço boxe e
muay thai, e sou muito boa. – ela disse e o rapaz arregalou os olhos. – Sou
solteira, moro sozinha em São Paulo, sei que é uma cidade perigosa. Quero ficar
com você, Rubens. Com você e com os problemas que você atrai. – ela disse e
sorriu.
― Você é doida, sabia? – ele
disse e a beijou, mas logo a largou. – Espera! Se vamos fazer isso, faremos
direito. – ele disse e pegou as duas mãos dela. – Carla, você quer namorar
comigo?
― Sim, sim, mil vezes sim. – ela
respondeu e pulou sobre ele, dando-lhe um forte abraço e um longo beijo.
“O Dr. Guramo foi afastado e
perdeu sua licença médica. Agora ele vai ter que arranjar outra maneira de
roubar, mas não se preocupem, se ele tentar alguma coisa fora da lei, farei o
possível para descobrir e impedir.
“Essa é a primeira vez que
escrevo uma matéria em dupla. É meio diferente, mas não posso dizer que não
gostei. Quem sabe eu não faça outras assim no futuro?”
Rubens Fonseca e Carla Lamarca.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
A Arte de Roubar T03C09
OBSTÁCULOS
A sala de apoio ficava ao lado do
arquivo, era lá que se acomodavam os empregados terceirizados do Banco Central.
O cômodo possuía armários, sofás e poltronas, mesas e cadeiras, um computador e
um telefone. Ficavam lá os contínuos, os carregadores, o motorista e a
encarregada. Os arquivistas e os recepcionistas não ficavam lá durante o
horário de trabalho, mas tinham armários como todos os outros.
Sem ter dormido direito na noite
anterior, Marquieli sentou no sofá e fechou os olhos por um momento. Não
percebeu quando deu a hora de ir, e nem seus colegas a notaram ou a acordaram. O
último a sair ia trancar a porta, mas foi impedido pela dúvida.
― A Marquieli já foi? – perguntou
para outro que estava perto.
― Ah, com certeza, né? Fecha isso
aí e vamos embora. – o outro disse e assim o primeiro fez.
Eram 20h quando Bomber avisou aos
quatro que se encontravam nos banheiros que podiam sair.
― Yeah! – falou Charger em voz
alta e esticou os braços.
― Fale baixo, idiota. Ainda tem
guardas nos andares. – Bomber alertou pelo comunicador. – Vou guiar cada um de
vocês. Vou começar de cima para baixo. Joel saia do banheiro sem fazer barulho
e espere.
Assim ele fez, quando o guarda do
andar saiu do campo de visão do corredor, Bomber avisou Joel e este correu até
a porta da escada e entrou rapidamente. Com os outros, o mesmo processo foi
repetido e, eventualmente, todos se encontraram nas escadas e seguiram para o
primeiro andar.
Lá não havia guardas e Léo, que
havia ficado no arquivo após o horário e até então, os esperava.
Cumprimentaram-se e iam entrar no arquivo quando a porta da sala de apoio abriu
e dela saiu uma bela morena de olhos azuis. Os olhos de Marquieli demoraram
para se acostumar com o escuro, mas quando conseguiram, ela viu quatro pessoas
de terno e Léo.
― O que está acontecendo aqui?
Que horas são? – ela perguntou e olhou para a janela atrás deles. – Oh, meu
Deus! Já está de noite.
― Facada, silencie-a. – Joel
disse.
O rapaz sabia o que devia ser
feito, mas desde que a vira na escada no dia anterior, tinha se encantado com
sua beleza. Até imaginou eles dois juntos depois que tudo houvesse acabado, mas
devido aquele encontro, isso já não seria mais possível. Ele pegou um dardo
tranquilizante no bolso e atirou no peito da mulher. Correu para impedi-la de
cair.
― Não era como eu imaginava nosso
reencontro. – ele disse para ela inconsciente.
― Coloque-a de volta na sala da
qual saiu, Facada. – Joel chamou. – Não temos tempo a perder. – ele disse e
todos foram ao arquivo. – O que tem para nós, Léo? – ele perguntou estavam
todos dentro.
― Ácido. – respondeu, tirando um
frasco com líquido verde da mala que havia levado. – Venham comigo. – ele
chamou e os levou ao corredor do meio das estantes com os arquivos. – Aqui,
estamos bem em cima do cofre.
― Vai fazer muito barulho se
derrubarmos um pedaço do piso. – Taís lembrou.
― E é por isso que não vamos
derrubar, mas sim retirar e puxar. – ele devolveu. – Vejam, eu coloco um pouco
aqui. – disse e despejou uma pequena poça que derreteu o concreto e criou um
pequeno canal circular entre os andares. – Colocamos os ganchos nessa abertura.
– ele disse e tirou dois ganchos da mala. – E quando eu colocar o ácido para
derreter em volta, o piso não vai cair. – explicou.
― Muito bom. – Joel elogiou. –
Bomber, logo estaremos no cofre, pode descer com as armas. – avisou pelo
comunicador.
― Entendido, Joel. A caminho. – o
segurança disse e desligou o comunicador. – Já estava na hora. – ele disse e se
levantou para pegar a mala, mas ao virar, viu Sandra apontando uma arma para
ele.
― Eu sabia. – ela disse. – Sabe,
que por um momento, eu até cheguei a acreditar que você tinha mesmo mudado.
― Calma, Sandra, eu posso
explicar. Não é nada do que você está pensando. – ele disse e levantou as mãos.
― Claro que não. Nunca é. – ela
ironizou e avançou um passo.
domingo, 23 de junho de 2013
Vamos pra rua?
Essa foi a frase mais lida e ouvida na última semana, e espero que assim continue até o país melhorar. Muitos acham que todos os protestos se iniciaram por causa do aumento da tarifa do transporte coletivo, que em São Paulo foi de 20 centavos, quando na verdade, isso foi apenas os estopim de tudo. Foi, como dizem, a gota d'água. É um fato que os políticos roubam dinheiro público para si e não investem no que deveriam, mas desde a revelação do mensalão, eles pararam de disfarçar.
Aumentam preço disso, aumentam taxa daquilo, mas o salário da população não aumenta na proporção. Já o deles, é umas duas vezes por ano, quando não mais. Deixam de investir em saúde e educação para começar projetos que não terminam. Na época de eleição então, gastam rios de dinheiro, desviam, beijam bebês e fazem promessas, mas quando eleitos não cumprem nem metade. Então, depois de anos e anos sendo roubado, sacaneado, enrolado e deixado de lado, o povo brasileiro acordou.
Acho que desde que ficou oficial que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o brasileiro começou a enxergar melhor. Afinal, como um país que não tem um bom sistema de saúde e educação públicas, pode sediar um evento esportivo internacional? Porque até então, as desculpas dos políticos era de que não tinha dinheiro para investir em tais áreas, mas se não há dinheiro para saúde e educação também não deveria ter para a copa, certo?
Há um ano da copa e na época da copa das confederações (uma coincidência perfeita), o governo federal isentou o diesel dos transportes coletivos. Todos esperavam uma diminuição na tarifa, mas o que veio foi o aumento. Isso foi praticamente como chamar todos os brasileiros de burros em alto e bom som. Por isso, os protestos aconteceram e, apesar da maioria das capitais terem baixado a tarifa, vão continuar acontecendo. Como eu disse no começo, esse foi só o estopim, temos muito mais o que reinvindicar e muito protesto para fazer. Então, para fazermos parte da história, sentirmos orgulho de nós mesmo e ter o que contar para os nossos netos, vamos para rua?
Aumentam preço disso, aumentam taxa daquilo, mas o salário da população não aumenta na proporção. Já o deles, é umas duas vezes por ano, quando não mais. Deixam de investir em saúde e educação para começar projetos que não terminam. Na época de eleição então, gastam rios de dinheiro, desviam, beijam bebês e fazem promessas, mas quando eleitos não cumprem nem metade. Então, depois de anos e anos sendo roubado, sacaneado, enrolado e deixado de lado, o povo brasileiro acordou.
Acho que desde que ficou oficial que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o brasileiro começou a enxergar melhor. Afinal, como um país que não tem um bom sistema de saúde e educação públicas, pode sediar um evento esportivo internacional? Porque até então, as desculpas dos políticos era de que não tinha dinheiro para investir em tais áreas, mas se não há dinheiro para saúde e educação também não deveria ter para a copa, certo?
Há um ano da copa e na época da copa das confederações (uma coincidência perfeita), o governo federal isentou o diesel dos transportes coletivos. Todos esperavam uma diminuição na tarifa, mas o que veio foi o aumento. Isso foi praticamente como chamar todos os brasileiros de burros em alto e bom som. Por isso, os protestos aconteceram e, apesar da maioria das capitais terem baixado a tarifa, vão continuar acontecendo. Como eu disse no começo, esse foi só o estopim, temos muito mais o que reinvindicar e muito protesto para fazer. Então, para fazermos parte da história, sentirmos orgulho de nós mesmo e ter o que contar para os nossos netos, vamos para rua?
O que está faltando nos protestos?
O motivo estopim que iniciou os protestos do país, e talvez o pedido mais "fácil" de ser atendido, foi a redução das tarifas de transporte coletivo que já aconteceu. E agora como prosseguir? Bom, isso já aconteceu também. Os protestos continuaram com suas outras reinvindicações, que, cá entre nós, eram meio vagas. 'Abaixo a corrupção' por exemplo, esse é um tópico tão extenso e difícil de ser arrumado a curto prazo.
Impeachment da Dilma também não vai resolver nossos problemas. Eu acredito que seja necessário uma reforma política total, o que inclui a presidenta. A partir daí, dá para começar a mudança nacional. Enquanto isso, é preciso também melhorar o modo de protestar, as manifestações não-violentas estão tendo cada vez mais focos de violência.
Essa dica é para a polícia, em vez de ficar protegendo as assembleias e prefeituras, fiquem de olho nos estabelecimentos locais. As pessoas que dependem de seus restaurantes, farmácias, mercearias, vão sofrer muito mais do que os políticos para arrumar todos os danos. Os policiais tem que lembrar que eles também são povo. Eles deviam estar juntos no meio dos protestos.
Então, talvez seja preciso um pouco de estratégia e definir melhor o que queremos e ir um passo por vez. Todas as grandes capitais clamaram ao mesmo tempo pela redução das tarifas, o mesmo deve ser feito com os outros tópicos. Por exemplo, na minha opinião, o próximo deveria a saída do Renan Calheiros do Senado, sem direito a nada. Se focarmos só nisso, com protestos ao mesmo tempo novamente, eles vão aceitar. Eles baixaram as tarifas, agora já sabemos que com um pouco de pressão eles fazem o que queremos, vamos aproveitar isso.
Impeachment da Dilma também não vai resolver nossos problemas. Eu acredito que seja necessário uma reforma política total, o que inclui a presidenta. A partir daí, dá para começar a mudança nacional. Enquanto isso, é preciso também melhorar o modo de protestar, as manifestações não-violentas estão tendo cada vez mais focos de violência.
Essa dica é para a polícia, em vez de ficar protegendo as assembleias e prefeituras, fiquem de olho nos estabelecimentos locais. As pessoas que dependem de seus restaurantes, farmácias, mercearias, vão sofrer muito mais do que os políticos para arrumar todos os danos. Os policiais tem que lembrar que eles também são povo. Eles deviam estar juntos no meio dos protestos.
Então, talvez seja preciso um pouco de estratégia e definir melhor o que queremos e ir um passo por vez. Todas as grandes capitais clamaram ao mesmo tempo pela redução das tarifas, o mesmo deve ser feito com os outros tópicos. Por exemplo, na minha opinião, o próximo deveria a saída do Renan Calheiros do Senado, sem direito a nada. Se focarmos só nisso, com protestos ao mesmo tempo novamente, eles vão aceitar. Eles baixaram as tarifas, agora já sabemos que com um pouco de pressão eles fazem o que queremos, vamos aproveitar isso.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Caos Urbano T01C08
SUSPEITO
O Hospital Amadeu Polvilho se
tornou um grande centro de referência em seus 20 anos de existência, muito
graças a seu dono e principal médico, o neurocirurgião Doutor Terom. A Detetive
Marins usou seu distintivo para passar pelos setores do local até chegar ao
consultório de seu dono.
― Não costumo fazer encaixes de
pacientes, detetive. – ele disse após deixá-la entrar.
― Pode ficar tranquilo, não foi
para isso que vim. Estou muito saudável por sinal. – ela devolveu.
― Não é o que esse braço mostra.
– o médico reparou.
― Ah, isso. Foi um acidente de
trabalho, já estou bem. Como eu disse, não se preocupe. – ela reafirmou.
― Muito bem. Então em que posso
lhe ser útil? – ele perguntou.
― Estou investigando um
assassinato e, após análise pericial, foi descoberto que a arma usada para o
crime veio desse hospital. – ela disse.
― Essa é uma acusação muita
séria, Detetive.
― Sim. O equipamento em questão é
uma serra para cortar membros. – ela informou.
― Sei qual é, mas sinto lhe
informar que nosso equipamento ainda não chegou a ser usado e ele é muito bem
guardado. – Terom informou.
― Então não vai se importar de me
mostrar. – Raquel pediu.
O médico a levou para o local em
que ficavam guardados os materiais cirúrgicos. E lá estava ela, na segunda
prateleira de uma estante. Uma bela serra com muitos dentes afiados de variados
tamanhos para facilitar o corte.
― Receio que terei que levá-la
para análise pericial. – a detetive disse.
― Eu entendo. – o doutor
respondeu e chamou um enfermeiro que estava próximo. – Espero que as coisas se
resolvam logo. – ele disse à morena assim que o rapaz foi embrulhar o
equipamento.
― Eu também, doutor. Eu também. –
ela disse e recebeu a serra em uma caixa. – Até mais.
― Espere! – ele pediu. – Posso
ter a honra de saber o nome da bela detetive que me interrogou? – ele disse
galantemente e a fez sorrir.
― Sim, desculpe-me. Meu nome é
Raquel Marins. – ela respondeu e foi.
Do hospital, ela seguiu de volta
para o Instituto de Criminalística para deixar a possível arma do crime. De lá,
voltou para a delegacia, onde decidiu começar uma pesquisa sobre o médico que a
recebera de modo tão solícito.
― Solícito até demais. – ela
pensou.
Galvão Terom sempre foi um médico
muito dedicado. Com a ajuda do pai e de alguns amigos que entraram com o
capital, ele construiu o hospital que se tornaria seu legado. Viciado em
trabalho, ele tentava manter seu casamento e o hospital, mas este sempre
vencia. Após uma ameaça de divórcio por parte de sua mulher, Terom decidiu
levá-la para uma segunda lua de mel.
No caminho para o aeroporto, o
carro em que estavam sofreu um acidente e sua mulher morreu na hora. Depois
disso, seu comportamento mudou totalmente. Ele ficou ainda mais sério e viciado
em trabalho. Passou a dormir ainda menos e nunca saía para se divertir. Sua
filha mudou de cidade para ficar longe dele. Por fim, ele comprou um
apartamento ao lado do hospital para estar perto sempre que fosse necessário.
Após ler essa biografia, Raquel
pensou e juntou todas as peças que tinha, mas a conclusão a que chegou não lhe
agradou muito.
― Não, não pode ser isso! É muito
insano! – ela disse em voz alta.
― Disse alguma coisa, Raquel? –
perguntou um estagiário que passava ao lado de sua mesa.
― Não. – ela disse e ele
continuou seu caminho. – É só que... eu acho que meu assassino está tentando
montar uma nova mulher para ele. – ela falou para si mesmo em voz baixa.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Detetives Virtuais T01C08
JUNTOS
A sede do banco estava totalmente
cercada, policiais encontravam-se ao redor de todo o terreno. Ninguém entrava
ou saía. Vick se aproximou da entrada principal e tentou passar.
― Parada aí, mocinha! – um
policial a parou. – Onde você pensa que vai? – ele perguntou.
Usando o poder do pensamento, a
garota fez um distintivo aparecer em sua mão. Levantou-o e respondeu.
― À cena do crime, é claro. A não
ser que o senhor pretenda impedir uma detetive de fazer seu trabalho. – ela
disse e pôs o distintivo no seu decote.
― Não, não. Por favor, pode
passar. – ele disse e a deixou entrar.
Lá dentro, todos andavam de um
lado a outro, preocupados. Fazendo ligações e conversando entre si. Vick seguiu
até o cofre e perguntou para um funcionário.
― Detetive Rodrigues! – ela se
apresentou. – Pode me dizer o que aconteceu aqui? – pediu.
― O responsável por abrir o cofre
chegou e o encontrou aberto. Ao verificar, ele confirmou que apenas uma das
gavetas foi roubada. – ele contou.
― De quem? – ela perguntou para
confirmar.
― Do senhor Galvão Monteiro.
― O que as câmeras de segurança
viram? – Vick indagou.
― Nada. Elas foram danificadas na
hora do roubo. – lamentou o funcionário.
― O que foi roubado?
― Duas maletas com 2 milhões de
reais em cada.
― Obrigado pela sua colaboração.
– ela agradeceu e saiu, olhando para cada canto procurando uma pista.
Do lado de fora do banco, ela
olhou para os lados, pensando no que fazer a seguir. Então, ao olhar novamente
para o local roubado, Vick viu algo vindo do céu em sua direção. Cada vez mais
rápido, o elemento voador passou por ela e acabou colidindo em uma casa, duas
quadras depois do banco.
Ao reconhecer a armadura dourada,
ela correu ao lugar do impacto para ajudar Kevin. Quando a amiga chegou, o
rapaz já estava de pé e, apenas, cambaleando.
― Sentiu minha falta? – ele
perguntou com um sorriso.
― Por que você caiu desse jeito?
– ela quis saber.
― Também não sei, acho que porque
eu voei por muito tempo. – ele disse sem ter certeza. – Frank?
― Não o vi. – a garota informou. –
Venha, descobri algumas coisas. – ela disse e o puxou para outra rua e lhe
contou o que ouviu no banco.
― Sem uma descrição, vai ser
difícil achar alguém. – Kevin ponderou.
― Aí que está, não precisamos de
uma descrição, o cara saiu com duas maletas, isso já é incomum. – ela
contrapôs.
― É verdade.
― Escuta, eu já me disfarcei de
detetive, portanto não posso ir lá perguntar, mas você pode ir e descobrir o
portal mais próximo daqui.
― Claro, daí a gente pergunta
para o tiozinho que fica de vigia lá e vai para o mesmo lugar que o ladrão. –
Kevin completou.
― Exato.
Assim que conseguiram a
informação, Kevin e Vick se dirigiram para o portal. O vigia confirmou ter
visto um homem com duas maletas. Graças ao falso distintivo da moça guerreira,
o vigia inseriu o mesmo código pedido pelo ladrão. Os dois amigos
estavam prontos para passarem pelo portal quando uma voz os impediu.
― Esperem! – Frank gritou e
correu na direção deles.
― Frank! – os dois exclamaram. –
Que bom que conseguiu, amigão. – Kevin disse.
― É, mas por pouco não teria
adiantado de nada. – ele disse. – Iam mesmo partir sem mim?
― Já perdemos muito tempo aqui.
Precisamos nos apressar. Tenho certeza de que você faria o mesmo. – Kevin
explicou.
― Talvez. – Frank devolveu. – E
para onde vamos? – quis saber.
― Para o computador de um ladrão.
– Vick e respondeu e os três passaram pelo portal.
terça-feira, 18 de junho de 2013
Tudo Por Uma Notícia T02C08
ESCUTA
― Agora você sabe como eu me
sinto. – Rubens disse.
― Já invadiram sua casa e
destruíram tudo que tinha? – Carla rebateu.
― Não, normalmente tentam tirar
minha vida. – ele respondeu.
― Espera, e se essa foi a ideia
deles? Se a gente não tivesse saído juntos, Rubens, eu estaria aqui quando eles
chegaram. – ela disse e começou a chorar.
― E, muito provavelmente, não
estaria respirando agora. – ele completou e recebeu um forte abraço da amiga. –
Pegue suas coisas. Você vai passar a noite na minha casa. – ele disse.
― Achei que só tivesse uma cama
na sua casa. – ela se lembrou de quando a índia Kaluana o visitou.
― Sim, mas faz tempo que eu não
durmo no sofá. – ele disse e sorriu.
Carla pegou algumas peças de
roupas, objetos de higiene pessoal e acessórios femininos como estojos de
maquiagem. O apartamento de Rubens era pequeno com apenas um quarto e a sala
era conjunta com a cozinha.
― Fique à vontade! – ele disse
abrindo o quarto para ela.
― Muito obrigada. Agora, com
licença, que eu vou tomar um banho, espero que seu chuveiro esquente bem. – ela
disse e, com um sorriso, fechou a porta.
Rubens foi olhar sua geladeira e
confirmou que nada havia para comer. Decidiu sair rapidamente para comprar
algumas coisas para um simples jantar. Carla terminou o banho e saiu vestindo
uma regata branca e um short azul. Procurou pelo amigo, mas não o viu. Ainda
secando seus loiros cabelos curtos, ela sentou na cama e esperou. Não muito
depois, ele retornou.
― Onde você foi? Por que não me
avisou que ia sair? – ela perguntou se levantando com os cabelos úmidos.
― Fui comprar comida. Não costumo
ter em casa, sempre como fora. – ele explicou.
― Então, também não deve saber
cozinhar, não é? – ela devolveu e pela expressão no rosto dele, continuou. –
Fazemos assim: enquanto eu preparo nosso jantar, você vai tomar um banho. –
Carla disse e o empurrou até o banheiro.
Rubens comprou alguns ovos, carne
moída, tomate, batata e cenoura, e alguns pães. Sem muita opção, a jornalista
decidiu misturar tudo e depois comer com pão. Enquanto cozinhava a carne e as
verduras, ela foi pegar algo no quarto. Nesse momento, Rubens saiu do banheiro
apenas de toalha.
― Oh! Desculpa, Carla, eu achei
que você estaria na cozinha. É que eu esqueci de levar roupa limpa e... – ele
se explicou.
― Tudo bem, sem problemas. – ela
disse e começou a se aproximar. – Sabe, a gente já saiu algumas vezes e eu sei
que rolou um clima. Sei que você também sentiu, e talvez por causa das matérias
que investiga, você pensa que não pode investir em uma relação. Mas você pode,
Rubens. – ela disse.
― Carla, o que você... – ele
começou a dizer e ela pôs dois dedos nos lábios dele.
― Shh! Deixa rolar. – disse e
puxou a cabeça do jornalista na direção da sua.
Os dois se beijaram lenta e apaixonadamente,
em seguida as mãos de ambos começaram a descer e, assim como a toalha de Rubens
caiu, a regata de Carla subiu. Na cama, uma sequência de carícias e prazer
preencheu a noite deles.
Ele foi o primeiro a acordar. Ao
ver a mulher ainda dormindo ao seu lado, percebeu que não seria ruim acordar
todo dia com aquela visão. Levantou e preparou um café da manhã para os dois.
Levou em uma bandeja e, ao chegar lá, Carla já tinha acordado.
― Não sabia desse seu lado romântico,
Rubens. – ela disse e o recebeu com um beijo na boca.
― Que bom. É bom surpreender as
pessoas. – ele devolveu.
― Eu gosto disso. – disse e
começou a cortar um pão.
― Então, pronta para hoje? – ele
perguntou enquanto tomava um gole de café.
― Ansiosa. – ela respondeu.
― Que tal sabermos se o seu novo
inimigo também está tão empolgado assim? – ele propôs e ela fez expressão
confusa. – Ontem, além de ver os e-mails e últimos sites acessados do doutor,
eu também coloquei uma escuta no consultório dele. Sabe como é, só para
garantir. – ele explicou, pegou o notebook e abriu um programa.
― Eu sei que vamos perder muito
dinheiro hoje. – o Dr. Guramo disse, como não houve resposta, os jornalistas supuseram que ele estava no telefone. – Já mandei darem um fim naquela repórter
intrometida e também já sei como fazer para recuperar o que perdermos. – ele
disse. – Assim que acabar essas 24h de graça, cobramos tudo o que foi gasto com
cada paciente em suas contas. Eles não vão saber o que é e quando perceberem
suas contas já estarão vazias. – disse e gargalhou forte.
Rubens e Carla se olharam com
expressão preocupada.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
A Arte De Roubar T03C08
TODOS DENTRO
Sem contar tudo, Joel disse à
Taís que precisava resolver um negócio no Shopping Mueller e pediu que o
esperasse no último andar do prédio. Ele se dirigiu à praça de alimentação e,
após procurar um pouco, foi até onde estava uma bela loira com terno executivo.
― Que bom que veio, Joel! – ela
disse. – Não sabe o quanto fiquei feliz quando me ligou para marcar esse
encontro.
― Queria ter marcado em outras
circunstâncias. – ele disse e, ao ver a expressão confusa dela, continuou. – Eu
vou viajar, Lívia.
― Para onde? Por quê? – ela quis
saber.
― Minas Gerais. Surgiu um negócio
lá, a empresa quer que eu vá. – ele mentiu. – Ficarei fora umas 3 semanas, no
mínimo.
― Poxa, logo agora que nos
reencontramos. – ela lamentou.
― Sim, também sinto. Por isso,
vim me despedir hoje. – Joel disse e se levantou. – Tchau, Lívia.
― Já? Não vamos poder almoçar
juntos? – ela perguntou.
― Infelizmente não. Devo ir
agora. – ele apressou.
― Tudo bem. Cuide-se, Joel. E não
vamos mais perder o contato, hein. – ela disse.
Ele assentiu com a cabeça e os
dois se abraçaram forte. O rapaz saiu e não olhou para trás. Lívia ficou vendo
o amigo partir e quando este sumiu de vista, foi decidir o que comer. No andar
de cima, Joel encontrou Taís na seção de cinema, olhando os cartazes.
― Estava pensando, se teremos que
fazer hora, por que não assistindo um filme? – ela sugeriu.
― Ótima ideia! – Joel concordou e
sorriu.
Era hora do almoço. Léo bateu o
cartão e voltou para o arquivo, pois precisava estar sozinho para fazer o que
devia. Luana percebeu a ausência do amigo no refeitório e foi chamá-lo no local
de trabalho.
― Não vai comer? – ela perguntou.
― Estou sem fome hoje. Mais
tarde, como alguma coisa. – ele disse.
― Mas aí, não almoçaremos juntos.
– ela apontou.
Léo daria tudo para ficar mais
tempo junto com Luana, mas o dia da operação havia chegado e o dever vinha em
primeiro lugar. Afinal, se não fosse ele ter se infiltrado no banco para
roubá-lo, nunca teria conhecido a garota.
― Desculpa, Lu. – ele lamentou. –
Amanhã, almoçamos juntos. Eu prometo. – ele disse, sabendo que não haveria
amanhã.
Ela saiu e ele voltou a se
concentrar em seu trabalho. Invadiu os sistemas de agenda de compromissos de
todos os andares e marcou uma reunião para as 16h30 com um dos cabeças. Sabendo
que haveria uma confirmação por parte da recepção, ele fez com que as ligações
feitas para o ramal do funcionário colocado na reunião fossem direcionadas para
o celular dele.
― Pronto. Agora é só esperar. –
disse para si mesmo.
..........................................................................................................
Por volta das 16h30, um Charger
azul marinho chegou na entrada da garagem do banco. O vidro do motorista abriu
e uma mão com um cartão surgiu de dentro do veículo. O segurança ficou olhando
com curiosidades para o carro que nunca tinha visto ali antes, mas quando o
cartão funcionou e a cancela abriu, ele relaxou.
Ao mesmo tempo, Taís e Joel
chegaram à recepção pela entrada principal. Após uma ligação para confirmar a
reunião, eles foram liberados para entrar. De lá, foram para o refeitório. Do
jeito que estavam, passariam facilmente despercebidos. Ele estava de terno e
gravata e ela com um traje social, camisa e calça, seu cabelo cacheado estava
preso para cima, com uma franja lhe caindo na testa.
Facada e Charger estavam
igualmente bem trajados e com óculos escuros para não serem reconhecidos. Em
uma área aberta do terceiro andar ao lado do refeitório, Joel falou com os
recém chegados pelo comunicador.
― Estão dentro? – perguntou.
― Sim. – responderam.
― Vamos ficar cada um em um
andar. Eu vou para o sétimo, Taís para o sexto, Charger para o quinto e Facada
para o quarto. Usem o elevador de serviço para não precisar passar pelas
recepções. Fiquem nos banheiros até Bomber dar o sinal. – Joel disse e os
outros concordaram.
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