sábado, 29 de junho de 2013

Ki Bun Tin e as manifestações

Eu sou rico. Bom, meu pai é rico, mas como sou o único herdeiro dele, acho que isso faz de mim rico. Desde que ele me mandou para estudar e ser educado em um colégio interno, passei a ter raiva desse dinheiro. Quando saí, abri mão desse estilo de vida e fui morar sozinho, sem carro, vivendo como a maioria. Respondendo a sua pergunta, sim, ainda sou sustentado pelo dinheiro que tanto desprezo. Eu estudo Direito e tenho feito uns estágios bem remunerados, logo um dia não precisarei mais do dinheiro do meu pai.

E é por andar de ônibus todo dia e por conviver com pessoas que lutam para sobreviver que resolvi apoiar as manifestações que começaram em todo país há algumas semanas. Até fui em uma com meus amigos, Ki Cre Do e Ki Dor; meu primo, Ki Dah Ora; e minha prima e namorada, Ki Mei Ga. Há muita desigualdade nesse país e o povo não está pedindo nada demais, nada além do seu direito.


Políticos e empresários roubam sem parar. É preciso por um basta nisso. Um dia, enquanto lia as notícias referente aos protestos em São Paulo, vi uma entrevista em que um carinha de um movimento de lá disse que não precisam mais ir às ruas pois seu objetivo foi alcançado. Eu fiquei indignado com isso, como ele pôde dizer uma coisa dessas? Os objetivos mal começaram a ser alcançados.

Houve redução da tarifa em todas as capitais com manifestações. A PEC 37 foi negada. Mas isso é só começo. Se conseguimos esses dois, conseguimos muito mais. Só não pode parar agora. Temos de ir às ruas para gritar e protestar pelo que é certo. Para mostrar para esses políticos que não vamos descansar até termos um país mais justo e igualitário.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Caos Urbano T01C09

PIRATA DE COMPUTADOR

O local estava cercado, não tinha como ele fugir. Mesmo assim, os policiais da equipe tática faziam o menor barulho possível. O Detetive Perez conseguiu permissão para fazer parte da operação de campo. Colocou um colete por cima de sua camisa e gravata, e preparou a arma. Foram meses de investigação que levaram àquele momento, ele não perderia por nada.
Um dos policiais arrombou a porta do apartamento, e todos seguiram atrás dele. Foram encontrar o alvo na cozinha, fazendo miojo.
― Everton Benck, você está preso! – Jorge anunciou e deu a volta por trás do bandido para algemá-lo.
― Estou? – disse de modo zombeteiro e riu estridente e agudamente.
O Detetive Perez olhou ao redor, mas não havia necessidade de mais evidências. Benck seria condenado com o que já tinham. Naquela noite, ele dormiu tranquilamente, seu trabalho havia sido feito, o sentimento de dever cumprido estava presente. Acordou com o celular tocando.
Era do Instituto de Criminalística. Quando chegou lá, teve uma grande surpresa, para a qual não estava preparado.
― Jorge! – Raquel exclamou quando o viu? – O que está fazendo aqui? – perguntou.
― Oi, Raquel! – ele cumprimentou. – A Ana me chamou, e você?
― Também. – disse e estreitou o olhar. – Quer nos explicar o que está acontecendo, Ana? – ela perguntou para a perita.
― Agora que os dois estão aqui, sim. – ela disse sem se alterar. – Ontem, o Jorge prendeu um dos maiores procurados por fraude e comércio ilegal na internet, Everton Benck. – ela informou.
― Um pirata de computador. – Raquel definiu.
― Pode ser chamado assim. Enfim, eu fiquei responsável por analisar o computador dele. E você não vai acreditar no que encontrei. – Ana disse e chamou a detetive mais para perto. – Veja!
― Oh, meu Deus! – a morena de cabelos cacheados exclamou ao ver a tela. – É o mesmo modelo?
― Idêntica a que você nos trouxe. – explicou.
― Desculpem interrompê-las, mas eu estou meio perdido aqui. – Jorge disse.
― Eu explico. – Raquel disse e contou tudo sobre seu novo caso e as descobertas e suspeitas que fez.
― Você está achando que o melhor médico neurocirurgião de Curitiba é um assassino? Será que eu não posso deixar você sozinha que dá nisso? – ele disse e gargalhou.
― Eu tenho evidências e não preciso da sua opinião. – a detetive devolveu com raiva. – Ana, você tem como ver as datas de compra do Benck e do hospital? – perguntou.
― Sim. Você quer saber se elas vão bater, não é? – disse ao mesmo tempo em que digitava. – Assim terá uma ligação entre o Benck e o Terom.
― Exatamente. – Raquel sorriu e olhou para Jorge.
― Sinto muito, amiga. O Benck comprou duas semanas antes do doutor. – a perita informou.
― E saiu a análise da serra que eu trouxe? – a detetive quis saber.
― Nunca foi usada. – Ana disse em um tom triste.
― Entendo. – Raquel disse de modo resignado, mas logo mudou para um tom animado. – Então, o Benck é minha próxima pista. Vou interrogá-lo.
― E eu vou junto. – afirmou Jorge.
― Como é que é? Nem pensar. Primeiro, você some sem falar nada e agora quer ser meu parceiro de novo? Nada disso. – Raquel disse.
― Benck é o meu caso, se ele está envolvido em algo a mais, eu quero e vou participar. – Jorge definiu.
― Que seja. Vamos nessa. – ela disse e foi saindo. – Obrigada, Ana!
― Como está o braço? – Jorge perguntou quando já estavam no corredor.
― Está bem, já estou fazendo tudo muito bem com o esquerdo. – a detetive respondeu e então reparou. – Ei, não puxe assunto comigo. Ainda estou brava com você.
― Esse dois. – Ana disse para si mesma quando eles já estavam longe.


Graças a seu curso superior, Benck estava em uma cela sozinho. Ele ouviu passos e então um policial surgiu na frente com a refeição da manhã.
― Aqui está, escória. – o oficial disse em voz alta.
Embaixo do copo de água, encontrava-se um bilhete que dizia: “Bom trabalho, Benck. Aguenta mais um pouco aí, essa noite mesmo você sairá da prisão”. O pirata terminou de ler e deu uma alta gargalhada aguda.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Detetives Virtuais T01C09

O CASTELO

O castelo era bem grande e as muralhas que o circundavam, ainda mais. As altas e pesadas portas de entrada eram protegidas por dois guardas em baixo mais os vários guardas no topo do muro. Duas eram as torres que se elevavam acima do castelo. O terreno era plano e além da construção havia uma grande área de floresta, de onde os três amigos observavam o local.
― O que exatamente estamos esperando para atacar? – Kevin perguntou impaciente.
― Precisamos de um plano. – Frank respondeu.
― Por quê? É só chegar e arrebentar tudo como sempre fizemos. – o de armadura dourada rebateu.
― Vocês com certeza devem ter reparado que não fomos mandados separadamente para lugares aleatórios. – quando eles assentiram, o atirador continuou. – Esse cara está bem preparado, ele criou um vírus capaz de impedir que pudéssemos segui-lo. Se nós não fôssemos nós, se fôssemos dados de um programa, teríamos sido destruídos ao avançar para a Internet.
― Isso é verdade. – Vick entendeu o ponto de vista do amigo.
― Ele não seria menos cuidadoso para proteger os próprios dados. – Frank disse. – Aposto que há muito mais guardas dentro do castelo, só esperando por ataque para entrar em ação. Olha o tamanho disso! – ele disse apontando a grande construção. – Não pode ter só música, documentos, filmes e jogos.
― Você está certo. Por um acaso, tem alguma ideia do que fazer? – Kevin perguntou.
― Sim, mas a Vick precisa concordar. – Frank disse e a guerreira arregalou os olhos de surpresa.


Era mais um dia de trabalho comum para os guardas do castelo. O sol estava forte, por isso eles acharam que estavam vendo coisas quando uma bela mulher de longos cabelos castanhos veio caminhando na direção deles. Ela usava um biquíni, roupa desconhecida pelos guardas, mas estes estavam mais interessados no tanto de corpo que a mulher mostrava. Botas, uma mochila nas costas e óculos escuros completavam o vestuário de Vick.
― Acho que me perdi. Poderiam me dar uma informação? – ela disse enquanto jogava a mochila no chão e abaixava os óculos, deixando os guardas sem palavras.
Aproveitando a distração dos guardas, Frank e Kevin avançaram pela floresta até o muro lateral da esquerda.
― Vai lá! Eu cubro a retaguarda. – Frank disse.
Kevin deu um grande salto e ao chegar no topo da muralha ocidental do castelo, sua armadura dourada foi substituída por uma igual a que os guardas utilizavam. Ele foi andando normalmente, procurando por uma escada para poder descer e entrar no castelo, quando olhou para o pátio interno e viu centenas de guerreiros prontos para o combate iminente.
― Frank estava certo. – ele disse e desceu a escada que surgiu em sua frente.
O interior do castelo era composto por várias salas e corredores sem fim. Kevin já estava cansado de andar e quase desistindo de encontrar o que procurava, quando viu uma porta com um grande cadeado trancando-a. O rapaz voltou a usar sua armadura dourada e usou seu emissor de energia para destruir o objeto. Abriu a porta e deu de cara com outra.
― Só pode ser brincadeira! – ele resmungou e atirou novamente.
Sete portas e muito barulho depois, ele conseguiu entrar na sala protegida. O cômodo estava repleto de jogos e CDs de música, mas o dominante mesmo eram os livros e as pastas com papéis. Kevin começou a remexer todos os papéis, mas não foi difícil encontrar o que procurava. E foi bem a tempo, pois devido ao barulho feito para abrir as portas, vários guardas surgiram para ver o que era.
Do lado de fora, Vick se segurava ao máximo para distrair os guardas.
― Está muito quente aqui. Por que não entra? Terá toda a água que quiser. – um deles disse, enquanto a moça bebia de um cantil oferecido.
― Eu não sei. Não pretendia ficar, só queria uma informação para poder seguir o caminho certo. – ela disse e olhou para cima, preocupada com o amigo.
― Qual é, entra um pouco e te prometo que vai ficar bem relaxada. – um guarda prometeu e pôs a mão no ombro da morena.
Nesse momento, Kevin saiu de dentro do castelo, voando através de uma janela e sendo caçado pelos guardas.
― Até que enfim! – Vick disse e suas roupas de guerreira voltaram. Com a espada, ela cortou as cabeças dos dois guardas do portão.
― Fujam! Eles são muitos. – Kevin gritou enquanto pousava.
O portão se abriu e Vick e se preparou para correr quando viu a horda de guerreiros que avançava sobre eles.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Tudo Por Uma Notícia T02C09

PEDIDO

“O Hospital Padrão nunca esteve tão cheio. Sabendo que todos seriam atendidos e tratados de graça, a população lotou o lugar. Os enfermeiros e os médicos mal conseguiam dar conta. A mídia, é claro, estava toda ali.”
― O Dr. Guramo chegou. – alguém gritou e a massa de repórter foi toda atrás dele.
― Você está pronta? – Rubens perguntou.
― Sim e você? – Carla devolveu.
― Eu estou sempre pronto. – ele respondeu com um sorriso.
Ele seguiu para dentro do hospital, enquanto ela foi com os outros colegas de profissão entrevistar o médico. Rubens descobriu onde ficava a sala que comandava o som do local e foi direto para lá. Quando chegou, havia um funcionário.
― Quem é você? – o funcionário perguntou assustado.
― Alguém que precisa usar as caixas de som do hospital. – Rubens disse e entregou uma nota de 50 reais para ele. – Toma, vai beber uma cerveja.
― Eu não bebo. – o rapaz devolveu.
― Toma um chá então. – o jornalista sugeriu.
― Não gosto de chá.
― Meu, só pega o dinheiro e vaza. – Rubens se irritou e o rapaz saiu.
Ele colocou o pendrive com a gravação do telefone que ouviu pela manhã no computador. Ajustou para todas as caixas de som do hospital e esperou o sinal de Carla. Mas então, ele começou a ouvir vozes e foi olhar pela janela que dava para uma área externa da instituição.
Embaixo estavam Guramo e os repórteres. Rubens não contava com isso, se a mídia não ouvisse de nada adiantaria. Pegou uma caixa de som, a mais potente que encontrou na sala, e colocou na janela com o volume no máximo.


Carla notou a cara feia que o médico fez quando a viu. Um misto de surpresa com decepção. Ela apenas sorriu. Decidiu não fazer perguntas e nem dizer nada, os seus colegas fariam isso.
― ... e por isso hoje será um dia que entrará para a história desse hospital e da cidade de São Paulo... – ele discursava.
― Com certeza. – Carla disse baixinho e enviou um sms para Rubens.
No instante seguinte, uma gravação com sua própria voz sobrepôs o discurso do Dr. Guramo. Todos pararam para ouvir, enquanto ele procurava a fonte do som.
― A sala de som, vão! – ele disse para seus seguranças.
Carla mandou outra mensagem, mas Rubens já tinha saído há muito e já se encaminhava para junto dela.
“O que se seguiu foi um tremendo tumulto, o melhor que já presenciei, uma multidão de pacientes nada pacientes saiu do hospital querendo linchar o médico ladrão. Claro que eles não conseguiram, mas a gravação foi encontrada e transmitida em rede nacional, o que já serviu para acabar com a carreira do ‘nobre’ doutor. Depois quando eu achei que tudo havia terminado, Carla disse que precisávamos conversar.”
― Rubens, sobre o que aconteceu ontem à noite...
― Eu sei, foi só uma vez e não deve se repetir. – ele completou.
― Não, não quero que seja só uma vez. É isso que você quer? – ela perguntou.
― Não, mas não podemos ficar juntos, é perigoso, você viu. Tivemos sorte de ninguém ter nos encontrado. Eu atraio problemas, Carla, e não sei se posso proteger você. – ele confessou.
― E não precisa. Eu faço boxe e muay thai, e sou muito boa. – ela disse e o rapaz arregalou os olhos. – Sou solteira, moro sozinha em São Paulo, sei que é uma cidade perigosa. Quero ficar com você, Rubens. Com você e com os problemas que você atrai. – ela disse e sorriu.
― Você é doida, sabia? – ele disse e a beijou, mas logo a largou. – Espera! Se vamos fazer isso, faremos direito. – ele disse e pegou as duas mãos dela. – Carla, você quer namorar comigo?
― Sim, sim, mil vezes sim. – ela respondeu e pulou sobre ele, dando-lhe um forte abraço e um longo beijo.
“O Dr. Guramo foi afastado e perdeu sua licença médica. Agora ele vai ter que arranjar outra maneira de roubar, mas não se preocupem, se ele tentar alguma coisa fora da lei, farei o possível para descobrir e impedir.
“Essa é a primeira vez que escrevo uma matéria em dupla. É meio diferente, mas não posso dizer que não gostei. Quem sabe eu não faça outras assim no futuro?”


                                              Rubens Fonseca e Carla Lamarca.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Arte de Roubar T03C09

OBSTÁCULOS

A sala de apoio ficava ao lado do arquivo, era lá que se acomodavam os empregados terceirizados do Banco Central. O cômodo possuía armários, sofás e poltronas, mesas e cadeiras, um computador e um telefone. Ficavam lá os contínuos, os carregadores, o motorista e a encarregada. Os arquivistas e os recepcionistas não ficavam lá durante o horário de trabalho, mas tinham armários como todos os outros.
Sem ter dormido direito na noite anterior, Marquieli sentou no sofá e fechou os olhos por um momento. Não percebeu quando deu a hora de ir, e nem seus colegas a notaram ou a acordaram. O último a sair ia trancar a porta, mas foi impedido pela dúvida.
― A Marquieli já foi? – perguntou para outro que estava perto.
― Ah, com certeza, né? Fecha isso aí e vamos embora. – o outro disse e assim o primeiro fez.


Eram 20h quando Bomber avisou aos quatro que se encontravam nos banheiros que podiam sair.
― Yeah! – falou Charger em voz alta e esticou os braços.
― Fale baixo, idiota. Ainda tem guardas nos andares. – Bomber alertou pelo comunicador. – Vou guiar cada um de vocês. Vou começar de cima para baixo. Joel saia do banheiro sem fazer barulho e espere.
Assim ele fez, quando o guarda do andar saiu do campo de visão do corredor, Bomber avisou Joel e este correu até a porta da escada e entrou rapidamente. Com os outros, o mesmo processo foi repetido e, eventualmente, todos se encontraram nas escadas e seguiram para o primeiro andar.
Lá não havia guardas e Léo, que havia ficado no arquivo após o horário e até então, os esperava. Cumprimentaram-se e iam entrar no arquivo quando a porta da sala de apoio abriu e dela saiu uma bela morena de olhos azuis. Os olhos de Marquieli demoraram para se acostumar com o escuro, mas quando conseguiram, ela viu quatro pessoas de terno e Léo.
― O que está acontecendo aqui? Que horas são? – ela perguntou e olhou para a janela atrás deles. – Oh, meu Deus! Já está de noite.
― Facada, silencie-a. – Joel disse.
O rapaz sabia o que devia ser feito, mas desde que a vira na escada no dia anterior, tinha se encantado com sua beleza. Até imaginou eles dois juntos depois que tudo houvesse acabado, mas devido aquele encontro, isso já não seria mais possível. Ele pegou um dardo tranquilizante no bolso e atirou no peito da mulher. Correu para impedi-la de cair.
― Não era como eu imaginava nosso reencontro. – ele disse para ela inconsciente.
― Coloque-a de volta na sala da qual saiu, Facada. – Joel chamou. – Não temos tempo a perder. – ele disse e todos foram ao arquivo. – O que tem para nós, Léo? – ele perguntou estavam todos dentro.
― Ácido. – respondeu, tirando um frasco com líquido verde da mala que havia levado. – Venham comigo. – ele chamou e os levou ao corredor do meio das estantes com os arquivos. – Aqui, estamos bem em cima do cofre.
― Vai fazer muito barulho se derrubarmos um pedaço do piso. – Taís lembrou.
― E é por isso que não vamos derrubar, mas sim retirar e puxar. – ele devolveu. – Vejam, eu coloco um pouco aqui. – disse e despejou uma pequena poça que derreteu o concreto e criou um pequeno canal circular entre os andares. – Colocamos os ganchos nessa abertura. – ele disse e tirou dois ganchos da mala. – E quando eu colocar o ácido para derreter em volta, o piso não vai cair. – explicou.
― Muito bom. – Joel elogiou. – Bomber, logo estaremos no cofre, pode descer com as armas. – avisou pelo comunicador.
― Entendido, Joel. A caminho. – o segurança disse e desligou o comunicador. – Já estava na hora. – ele disse e se levantou para pegar a mala, mas ao virar, viu Sandra apontando uma arma para ele.
― Eu sabia. – ela disse. – Sabe, que por um momento, eu até cheguei a acreditar que você tinha mesmo mudado.
― Calma, Sandra, eu posso explicar. Não é nada do que você está pensando. – ele disse e levantou as mãos.

― Claro que não. Nunca é. – ela ironizou e avançou um passo.

domingo, 23 de junho de 2013

Vamos pra rua?

Essa foi a frase mais lida e ouvida na última semana, e espero que assim continue até o país melhorar. Muitos acham que todos os protestos se iniciaram por causa do aumento da tarifa do transporte coletivo, que em São Paulo foi de 20 centavos, quando na verdade, isso foi apenas os estopim de tudo. Foi, como dizem, a gota d'água. É um fato que os políticos roubam dinheiro público para si e não investem no que deveriam, mas desde a revelação do mensalão, eles pararam de disfarçar.

Aumentam preço disso, aumentam taxa daquilo, mas o salário da população não aumenta na proporção. Já o deles, é umas duas vezes por ano, quando não mais. Deixam de investir em saúde e educação para começar projetos que não terminam. Na época de eleição então, gastam rios de dinheiro, desviam, beijam bebês e fazem promessas, mas quando eleitos não cumprem nem metade. Então, depois de anos e anos sendo roubado, sacaneado, enrolado e deixado de lado, o povo brasileiro acordou.


Acho que desde que ficou oficial que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o brasileiro começou a enxergar melhor. Afinal, como um país que não tem um bom sistema de saúde e educação públicas, pode sediar um evento esportivo internacional? Porque até então, as desculpas dos políticos era de que não tinha dinheiro para investir em tais áreas, mas se não há dinheiro para saúde e educação também não deveria ter para a copa, certo?

Há um ano da copa e na época da copa das confederações (uma coincidência perfeita), o governo federal isentou o diesel dos transportes coletivos. Todos esperavam uma diminuição na tarifa, mas o que veio foi o aumento. Isso foi praticamente como chamar todos os brasileiros de burros em alto e bom som. Por isso, os protestos aconteceram e, apesar da maioria das capitais terem baixado a tarifa, vão continuar acontecendo. Como eu disse no começo, esse foi só o estopim, temos muito mais o que reinvindicar e muito protesto para fazer. Então, para fazermos parte da história, sentirmos orgulho de nós mesmo e ter o que contar para os nossos netos, vamos para rua?

O que está faltando nos protestos?

O motivo estopim que iniciou os protestos do país, e talvez o pedido mais "fácil" de ser atendido, foi a redução das tarifas de transporte coletivo que já aconteceu. E agora como prosseguir? Bom, isso já aconteceu também. Os protestos continuaram com suas outras reinvindicações, que, cá entre nós, eram meio vagas. 'Abaixo a corrupção' por exemplo, esse é um tópico tão extenso e difícil de ser arrumado a curto prazo.

Impeachment da Dilma também não vai resolver nossos problemas. Eu acredito que seja necessário uma reforma política total, o que inclui a presidenta. A partir daí, dá para começar a mudança nacional. Enquanto isso, é preciso também melhorar o modo de protestar, as manifestações não-violentas estão tendo cada vez mais focos de violência.


Essa dica é para a polícia, em vez de ficar protegendo as assembleias e prefeituras, fiquem de olho nos estabelecimentos locais. As pessoas que dependem de seus restaurantes, farmácias, mercearias, vão sofrer muito mais do que os políticos para arrumar todos os danos. Os policiais tem que lembrar que eles também são povo. Eles deviam estar juntos no meio dos protestos.

Então, talvez seja preciso um pouco de estratégia e definir melhor o que queremos e ir um passo por vez. Todas as grandes capitais clamaram ao mesmo tempo pela redução das tarifas, o mesmo deve ser feito com os outros tópicos. Por exemplo, na minha opinião, o próximo deveria a saída do Renan Calheiros do Senado, sem direito a nada. Se focarmos só nisso, com protestos ao mesmo tempo novamente, eles vão aceitar. Eles baixaram as tarifas, agora já sabemos que com um pouco de pressão eles fazem o que queremos, vamos aproveitar isso.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Caos Urbano T01C08

SUSPEITO

O Hospital Amadeu Polvilho se tornou um grande centro de referência em seus 20 anos de existência, muito graças a seu dono e principal médico, o neurocirurgião Doutor Terom. A Detetive Marins usou seu distintivo para passar pelos setores do local até chegar ao consultório de seu dono.
― Não costumo fazer encaixes de pacientes, detetive. – ele disse após deixá-la entrar.
― Pode ficar tranquilo, não foi para isso que vim. Estou muito saudável por sinal. – ela devolveu.
― Não é o que esse braço mostra. – o médico reparou.
― Ah, isso. Foi um acidente de trabalho, já estou bem. Como eu disse, não se preocupe. – ela reafirmou.
― Muito bem. Então em que posso lhe ser útil? – ele perguntou.
― Estou investigando um assassinato e, após análise pericial, foi descoberto que a arma usada para o crime veio desse hospital. – ela disse.
― Essa é uma acusação muita séria, Detetive.
― Sim. O equipamento em questão é uma serra para cortar membros. – ela informou.
― Sei qual é, mas sinto lhe informar que nosso equipamento ainda não chegou a ser usado e ele é muito bem guardado. – Terom informou.
― Então não vai se importar de me mostrar. – Raquel pediu.
O médico a levou para o local em que ficavam guardados os materiais cirúrgicos. E lá estava ela, na segunda prateleira de uma estante. Uma bela serra com muitos dentes afiados de variados tamanhos para facilitar o corte.
― Receio que terei que levá-la para análise pericial. – a detetive disse.
― Eu entendo. – o doutor respondeu e chamou um enfermeiro que estava próximo. – Espero que as coisas se resolvam logo. – ele disse à morena assim que o rapaz foi embrulhar o equipamento.
― Eu também, doutor. Eu também. – ela disse e recebeu a serra em uma caixa. – Até mais.
― Espere! – ele pediu. – Posso ter a honra de saber o nome da bela detetive que me interrogou? – ele disse galantemente e a fez sorrir.
― Sim, desculpe-me. Meu nome é Raquel Marins. – ela respondeu e foi.
Do hospital, ela seguiu de volta para o Instituto de Criminalística para deixar a possível arma do crime. De lá, voltou para a delegacia, onde decidiu começar uma pesquisa sobre o médico que a recebera de modo tão solícito.
― Solícito até demais. – ela pensou.


Galvão Terom sempre foi um médico muito dedicado. Com a ajuda do pai e de alguns amigos que entraram com o capital, ele construiu o hospital que se tornaria seu legado. Viciado em trabalho, ele tentava manter seu casamento e o hospital, mas este sempre vencia. Após uma ameaça de divórcio por parte de sua mulher, Terom decidiu levá-la para uma segunda lua de mel.
No caminho para o aeroporto, o carro em que estavam sofreu um acidente e sua mulher morreu na hora. Depois disso, seu comportamento mudou totalmente. Ele ficou ainda mais sério e viciado em trabalho. Passou a dormir ainda menos e nunca saía para se divertir. Sua filha mudou de cidade para ficar longe dele. Por fim, ele comprou um apartamento ao lado do hospital para estar perto sempre que fosse necessário.
Após ler essa biografia, Raquel pensou e juntou todas as peças que tinha, mas a conclusão a que chegou não lhe agradou muito.
― Não, não pode ser isso! É muito insano! – ela disse em voz alta.
― Disse alguma coisa, Raquel? – perguntou um estagiário que passava ao lado de sua mesa.
― Não. – ela disse e ele continuou seu caminho. – É só que... eu acho que meu assassino está tentando montar uma nova mulher para ele. – ela falou para si mesmo em voz baixa.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Detetives Virtuais T01C08

JUNTOS

A sede do banco estava totalmente cercada, policiais encontravam-se ao redor de todo o terreno. Ninguém entrava ou saía. Vick se aproximou da entrada principal e tentou passar.
― Parada aí, mocinha! – um policial a parou. – Onde você pensa que vai? – ele perguntou.
Usando o poder do pensamento, a garota fez um distintivo aparecer em sua mão. Levantou-o e respondeu.
― À cena do crime, é claro. A não ser que o senhor pretenda impedir uma detetive de fazer seu trabalho. – ela disse e pôs o distintivo no seu decote.
― Não, não. Por favor, pode passar. – ele disse e a deixou entrar.
Lá dentro, todos andavam de um lado a outro, preocupados. Fazendo ligações e conversando entre si. Vick seguiu até o cofre e perguntou para um funcionário.
― Detetive Rodrigues! – ela se apresentou. – Pode me dizer o que aconteceu aqui? – pediu.
― O responsável por abrir o cofre chegou e o encontrou aberto. Ao verificar, ele confirmou que apenas uma das gavetas foi roubada. – ele contou.
― De quem? – ela perguntou para confirmar.
― Do senhor Galvão Monteiro.
― O que as câmeras de segurança viram? – Vick indagou.
― Nada. Elas foram danificadas na hora do roubo. – lamentou o funcionário.
― O que foi roubado?
― Duas maletas com 2 milhões de reais em cada.
― Obrigado pela sua colaboração. – ela agradeceu e saiu, olhando para cada canto procurando uma pista.


Do lado de fora do banco, ela olhou para os lados, pensando no que fazer a seguir. Então, ao olhar novamente para o local roubado, Vick viu algo vindo do céu em sua direção. Cada vez mais rápido, o elemento voador passou por ela e acabou colidindo em uma casa, duas quadras depois do banco.
Ao reconhecer a armadura dourada, ela correu ao lugar do impacto para ajudar Kevin. Quando a amiga chegou, o rapaz já estava de pé e, apenas, cambaleando.
― Sentiu minha falta? – ele perguntou com um sorriso.
― Por que você caiu desse jeito? – ela quis saber.
― Também não sei, acho que porque eu voei por muito tempo. – ele disse sem ter certeza. – Frank?
― Não o vi. – a garota informou. – Venha, descobri algumas coisas. – ela disse e o puxou para outra rua e lhe contou o que ouviu no banco.
― Sem uma descrição, vai ser difícil achar alguém. – Kevin ponderou.
― Aí que está, não precisamos de uma descrição, o cara saiu com duas maletas, isso já é incomum. – ela contrapôs.
― É verdade.
― Escuta, eu já me disfarcei de detetive, portanto não posso ir lá perguntar, mas você pode ir e descobrir o portal mais próximo daqui.
― Claro, daí a gente pergunta para o tiozinho que fica de vigia lá e vai para o mesmo lugar que o ladrão. – Kevin completou.
― Exato.
Assim que conseguiram a informação, Kevin e Vick se dirigiram para o portal. O vigia confirmou ter visto um homem com duas maletas. Graças ao falso distintivo da moça guerreira, o vigia inseriu o mesmo código pedido pelo ladrão. Os dois amigos estavam prontos para passarem pelo portal quando uma voz os impediu.
― Esperem! – Frank gritou e correu na direção deles.
― Frank! – os dois exclamaram. – Que bom que conseguiu, amigão. – Kevin disse.
― É, mas por pouco não teria adiantado de nada. – ele disse. – Iam mesmo partir sem mim?
― Já perdemos muito tempo aqui. Precisamos nos apressar. Tenho certeza de que você faria o mesmo. – Kevin explicou.
― Talvez. – Frank devolveu. – E para onde vamos? – quis saber.

― Para o computador de um ladrão. – Vick e respondeu e os três passaram pelo portal.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Tudo Por Uma Notícia T02C08

ESCUTA

― Agora você sabe como eu me sinto. – Rubens disse.
― Já invadiram sua casa e destruíram tudo que tinha? – Carla rebateu.
― Não, normalmente tentam tirar minha vida. – ele respondeu.
― Espera, e se essa foi a ideia deles? Se a gente não tivesse saído juntos, Rubens, eu estaria aqui quando eles chegaram. – ela disse e começou a chorar.
― E, muito provavelmente, não estaria respirando agora. – ele completou e recebeu um forte abraço da amiga. – Pegue suas coisas. Você vai passar a noite na minha casa. – ele disse.
― Achei que só tivesse uma cama na sua casa. – ela se lembrou de quando a índia Kaluana o visitou.
― Sim, mas faz tempo que eu não durmo no sofá. – ele disse e sorriu.
Carla pegou algumas peças de roupas, objetos de higiene pessoal e acessórios femininos como estojos de maquiagem. O apartamento de Rubens era pequeno com apenas um quarto e a sala era conjunta com a cozinha.
― Fique à vontade! – ele disse abrindo o quarto para ela.
― Muito obrigada. Agora, com licença, que eu vou tomar um banho, espero que seu chuveiro esquente bem. – ela disse e, com um sorriso, fechou a porta.
Rubens foi olhar sua geladeira e confirmou que nada havia para comer. Decidiu sair rapidamente para comprar algumas coisas para um simples jantar. Carla terminou o banho e saiu vestindo uma regata branca e um short azul. Procurou pelo amigo, mas não o viu. Ainda secando seus loiros cabelos curtos, ela sentou na cama e esperou. Não muito depois, ele retornou.
― Onde você foi? Por que não me avisou que ia sair? – ela perguntou se levantando com os cabelos úmidos.
― Fui comprar comida. Não costumo ter em casa, sempre como fora. – ele explicou.
― Então, também não deve saber cozinhar, não é? – ela devolveu e pela expressão no rosto dele, continuou. – Fazemos assim: enquanto eu preparo nosso jantar, você vai tomar um banho. – Carla disse e o empurrou até o banheiro.
Rubens comprou alguns ovos, carne moída, tomate, batata e cenoura, e alguns pães. Sem muita opção, a jornalista decidiu misturar tudo e depois comer com pão. Enquanto cozinhava a carne e as verduras, ela foi pegar algo no quarto. Nesse momento, Rubens saiu do banheiro apenas de toalha.
― Oh! Desculpa, Carla, eu achei que você estaria na cozinha. É que eu esqueci de levar roupa limpa e... – ele se explicou.
― Tudo bem, sem problemas. – ela disse e começou a se aproximar. – Sabe, a gente já saiu algumas vezes e eu sei que rolou um clima. Sei que você também sentiu, e talvez por causa das matérias que investiga, você pensa que não pode investir em uma relação. Mas você pode, Rubens. – ela disse.
― Carla, o que você... – ele começou a dizer e ela pôs dois dedos nos lábios dele.
― Shh! Deixa rolar. – disse e puxou a cabeça do jornalista na direção da sua.
Os dois se beijaram lenta e apaixonadamente, em seguida as mãos de ambos começaram a descer e, assim como a toalha de Rubens caiu, a regata de Carla subiu. Na cama, uma sequência de carícias e prazer preencheu a noite deles.


Ele foi o primeiro a acordar. Ao ver a mulher ainda dormindo ao seu lado, percebeu que não seria ruim acordar todo dia com aquela visão. Levantou e preparou um café da manhã para os dois. Levou em uma bandeja e, ao chegar lá, Carla já tinha acordado.
― Não sabia desse seu lado romântico, Rubens. – ela disse e o recebeu com um beijo na boca.
― Que bom. É bom surpreender as pessoas. – ele devolveu.
― Eu gosto disso. – disse e começou a cortar um pão.
― Então, pronta para hoje? – ele perguntou enquanto tomava um gole de café.
― Ansiosa. – ela respondeu.
― Que tal sabermos se o seu novo inimigo também está tão empolgado assim? – ele propôs e ela fez expressão confusa. – Ontem, além de ver os e-mails e últimos sites acessados do doutor, eu também coloquei uma escuta no consultório dele. Sabe como é, só para garantir. – ele explicou, pegou o notebook e abriu um programa.
― Eu sei que vamos perder muito dinheiro hoje. – o Dr. Guramo disse, como não houve resposta, os jornalistas supuseram que ele estava no telefone. – Já mandei darem um fim naquela repórter intrometida e também já sei como fazer para recuperar o que perdermos. – ele disse. – Assim que acabar essas 24h de graça, cobramos tudo o que foi gasto com cada paciente em suas contas. Eles não vão saber o que é e quando perceberem suas contas já estarão vazias. – disse e gargalhou forte.
Rubens e Carla se olharam com expressão preocupada. 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Arte De Roubar T03C08

TODOS DENTRO

Sem contar tudo, Joel disse à Taís que precisava resolver um negócio no Shopping Mueller e pediu que o esperasse no último andar do prédio. Ele se dirigiu à praça de alimentação e, após procurar um pouco, foi até onde estava uma bela loira com terno executivo.
― Que bom que veio, Joel! – ela disse. – Não sabe o quanto fiquei feliz quando me ligou para marcar esse encontro.
― Queria ter marcado em outras circunstâncias. – ele disse e, ao ver a expressão confusa dela, continuou. – Eu vou viajar, Lívia.
― Para onde? Por quê? – ela quis saber.
― Minas Gerais. Surgiu um negócio lá, a empresa quer que eu vá. – ele mentiu. – Ficarei fora umas 3 semanas, no mínimo.
― Poxa, logo agora que nos reencontramos. – ela lamentou.
― Sim, também sinto. Por isso, vim me despedir hoje. – Joel disse e se levantou. – Tchau, Lívia.
― Já? Não vamos poder almoçar juntos? – ela perguntou.
― Infelizmente não. Devo ir agora. – ele apressou.
― Tudo bem. Cuide-se, Joel. E não vamos mais perder o contato, hein. – ela disse.
Ele assentiu com a cabeça e os dois se abraçaram forte. O rapaz saiu e não olhou para trás. Lívia ficou vendo o amigo partir e quando este sumiu de vista, foi decidir o que comer. No andar de cima, Joel encontrou Taís na seção de cinema, olhando os cartazes.
― Estava pensando, se teremos que fazer hora, por que não assistindo um filme? – ela sugeriu.
― Ótima ideia! – Joel concordou e sorriu.


Era hora do almoço. Léo bateu o cartão e voltou para o arquivo, pois precisava estar sozinho para fazer o que devia. Luana percebeu a ausência do amigo no refeitório e foi chamá-lo no local de trabalho.
― Não vai comer? – ela perguntou.
― Estou sem fome hoje. Mais tarde, como alguma coisa. – ele disse.
― Mas aí, não almoçaremos juntos. – ela apontou.
Léo daria tudo para ficar mais tempo junto com Luana, mas o dia da operação havia chegado e o dever vinha em primeiro lugar. Afinal, se não fosse ele ter se infiltrado no banco para roubá-lo, nunca teria conhecido a garota.
― Desculpa, Lu. – ele lamentou. – Amanhã, almoçamos juntos. Eu prometo. – ele disse, sabendo que não haveria amanhã.
Ela saiu e ele voltou a se concentrar em seu trabalho. Invadiu os sistemas de agenda de compromissos de todos os andares e marcou uma reunião para as 16h30 com um dos cabeças. Sabendo que haveria uma confirmação por parte da recepção, ele fez com que as ligações feitas para o ramal do funcionário colocado na reunião fossem direcionadas para o celular dele.
― Pronto. Agora é só esperar. – disse para si mesmo.

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Por volta das 16h30, um Charger azul marinho chegou na entrada da garagem do banco. O vidro do motorista abriu e uma mão com um cartão surgiu de dentro do veículo. O segurança ficou olhando com curiosidades para o carro que nunca tinha visto ali antes, mas quando o cartão funcionou e a cancela abriu, ele relaxou.
Ao mesmo tempo, Taís e Joel chegaram à recepção pela entrada principal. Após uma ligação para confirmar a reunião, eles foram liberados para entrar. De lá, foram para o refeitório. Do jeito que estavam, passariam facilmente despercebidos. Ele estava de terno e gravata e ela com um traje social, camisa e calça, seu cabelo cacheado estava preso para cima, com uma franja lhe caindo na testa.
Facada e Charger estavam igualmente bem trajados e com óculos escuros para não serem reconhecidos. Em uma área aberta do terceiro andar ao lado do refeitório, Joel falou com os recém chegados pelo comunicador.
― Estão dentro? – perguntou.
― Sim. – responderam.
― Vamos ficar cada um em um andar. Eu vou para o sétimo, Taís para o sexto, Charger para o quinto e Facada para o quarto. Usem o elevador de serviço para não precisar passar pelas recepções. Fiquem nos banheiros até Bomber dar o sinal. – Joel disse e os outros concordaram.