terça-feira, 18 de junho de 2013

Tudo Por Uma Notícia T02C08

ESCUTA

― Agora você sabe como eu me sinto. – Rubens disse.
― Já invadiram sua casa e destruíram tudo que tinha? – Carla rebateu.
― Não, normalmente tentam tirar minha vida. – ele respondeu.
― Espera, e se essa foi a ideia deles? Se a gente não tivesse saído juntos, Rubens, eu estaria aqui quando eles chegaram. – ela disse e começou a chorar.
― E, muito provavelmente, não estaria respirando agora. – ele completou e recebeu um forte abraço da amiga. – Pegue suas coisas. Você vai passar a noite na minha casa. – ele disse.
― Achei que só tivesse uma cama na sua casa. – ela se lembrou de quando a índia Kaluana o visitou.
― Sim, mas faz tempo que eu não durmo no sofá. – ele disse e sorriu.
Carla pegou algumas peças de roupas, objetos de higiene pessoal e acessórios femininos como estojos de maquiagem. O apartamento de Rubens era pequeno com apenas um quarto e a sala era conjunta com a cozinha.
― Fique à vontade! – ele disse abrindo o quarto para ela.
― Muito obrigada. Agora, com licença, que eu vou tomar um banho, espero que seu chuveiro esquente bem. – ela disse e, com um sorriso, fechou a porta.
Rubens foi olhar sua geladeira e confirmou que nada havia para comer. Decidiu sair rapidamente para comprar algumas coisas para um simples jantar. Carla terminou o banho e saiu vestindo uma regata branca e um short azul. Procurou pelo amigo, mas não o viu. Ainda secando seus loiros cabelos curtos, ela sentou na cama e esperou. Não muito depois, ele retornou.
― Onde você foi? Por que não me avisou que ia sair? – ela perguntou se levantando com os cabelos úmidos.
― Fui comprar comida. Não costumo ter em casa, sempre como fora. – ele explicou.
― Então, também não deve saber cozinhar, não é? – ela devolveu e pela expressão no rosto dele, continuou. – Fazemos assim: enquanto eu preparo nosso jantar, você vai tomar um banho. – Carla disse e o empurrou até o banheiro.
Rubens comprou alguns ovos, carne moída, tomate, batata e cenoura, e alguns pães. Sem muita opção, a jornalista decidiu misturar tudo e depois comer com pão. Enquanto cozinhava a carne e as verduras, ela foi pegar algo no quarto. Nesse momento, Rubens saiu do banheiro apenas de toalha.
― Oh! Desculpa, Carla, eu achei que você estaria na cozinha. É que eu esqueci de levar roupa limpa e... – ele se explicou.
― Tudo bem, sem problemas. – ela disse e começou a se aproximar. – Sabe, a gente já saiu algumas vezes e eu sei que rolou um clima. Sei que você também sentiu, e talvez por causa das matérias que investiga, você pensa que não pode investir em uma relação. Mas você pode, Rubens. – ela disse.
― Carla, o que você... – ele começou a dizer e ela pôs dois dedos nos lábios dele.
― Shh! Deixa rolar. – disse e puxou a cabeça do jornalista na direção da sua.
Os dois se beijaram lenta e apaixonadamente, em seguida as mãos de ambos começaram a descer e, assim como a toalha de Rubens caiu, a regata de Carla subiu. Na cama, uma sequência de carícias e prazer preencheu a noite deles.


Ele foi o primeiro a acordar. Ao ver a mulher ainda dormindo ao seu lado, percebeu que não seria ruim acordar todo dia com aquela visão. Levantou e preparou um café da manhã para os dois. Levou em uma bandeja e, ao chegar lá, Carla já tinha acordado.
― Não sabia desse seu lado romântico, Rubens. – ela disse e o recebeu com um beijo na boca.
― Que bom. É bom surpreender as pessoas. – ele devolveu.
― Eu gosto disso. – disse e começou a cortar um pão.
― Então, pronta para hoje? – ele perguntou enquanto tomava um gole de café.
― Ansiosa. – ela respondeu.
― Que tal sabermos se o seu novo inimigo também está tão empolgado assim? – ele propôs e ela fez expressão confusa. – Ontem, além de ver os e-mails e últimos sites acessados do doutor, eu também coloquei uma escuta no consultório dele. Sabe como é, só para garantir. – ele explicou, pegou o notebook e abriu um programa.
― Eu sei que vamos perder muito dinheiro hoje. – o Dr. Guramo disse, como não houve resposta, os jornalistas supuseram que ele estava no telefone. – Já mandei darem um fim naquela repórter intrometida e também já sei como fazer para recuperar o que perdermos. – ele disse. – Assim que acabar essas 24h de graça, cobramos tudo o que foi gasto com cada paciente em suas contas. Eles não vão saber o que é e quando perceberem suas contas já estarão vazias. – disse e gargalhou forte.
Rubens e Carla se olharam com expressão preocupada. 

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