O ACORDO
― Eu vou perguntar mais uma vez.
Como manipularam as câmeras de segurança e por que esperaram duas semanas para
roubar o dinheiro dessa empresa? – o agente Porto repetiu para Kevin, que
estava sentado e com as mãos algemadas para trás.
― E eu vou responder de novo. Nós
não mexemos nas câmeras, aliás nem sabíamos que tinha. E também não roubamos
dinheiro nenhum. Fizemos nosso trabalho e recebemos por isso e foi só. – o
rapaz respondeu.
― Não foi o que os seus amigos me
disseram. – o agente disse e Kevin fez uma expressão de surpresa. – É, eles já
confessaram tudo. Não há mais motivo para você esconder.
― Uau! Você está mesmo
desesperado, hein. Além de ser um péssimo interrogador. – o rapaz comentou. –
Eles não disseram isso, até mesmo porque não há nada para ser dito. Agora, se
não se importa, eu gostaria de um advogado, eu tenho direito.
― Direitos! – Porto gritou e riu
alto. – O brasileiro está muito mal acostumado com seus muitos direitos. Pois
eu vou te dizer que direito você tem: o direito de parar de me enrolar e falar
a verdade. – o agente gritou e bateu na mesa com as duas mãos.
― Eu e meus amigos diremos a
verdade se você nos der cinco minutos a sós para conversarmos. – Kevin pediu e
Porto endireitou sua postura.
― Hum, cinco minutos. – o agente
refletiu e avisou. – Se você estiver me enganando...
― Não tenho motivos para isso,
quero resolver isso o mais rápido possível, mas primeiro preciso falar com meus
amigos.
― Tudo bem. – Porto concordou e
saiu da sala.
Não muito depois, ele voltou com
alguns agentes trazendo Vick e Frank.
― Cinco minutos! – o agente
lembrou e fechou a porta.
― Vocês estão bem? – Kevin
perguntou.
― Sim, mas como vamos sair dessa?
– Vick devolveu.
― Não vejo muita saída aqui. Acho
que teremos que contar a verdade. – Kevin disse.
― Também pensei nisso. – Frank
admitiu.
― O que? Depois de tudo que
passamos? – a garota se indignou.
― Eles são policiais federais,
Vick. Não há muito que possamos fazer. – Frank explicou.
― Tudo bem. – ela assentiu.
Kevin chamou o agente de volta e,
quando este voltou, contou tudo sobre a tecnologia que eles criaram. Da
digitalização do DNA a todas as aventuras que tiveram até então.
― E vocês realmente esperam que
eu acredite nisso? – o agente disse após o relato.
― Você queria a verdade. Acabamos
de contá-la. – Frank disse.
― Então terão que me provar. –
Porto exigiu.
― Podemos fazer isso, mas antes,
tenho um acordo a lhe propor. – Kevin disse.
― Outro? Devo lhe lembrar que
você não está no controle aqui, garoto. – o agente disse.
― Eu cumpri o primeiro, não
cumpri? – Kevin disse e continuou. – Nós vamos lhe mostrar a tecnologia, vamos
encontrar o verdadeiro responsável pelo roubo da empresa e em troca, o modo
como trabalhamos continuará anônimo. – o rapaz concluiu.
― Não posso fazer isso. – Porto
declarou.
― A escolha é sua. Eventualmente,
terá de nos libertar por falta de provas e não seremos nada além de três loucos
que inventaram uma desculpa para não serem presos. – Frank emendou e fez o
agente pensar.
― Muito bem. Está combinado, mas
vocês ficam me devendo um favor e podem ter certeza de que um dia, eu vou
cobrar. – o agente garantiu.
De frente para o computador
pessoal do Sr. Monteiro, Frank inseriu o código e em seguida todo seu corpo foi
transformado em dados digitais e sugado para dentro da máquina. Vick foi em
seguida e por último, Kevin. Os oficiais e o empresário arregalaram os olhos em
descrença.
― Acredita que eles vão conseguir
recuperar meu dinheiro? – o Sr. Monteiro perguntou depois do choque inicial.
― A essa altura, não duvido de
mais nada daqueles três. – o agente Porto devolveu.
Um favor para ser cobrado mais adiante... Isso dá pano pra manga como diria a minha vó. Hahaha. Já disse que adoro as figuras que coloca no meio das histórias? :)
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