CONVOCAÇÃO
“Eu estava sem palavras. De todas
as vezes em que arrisquei minha vida e fiquei de frente para a morte, aquela
foi a primeira que não foi por minha vontade própria. E o pior de tudo, foi um
pedido feito pelo meu melhor amigo.”
― Antes de te explicar o porquê
de tudo isso, gostaria de apresentar a minha equipe. Estes são o Capitão
Zurique e a Soldado Bassanessi. – Leonel apontou os dois sentados a sua
direita, um musculoso homem e uma bela e atlética morena. – Na cabine, estão o
Cabo Maki e a Tenente Nikolofski. – os dois que estavam na frente, olharam para
o jornalista e acenaram. – E você já conheceu o Soldado Jeller e o Sargento
Santana. E todos eles formam o Comando Épsilon. – o coronel.
― Dos Comandos do Alfabeto Grego?
– Rubens se espantou. – Achei que eles estavam sendo desmantelados.
― E estão, já chego lá. – o amigo
confirmou. – Há seis meses, fui chamado para coordenar as missões do Comando.
Não muito tempo depois, o Comando Ômega cometeu um erro em uma missão e foi
desfeito pelo governo. Com apenas dias de diferença, os Comandos Psi, Khi e Phi
também tiveram erros em seus objetivos e sofreram a mesma punição. – Leonel
informou.
― O que tudo isso tem a ver
comigo e o que você me fez fazer hoje? – o jornalista perguntou impaciente.
― Estou quase nessa parte. – o
coronel afirmou. – Achando isso muito estranho, resolvi investigar mais a fundo
e descobri que o governo estava armando para todos os Comandos do Alfabeto
Grego. Enquanto eu descobria tudo isso, um homem entrou em contato comigo e me
contou muitas coisas loucas, mas que fazem todo o sentido. – Leonel disse. –
Com o passar do tempo, a vez do Comando Épsilon foi chegando. Depois de muito
pensar, aceitei a proposta do homem que me contatou. E é por isso que estamos
aqui hoje. O governo vai nos demitir mesmo, então decidimos fazer isso por
conta própria. – o militar explicou.
― Por que o governo está fazendo
isso? – Rubens quis saber.
― Nosso país tem mais corruptos
do que imagina, meu amigo. E esses políticos têm contatos e negócios com
traficantes e bandidos que os Comandos estavam prendendo e tirando de
circulação. Por isso, decidiram acabar com as equipes que eles mesmos criaram.
– Leonel respondeu.
― E eu...? – Rubens insistiu.
― Você foi indicação minha. – o
coronel disse e, vendo a expressão confusa do amigo, continuou. – Essa nova,
vamos dizer, organização para qual estamos trabalhando agora, está recrutando
pessoas para mudar o país. Já tem gente em todas as áreas. Na hora, lembrei-me
de você.
― Por quê? – o jornalista quis
saber.
― Porque você inspira esperança,
Rubens. Com as suas matérias, todo o risco que você corre para escrever e
informar às pessoas do que ocorre no Brasil. Elas leem e, ao ver que alguém se
importa, têm esperança de que as coisas podem realmente melhorar. – o coronel
explicou. – Peço desculpas pelo modo como agi, mas eu precisava testar para ver
se você estaria realmente apto para isso. E você está. Entretanto, ainda
preciso perguntar: você quer participar disso, Rubens?
― Ajudar uma organização sem
ligação com o governo que recruta pessoas para ajudar a mudar o país, entre
elas um comando militar liderado pelo meu melhor amigo? É, por que não? – o
jornalista respondeu com um sorriso.
― Contudo, há algumas condições.
– Leonel disse e Rubens levantou uma sobrancelha. – Você não pode me fazer
perguntas e não vai saber nada sobre a organização, além do que eu já disse. E,
nós não queremos lhe dizer como fazer seu trabalho, mas gostaríamos de dar
algumas sugestões de escrita para o que houve hoje.
― A primeira é estranha, mas
apesar do que houve hoje, ainda confio em você. Quanto à segunda, até agradeço
a ajuda. – ele disse e perguntou. – Como quer que eu escreva?
“O Comando Épsilon explodiu a
delegacia e tudo que lá havia, inclusive os três policiais que cumpriam seus
turnos. Ao contrário de seus colegas dos outros Comandos, o Épsilon não esperou
ser desfeito, ele simplesmente sumiu e fez o que bem entendeu.”
― Lembre-se, Rubens, você não me
liga. Eu te ligo. Cuide-se, amigão. – Leonel disse e fechou as portas do
furgão.
O jornalista ficou olhando para
as chamas, enquanto as viaturas da polícia e os caminhões do corpo de bombeiros
chegavam.
“O que o Comando Épsilon fez não
foi errado, mas sim o modo como fizeram. Afinal, o que tanta quantidade de
droga estava fazendo estocada? Esperando para ser colocada de volta nas ruas?
Agora, as autoridades irão caçá-los, mas será que eles são os verdadeiros
inimigos?
“Será que não devemos nos
preocupar mais com os traficantes e bandidos que estão à solta por aí? Ou os
corruptos que nos roubam e saem impunes de tudo? A meu ver, pelo menos, o
Comando Épsilon está do lado da população.”
Rubens Fonseca.
Oi Ricky!
ResponderExcluirTudo bom?
As coisas estão ficando interessantes...a idéia de colocar a foto da van foi ótima..vc mesmo que fotografou?
Para você ver...tem cosplay que os japoneses fazem que não fica tão legal quanto os ocidentais; Eu costumo dizer que, para mim, os melhores cosplays sempre serão os europeus.
bjs!