quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cadê o conto do dia?

Pois bem, já estou na quarta semana consecutiva de postagem dos capítulos e acreditem quando eu digo: de vez em quando tenho algumas dificuldades, principalmente agora que estou ilustrando também.

É claro que eu já sabia que teria alguns obstáculos e que não seria tão simples assim, mas eu gosto muito de escrever essas histórias. Gosto ainda mais quando recebo comentários sobre a tal história e de ver que a pessoa está animada com aquilo, que quer saber o que vai acontecer. Isso me empolga ainda mais a escrever, saber que estão gostando e querem mais.

São três os motivos porque eu não postei o capítulo do conto de hoje, que é A Maga Estilista.
1 - Eu não o escrevi.
2 - No post da semana passada não houve nenhum comentário sobre a série, nem contra, nem a favor, o que a meu ver quer dizer que não consegui deixar a história consistente e atrativa até o capítulo 5.
3 - O motivo 2 me desanimou bastante e me deixou sem inspiração e sem saber como seguir.


Por isso decidi parar de escrever esse conto, pelo menos por ora, talvez um dia eu volte. A ideia era criar uma história que misturasse magia e moda, mas acho que acabei me perdendo em algum ponto. Essa era a única que a série protagonizada apenas por uma personagem feminina.

Outra coisa que decidi fazer foi continuar alternando as séries, mesmo tendo voltado a 5 o número de histórias. Minha ideia é: de segunda a quinta postar 4 dos contos e na sexta, sabado e domingo, indagações.
Pretendo fazer assim até as séries se igualarem no número de capítulos. Bom, quem curtiu Cesca já notou que vai ter toda semana né? ;D

Bom, é isso, caros leitores. A intenção é deixar o blog bom para ambos os lados, ou seja, eu e vocês. Espero que curtam minha nova decisão e que continuem acompanhando as outras séries. Amanhã tem A Arte de Roubar.

Até!!!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A outra Cesca

Assim que acordou, Carpo levantou rapidamente e, após realizar os hábitos naturais do despertar (lavar o rosto, escovar os dentes e fazer xixi), foi, mais depressa ainda, procurar por Ana. Chegou à cozinha e a mesa do café da manhã estava posta. Eram 8h da manhã.
– Onde está a Ana? – ele perguntou à empregada.
– Ela saiu, mas disse pra avisar o senhor começar a tomar o café que ela já vem. – informou a moça.
– Não posso esperar. – ele disse e saiu, encontrando Antônio no pátio da casa grande. – Antônio, você viu a Ana?
– A Dra. Ana ta no estábulo vendo os cavalo que precisa de cuidados.
Mais rápido do que antes, Carpo correu até o estábulo e então ele viu, o que seus olhos ainda não tinha reparado e, o que agora estava tão claro.
Ana tinha 1,70 de altura; cabelos castanhos, longos e ondulados; olhos verdes. Ela vestia uma regata branca, calça jeans e botas. Seu físico era atlético, suas curvas o fascinaram, era como se nela tudo estivesse no lugar e na medida certa. E isso eram só suas características físicas. Pelo pouco tempo que havia passado com ela, o rapaz pôde perceber que Ana era uma pessoa tranquila, calma, tinha opinião e gostava de ajudar as pessoas, mesmo sem conhecer.
Carpo observava a beleza da veterinária, que examinava de perto um dos cavalos. O rapaz desejou que seu carro demorasse a ser consertado para que ele tivesse mais tempo para conhecer aquela mulher tão encantadora. Ao notar seu hóspede a olhando, Ana despertou-o de seu transe.


– Ei, Carpo, o que foi? Caiu da cama? – ela disse com um sorriso.
– Eu... hã, lembrei onde vi o nome Cesca.
– Onde? – ela perguntou, curiosa.
– É melhor eu te mostrar. Aqui tem internet, né?
– Não somos tão caipiras assim. – ela respondeu com uma careta.
Com o laptop ligado em cima de uma mesinha na sala de estar, Carpo mostrou uma notícia para Ana que a espantou.
– “Luciana Cesca sofre tentativa de sequestro durante torneio de karatê em São Paulo!” – leu Ana. – Tentativa? – ela perguntou.
– A garota é uma karateca, deve ter batido nos sequestradores. – supôs o rapaz.
– Mas o que isso tem a ver comigo?
– Ora, é óbvio que essa garota é sua parente. Olha, aqui nessa matéria diz que Luciana Cesca é filha de Glória Cesca e Diogo Barbatto. Barbatto tem uma grande empresa de construção civil, cuja matriz fica no Rio de Janeiro, a qual ele administra, já sua filial em São Paulo, quem gerencia é sua ex-mulher, Glória. – vendo o olhar surpreso de Ana, ele continuou. – Pra continuar a dirigir a empresa do marido depois do divórcio, a mulher deve ser poderosa.
– Carpo, se eu tivesse alguma prima perdida por aí, meu pai já teria me contado. – ela tentou finalizar a conversa.
– Contado o que? – perguntou Giovanni, que acabara de entrar na sala.
– Que eu tenho uma prima que mora em São Paulo. – disse Ana.
– Ah, ela ta em São Paulo agora? Quer dizer, é claro que eu teria contado uma coisa dessas. – tentou consertar Giovanni.
– Pai, o que você está me escondendo?
– Ta bem, eu conto, mas quero saber como você soube disso.
– O Carpo me mostrou essa notícia. – ela respondeu e virou o laptop para que Giovanni pudesse ver e ler.
– Ah, não! Eles nos acharam. – disse o fazendeiro.
– Quem nos achou? Fala, pai! – exigiu Ana.
– Sr. Barreto, poderia nos dar licença? Eu gostaria de conversar a sós com minha filha. – pediu o anfitrião.
– Não! – interveio Ana. – Ele fica. Foi ele que me mostrou que eu tenho uma possível prima e se ele quiser, ele vai ficar e ouvir o mesmo que eu. – ela disse e olhou pro rapaz, esperando.
– É, eu quero sim. Obrigado, senhorita. – ele agradeceu, sorrindo.
               – Muito bem. – começou Giovanni, contrariado. – Espero que você esteja pronta, porque agora eu vou contar a verdadeira história da família Cesca.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Perseguição

– Quanto mais vamos andar? – perguntou Zé, e notou que já estavam próximos do Shopping Curitiba.
– Calma, são só mais algumas quadras. – explicou Érica.
– Algumas quadras? Isso foi o que andamos até agora. Não tem um ônibus que chegue lá, a Agência não te deu um carro, não?
Érica riu e olhou para o lado, ao fazer isso notou que alguns indivíduos os estavam encarando de dentro da Praça Oswaldo Cruz, que ficava em frente ao shopping. Com isso sua mente e habilidades de espiã se aguçaram. Ela olhou para trás e no mesmo momento um homem olhou para cima e começou a assobiar.
Do outro lado da rua e do lado de fora da praça, mais três homens  seguiam na direção dos dois amigos. Eles precisavam atravessar o cruzamento para chegar ao seu destino, mas a mão única da rua em questão ia na direção deles. A rua em que estavam também tinha apenas um sentido e era o mesmo em que eles caminhavam.
Quando se aproximavam da esquina, Érica olhou para o semáforo, estava no amarelo. Ela olhou novamente para os seus seguidores para se certificar do número e da distância em que estavam. Sete do outro lado da rua, dentro e fora da praça e um atrás deles, na mesma quadra. Ela pegou na mão de Zé.
– Ei, o que você ta fazendo? – estranhou o rapaz.
– Eu espero que inteligência não seja sua única qualidade. – ele fez uma expressão confusa, ela conferiu o sinal e gritou. – Vamos!
– Você ta louca, guria? – gritou Zé, sendo puxado pra atravessar a rua quando todos os carros vinham vindo.
Vendo isso, os homens não puderam fazer nada a não ser esperar o sinal fechar. O que estava sozinho atravessou a rua e se juntou aos outros sete. Já na outra quadra, Zé parou e exigiu uma explicação.
– Ta vendo aqueles oito homens ali? – ela disse e apontou para os caras que esperavam o sinal fechar. – Eles estão atrás de nós ou só de mim, não sei, mas eles não são de brincadeira e não consigo lutar contra todos eles sozinha. – ela disse e Zé levantou uma sobrancelha. – Sua inteligência não vai servir de nada, Zé, se eles nos pegarem.
– Então, não vamos deixar isso acontecer. – ele disse e olhou para o shopping em frente eles.


– No que está pensando? – ela quis saber.
– Você já salvou minha vida duas vezes hoje, ta na hora de eu começar a retribuir. Só me segue. – ele disse e os dois entraram no Shopping Curitiba.
Nesse momento o semáforo fechou e os oito homens atravessaram. Zé andava apressado e acompanhado por Érica, chegou aos elevadores e foi até o último andar, onde ficava a praça de alimentação e as salas de cinema.
– Zé, pra onde estamos indo?
– Você já vai ver. Não se aproxime da beirada. – ele disse quando atravessavam a ligação entre os dois lados do shopping no último andar.
Um pouco antes de chegarem a bilheteria do cinema, o rapaz perguntou.
– Tem algum filme que ta em cartaz, que você queira ver?
– Então esse é o seu plano? Nos esconder no cinema?
– Claro, é perfeito. Mesmo que eles queiram, não vão poder entrar lá e impossível eles não desistirem em duas horas. A gente ainda aproveita e vê um filme. – Zé explicou e sorriu.
Érica se viu obrigada a aceitar e admirar a simplicidade e genialidade da ideia de Zé.
– Muito bem então. Vamos ver Gigantes de Aço. – ela disse.
– Boa pedida, garota. – ele concordou, comprou os ingressos e os dois entraram na sala.
– Devo admitir que você mandou bem, Zé. – ela disse, já dentro da sala.
– Eu não sou um zé mané o tempo todo. – ele observou.
– É, eu to começando a perceber isso. – ela concordou e eles viram o filme tranquilamente.
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– Hã... Sr. Beckert, nós perdemos os alvos. Eles entraram no shopping e não conseguimos encontrá-los. – disse um dos perseguidores pelo telefone.
               – Então anota aí o endereço da casa dele, porque vocês vão fazer uma visitinha para os pais dele hoje. – avisou Beckert.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vamos jogar conversa fora?

Muito bem, vou começar falando sobre nada e depois falarei sobre coisa alguma. Primeiro vou falar sobre um dos meus contos. "Ah, agora você só fala sobre esses contos. Preferia quando você fazia aquelas indagações engraçadas!" ¬¬
Bom, não da pra agradar a todos, não é? O fato é: há alguns comentários nos capítulos da minha série Tudo Por Uma Notícia, eu notei que nem todo mundo escrevia o nome do personagem principal direito. Quem já leu pelo menos um capítulo sabe que o nome é Rubens Fonseca, mas algumas pessoas escreviam Rubem. Até aí tudo bem, a preguiça às vezes faz isso, o que me encucou mesmo foi o último comentário feito pela minha querida amiga e também blogueira, Joicy do blog Umas e Outras (ta na minha lista de recomendados, de uma olhada), disse que gostava muito de RubeM Fonseca, mas que aquele texto ela ainda não conhecia, intrigante não? Ainda mais porque ela já tinha comentado em capítulos anteriores, logo ela conhecia a história.

Enfim, fui pesquisar e descobri que existiu um escritor chamado Rubem Fonseca. Não sei se eu já sabia e não lembrava ou se nunca soube. A verdade é que quando criei o nome do personagem, pensei nesses dois nomes e gostei da combinação. Apesar do primeiro nome não ser exatamente igual, achei legal essa coincidência. Pode-se até dizer que o nome do personagem foi em homenagem ao escritor.


Então, caros leitores, não confundam o meu personagem com o escritor. Agora chega desse assunto.

Há pouco mais de um mês atrás, é estranho falar disso em tão pouco tempo, eu escrevi o post número 50 e fiz todo um alvoroço em torno dele. De repente cheguei ao 100, o.O, será que eu escrevo muito??

Com a volta dos contos, eu me obrigo a escrever todos os dias, talvez por isso tenha chegado ao 100 tão rápido. Dessa vez não fiz um post só pra isso e nem vou me alongar muito no assunto pra não dizerem depois: "Ahh, agora vai ficar falando quantos posts tem a cada 50 que escrever. Que cara chato, poste algo útil!!" Melhor evitar, né? Não se preocupem, só falarei disso de novo no 200... ;D


Obrigado a você que acompanha, acompanhou ou irá acompanhar esse blog um dia. Além do prazer pessoal de escrever, eu o faço para que você leia e goste. Então, se gostar comente. Se não gostar, critique, deixe uma sugestão. Meu blog é como uma democracia, você pode sugerir o que quiser, o que não quer dizer que eu vá atender ;D
Bjuss pras gatinhas e abraços pros marmanjos!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os excluídos

               Alex estava sentado na arquibancada da quadra de esportes durante o recreio tentando pensar em um nome para a sua chapa, pois na pressa de conseguir os membros, esqueceu do nome. Apenas com o papel e a ficha de inscrição na mão, o garoto estava absorto do resto do mundo, não estava prestando atenção no jogo de futebol e nem que seu colega de chapa, Solano, havia acabado de marcar um gol.
– É difícil pensar num nome legal, né? – perguntou um garoto que estava sentado atrás de Alex, despertando-o de sua concentração.
– Hã... o que? – disse Alex, virando para trás para ver quem tinha falado com ele. – É, ta bem difícil mesmo. Ei, eu não te conheço de algum lugar?
– É bem provável. Estudamos juntos desde o pré até o ano passado. Eu reprovei, tava cansado daqueles plaboyzinhos me enchendo o saco.
– Ahh... você é aquele que era maior que todo mundo, não é?
– Eu ainda sou o mais alto.
– Como é mesmo o seu nome? – perguntou Alex, fazendo uma careta.
– Hugo. Tudo bem não se lembrar, já to acostumado. – disse o garoto.
– Acostumado com o que? – quis saber o líder da chapa.
– Em não ser lembrado, não fazer diferença na vida das pessoas, em ser excluído e invisível aos olhos dos outros, mesmo com esse tamanho todo. Pelo menos isso, se eu fosse baixo não sei se iria aguentar. – explicou Hugo.


– É assim que se sente? – espantou-se Alex.
– É assim que é. E não sou só eu. Olhe ao redor. Pare pra prestar atenção e você verá que existem muitos assim. Pessoas sem grupos e excluídas.
– Pessoas sem grupo... – repetiu Alex para si mesmo e lembrou como estava na primeira semana de aula.
Ele parou para refletir e enquanto olhava para a arquibancada percebeu vários grupos formados, mas também várias pessoas sentadas sozinhas, pelo simples fato de não se encaixarem em nenhum grupo. Por já ter passado por isso, Alex sabia como era e sentiu compaixão por eles. Ele viu um garoto, que usava um óculos fundo de garrafa e o cabelo despenteado, passar por um grupo de playboys e, inevitavelmente, esbarrar em um deles. Não poderia acabar pior.
– Olha por onde anda, ô quatro olho! – esbravejou o playboy e derrubou o refrigerante do garoto.
Alex não precisou ver ou ouvir mais nada para decidir o que fazer em seguida.
– Hugo, quer fazer parte da minha chapa?
– O que? – o rapaz maior perguntou, espantado. – Você tem certeza?
– É claro, olha, no começo desse ano, eu também me senti excluído e sei que não há nada pior. Vi nessa eleição a chance pra me enturmar de novo, pode ser a sua chance também, aliás, a de todos eles. – ele disse e apontou para a arquibancada em geral. – Você será a voz dos sem-grupos no grêmio.
– Gostei da ideia, mas e os outros membros? – perguntou Hugo.
– Eu cuido deles. Marquei uma reunião pra hoje a tarde na cantina. Apareça lá. – Alex convidou e saiu.
Todos já estavam na cantina, quando Alex e Hugo chegaram.
– O que ele está fazendo aqui? – perguntou Paty, apontando o rapaz alto.
– Hugo é o último membro da chapa. – respondeu Alex.
– Você só pode ta brincando. – ela replicou.
– Não, e isso não está em discussão e nem é o motivo porque chamei vocês aqui. – ele disse.
– Então diz logo, que eu tenho manicure daqui a pouco. - ela disse.
– E eu tenho treino. – emendou Solano.
– Ta, já entendi, acalmem-se. – começou Alex. – Falta algo muito importante para completar nossa chapa.
– E o que é? – perguntou Diana.
– Um nome. To tendo problema pra pensar em um bem legal. – ele disse. – Sugestões?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As armas


Marcelo Ciconatto, vulgo Bomber, era um homem alto, negro, de ombros largos, musculoso. Entrou para o serviço militar e foi policial por muitos anos de sua vida. Por ser honesto foi vítima de um esquema de corrupção e condenado injustamente. Pelo seu tempo de serviço e boa conduta, sua pena foi a expulsão definitiva da corporação.
Para sobreviver, passou a trabalhar como segurança em boates, lojas e qualquer lugar que pagasse bem. Ele desanimou da vida, desacreditou na humanidade. Vivia apenas por viver, não tinha mais objetivo. Até o dia em que conheceu Joel. Bomber trabalhava de segurança na panificadora do bairro, que havia sido roubada há pouco tempo. Joel entrou com a mulher e filho, mas logo saiu e puxou conversa.
– Você é novo aqui, não? – ele disse, enquanto sua esposa comprava.
– Sim, sou. – Bomber respondeu o mais sério que pôde.
– Bom, seja bem vindo. – Joel disse, sorridente. – Essa panificadora tava mesmo precisando de um segurança. O bairro é tranquilo, sabe, mas sempre tem uns arruaceiros. – explicou o morador, que notando o silêncio continuou. – Eu acho que a culpa é do sistema. Não toda ela, mas uma boa parte.


Ao ouvir a palavra sistema, Bomber se interessou pela conversa e notou que era o mesmo homem que ainda estava falando com ele. Além de persistente, o morador também pensava igual ao segurança. Será que tudo o que ele sabia e em que acreditava estava errado? Quando era policial, todo morador de favela era bandido, burro e pobre. Mesmo após sua saída, ele manteve sua opinião, até aquele momento.
– Obrigado. – disse o segurança.
– Pelo que? – perguntou Joel, confuso.
– Por vir falar comigo. Você não sabe o quanto me ajudou.
– Não sei mesmo, mas se ajudei é o que importa. A gente se vê. – ele se despediu, abraçando a mulher que saía do estabelecimento.
A partir daquele instante, Bomber voltou a acreditar nas pessoas, voltou a ter vontade de viver e decidiu lutar contra o sistema.


– E aí, grandão, como está o nosso arsenal? – perguntou Joel entrando no centro de operações.
– Muito bom, um conhecido meu me conseguiu o melhor material.
– E o que temos aí? – o líder ficou curioso.
– Que bom que perguntou. – Bomber respondeu com um sorriso. – Seis 9 mm, uma para cada. – ele continuou, enquanto Joel pegava uma pistola e engatilhava. – Rifles M16, Sniper e Sawnoff, três de cada, não sei quantos sabem usar essas armas e nem se serão necessárias, então...
– E a espingarda? – perguntou Joel, segurando a arma e mirando a parede.
– Coleção. – respondeu Bomber e os dois sorriram.
Sawnoff? – Joel emendou, repetindo o que fez com a espingarda.


– Tem grande impacto, não precisa ter boa mira, basta acertar parte do alvo pra fazer um grande estrago. – explicou Bomber.
– Vejo que isso foi muito fácil pra você. Diria até que você se divertiu adquirindo essas armas. – observou Joel, colocando a sawnoff na mesa e apoiando as duas mãos nela.
– É verdade.
– Então, acho que ta hora de dificultar um pouco as coisas pra você, meu amigo.
– E como você pretende fazer isso? – perguntou Bomber, entrando no jogo de Joel.
– Grandão, chegou a hora de você se infiltrar. – Joel disse, erguendo uma das sobrancelhas.
               Bomber sorriu.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A família


Dirigindo sua S10 a caminho da fazenda de seu pai, Ana Paula decidiu puxar conversa com o rapaz que decidira ajudar.
– Então, Policarpo...
– Pode me chamar de Carpo. – ele interrompeu. – Sei que meu nome é difícil.
– Muito bem, então, Carpo, o que você veio fazer no interior? – Ana perguntou, notando as calças novas, a jaqueta de marca e os tênis Nike do rapaz.
– Bom, eu acabei de me formar em Economia, e decidi vir visitar minha tia, ela disse que queria comemorar. – ele respondeu.
– Humm... O mundo ganhou um novo economista então?
– Foi o que me disseram quando me deram o diploma. – ele disse e sorriu. – E você? O que faz?
– Sou veterinária. – Ana respondeu.
– Ah! Você cuida de cachorros e gatos?
– Estou mais pra bois e cavalos.
– Claro, seu pai tem uma fazenda... – ele começou e ela concordou.
– Chegamos. – ela informou, fazendo a curva pra uma estrada de terra.
– Fazenda Araújo de Lima? – Carpo leu confuso. – Você não disse que seu sobrenome era Cesca? Que, aliás, não me é estranho.
– Sim, era o sobrenome do meu avô. Eu acho difícil você ter ouvido falar desse nome. Não é muito comum. – ela explicou.
Eles passaram pelo portão principal e Ana estacionou em frente a casa grande. Em seu encontro veio Antônio, o encarregado dos trabalhadores da fazenda. Ela aproveitou para pedir a ele que fosse buscar o carro de Carpo na rodovia e que um dos mecânicos tentasse arrumar.
– Mais uma coisa. – ela parou o homem que já estava a caminho do guincho. – Sabe do meu pai?
– Sei, sim, Dra. O patrão foi ver umas plantações e disse que volta até o por do sol. – ele disse.


 Ana subiu a escada da entrada da casa e Carpo a seguiu. Ao entrarem na sala, já puderam ver a dona da casa sentada no sofá lendo um livro.
– Mãe. – Ana chamou e a senhora sentada já olhou para a filha. – Quero te apresentar alguém. Esse é Policarpo, o carro dele teve um problema e eu o trouxe pra cá, pra ele não passar a noite na estrada. – ela apresentou e explicou para sua mãe. – Carpo, essa é Délia, minha mãe.
– Muito prazer, Policarpo. – disse a matriarca.
– O prazer é todo meu, senhora. – disse o rapaz e beijou a mão de Délia.
– Que rapaz educado, Ana. – elogiou Délia.
O por do sol chegou e com ele, o chefe da família, Giovanni Araújo de Lima. Ana correu e abraçou o pai, um homem alto com os cabelos grisalhos, vestido com uma camisa xadrez e calça jeans, botas e chapéu completavam.
– Ana, o Antônio disse que é preciso trocar uma peça do motor do Astra e que não ficará pronto hoje. Pode me dizer sobre o que se trata? – ele perguntou.
– Sim, é o carro do Policarpo. – ela respondeu, naturalmente.
– Policarpo? – Giovanni repetiu confuso e viu o rapaz estranho na sala. – Que tipo de nome é esse?
– É por causa do personagem Policarpo Quaresma de Lima Barreto. – explicou o dono do Astra.
– O motor do carro dele fundiu e eu o trouxe para dormir aqui.
– E eu só aceitei a ajuda, porque ela me garantiu que o senhor não se importaria. – explicou Carpo.
– É claro que não, rapaz. – disse o patriarca, depois de um tempo em silêncio analisando a situação.
– Muito obrigado pela hospedagem também. – disse Carpo.
– O que é isso, rapaz! Ajudar as pessoas é uma tradição na minha família. – explicou Giovanni com um sorriso.
Com o visitante, a família jantou, tomou café e conversou até todos ficarem com sono. Ana acompanhou Carpo ao quarto de hóspedes e foi dormir. Já deitado na cama, tentando pegar no sono, o mais novo economista do mundo lembrou exatamente onde tinha visto o sobrenome Cesca.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Resolução


“Quando viram o guarda Amorim e Kaluana, Krok e Everest não tiveram outra opção a não ser se entregarem. Alguns policiais tomaram posse do navio dos traficantes e, assim, as três embarcações navegaram de volta em direção à cidade mais próxima. Para que você, caro leitor, entenda melhor a conclusão da minha aventura na Amazônia, vou explicar alguns pontos.
Primeiro, como já foi dito, antes de ser capturado pelos traficantes, retirei o cartão de memória da minha câmera fotográfica. Segundo, de onde surgiu o mandado para revistar o navio? Bom, eu sabia que as fotos que eu tirei seriam insuficientes para tal ato, por isso quando pedi ajuda a Kaluana, disse-lhe que entregasse o meu gravador para que essa pessoa passasse para alguma autoridade policial. Juro que não imaginei que ela tinha contato direto com uma.
Então, vem a pergunta: o que aconteceu com o cartão de memória depois que eu pulei no rio? Simples, depois que todos estavam bêbados e desmaiados no navio, aproveitei para guardá-lo num saco plástico que achei por lá e coloquei num bolso escondido no interior da minha calça e assim o protegi.
O que aconteceu com Bruno Pavão, o filho do prefeito? Nada, o nosso país, infelizmente, não pune os políticos severamente. Ouvi dizer que ele foi pra Europa refletir sobre o que fez, belo castigo, não? Depois de muito aclamado e parabenizado pelo que fiz, confesso que fiquei meio sem jeito com tanto elogios, eu finalmente conheci o guarda Amorim e pude conversar melhor com Kaluana...”
– Eu ainda não acredito que você depositou todas as suas esperanças em uma índia que você tinha acabado de conhecer. – comentou Amorim.
– Algo dentro de mim disse que ela era confiável. – o jornalista disse olhando para a nativa.
– Kaluana fica feliz de ter ajudado. – disse a índia.
– E eu de tudo ter dado certo. – Rubens replicou. – Foi muito bom conhecer vocês, mas agora eu preciso ir. – ele disse e foi se afastando.
– Espera! – pediu Kaluana. – Rubens, eu quero ir com você pra São Paulo.
– O que? Agora? – ele perguntou espantado e ela confirmou com a cabeça. – Ta... olha só, agora não vai dar pra você ir porque eu to cheio de trabalho e problemas pra resolver. Vamos fazer assim, eu vou deixar meus telefones com o guarda Amorim e daqui umas semanas você me liga pra vê se já ta mais tranquilo ou senão eu mesmo ligo quando der, pode ser? – ele sugeriu, entregando um papel para o guarda.


“... assim que saí de lá fui para Manaus e de lá peguei o primeiro vôo para São Paulo. Mas espera!!! A história ainda não acabou, quer dizer, acabou sim, mas há algo que eu deixei para contar no final.
Assim que desembarcamos, eu fiz questão de acompanhar a soltura dos animais, em especial a da onça pintada. Com todo o cuidado e proteção, eles abriram a jaula no meio da floresta e se afastaram. Eu fui puxado por um deles, pois eu tinha ficado parado, mesmo com a fera solta. Ela olhou para os lados e então nos viu, notou que todos os guardas portavam armas e se mostrou apreensiva (eu descobri que se tratava de uma fêmea).
Ao me ver, ela me olhou diretamente e ficou parada me encarando. Não sei explicar direito, mas é como se ela tivesse me reconhecendo e me agradecendo com aquele olhar, posso jurar que vi a cabeça dela se mexer durante isso. Então, calmamente, ela se virou e correu floresta adentro.
Essa aventura me ensinou a amar e a cuidar de todos os seres vivos e que não importa o quão selvagem um animal possa ser, se você o tratar com respeito, assim ele o fará com você. É a premissa básica da natureza: plante coisas boas e coisas boas colherá!”
                                                                      
                                                 Rubens Fonseca.

domingo, 20 de novembro de 2011

O primeiro emprego


Zé e Érica chegaram ao escritório de advocacia Zorzin&Landgraf na Avenida Visconde de Guarapuava. De elevador, eles subiram até o quarto andar e acomodaram-se na sala de espera.
– O Dr. Landgraf vai atendê-lo agora! – disse a secretária.
– Ah, obrigado. – disse Zé, se levantando e notando que Érica também levantou. – Aonde você vai? – ele perguntou a ela.
– Vou entrar com você. – ela respondeu.
– Não vai não. – ele contestou.
– Zé Mané! Você não vai querer discutir isso comigo. – ela disse bem baixo só pra ele poder ouvir.
– Ta legal. – ele respondeu, com olhar de contrariedade. – Ela vai entrar comigo. – Zé informou a secretária.
Eles passaram por um corredor, algumas salas vazias e pararam na última, que tinha a placa “Dr. Bruno Landgraf”. A secretária bateu na porta e falou com o ocupante da sala.
– O candidato está aqui, Dr.
– Mande-o entrar. – disse uma voz vinda da sala.
– Sim, senhor. – ela respondeu, abriu bem a porta e deu espaço para Zé e Érica passarem.
– Boa tarde, Dr. Landgraf, eu sou José Manoel. – se apresentou Zé.
– Boa tarde, José. Quem é a garota? – perguntou após cumprimentar Érica.
– Ela é minha... hã...
– ... irmã adotiva. – completou Érica. – Sou filha do padrasto dele.
– Certo. Eu me lembro de ter dito à agência que o candidato viesse de terno. – falou Landgraf.
– Não! Sério? O atendente não me disse nada. Era um zé mané mesmo. – disfarçou Zé.
– Muito bem. Você trouxe seu currículo? – perguntou Landgraf.
– Sim, senhor. Está aqui. – disse Zé, entregando o currículo.
– Ta certo. Olha, nós estamos realmente precisando de alguém para início imediato. – ele disse dando uma rápida olhada no currículo de Zé. – Você tem interesse?
– Com certeza. Tenho muito interesse. – confirmou o rapaz.
– Ótimo. Você começa amanhã, 13 horas em ponto. Não se atrase. – disse o advogado, levantando. – E venha de terno.
– Sim senhor. – disse Zé, sorridente e apertando a mão do seu chefe.
Já na calçada e fora do prédio, os dois novos amigos tinham que decidir o seu próximo passo.
– E agora, o que faremos? – perguntou o rapaz.
– Eu vou passar alguns dias na sua casa. – respondeu a moça.
– O que? Não é mais fácil eu passar uns dias na sua? Eu moro com meus pais. – argumentou Zé.
– Ta louco? Os únicos homens que dormem no meu apartamento são meu pai, meu avô e primos. – disse Érica.
– E o que vamos falar pros meus pais?
– Deixa isso comigo. Agora vamos pra minha casa que eu tenho que pegar minhas coisas.
– Ah, então eu vou conhecer seu apê.
– Quem disse que você vai entrar? – ela provocou. – E me diz coisa, o atendente da agência não te disse mesmo que era pra vir de terno?
– Ele talvez tenha tentado me dizer algo que eu não deixei. – ele disse e os dois riram.
Próximo dali um homem observava Zé e Érica atravessando a rua.
– Senhor Beckert! Estou vendo e seguindo eles. – disse o homem pelo celular.
– Vocês estão no centro?... Ótimo, vou mandar a equipe mais próxima para te auxiliar. – disse Beckert.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Onde tudo começou?

Aqui estão todos os capítulos da primeira temporada de séries de contos do blog:

Zé Mané:
1 - A inteligência vence a força: http://rickyoz.blogspot.com/2011/02/inteligencia-vence-forca.html
2 - Jogos da madrugada: http://rickyoz.blogspot.com/2011/03/jogos-da-madrugada.html
3 - Vivendo perigosamente: http://rickyoz.blogspot.com/2011/03/vivendo-perigosamente.html
4 - A Agência do Trabalhador: http://rickyoz.blogspot.com/2011/03/agencia-do-trabalhador.html
5 - A troca: http://rickyoz.blogspot.com/2011/03/troca.html
6 - Agente Z: http://rickyoz.blogspot.com/2011/03/agente-z.html
7 - Retrato falado: http://rickyoz.blogspot.com/2011/11/retrato-falado.html
8 - O primeiro emprego: http://rickyoz.blogspot.com/2011/11/o-primeiro-emprego.html
9 - Perseguição: http://rickyoz.blogspot.com/2011/11/perseguicao.html
10 - Mudança de planos: http://rickyoz.blogspot.com/2011/12/mudanca-de-planos.html
11 - Turnos de vigia: http://rickyoz.blogspot.com/2011/12/turnos-de-vigia.html
12 - Novos espiões: http://rickyoz.blogspot.com/2011/12/novos-espioes.html
13 - Além da espiã: http://rickyoz.blogspot.com/2012/02/alem-da-espia.html
14 - Encontro duplo: http://rickyoz.blogspot.com/2012/02/encontro-duplo.html
15 - Segredos: http://rickyoz.blogspot.com/2012/03/segredos.html
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17 - Treinamento: http://rickyoz.blogspot.com.br/2012/03/treinamento.html
18 - A ligação: http://rickyoz.blogspot.com.br/2012/04/ligacao.html
19 - A parte de cada um: http://rickyoz.blogspot.com.br/2012/04/parte-de-cada-um.html
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A arte de roubar:
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Popularidade:
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ciano


– Por que ele é chamado de Ciano, mesmo? – perguntou Solano.
– Porque no 4º ano disseram que ele era tão negro, mas tão negro que chegava a ser azul. Alguns meses depois, ele descobriu que ciano é um tom de azul e então desde que ele virou mano passou a se chamar assim. – Alex explicou enquanto ele, Diana, Paty e Solano se aproximavam de um grupo de manos sentados em volta de uma das araucárias do bosque do colégio.
Mano Ciano estava reunido com seus 5 amigos manos mais próximos, mas em todo colégio devia ter uns 50 manos, contando com as meninas. Alex sabia que atrairia um grande número de votos com a participação de Ciano em sua chapa.
– Mano Ciano... – começou Alex quando chegaram bem perto do grupo, mas foi interrompido por um dos manos do grupo.
– Como ousa se dirigir diretamente ao Mano Ciano? – disse o rapaz.
– Eu estudei com ele até o passado. – disse Alex irritado.
– Alex... – Ciano falou quase para si mesmo, mas o suficiente para todos ouvirem sua voz grave. – eu me lembro de você. – ele disse levantando a cabeça e mostrando parte do rosto embaixo do grande capuz do moletom.
– Feliz agora? – Alex disse para o mano que o interrompeu. – Ciano, eu estou aqui...
– ... para me chamar para participar da sua chapa.
– Como você sabe? – disse o líder da chapa, espantado.
– Tento me manter informado. – respondeu o mano.
– Nesse caso, vou pular a explicação e ir direto à pergunta: Mano Ciano, você quer fazer parte da minha chapa? – disse o garoto, empolgado.


– Não. – Ciano disse, secamente. – Ah, olha, essa é muito boa, manolos. – ele disse para os seus amigos ligando uma música no celular.
“Isso nunca tinha acontecido antes”, pensou Alex. Ele estava sendo ignorado, mas se estivesse sozinho ainda seria suportável. Acompanhado pelos seus companheiros de chapa, ele estava sendo também humilhado. Sem saber o que fazer, ele foi abaixando a cabeça automaticamente e sem querer seus olhos começavam a se encher de lágrimas.
– Vamos embora, Alex! Não precisamos dos votos desses ogros sem estilo. Solano e eu somos suficientes pra vencer. – disse Paty.
Ao ouvir isso, Alex pensou que se até a Paty, umas das meninas mais fúteis que ele já conhecera, estava ao seu lado, empolgada e decidida a ganhar, ele não precisava implorar pela participação de Ciano. Ele já tinha um bom grupo.
– Você tem razão! – Alex disse, levantando a cabeça, engolindo o choro da raiva. – Não precisamos de um mané que trata todo mundo mal; não precisamos de um cara que usa roupas 3 vezes maior que ele e acha que isso é estilo; não precisamos, mesmo, de alguém que tem vergonha do próprio nome e passado. – ele finalizou com muita raiva na voz.
Por baixo do capuz, Ciano arregalou os olhos quando seu antigo amigo terminou de falar. O grupo de Alex deu as costas para os manos e começou a andar.
– Alex! – Ciano chamou, correndo e segurando suas calças largas. – Ei! Desculpa o mau jeito de antes. É que eu tenho que manter a pose com os manos, sabe? – ele continuou, vendo que Alex não falava. – Olha, eu, realmente, lembro de você. Era extrovertido, alegre e sempre liderava os trabalhos em grupo. Eu gostava disso. Eu quero me juntar a você na sua chapa, Alex. Achei que você ia vir com um daqueles seus argumentos tão convincentes. – disse o mano.
– E por que eu deveria aceitá-lo agora, Kleber? – disse Alex, percebendo o interesse de Ciano.
– Kleber? Esse é o seu nome? – se espantou Diana.
– Fala baixo, menina. Qual o teu problema? – pediu o mano. – E então, Alex, posso participar da sua chapa?
               Aquela era uma situação nova, nenhum dos membros anteriores tinha pedido para entrar e sim aceitado. Alex aproveitou o momento, fez um charme, enrolou um pouco, mas no fim aceitou, porque afinal, era o que ele queria, foi pra isso que ele fora ali. E naquele momento, ele se sentiu completo, com a chapa perfeita e tudo o que ele viu pela frente foi: a vitória.