Quando os carros, um Charger modelo 2011 vermelho e uma Chrysler 300c
2011 preto, chegaram, Charger ficou sem palavras.
– Uau! Eu... uau! – ele conseguiu dizer.
– Está aí o que você pediu, rapaz. Cuide bem deles. É pra durar os quatro
assaltos. – disse Barton chegando.
– Você trouxe os acessórios que eu pedi? – perguntou Charger, ignorando a
exigência do patrocinador.
– Sim, estão ali. – ele apontou para uma caixa que dois carregadores
traziam. – Eu já vou indo. Faça o que você faz melhor, rapaz. – o empresário
disse indo embora.
– O Barton me incentivando, que estranho. – refletiu o mecânico.
– Esquece isso, vamos ver os carros. – chamou Taís.
– Tem razão! Espera! Antes vamos conferir os acessórios. – ele convidou
em resposta.
Eles abriram a grande caixa com um pé de cabra e começaram a tirar os
vários equipamentos que lá dentro estavam. Entre eles, havia: dez tubos de
nitro, sistemas de armas embutidas, lâmpadas com grande potencial de
iluminação, câmaras duplas de pneus e outros aparatos.
– Eu sugiro começarmos com o NOS, é muito importante, o que acha? –
perguntou o rapaz.
– De acordo. To louca pra chegar a 200km/h de novo. – Taís respondeu.
– Vai chegar a muito mais que isso, gatinha. – provocou Charger.
Os dois mecânicos começaram seus trabalhos, cada um em um carro, Charger
no Charger e Taís no Chrysler. O rapaz estava nas nuvens, estava realizando seu
sonho com o seu carro preferido e ainda estava turbinando ele.
Depois do NOS, eles trocaram os faróis, abriram as portas, capôs, porta
malas e espaços laterais para a inserção de armas escondidas, que iam desde
óleo para ser jogado na pista a metralhadora para atirar nos perseguidores.
Colocaram insulfilm, câmeras e
GPS. Os carros estavam prontos.
– Vamos dar uma volta, Taís? – ofereceu Charger quando o trabalho chegou
ao fim.
– Ainda não, amigão. – disse Joel, antes que a moça pudesse responder.
– Por que não? – perguntou o mecânico.
– O Léo vai arrumar o GPS.
– Arruma a Chrysler primeiro. Preciso testar o Charger. – ele disse
piscando para o amigo.
– Ta legal. Vai lá então. – concordou Joel, entendendo o amigo.
Ele rodou pelo centro da cidade para chamar a atenção dos garotinhos do
ensino médio e cursinhos pré-vestibular. Passou em ruas retas e desertas para
testar a velocidade e resistência do carro. Já era a noite e ele decidiu ir
para um lugar mais silencioso. Depois de passar pelos paralelepípedos de Santa
Felicidade e a grande Rua Toaldo Túlio, ele entrou em um pedaço da BR-277 que
levava ao Parque Barigui. Nesse trecho, ele aproveitou pra testar o nitro.
– Uhh! Avisa da próxima vez. – disse Taís ao sentir o impacto. – Não vai
fazer falta?
– Desculpa. Não vai não, por isso pedi 10 tubos, pra sobrar pra mim. –
ele disse e piscou pra ela.
Ele parou no estacionamento do parque e ficou olhando pra ela.
– O que foi? – ela perguntou.
– Estou te olhando. Sabe, esse, talvez, seja um dos nossos poucos tempos
de descanso. Agora que temos os carros, a ideia é acelerar as coisas.
– É verdade. – ela disse se aproximando dele.
– Hã... sabe, eu poderia te beijar agora e você nunca mais me esqueceria,
mas também seria apenas um momento e não é isso que eu quero. – ele começou. –
Vamos fazer o seguinte: se sobrevivermos ao primeiro assalto, você vai sair
comigo. – ele terminou de modo romântico.
– Isso quer dizer que você não quer me beijar? – ela disse em tom meloso
e se aproximando mais.
– Depois dizem que homens não são românticos. Ah! Dane-se! – ele disse e
a beijou.
Passei por aqui e li alguns contos, ou capítulos de contos, que seja. Quando li vários que percebi que um era sequência de um outro, enfim. Gostei, você tem um quê de humor, digamos, em cada um deles. Sou encantada por contos e fico p da vida porque raramente faço um decente. rs Então, parabéns pela sua facilidade.
ResponderExcluirEu aguardei tanto quanto o próprio Charger por este momento, então vamos lá!
ResponderExcluirConfesso que eu dei aquela "brochada" quando ví Charger 2011. 2011? Aaafff~~~ Não sobrou nada do Charger de verdade nesse aí... Só o nome mesmo. E nem é mais R/T...
Estava todo empolgadão, esperando um imponente e brilhante muscle car da década de 60~70... Mas tudo bem, segue o conto =D
Você como amante do Cinema já deve ter assistido Bullit ou Vanishing Point, sabe do que tô falando.
A história está muito bem enrolada hahaha, fica legal assim, não é nada previsível, cada capítulo é uma surpresa! Tô curtindo pra caramba, segue disparado como meu favorito!
Agora, saindo um pouco do contexto do conto, mas pra adicionar um pouco de história que pode até ter algo com o personagem Charger, sabe qual foi a pior m$%d@ que o grupo Chrysler fez? Relançar o Charger com essa cara de americano obeso...
Veja a Chevrolet, como relançou o Camaro... A Ford com a reestilização de 2000 do Mustang GT, a própria Dodge com o novo Challenger... Todos com ares superesportivos e transpirando a essência dos muscle cars... Já o Charger... Bem... Não foi bem assim com ele, infelizmente.
Agora, sabe o que era mais bacana no Charger, antes do seu "relançamento"?
Ao contrário do Mustang e do Camaro, por exemplo, que foram envelhecendo e se reestilizando com o passar dos anos e tornando-se "velhos americanos obesos" - salvo essa última reestilazão que salvou um pouco - o Charger parou nos anos 70, e ficou por lá.
Você não tem uma visão moderna, econômica e ecologicamente correta desse carro, bom, pelo menos não tinha. Quando se falava em Charger, já vinha toda a ideia do Rock'n Roll, da rebeldia! Essa imagem, essa essência do carro permaneceu intocada todos esses anos. Gosto de compará-lo com James Dean, que morreu jovem. Será o eterno "Rebelde sem Causa", você não tem uma imagem decadente dele como você tem, por exemplo, do Elvis Presley em final de carreira... Entende o ponto ao que quero chegar?
Mas bem, é isso, já me prolonguei demais haha!
Aguardo o que vão aprontar na Quinta que vem!
Abração!
Eu sabia que esse capítulo ia render um bom comentário seu, meu caro, e sabia também que eu não conseguiria atender suas expectativas, devido ao meu pouco conhecimento de carros, no que tange ao seu funcionamento e maquinário, fui com o que eu vi nos filmes e no google.
ResponderExcluirA escolha do 2011 foi para não decepcionar você e nem ninguém que conhece um pouco de carros antigos, não sei se eu conseguiria retratar ou até mesmo descrever bem um carro de 70, e nem se teria espaço para tanto.
Além do que talvez você não gostaria do que ia acontecer com o carro no fim da história, afinal já não é segredo que eles vão usar o carro pra fugir com as jóias e aí você já imagina que vai ter perseguição policial, tiros e aquela coisa toda.
Enfim, como eu disse, meu pouco conhecimento me impede de me aprofundar no assunto, mas sempre tentarei focar um pouco nos carros.
Abraço.