quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As armas


Marcelo Ciconatto, vulgo Bomber, era um homem alto, negro, de ombros largos, musculoso. Entrou para o serviço militar e foi policial por muitos anos de sua vida. Por ser honesto foi vítima de um esquema de corrupção e condenado injustamente. Pelo seu tempo de serviço e boa conduta, sua pena foi a expulsão definitiva da corporação.
Para sobreviver, passou a trabalhar como segurança em boates, lojas e qualquer lugar que pagasse bem. Ele desanimou da vida, desacreditou na humanidade. Vivia apenas por viver, não tinha mais objetivo. Até o dia em que conheceu Joel. Bomber trabalhava de segurança na panificadora do bairro, que havia sido roubada há pouco tempo. Joel entrou com a mulher e filho, mas logo saiu e puxou conversa.
– Você é novo aqui, não? – ele disse, enquanto sua esposa comprava.
– Sim, sou. – Bomber respondeu o mais sério que pôde.
– Bom, seja bem vindo. – Joel disse, sorridente. – Essa panificadora tava mesmo precisando de um segurança. O bairro é tranquilo, sabe, mas sempre tem uns arruaceiros. – explicou o morador, que notando o silêncio continuou. – Eu acho que a culpa é do sistema. Não toda ela, mas uma boa parte.


Ao ouvir a palavra sistema, Bomber se interessou pela conversa e notou que era o mesmo homem que ainda estava falando com ele. Além de persistente, o morador também pensava igual ao segurança. Será que tudo o que ele sabia e em que acreditava estava errado? Quando era policial, todo morador de favela era bandido, burro e pobre. Mesmo após sua saída, ele manteve sua opinião, até aquele momento.
– Obrigado. – disse o segurança.
– Pelo que? – perguntou Joel, confuso.
– Por vir falar comigo. Você não sabe o quanto me ajudou.
– Não sei mesmo, mas se ajudei é o que importa. A gente se vê. – ele se despediu, abraçando a mulher que saía do estabelecimento.
A partir daquele instante, Bomber voltou a acreditar nas pessoas, voltou a ter vontade de viver e decidiu lutar contra o sistema.


– E aí, grandão, como está o nosso arsenal? – perguntou Joel entrando no centro de operações.
– Muito bom, um conhecido meu me conseguiu o melhor material.
– E o que temos aí? – o líder ficou curioso.
– Que bom que perguntou. – Bomber respondeu com um sorriso. – Seis 9 mm, uma para cada. – ele continuou, enquanto Joel pegava uma pistola e engatilhava. – Rifles M16, Sniper e Sawnoff, três de cada, não sei quantos sabem usar essas armas e nem se serão necessárias, então...
– E a espingarda? – perguntou Joel, segurando a arma e mirando a parede.
– Coleção. – respondeu Bomber e os dois sorriram.
Sawnoff? – Joel emendou, repetindo o que fez com a espingarda.


– Tem grande impacto, não precisa ter boa mira, basta acertar parte do alvo pra fazer um grande estrago. – explicou Bomber.
– Vejo que isso foi muito fácil pra você. Diria até que você se divertiu adquirindo essas armas. – observou Joel, colocando a sawnoff na mesa e apoiando as duas mãos nela.
– É verdade.
– Então, acho que ta hora de dificultar um pouco as coisas pra você, meu amigo.
– E como você pretende fazer isso? – perguntou Bomber, entrando no jogo de Joel.
– Grandão, chegou a hora de você se infiltrar. – Joel disse, erguendo uma das sobrancelhas.
               Bomber sorriu.

3 comentários :

  1. xkkkkkkkkkkk... ahhh meu Deus... aiaiai.. Qdo li aquele texto, me referi ao RubeM Fonseca... kkkkkkkkkkkkkkkkkk... já li um tantão de coisas dele, menos aquele lá(claro Joicy, dãr, pois é do rubeNS) ... Ah, nemmmmmmmmmmm(bem goiâno mesmo)!!! Desconsidere... chorei de rir agora!!!!!! Estou tão 'zureta' com meu micão, que vou deixar para ler esse texto, da atual postagem, mais tarde... kkkkkkkkkkkkkkkkk Sorry pela gafe!!!! bjãããããooo

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  2. Eita, que medo! O.O
    Parece que vem ação por aí!

    Me lembrei de Tropa de Elite e de como "me apaixonei" por capitão nascimento. *-*

    Beijos, Ricky.

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  3. Wow!
    Agora a parada ficou séria heim!
    Até uma sawnoff teve espaço haha, oldschool total gostei mesmo!

    Abração!

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