terça-feira, 22 de novembro de 2011

A família


Dirigindo sua S10 a caminho da fazenda de seu pai, Ana Paula decidiu puxar conversa com o rapaz que decidira ajudar.
– Então, Policarpo...
– Pode me chamar de Carpo. – ele interrompeu. – Sei que meu nome é difícil.
– Muito bem, então, Carpo, o que você veio fazer no interior? – Ana perguntou, notando as calças novas, a jaqueta de marca e os tênis Nike do rapaz.
– Bom, eu acabei de me formar em Economia, e decidi vir visitar minha tia, ela disse que queria comemorar. – ele respondeu.
– Humm... O mundo ganhou um novo economista então?
– Foi o que me disseram quando me deram o diploma. – ele disse e sorriu. – E você? O que faz?
– Sou veterinária. – Ana respondeu.
– Ah! Você cuida de cachorros e gatos?
– Estou mais pra bois e cavalos.
– Claro, seu pai tem uma fazenda... – ele começou e ela concordou.
– Chegamos. – ela informou, fazendo a curva pra uma estrada de terra.
– Fazenda Araújo de Lima? – Carpo leu confuso. – Você não disse que seu sobrenome era Cesca? Que, aliás, não me é estranho.
– Sim, era o sobrenome do meu avô. Eu acho difícil você ter ouvido falar desse nome. Não é muito comum. – ela explicou.
Eles passaram pelo portão principal e Ana estacionou em frente a casa grande. Em seu encontro veio Antônio, o encarregado dos trabalhadores da fazenda. Ela aproveitou para pedir a ele que fosse buscar o carro de Carpo na rodovia e que um dos mecânicos tentasse arrumar.
– Mais uma coisa. – ela parou o homem que já estava a caminho do guincho. – Sabe do meu pai?
– Sei, sim, Dra. O patrão foi ver umas plantações e disse que volta até o por do sol. – ele disse.


 Ana subiu a escada da entrada da casa e Carpo a seguiu. Ao entrarem na sala, já puderam ver a dona da casa sentada no sofá lendo um livro.
– Mãe. – Ana chamou e a senhora sentada já olhou para a filha. – Quero te apresentar alguém. Esse é Policarpo, o carro dele teve um problema e eu o trouxe pra cá, pra ele não passar a noite na estrada. – ela apresentou e explicou para sua mãe. – Carpo, essa é Délia, minha mãe.
– Muito prazer, Policarpo. – disse a matriarca.
– O prazer é todo meu, senhora. – disse o rapaz e beijou a mão de Délia.
– Que rapaz educado, Ana. – elogiou Délia.
O por do sol chegou e com ele, o chefe da família, Giovanni Araújo de Lima. Ana correu e abraçou o pai, um homem alto com os cabelos grisalhos, vestido com uma camisa xadrez e calça jeans, botas e chapéu completavam.
– Ana, o Antônio disse que é preciso trocar uma peça do motor do Astra e que não ficará pronto hoje. Pode me dizer sobre o que se trata? – ele perguntou.
– Sim, é o carro do Policarpo. – ela respondeu, naturalmente.
– Policarpo? – Giovanni repetiu confuso e viu o rapaz estranho na sala. – Que tipo de nome é esse?
– É por causa do personagem Policarpo Quaresma de Lima Barreto. – explicou o dono do Astra.
– O motor do carro dele fundiu e eu o trouxe para dormir aqui.
– E eu só aceitei a ajuda, porque ela me garantiu que o senhor não se importaria. – explicou Carpo.
– É claro que não, rapaz. – disse o patriarca, depois de um tempo em silêncio analisando a situação.
– Muito obrigado pela hospedagem também. – disse Carpo.
– O que é isso, rapaz! Ajudar as pessoas é uma tradição na minha família. – explicou Giovanni com um sorriso.
Com o visitante, a família jantou, tomou café e conversou até todos ficarem com sono. Ana acompanhou Carpo ao quarto de hóspedes e foi dormir. Já deitado na cama, tentando pegar no sono, o mais novo economista do mundo lembrou exatamente onde tinha visto o sobrenome Cesca.

3 comentários :

  1. Vixx... muita trata pra ser desenrolada aqui ainda!

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  2. Oi Ricky!
    Hum...o Carpo parece ser um personagem interessante... o que haverá no sobrenome Cesca?
    =p
    Ah sabe o que acontece? Acho que nós já somos meio que viciados em internet, ainda mais por termos blogs e muitos amizades virtuais. Eu já trabalho o dia inteiro diante do pc mas não é a mesma coisa...pois para fazer as minhas coisas tenho de estar em casa. Se eu ficar uma semana sem postar ou comentar no meu blog, obviamente que surto! O blog anda sendo mais importante que qualquer outra rede social.
    Ah eu também espero que vc consiga se organizar...quem sabe assim os projetos de cada um de nós fluwam melhor não é mesmo?
    bjs

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  3. Ui, ui, sinto um leve cheiro de um possível romance no ar!

    Espero que esse economista não seja mau-caráter... Tô gostando dele. Hehehehe

    Beijos.

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