Mais uma vez, ele se encontrava no meio da densa selva, mas dessa vez, ele não estava caçando os traficantes de animais, ele estava caçando com os traficantes de animais. Sua câmera e mochila ficaram no navio, mas o que realmente importava, o cartão de memória, estava com ele. Seu plano de fuga era simples: assim que a onça aparecesse, ele correria o mais rápido possível para uma direção oposta do animal, os bandidos não poderiam se preocupar com os dois ao mesmo tempo, mas nem sempre a prática é igual à teoria.
– Ela está perto. Eu sinto. – disse Everest que liderava o grupo de caça, formado pelo Sr. Krok, Sr. Araújo (Rubens) e mais dois capangas do bando.
Um rugido confirmou o que o grande homem havia falado. E Rubens percebeu que a hora de executar seu plano estava chegando. Os traficantes não deram uma arma para ele, pois isso facilitaria qualquer tentativa de fuga.
Mesmo desarmado e em minoria, o jornalista decidiu arriscar, porque se fosse pra morrer, ele preferia morrer no Brasil do que na Venezuela. Ele diminuiu seus passos, ficando para trás discretamente. Então ela apareceu. O felino mais bonito que Rubens já tinha visto, ele desejou estar com sua câmera para poder tirar uma foto daquele animal magnífico.
Após o encanto inicial, ele começou a etapa 1 de seu plano.
– Ahh! Onçaaa!!! – ele gritou e saiu correndo pela esquerda do grupo.
Todos, inclusive o animal, ficaram de olhos arregalados para a cena que lhes era apresentada. Mas logo voltaram a si.
– Ele está fugindo chefe? – perguntou Everest.
– Se estiver, não vai muito longe. Mas eu acho que essa foi uma tentativa frustrada de distrair a onça e nos ajudar. – disse Krok.
O jornalista continuou correndo até o seu fôlego acabar. Quando parou e respirou mais devagar, ele ergueu a cabeça e tentou se lembrar de suas aulas de sobrevivência na floresta. Então, ele sente um cheiro, um perfume de mulher. “Mas ali?” Ele pensa e resolve seguir o aroma. Enquanto caminhava em direção ao perfume, ele foi surpreendido e encostado em uma árvore, tendo uma lança apontada para o seu rosto.
– Será que todo dia vão me apontar algum tipo de lâmina?
A portadora da lança era uma bela índia de longos cabelos negros e lisos, que estavam jogados para frente, cobrindo seu busto. A sua expressão era nervosa e ela falou alguma coisa em seu idioma nativo, que Rubens não entendeu, mas mesmo assim ele respondeu em português.
– Olha, dona, eu não entendo nada que você ta falando. Mas eu sei que alguns índios sabem falar português, e eu espero que você seja uma delas porque eu realmente preciso da sua ajuda. – ele disse.
– Continue. – ela disse, baixando a lança.
Ele resumiu seu encontro com os traficantes de animais e de como ele estava disfarçado e tentando fugir deles naquele exato momento. Para a sorte do jornalista, a índia à sua frente era uma rebelde de sua tribo. Ao contrário das outras índias, ela preferia caçar e fazer todas as tarefas dos homens. Em uma de suas andanças pela floresta, a índia viu os homens brancos capturarem uns animais, o que a deixou muito irritada, mas ela não podia fazer nada, eles eram muitos e tinham armas de fogo.
– Traficantes de animais? – ela perguntou interessada.
– Sim e eles querem me levar pra Venezuela junto com os animais capturados. Por isso decidi tentar fugir na primeira oportunidade que tive, mas eu não deveria ter te encontrado. Se eles descobrirem você, podem te prender também. Temos que fugir rápido. – Rubens explicou.
– Não, não podemos deixar os animais lá. – disse a índia.
– Você tem razão, mas eu também não posso... espera aí! Eu tive uma idéia. E você vai me ajudar. – disse o jornalista.
– Conta comigo. A propósito, meu nome é Kaluana. – disse a índia.
– Muito bem, Kaluana. Serei breve, pois temos pouco tempo.
muito bem organizzado seu blog , beijos
ResponderExcluirhttp://eugostodadiversidade.blogspot.com
Hahaha!
ResponderExcluirQue bacana esse conto está cheio de reviravoltas =)