sexta-feira, 4 de março de 2011

Vivendo perigosamente

Ela abriu os olhos e notou que não estava deitada em sua confortável cama em seu quarto. Com dificuldade, ela levantou e se apoiou no que conseguiu distinguir como sendo uma árvore. Ela sentiu o seu corpo todo dolorido, como se tivesse sido atropelada por um elefante ou levado a maior surra de toda a sua vida. Ainda meio tonta, ela conseguiu descobrir que estava em uma floresta. Em uma das direções em que olhou, ela viu uma grande luz e resolveu ir até lá. Ao chegar, ela imaginou que a floresta iria acabar e ela chegaria a uma estrada ou algo assim.
Bem, a floresta realmente acabou e ela viu uma estrada, mas bem abaixo dela. Apesar do cansaço e da exaustão, ela não pôde deixar de admirar a vista ao seu redor. Vários morros cobertos por uma imensa vegetação, um seguido do outro indo em direção ao mar, como uma serra. Ela finalmente descobriu o que precisava: sua localização. Ela mexeu na alça de sua mochila e, ao ver que tudo estava em ordem, deu alguns passos para trás e correu em direção à luz.
Ela pulou e dois compartimentos, um de cada lado de sua mochila, se abriram formando asas com um mini foguete em cada uma. Mesmo com toda a dor que tinha ela não podia deixar de sentir uma liberdade sem comparação quando voava com sua mochila a jato e nesses momentos, ela sentia que estava na profissão certa, pois quando ela agia, fazia o seu melhor, e ninguém era melhor no que ela fazia: ser uma espiã.
Érica pousou a duas quadras do prédio em que morava no bairro Água Verde em Curitiba. As pessoas não ligaram para o fato de ela estar usando um colante preto, estar com o cabelo sujo e com vários cortes em seu belo rosto. Ela chegou em seu apartamento e jogou a mochila no sofá, foi para a cozinha e comeu uma banana com muita vontade, e decidiu fazer uma refeição melhor depois de um bom e demorado banho.
Ela chegou em seu quarto e tirou o seu uniforme colante de espiã, se dirigiu ao banheiro e ligou o chuveiro no mais quente. Com 18 anos, ela tinha um corpo muito bonito, com as curvas nos lugares certos e sua massa bem distribuída no seu 1.70m de altura. Seus cabelos eram longos na altura do cotovelo, lisos e negros, mas não um liso qualquer, aquele liso que não precisa fazer nada pra ser assim, ele simplesmente é liso, não importa o que.
Embaixo do chuveiro, ela deixou a água correr pelo seu corpo, lavando os seus hematomas e cortes, adquiridos em sua última aventura, que ela estava tentando lembrar qual era. Passando as mãos pelos seus cabelos, foi como se ela tivesse tido uma visão do que aconteceu.
Jonas Parvo era um empresário que estava sendo acusado de fazer negócios ilegais com contrabando de armas e poderia estar ligado com crimes recentes que ocorreram na cidade. Todos acreditavam na culpa de Parvo, mas faltavam provas concretas e para consegui-las, Érica foi chamada. Ela se disfarçou de repórter e marcou uma entrevista com o empresário, ele lhe ofereceu um café, ela aceitou. Na hora de pegar a xícara, ela “acidentalmente” derrubou café na calça de Parvo.
Assim que ele saiu para trocar de roupa, ela foi direto ao computador dele, procurou e encontrou rapidamente o que procurava. O único problema foi que Parvo tinha desconfiado dela e voltou para pegá-la em flagrante. Ela só teve tempo de desviar a atenção dele tirando seu pendrive do computador, quando na verdade, ela tinha mandado tudo o que precisava para o seu email pessoal. Por isso, ela se deixou ser presa e jogada na íngreme floresta da Serra do Mar.
Ainda havia uma coisa por fazer: imprimir os documentos copiados e entregar para o seu chefe na agência de espionagem. E ela sabia com quem podia contar para fazer isso.
– Barbosa, eu preciso de um favor. – ela disse ao entrar na papelaria.
– É claro que precisa, por que outro motivo você viria aqui? Pra perguntar como anda minha vida? – ele disse.
Ele olhou os documentos antes de imprimir e se assustou um pouco.
– Se metendo com os tubarões de novo? – ele perguntou.
– Sabe como é, eu gosto de viver perigosamente.
Barbosa colocou os papéis impressos num envelope branco e deu pra Érica, que estava mais arrumada, vestindo uma camisa branca e uma calça jeans. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo.
– Cuidado com isso garota. – Barbosa alertou.
– Pode deixar.

4 comentários :

  1. Bacana!
    Daria um belo enredo pra um mangá não acha?

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  2. Talvez, mas o difícil é achar alguém pra desenhar, mas quem sabe né?
    Vai ter continuação sim ;D

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  3. Vou seguindo na ordem cronológica para pegar a continuação.
    Adorei a parte que descreveste os dotes de Érica;

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