DE TREM
O sol estava quase nascendo. Os
homens de Dorigan estavam muito impacientes com o atraso do trem, pois eles
sabiam que o Espigão não faria o mesmo.
― Quanto tempo mais teremos que
esperar? – Borba perguntou.
― O necessário. – Ian respondeu.
― Isso é muito? – o ex-militar
devolveu, mas Ian ficou quieto.
Os dois estavam do outro lado dos
trilhos, atrás de algumas moitas. Nesse momento, um carro chegou e parou perto
da plataforma. Dele, saiu um homem com camisa polo, calça jeans e sapatos,
óculos escuros, cabelo para trás e barba por fazer.
― Dorigan. – Borba anunciou ao
amigo.
Os traficantes se cumprimentavam
e conversavam, quando o trem chegou. Os mais de 30 homens embarcaram em vagões
diferentes no meio do trem. No momento em que a maioria deles estavam dentro.
Espigão e seus homens chegaram na plataforma e começaram a atirar sem parar.
― Borba, vá até a locomotiva e
ponha esse trem para andar. – Ian disse e se levantou para montar em sua moto.
― Para que? – o ex-militar
indagou.
― Só faça. E use o disfarce que
pedi para trazer. – o Motoqueiro disse e colocou seu capacete.
Borba pôs um boné, óculos escuros
e uma barba postiça. Correndo e tentando não ser visto ao mesmo tempo, ele
chegou ao seu destino.
― Faça essa banheira funcionar. –
ele disse apontando a arma ao maquinista.
Enquanto o trem começava a se
movimentar, a Detetive Marins chegou ao local. Usou seu carro como escudo e se
preparou para atirar contra o grupo que ficou na plataforma. Nesse momento, os
vagões para passageiros acabaram e Ian teve ampla visão para mirar.
A maioria não teve tempo de
reagir. Ao ver a metralhadora que os estava atingindo, Espigão se pôs a fugir,
mas a essa altura todos os seus homens já estavam mortos e sua cabeça já estava
na mira do Motoqueiro.
Raquel arregalou os olhos ao ver
todos os homens caírem tão rápido em tão pouco tempo. Quando viu que só havia
um e que estava indo em sua direção, saiu de trás de seu carro e foi ao seu
encontro para prendê-lo, mas antes disso, Espigão levou um tiro na cabeça e
caiu aos pés da morena. Ao olhar para o lado, só viu o Motoqueiro acompanhando
o trem com sua moto.
Ao ficar do lado de um vagão para
cargas, Ian resolveu testar um dos apetrechos que conseguiu em São Paulo.
Apertou um botão em sua moto e um dispositivo instalado saiu contra o chão
empurrando o veículo para cima e para o lado, fazendo-o para no vagão de
cargas.
Ian parou a moto e seguiu, ainda
com o capacete, vagão por vagão. Após alguns minutos, ele viu pessoas no vagão
à sua frente e chamou pelo parceiro.
― Borba, está tudo bem aí? – Ian
perguntou pelo comunicador.
― Sim, só precisei do maquinista
para ligar, agora está tranquilo. Mas não me peça para parar. – o ex-militar
respondeu.
― Relaxa, não tenho interesse em
parar esse trem. Entretanto, quero que diminua a velocidade apenas um pouco
agora. – Ian pediu.
― Feito. – Borba garantiu.
A Detetive Marins seguia o trem,
pensando em uma maneira de pular para lá também. Então, lembrando da rota do
veículo, teve uma ideia e acelerou o carro. Parou seu automóvel próximo ao
trilho do trem, na parte mais alta de uma rua. Pegou o punhal que sempre trazia
no seu carro, para emergências, e esperou.
O trem passou e com ele os mais
de 30 vagões de passageiros. Quando os vagões de carga começaram, Raquel subiu
no porta-malas do seu carro e começou a correr. Ao chegar na outra extremidade,
pulou. Rolou pela extensão do vagão e, percebendo que ia cair do outro lado,
usou o punhal para se segurar.
Ela se recompôs e se equilibrou
no vagão do trem em movimento. Ao olhar para frente, viu a moto do homem a quem
estava perseguindo.
Achei a história muito interessante, parabéns pelo texto!!!
ResponderExcluirhttp://uno-postal.blogspot.com
A Raquel pode perseguir o Ian o quanto quiser, que vai acabar é se apaixonando por ele. U.u
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