CERTO E ERRADO
Ian abriu a porta do vagão bem
devagar e então jogou uma granada de fumaça. Na sequência, subiu a escada para
chegar ao topo. Sentindo o vento o empurrando, o Motoqueiro ficou cuidando para
ver a fumaça fazer o efeito e então falou com Borba pelo comunicador.
― Agora pode aumentar a
velocidade de novo. – disse.
Apoiando-se na beirada, Ian pulou
para dentro do vagão pela janela, quebrando vidro e acertando um dos bandidos.
Como era seu plano, ele usou a fumaça para bater em todos os traficantes do
vagão. Socos, cotoveladas, chutes e cabeçadas. Quando o vento tirou toda a
fumaça, o único em pé era Ian.
O Motoqueiro pegou sua pistola
para começar a atirar na cabeça dos bandidos, no momento em que a porta do
vagão, por onde ele havia jogado a granada, abriu.
― Parado aí, Motoqueiro das
Trevas! Largue a arma e ponha as mãos na cabeça. – a Detetive Marins disse. –
Ah, e tire o capacete.
― Ora, ora. Mandaram uma mulher
atrás de mim dessa vez. – Ian disse e riu. – Imagino que seja uma investigadora,
certo? – perguntou e deu um passo.
― Não se aproxime. – Raquel
mandou.
― Devem ter te falado horrores de
mim, não é? Aposto que minha ficha criminal não é das melhores. Mas eu não sou
o que me pintaram. Veja, todos os que derrubei nesse vagão estão com um grupo
que pretende levar uma grande quantia de drogas para o litoral. – Ian disse e
deu outro passo. – Não vou deixar isso acontecer. Como você pode ver, não há
droga nenhuma nesse vagão. Está tudo em outro vagão a frente, juntamente com o
chefe do bando.
― Por que está me contando isso?
– a morena quis saber.
― Porque o tempo está passando,
detetive. – ele disse e tirou a arma da mão dela. – Agora, você pode ficar aqui
refletindo sobre o certo e o errado, ou pode vir comigo e me ajudar a fazer
justiça. – Ian girou a pistola e a estendeu com o cabo para Raquel. – E então o
que me diz?
Dorigan estava brindando com seus
homens, quando a porta do vagão se abriu. No mesmo momento fez-se silêncio. O
traficante chefe levantou e ficou no corredor olhando para a morena de cabelos
cacheados que acabara de chegar.
― Quem é você? – ele perguntou.
― Eu sou a Detetive Raquel Marins
e vim aqui prender vocês. – ela disse.
― Ouviram essa, rapazes? Ela veio
nos prender. – Dorigan disse e riu histericamente, sendo acompanhados pelos
outros.
A risada do traficante foi
interrompida por um chute que o acertou no rosto em meio a vários pedaços de
vidros. Ian se recompôs rapidamente e se voltou para os outros oponentes que
surgiram. Alguns deles tentaram sacar suas armas, mas não tiveram tempo.
Os que não caíram com golpes do
Motoqueiro, foram derrubados por Raquel. Assim que todos os bandidos estavam no
chão, Ian pegou sua arma e se preparou para atirar em Dorigan.
― Pare! Não posso permitir que
faça isso. – Raquel disse e novamente apontou uma arma ao Motoqueiro.
― E o que vai fazer? Atirar em
mim? – Ian ironizou e teve sua arma arrancada da sua mão com um tiro. – Boa
jogada.
― Eu pesquisei muito sobre você.
Antes, você não era assim, era um advogado de sucesso. Por que trocou tudo por
essa vida incerta? – a morena perguntou.
― Porque eu cansei de ajudar o
sistema ferrar com as pessoas. Hoje, eu ajudo as pessoas e ferro com o sistema.
Deveria tentar qualquer dia. – Ian respondeu.
― Há pouco, você me falou sobre
certo e errado. – ela disse e abaixou a arma. – Bom, não sei por que, mas parte
de mim quer muito deixar você ir embora, por mais que isso vá contra os meus
princípios e conduta policial.
― Não se preocupe, essa decisão
não cabe a você. Vou embora quando quiser, minha moto está...
― Com os pneus furados. – a
morena completou e surpreendeu Ian. – Eu fiz isso assim que pulei em um dos
vagões de carga e a vi. Também avisei meus colegas e daqui a alguns
quilômetros, eles irão parar o trem. – ela disse e riu. – Esse seria o auge da
minha curta carreira. Mas por algum motivo, eu não quero mais te prender.
― Você concorda com meu ponto de
vista. – Ian disse.
― Sim, mas não com seus métodos.
Por isso, aproveite o tempo que tem para fugir e deixe esses traficantes
comigo. – Raquel disse.
― Você jogou bem, detetive. É
estranho, mas eu realmente espero que nossos caminhos se cruzem novamente. –
ele admitiu. – Antes de ir, eu poderia saber o nome daquela que me venceu?
― Raquel Marins. – ela respondeu.
― Não esquecerei. – Ian disse e
saiu do vagão na direção da locomotiva.
Quando chegou lá, viu Borba
inquieto.
― Temos um problema. – o
ex-militar disse.
― Eu sei. Arranje um capacete. –
o Motoqueiro disse.
― Para que?
― Só faça e venha. – Ian disse e
saiu para a parte de cima da locomotiva e esperou pelo amigo.
― Não me diga que...
― Sim. Suponho que ainda se
lembra como pular. – o ex-advogado disse.
― Esse tipo de coisa não se
esquece. – Borba garantiu.
Antes de pularem, ambos juntaram
os braços no peito e se prepararam para rolar na queda. Quando finalmente
pararam, ficaram vendo o trem sumir, e com ele, a moto de Ian. O ex-advogado
pegou seu celular.
― Oi, Carol, tudo bem? É o Ian.
Lembra que você disse que queria ajudar mais o Motoqueiro das Trevas? Então,
surgiu uma ótima oportunidade.
Ixi,, sem a moto, ferrou.
ResponderExcluirRaquel... e.e
ResponderExcluirA Carol deve ter jurado que teria que ameaçar alguém, quando na verdade só precisa dar uma carona. Hahahah
Beijo. ;*