quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O Motoqueiro Das Trevas T02C08

CERTO E ERRADO

Ian abriu a porta do vagão bem devagar e então jogou uma granada de fumaça. Na sequência, subiu a escada para chegar ao topo. Sentindo o vento o empurrando, o Motoqueiro ficou cuidando para ver a fumaça fazer o efeito e então falou com Borba pelo comunicador.
― Agora pode aumentar a velocidade de novo. – disse.
Apoiando-se na beirada, Ian pulou para dentro do vagão pela janela, quebrando vidro e acertando um dos bandidos. Como era seu plano, ele usou a fumaça para bater em todos os traficantes do vagão. Socos, cotoveladas, chutes e cabeçadas. Quando o vento tirou toda a fumaça, o único em pé era Ian.
O Motoqueiro pegou sua pistola para começar a atirar na cabeça dos bandidos, no momento em que a porta do vagão, por onde ele havia jogado a granada, abriu.
― Parado aí, Motoqueiro das Trevas! Largue a arma e ponha as mãos na cabeça. – a Detetive Marins disse. – Ah, e tire o capacete.
― Ora, ora. Mandaram uma mulher atrás de mim dessa vez. – Ian disse e riu. – Imagino que seja uma investigadora, certo? – perguntou e deu um passo.
― Não se aproxime. – Raquel mandou.
― Devem ter te falado horrores de mim, não é? Aposto que minha ficha criminal não é das melhores. Mas eu não sou o que me pintaram. Veja, todos os que derrubei nesse vagão estão com um grupo que pretende levar uma grande quantia de drogas para o litoral. – Ian disse e deu outro passo. – Não vou deixar isso acontecer. Como você pode ver, não há droga nenhuma nesse vagão. Está tudo em outro vagão a frente, juntamente com o chefe do bando.
― Por que está me contando isso? – a morena quis saber.
― Porque o tempo está passando, detetive. – ele disse e tirou a arma da mão dela. – Agora, você pode ficar aqui refletindo sobre o certo e o errado, ou pode vir comigo e me ajudar a fazer justiça. – Ian girou a pistola e a estendeu com o cabo para Raquel. – E então o que me diz?


Dorigan estava brindando com seus homens, quando a porta do vagão se abriu. No mesmo momento fez-se silêncio. O traficante chefe levantou e ficou no corredor olhando para a morena de cabelos cacheados que acabara de chegar.
― Quem é você? – ele perguntou.
― Eu sou a Detetive Raquel Marins e vim aqui prender vocês. – ela disse.
― Ouviram essa, rapazes? Ela veio nos prender. – Dorigan disse e riu histericamente, sendo acompanhados pelos outros.
A risada do traficante foi interrompida por um chute que o acertou no rosto em meio a vários pedaços de vidros. Ian se recompôs rapidamente e se voltou para os outros oponentes que surgiram. Alguns deles tentaram sacar suas armas, mas não tiveram tempo.
Os que não caíram com golpes do Motoqueiro, foram derrubados por Raquel. Assim que todos os bandidos estavam no chão, Ian pegou sua arma e se preparou para atirar em Dorigan.
― Pare! Não posso permitir que faça isso. – Raquel disse e novamente apontou uma arma ao Motoqueiro.
― E o que vai fazer? Atirar em mim? – Ian ironizou e teve sua arma arrancada da sua mão com um tiro. – Boa jogada.
― Eu pesquisei muito sobre você. Antes, você não era assim, era um advogado de sucesso. Por que trocou tudo por essa vida incerta? – a morena perguntou.
― Porque eu cansei de ajudar o sistema ferrar com as pessoas. Hoje, eu ajudo as pessoas e ferro com o sistema. Deveria tentar qualquer dia. – Ian respondeu.
― Há pouco, você me falou sobre certo e errado. – ela disse e abaixou a arma. – Bom, não sei por que, mas parte de mim quer muito deixar você ir embora, por mais que isso vá contra os meus princípios e conduta policial.
― Não se preocupe, essa decisão não cabe a você. Vou embora quando quiser, minha moto está...
― Com os pneus furados. – a morena completou e surpreendeu Ian. – Eu fiz isso assim que pulei em um dos vagões de carga e a vi. Também avisei meus colegas e daqui a alguns quilômetros, eles irão parar o trem. – ela disse e riu. – Esse seria o auge da minha curta carreira. Mas por algum motivo, eu não quero mais te prender.
― Você concorda com meu ponto de vista. – Ian disse.
― Sim, mas não com seus métodos. Por isso, aproveite o tempo que tem para fugir e deixe esses traficantes comigo. – Raquel disse.
― Você jogou bem, detetive. É estranho, mas eu realmente espero que nossos caminhos se cruzem novamente. – ele admitiu. – Antes de ir, eu poderia saber o nome daquela que me venceu?
― Raquel Marins. – ela respondeu.
― Não esquecerei. – Ian disse e saiu do vagão na direção da locomotiva.
Quando chegou lá, viu Borba inquieto.
― Temos um problema. – o ex-militar disse.
― Eu sei. Arranje um capacete. – o Motoqueiro disse.
― Para que?
― Só faça e venha. – Ian disse e saiu para a parte de cima da locomotiva e esperou pelo amigo.
― Não me diga que...
― Sim. Suponho que ainda se lembra como pular. – o ex-advogado disse.
― Esse tipo de coisa não se esquece. – Borba garantiu.
Antes de pularem, ambos juntaram os braços no peito e se prepararam para rolar na queda. Quando finalmente pararam, ficaram vendo o trem sumir, e com ele, a moto de Ian. O ex-advogado pegou seu celular.
― Oi, Carol, tudo bem? É o Ian. Lembra que você disse que queria ajudar mais o Motoqueiro das Trevas? Então, surgiu uma ótima oportunidade.

2 comentários :

  1. Raquel... e.e
    A Carol deve ter jurado que teria que ameaçar alguém, quando na verdade só precisa dar uma carona. Hahahah

    Beijo. ;*

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