FATOS
Dez dias se passaram desde que
Joel foi contactado por seus amigos através de Oliver. Em todo esse tempo, o
ladrão foi vigiado pelos homens do Barton. Eles se revezavam, mas sempre tinha
um ali. Joel chegou até a falar com alguns. Enquanto isso, na Vila Zumbi, Taís
continuava a ler e reler os papeis que havia roubado do prédio do
ex-financiador do grupo de ladrões.
Por vezes, Joel tentou marcar com
que Taís e Lívia se encontrassem, mas a loira estava sempre muito ocupada. Com
a ajuda de Charger e os outros, os negócios de Polaco estavam cada vez melhor,
e o traficante não poderia estar mais feliz.
Mayara passou esses dez dias com
dificuldades para pegar no sono, pois toda noite pensava na decisão que
precisava tomar. E pelas manhãs, se pegava pensando nisso também.
Lívia foi buscar Joel para irem à
primeira audiência.
― Nervoso? – ela perguntou
enquanto dirigia.
― Um pouco. – ele admitiu.
Na sala de audiência havia a
bancada do juiz e seus escrivães. Uma mesa estava de modo transversal a ela,
formando um T. Havia seis lugares, mas apenas quatro estavam preenchidos. De um
lado, Olívio Barton e seu advogado, Gastão Rosolen, e do outro, Joel e Lívia. O
juiz chegou e sentou em seu lugar.
― Vamos iniciar a primeira
audiência do caso Seguradora Barton contra Joel Dasco. – anunciou. – O réu é
acusado de roubo, porte ilegal de arma, formação de quadrilha e tentativa de
homicídio. A acusação tem algum acordo para propor? – o juiz perguntou.
― Sim, meritíssimo. – Rosolen
respondeu e olhou para os olhos azuis de Lívia, que estava sentada a sua
frente. – Meu cliente retirará todas as queixas se o Sr. Dasco devolver tudo o
que roubou da Seguradora Barton. – disse e sorriu.
― O que a defesa tem a dizer? – o
juiz intermediou.
― Antes, meritíssimo, gostaria de
lembrar meu colega de profissão que meu cliente não roubou nada da Seguradora
Barton. Logo, é impossível aceitar tal acordo. – a loira disse.
― Então, você admite a existência
de uma equipe por trás do roubo. Equipe essa que foi protegida pelo seu
cliente. – Rosolen devolveu.
― Não é o que está em julgamento
aqui. Além do que, em dez dias de investigações e análise dos peritos não foi
encontrado nada que comprove uma ligação do meu cliente com os ladrões que roubaram
o seu cliente. – Lívia disse.
― Ela está certa. – o juiz
confirmou. – A polícia ainda está tentando descobrir e encontrar os
responsáveis pelo roubo da seguradora. Mas o que estamos julgando nesse caso é
se o Sr. Joel Dasco tem algum envolvimento em tudo isso ou não. Isso ficou
claro?
― Sim, meritíssimo. – os dois
advogados responderam.
― Muito bem. Dito isso, irei
repassar alguns pontos. – o juiz disse e limpou a garganta para começar a
falar. – O Sr. Dasco chegou às 18h à empresa do Sr. Barton. Todo o seu trajeto
da recepção até a porta do escritório são visíveis nas câmeras, entretanto a
conversa entre os dois não é vista. Ambas as partes já deram seu testemunho e a
versão contada pelo Sr. Barton foi aceita pela polícia. Ao sair do escritório,
o Sr. Dasco, já mancando devido ao tiro que levou do Sr. Barton, parece estar
falando com alguém, mas segundo ele foi apenas um delírio do momento. – o juiz
fez uma pausa e continuou. – A saída do elevador não mostrou nada de anormal e
o Sr. Dasco saiu assim que a polícia mandou e foi bem cooperativo. Segundo
laudo pericial, o computador central foi alvo de piratas e várias câmeras
tiveram seu conteúdo alterado. Alguma pergunta? – o juiz perguntou ao terminar
de ler.
― Não, meritíssimo. – Rosolen
respondeu.
― Não, meritíssimo. – Lívia
emendou.
― Confesso que peguei o caso hoje
e dei uma lida rápida pela manhã. Há muito que preciso entender e analisar, mas
acredito que amanhã, na sessão com júri e aberta ao público, as peças comecem a
se encaixar. – o mais velho da sala disse. – Há algo que desejam acrescentar? –
o juiz perguntou e os dois advogados responderam negativamente. – Então,
preparem suas testemunhas e até amanhã. Essa sessão está encerrada. – disse e
bateu o martelo.
Do lado de fora, acusação e
defesa se encontraram.
― Você deveria aceitar meu
acordo, Dasco. – o empresário falou.
― E você não deveria achar que já
ganhou, Barton. – o ladrão devolveu.
― Por que não guardamos esse
energia para amanhã? – Lívia disse puxando Joel para longe do empresário.
― Devo admitir que ele tem razão.
Não ganhamos ainda. – Rosolen disse assim que a defesa saiu.
― Não se preocupe. Fatos talvez
não possam ser mudados, mas a opinião das pessoas sim. – o empresário falou,
com um sorriso no rosto.
Vem sujeira desta Barton por aí.
ResponderExcluirMas o que estou falando? São todos ladrões kkkk.