segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Arte De Roubar T04C08

FATOS

Dez dias se passaram desde que Joel foi contactado por seus amigos através de Oliver. Em todo esse tempo, o ladrão foi vigiado pelos homens do Barton. Eles se revezavam, mas sempre tinha um ali. Joel chegou até a falar com alguns. Enquanto isso, na Vila Zumbi, Taís continuava a ler e reler os papeis que havia roubado do prédio do ex-financiador do grupo de ladrões.
Por vezes, Joel tentou marcar com que Taís e Lívia se encontrassem, mas a loira estava sempre muito ocupada. Com a ajuda de Charger e os outros, os negócios de Polaco estavam cada vez melhor, e o traficante não poderia estar mais feliz.
Mayara passou esses dez dias com dificuldades para pegar no sono, pois toda noite pensava na decisão que precisava tomar. E pelas manhãs, se pegava pensando nisso também.
Lívia foi buscar Joel para irem à primeira audiência.
― Nervoso? – ela perguntou enquanto dirigia.
― Um pouco. – ele admitiu.
Na sala de audiência havia a bancada do juiz e seus escrivães. Uma mesa estava de modo transversal a ela, formando um T. Havia seis lugares, mas apenas quatro estavam preenchidos. De um lado, Olívio Barton e seu advogado, Gastão Rosolen, e do outro, Joel e Lívia. O juiz chegou e sentou em seu lugar.


― Vamos iniciar a primeira audiência do caso Seguradora Barton contra Joel Dasco. – anunciou. – O réu é acusado de roubo, porte ilegal de arma, formação de quadrilha e tentativa de homicídio. A acusação tem algum acordo para propor? – o juiz perguntou.
― Sim, meritíssimo. – Rosolen respondeu e olhou para os olhos azuis de Lívia, que estava sentada a sua frente. – Meu cliente retirará todas as queixas se o Sr. Dasco devolver tudo o que roubou da Seguradora Barton. – disse e sorriu.
― O que a defesa tem a dizer? – o juiz intermediou.
― Antes, meritíssimo, gostaria de lembrar meu colega de profissão que meu cliente não roubou nada da Seguradora Barton. Logo, é impossível aceitar tal acordo. – a loira disse.
― Então, você admite a existência de uma equipe por trás do roubo. Equipe essa que foi protegida pelo seu cliente. – Rosolen devolveu.
― Não é o que está em julgamento aqui. Além do que, em dez dias de investigações e análise dos peritos não foi encontrado nada que comprove uma ligação do meu cliente com os ladrões que roubaram o seu cliente. – Lívia disse.
― Ela está certa. – o juiz confirmou. – A polícia ainda está tentando descobrir e encontrar os responsáveis pelo roubo da seguradora. Mas o que estamos julgando nesse caso é se o Sr. Joel Dasco tem algum envolvimento em tudo isso ou não. Isso ficou claro?
― Sim, meritíssimo. – os dois advogados responderam.
― Muito bem. Dito isso, irei repassar alguns pontos. – o juiz disse e limpou a garganta para começar a falar. – O Sr. Dasco chegou às 18h à empresa do Sr. Barton. Todo o seu trajeto da recepção até a porta do escritório são visíveis nas câmeras, entretanto a conversa entre os dois não é vista. Ambas as partes já deram seu testemunho e a versão contada pelo Sr. Barton foi aceita pela polícia. Ao sair do escritório, o Sr. Dasco, já mancando devido ao tiro que levou do Sr. Barton, parece estar falando com alguém, mas segundo ele foi apenas um delírio do momento. – o juiz fez uma pausa e continuou. – A saída do elevador não mostrou nada de anormal e o Sr. Dasco saiu assim que a polícia mandou e foi bem cooperativo. Segundo laudo pericial, o computador central foi alvo de piratas e várias câmeras tiveram seu conteúdo alterado. Alguma pergunta? – o juiz perguntou ao terminar de ler.
― Não, meritíssimo. – Rosolen respondeu.
― Não, meritíssimo. – Lívia emendou.
― Confesso que peguei o caso hoje e dei uma lida rápida pela manhã. Há muito que preciso entender e analisar, mas acredito que amanhã, na sessão com júri e aberta ao público, as peças comecem a se encaixar. – o mais velho da sala disse. – Há algo que desejam acrescentar? – o juiz perguntou e os dois advogados responderam negativamente. – Então, preparem suas testemunhas e até amanhã. Essa sessão está encerrada. – disse e bateu o martelo.
Do lado de fora, acusação e defesa se encontraram.
― Você deveria aceitar meu acordo, Dasco. – o empresário falou.
― E você não deveria achar que já ganhou, Barton. – o ladrão devolveu.
― Por que não guardamos esse energia para amanhã? – Lívia disse puxando Joel para longe do empresário.
― Devo admitir que ele tem razão. Não ganhamos ainda. – Rosolen disse assim que a defesa saiu.

― Não se preocupe. Fatos talvez não possam ser mudados, mas a opinião das pessoas sim. – o empresário falou, com um sorriso no rosto.

Um comentário :

  1. Vem sujeira desta Barton por aí.
    Mas o que estou falando? São todos ladrões kkkk.

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