Conspiração Temporal T02C10

IDEIAS

― Que tal uma parada para o almoço? – Baltar disse ao chegar com as marmitas.

― Já era hora! – Duda disse e parou a esteira.

A namorada de Zé foi lavar as mãos e aproveitou para molhar o rosto também, para assim limpar o suor do exercício matinal.

― Depois do almoço, vou te ensinar umas técnicas de defesa pessoal. – o espião disse e empurrou uma das marmitas para sua nova discípula. – Espero que não seja fresca quanto à comida, peguei de tudo, um pouco.

― Com a fome que estou, não tem como ser fresca. – Duda respondeu e desembalou os talheres. – Que bom que vou fazer algo diferente de correr, pedalar e puxar ferro. – ela reclamou enquanto abria a marmita.

― Um agente de campo tem de estar mental e fisicamente preparado. A sua mente já estava pronta, mas ainda precisava preparar o corpo. – ele disse e encheu dois copos de refrigerante. – Ah, tenho notícias. – ele disse e a loira o olhou enquanto mastigava. – A Equipe Z.É. está em uma missão.

― Huuumm. – Duda tentou falar e engoliu rápido. – É mesmo?

― Sim, não sei muitos detalhes ainda, mas parece que eles vão agir logo. – Baltar disse e levou uma garfada à boca.

― Quando? Quando? Eu preciso estar pronta antes disso. – ela disse e levou duas garfadas seguidas à boca, que ficou cheia.

― Ei, calma! De nada vai adiantar você se engasgar. Como eu disse, não sei muito, mas depois do treino de hoje, passarei na agência e descobrirei mais. – ele disse e tomou um gole de refrigerante.

O local em que estavam era um dos vários que a AGESP usava para o treinamento de novos espiões. Entretanto, não era muito utilizado devido a sua localização distante do centro. Isso foi perfeito, pois tanto Baltar quanto Duda queriam segredo sobre o que faziam.

Enquanto olhava e admirava a bela loira, em cujo rosto ainda podia-se ver gotas de suor caindo, mastigando sua comida com pressa devido a fome que estava, Baltar pensou que para ter uma namorada como aquela, o Zé não devia ser tão mané assim.

― Caramba! Eu poderia ganhar o Pulitzer com essa história! – Rubens e atraiu todos os olhares. – Isso é, se eu estivesse em Nova York. – disse, mas ainda estava sendo observado. – E se eu fosse escrever a parte da viagem no tempo. – finalizou e sorriu sem jeito.

― Estamos de olho em você, jornalista. O Zé pode acreditar em você, mas a sua cabeça estará na minha mira antes mesmo que possa pensar em nos trair. – Nanda disse e o encarou.

― Muito bem! Acalmem-se! – o agente Z pediu da ponta da mesa à qual estavam todos sentados. – Precisamos decidir como vamos prosseguir agora.

― Se o problema é um vírus colocado no programa do jogo, só é preciso acessar o programa principal e destruí-lo, juntamente com todas as cópias do jogo, é claro. – Joca disse.

― É, mas como fazer isso se o lançamento mundial do jogo é daqui a cinco dias? – Rob indagou o amigo.

― Hum. – Zé resmungou pensativo.

― O que foi, Zé? Teve alguma ideia? – Érica quis saber.

― Acho que sim. – o espião disse, sorriu e se voltou para os amigos. – Quanto tempo demora para chegar um carregamento com jogos para todas as lojas de Curitiba, melhor ainda, do estado?

― Depende, se o pedido for feito em conjunto ou a própria companhia for enviar, mais ou menos uns dez dias, tanto que... Ah, seu vagabundo! – Joca disse ao entender o raciocínio do amigo. – Você quer roubar o carregamento de jogos que chega para as lojas do estado essa noite, não é? – ele perguntou e Zé assentiu.

― E com isso, para não perder tempo de venda, o Picodemo teria que se deslocar para cá, uma vez que ele tem uma filial aqui, e refazer mais uma leva de jogos com o vírus que ele mesmo deve carregar. – Rob emendou.

― Exatamente. Assim, teríamos acesso ao programa primordial e destruiríamos o mal pela raiz. – Zé disse e surpreendeu os demais.

― Hã... eu ainda estou na parte em que ele te chamou de vagabundo. – Rubens disse e Zé riu.

― Rubens, viajantes do tempo, espero que tenham trazido blusas, pois costuma esfriar à noite, aqui em Curitiba. – disse o agente Z.