EM TERRENO
INIMIGO
Com a ajuda de Carol, Ian
conseguiu mais três locais seguros totalizando assim, um em cada ponto cardeal
da cidade. Borba ficou com a função de abastecer as novas unidades com armas e
munições, kits de primeiros socorros e suprimentos alimentícios.
― Você tem certeza? – o
Motoqueiro perguntou no meio da conversa que estavam tendo no local da região
leste.
― Absoluta. – Borba respondeu com
convicção.
― Então, por que mesmo eu não
devo deixar eles lutarem entre si e se matarem enfim? – Ian perguntou.
― Porque isso está afetando a
população de cada bairro. As pessoas estão com medo de sair de casa, os
comerciantes, de abrir suas lojas. Isso fora as que foram acertadas no meio do
fogo cruzado. – Borba explicou.
― Entendo. E qual dos dois eu
devo atacar primeiro?
― Isso não sei, mas ouvi que o
Espigão está preparando algo grande.
― Então, o Dorigan vai ter que
esperar, pois o Espigão requer minha presença imediata. – Ian disse e sorriu.
― Cuidado. A Favela das Torres é
barra pesada. O Espigão domina o bairro há muito tempo. Seus homens estão em todas
as esquinas. – Borba alertou.
― Assim que é bom. Não gosto de
perder tempo procurando. Bom, vou indo já. – Ian avisou.
― Você vai agora? Vestido assim?
E sem moto? – o ex-militar ficou surpreso. – Não tem medo de ser reconhecido?
― As pessoas têm memória curta,
ainda mais em se tratando de um suposto criminoso que está foragido há mais de
seis meses. Além do que, eu vou com o cabelo bagunçado e esses óculos de grau.
– Ian disse e colocou o acessório.
― Que clichê. – Borba criticou e
viu Ian sorrir ao sair.
O sol estava quase se pondo
quando Ian desceu do ônibus. Não andou muito e já viu um grupo na frente de uma
casa. Deu uma rápida olhada em cada um deles e em suas reações ao vê-lo. Só
podiam ser bandidos.
― Com licença, senhores. – ele
disse ao chegar perto deles. – Estou procurando pelo Sr. Gomez. Ele me passou
endereço e telefone, mas acho que eu perdi o papel. – Ian disse e riu de
embaraço.
― Siga e vire a próxima esquerda,
siga mais uma quadra e vai ver uma casa azul. É lá. – um dos bandidos explicou
enquanto ainda avaliava o estranho.
― Muito obrigado. – o ex-advogado
agradeceu e seguiu sem olhar para trás.
Assim que virou a esquina,
conforme indicado, ele viu a três quadras de distância, uma casa com vários
carros na frente e quatro homens armados guardando a entrada. Ian olhou
rapidamente, mas foi o suficiente para pegar todos detalhes. Virou o olhar e
bateu palmas. O Sr. Gomez não estava. Ian já sabia, mas precisava de um
pretexto para estar ali.
Continuou andando até um bar.
Entrou, sentou próximo ao balcão e pediu uma cerveja. Enquanto o atendente
abria a garrafa e enchia o copo do rapaz novo, uma dupla chegou ao
estabelecimento.
― Tudo certo para hoje então? – o
primeiro perguntou ao outro e pediu uma cerveja.
― Tudo sim, vai ser uma da manhã,
lá no rio. – respondeu o segundo, que fedia a esgoto.
― O que vamos fazer? – o primeiro
sussurrou para o segundo.
― Vamos fechar os preparativos
para amanhã. – respondeu o Fedor de Esgoto. – Tanto que o chefe nem vai hoje.
― Quem vai comandar então? –
perguntou o primeiro, que parecia ser menor de idade.
― O Cavalo, é claro. – Fedor de
Esgoto respondeu e virou um copo de cerveja. – Agora eu tenho que ir. Recrutar
mais gente. – disse e saiu.
Ian terminou sua bebida, pagou e
saiu. Do lado de fora, olhou para o pôr do sol e sorriu. Mais algumas horas e o
Motoqueiro iria entrar em ação de novo.
Não tem obstáculos para o motoqueiro fantasma.
ResponderExcluirEntão no caso, o Ian fornece a casa e a máquina de lavar, mas é o Borba que supre a comida. Heheh
ResponderExcluirE se o disfarce do Ian tivesse um nome, seria: Nerd desleixado. ^^
;*