NA CALADA DA
NOITE
Ao contrário de seus colegas,
Carlos gostava de ficar na portaria no turno da noite. Como vigilante, ele
precisava ficar de olho em tudo. Quem vinha, quem ia, e com isso o tempo
passava. Ninguém nunca tentou assaltar seu local de trabalho. Afinal, quem iria
querer roubar um depósito cheio de livros, DVDs e CDs?
Sua noite estava como outra
qualquer. Então, ele a viu. Morena, baixa, cabelos lisos e longos, usava óculos
e uma jaqueta de couro. Estava olhando para ele e se aproximando cada vez mais.
― Oi, moço! Você poderia me dar
uma informação? Eu acho que estou perdida. – a estranha disse e puxou a gola de
sua jaqueta para se abanar com a mão. – Quente hoje, não?
Do outro lado da rua, em uma van
estacionada, Zé, Rob e Joca viam e ouviam toda a cena.
― Ainda não concordo com a Jess
ter ficado com essa parte. – Rob disse.
― Eu também não. – Joca emendou.
― Vocês sabem que não tinha outra
opção. – Zé disse lembrando-os da última reunião.
Quando o Agente Z contou que em
seu plano precisaria de uma mulher para distrair o guarda da entrada principal
do depósito, Érica simplesmente o olhou com o cenho franzido. Nanda reagiu um
pouco mais enérgica. Assim que Zé começou a lhe perguntar, a loira pegou sua
arma, mirou no espião e disse: “Não termine essa frase se quiser viver.”.
― Há controvérsias. – Rob
implicou enquanto via a movimentação das equipes de campo.
Além da equipe técnica, que ficava na van,
havia três equipes de campo para a execução do plano: Jess, que ficou com a
parte de distrair o guarda da entrada; Rubens e Érica, que deveriam chegar a um
dos caminhões; e Nanda e Maurição, que tinham que achar todo o carregamento com
as caixas do jogo Zombie Crisis.
― Equipe A, já atingiu seu
objetivo? – Joca perguntou para a Agente E e Rubens.
― Para de falar como um
personagem de filme, Joca. – a espiã pediu. – E, sim, já estamos quase no fim.
Daqui a pouco saímos. – ela disse.
Nesse momento, dois homens
viraram a esquina para a qual a van dos espiões estava de frente. Eles passaram
correndo pelo veículo.
― Que pressa! – Rob observou.
Poucos segundos depois, uma moto
veio da mesma direção e atirou na direção dos dois homens correndo, mas o tiro
acertou no farol da van parada.
― O que foi isso? – Zé perguntou.
― Atiraram na gente. – Joca
reportou.
― Quem? – o Agente Z quis saber.
― Ele. – Joca disse e colocou a
imagem do motoqueiro nas telas dos monitores que viam. – Mas não acho que
estava mirando na gente.
― Os caras que vieram correndo. –
Rob concluiu e mais dois tiros foram ouvidos.
― Já chega! – Zé disse e levantou
de sua cadeira. – Eu vou lá ensinar umas boas maneiras para esse motoqueiro que
fica atirando nos outros.
― Zé, ele tem uma arma. – Rob
lembrou.
― Eu tenho um colete. – o espião
devolveu.
― Sim, mas está por cima da
camisa. – Joca disse, mas Zé já tinha descido do veículo.
Os dois homens estavam caídos,
mas ainda vivos. O motoqueiro estava de frente para eles, na moto, com a arma
pronta para atirar.
― Aí, ô da motoca! – Zé chamou o
motoqueiro e avançou alguns passos na direção dele. – Se quiser atirar nesses
dois, terá que passar por mim antes. – o rapaz disse.
Em um movimento lento e quase
robótico, o motoqueiro girou o corpo para poder mirar em seu novo alvo.
Zé Mané é Zé Coragem.
ResponderExcluir"Quem iria querer roubar um depósito cheio de livros, DVDs e CDs?" _o/ Aqui! Eu, eu, eu! Hahahah Só me falta coragem. Vamos ver se ela vem no dia que faltar dinheiro. ;X
ResponderExcluirE o Zé tá doido! Tá de colete, mas não de capacete. Há formas menos dolorosas de morrer. Ai, ai, ai... Esse Zé é uma graça.
Ian = S2