RECOLHENDO OS
CACOS
― Não os encontramos em nenhum
dos locais indicados, senhor. – um homem de terno disse ao telefone. – Nossa
última parada foi a oficina da tal de Taís. Tudo indica que estiveram aqui, mas
saíram antes de chegarmos.
― Muito bem, deixe um homem em
cada local em que foram. Fiquem de olho para ver se o Dasco volta para casa, é
quase certo que ele poderá responder ao processo em liberdade. – Barton disse e desligou. – Desculpe pela
interrupção, Dr. Rosolen. – ele disse ao homem com quem almoçava.
― Tudo bem, Sr. Barton, eu
entendo. – o advogado disse.
― Quanto ao assunto sobre o qual
estávamos conversando antes... – o empresário o lembrou.
― O senhor tem a minha palavra,
Sr. Barton, eu farei Joel Dasco dever muito e ainda mais para o senhor. Além de
passar um bom tempo na prisão, é claro. – Rosolen garantiu e fez o empresário
sorrir.
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― Não precisava ter se dado ao
trabalho de me trazer em casa. Já foi bastante ter me tirado da cadeia. – Joel
disse assim que ele e Lívia desceram do carro dela.
― Antes de ser sua advogada, sou
sua amiga. – a loira disse. – Você pode me oferecer uma bebida e ficamos
quites. – ela disse e piscou para ele.
― Vamos ver o que tem. – ele
disse e abriu o portão.
Do outro lado da rua, em um carro
estacionado, um dos homens de Barton observava com interesse a chegada de Joel
e Lívia. Ao abrir a porta de sua casa, o réu se deparou com um cenário incomum.
― Por que não estou surpreso? –
Joel disse ao ver a bagunça da sua sala.
― Espero que essa não seja a sua
decoração usual. – Lívia disse depois de se recompor do choque.
― Não. – o ladrão respondeu e
abriu caminho com os pés. – Esse é o jeito do Barton dizer ‘bem vindo de
volta’. – Joel ironizou.
― Você está querendo bater de
frente com um peixe muito grande, Joel. – a advogada disse e pegou um porta
retrato do chão. – Mulher e filho? – disse e mostrou-o a Joel.
― Sim. – ele respondeu e
conseguiu chegar na cozinha.
― Por acaso, eles não estavam...
– ela começou a dizer.
― Não. – Joel completou,
aliviando-a. – A May foi para a casa da mãe dela na noite do primeiro roubo,
quando vim me despedir deles. – o ladrão falou, lembrando.
― Seria muito bom ter o
testemunho dela e do seu filho. – Lívia disse e olhou para o amigo.
― A May odiava o fato de eu
roubar. Ela nunca falaria comigo e nem aceitaria me ajudar nessa situação.
Diria que estou tendo o que mereço. E não estaria errada. – Joel disse e deu um
copo de água a amiga.
― Bom, para que servem as amigas,
não é mesmo? – ela disse e tomou um gole de água.
― Muito obrigado por nos receber.
– Facada disse. – Embora ainda seja estranho estar na casa do Crioulo Doido. –
o atirador disse sobre a construção grande, bonita e cara demais para a favela
em que fora feita.
― Relaxa! Eu a uso apenas como
depósito de armas, munição e drogas. Além do que, se você não tivesse fugido do
Crioulo, hoje você estaria morando aqui como braço direito dele e seria meu
inimigo mortal. – Polaco Azedo disse e ficou olhando Facada bem de perto por
alguns segundos.
― Garantimos que não ficaremos
por muito tempo. – Charger disse.
― Espero que não estejam
confundindo as coisas. – o traficante falou. – Eu não estou pagando nenhum
favor, estou fazendo. Caso não se lembrem, ficamos quites em nosso último
encontro. Vocês me ajudaram a ganhar a guerra contra o Crioulo e eu os ajudei a
resgatar Facada e seu dinheiro.
― Está bem, quanto você quer? –
Charger perguntou.
― Oh, eu não quero seu dinheiro.
Não quis daquela vez e não quero agora, mas se vão se refugiar na minha área,
vão ter que trabalhar para mim. – Polaco disse.
― Trabalhar? – Taís repetiu sem
entender.
― Sim, usem suas habilidades para
me ajudar. – o traficante loiro disse. – Você e o novo líder podem cuidar dos
carros, o CDF de óculos pode aumentar a tecnologia do meu negócio e o Facada
cuida da administração do depósito. A maioria dos meus homens é péssima em
conta. – Polaco disse. – O Crioulo tinha um grande território, ainda estou
tendo problemas para comandar tudo. Hoje, tem muito menino preferindo ir à
escola do que traficar, pode uma coisa dessa? – o traficante disse e os quatro amigos
se entreolharam. – Mas não precisam se preocupar, vou dar um dia para se
recomporem e se ajeitarem. Vejo vocês amanhã. – Polaco disse e foi embora.
― Foi um erro ter vindo aqui. –
Tecno Léo disse.
Hoje, tem muito menino preferindo ir à escola do que traficar, pode uma coisa dessa?
ResponderExcluirÉ mole? Olha a audácia do cara!
AEWW FINALMENTE ele lembroooou.
ResponderExcluirTraficantes que não são bons de matemática... O pessoal que morreu devendo discorda. HAHAHAH!
E eles vão virar traficantes executivos (já que vão trabalhar na parte administrativa da coisa), pois só roubar tava levinho demais, muito ultrapassado.
Beijos!