quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Motoqueiro Das Trevas T02C07

DE TREM

O sol estava quase nascendo. Os homens de Dorigan estavam muito impacientes com o atraso do trem, pois eles sabiam que o Espigão não faria o mesmo.
― Quanto tempo mais teremos que esperar? – Borba perguntou.
― O necessário. – Ian respondeu.
― Isso é muito? – o ex-militar devolveu, mas Ian ficou quieto.
Os dois estavam do outro lado dos trilhos, atrás de algumas moitas. Nesse momento, um carro chegou e parou perto da plataforma. Dele, saiu um homem com camisa polo, calça jeans e sapatos, óculos escuros, cabelo para trás e barba por fazer.
― Dorigan. – Borba anunciou ao amigo.
Os traficantes se cumprimentavam e conversavam, quando o trem chegou. Os mais de 30 homens embarcaram em vagões diferentes no meio do trem. No momento em que a maioria deles estavam dentro. Espigão e seus homens chegaram na plataforma e começaram a atirar sem parar.
― Borba, vá até a locomotiva e ponha esse trem para andar. – Ian disse e se levantou para montar em sua moto.
― Para que? – o ex-militar indagou.
― Só faça. E use o disfarce que pedi para trazer. – o Motoqueiro disse e colocou seu capacete.
Borba pôs um boné, óculos escuros e uma barba postiça. Correndo e tentando não ser visto ao mesmo tempo, ele chegou ao seu destino.
― Faça essa banheira funcionar. – ele disse apontando a arma ao maquinista.
Enquanto o trem começava a se movimentar, a Detetive Marins chegou ao local. Usou seu carro como escudo e se preparou para atirar contra o grupo que ficou na plataforma. Nesse momento, os vagões para passageiros acabaram e Ian teve ampla visão para mirar.
A maioria não teve tempo de reagir. Ao ver a metralhadora que os estava atingindo, Espigão se pôs a fugir, mas a essa altura todos os seus homens já estavam mortos e sua cabeça já estava na mira do Motoqueiro.
Raquel arregalou os olhos ao ver todos os homens caírem tão rápido em tão pouco tempo. Quando viu que só havia um e que estava indo em sua direção, saiu de trás de seu carro e foi ao seu encontro para prendê-lo, mas antes disso, Espigão levou um tiro na cabeça e caiu aos pés da morena. Ao olhar para o lado, só viu o Motoqueiro acompanhando o trem com sua moto.
Ao ficar do lado de um vagão para cargas, Ian resolveu testar um dos apetrechos que conseguiu em São Paulo. Apertou um botão em sua moto e um dispositivo instalado saiu contra o chão empurrando o veículo para cima e para o lado, fazendo-o para no vagão de cargas.
Ian parou a moto e seguiu, ainda com o capacete, vagão por vagão. Após alguns minutos, ele viu pessoas no vagão à sua frente e chamou pelo parceiro.
― Borba, está tudo bem aí? – Ian perguntou pelo comunicador.
― Sim, só precisei do maquinista para ligar, agora está tranquilo. Mas não me peça para parar. – o ex-militar respondeu.
― Relaxa, não tenho interesse em parar esse trem. Entretanto, quero que diminua a velocidade apenas um pouco agora. – Ian pediu.
― Feito. – Borba garantiu.


A Detetive Marins seguia o trem, pensando em uma maneira de pular para lá também. Então, lembrando da rota do veículo, teve uma ideia e acelerou o carro. Parou seu automóvel próximo ao trilho do trem, na parte mais alta de uma rua. Pegou o punhal que sempre trazia no seu carro, para emergências, e esperou.
O trem passou e com ele os mais de 30 vagões de passageiros. Quando os vagões de carga começaram, Raquel subiu no porta-malas do seu carro e começou a correr. Ao chegar na outra extremidade, pulou. Rolou pela extensão do vagão e, percebendo que ia cair do outro lado, usou o punhal para se segurar.
Ela se recompôs e se equilibrou no vagão do trem em movimento. Ao olhar para frente, viu a moto do homem a quem estava perseguindo.

2 comentários :

  1. Achei a história muito interessante, parabéns pelo texto!!!

    http://uno-postal.blogspot.com

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  2. A Raquel pode perseguir o Ian o quanto quiser, que vai acabar é se apaixonando por ele. U.u

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