– Meu avô era um mafioso? – disse Ana, espantada depois de ouvir a
história da família. – Mais importante, o senhor era um mafioso?
– Sim. – respondeu Giovanni. – Até seu avô nos mandar embora.
– Por que ele fez isso? – perguntou Carpo.
– No auge da crise, os Martiniani se aproveitaram do momento e atacaram
outras famílias. A ideia deles era ser a única família e caso seus alvos não
aceitassem eram mortos e saqueados. Seu avô soube quando iríamos ser os
próximos e armou nossa fuga. Ele se sacrificou pela família, Ana.
– Ta, por que você não me contou isso antes? Por que esconder a
existência de meus tios e primas?
– Muito bem. Depois de estarmos todos convencidos de vir para o Brasil,
seu avô nos contou seu plano. – disse Giovanni, lembrando-se das palavras de
seu pai.
– Bene, ragazzi, voi sabem que nostra família tem uma grande fortuna. E
é direito de vocês terem essa herança. Ma
io no posso deixar voi levarem
assim. Estão impedindo tutti de
viajar com grandes quantias de denaro.
– E como ele fez pra distribuir o dinheiro para vocês? – quis saber
Carpo.
– Ele colocou no correio e endereçou com nossos nomes alterados e nos deu
uma chave para cada um abrir a sua caixa. Deveríamos receber as caixas um ano
depois de chegarmos ao Brasil, mas depois de passado esse tempo eu fui tentar
descobrir o que houve.
– E o que houve? – apressou Ana.
– Parece que teve uma confusão no correio da Itália e todos os pacotes
pra fora do país foram enviados pouco depois que saímos. O fato é que nunca
recebemos o tesouro da família Cesca. – explicou Giovanni.
– O senhor ou os seus irmãos nunca foram atrás? – perguntou o rapaz.
– Depois de um ano aqui, eu já estava estável financeiramente, não
precisava mais daquele dinheiro.
– Ainda não entendo por que você nunca me contou isso. – Ana disse.
– Esperem, tem mais. Após cada um estar com sua chave, seu avô quis falar
conosco separadamente. – informou Giovanni.
– O que ele disse? – Carpo perguntou curioso.
– Que por eu ser o filho do meio, eu iria ser responsável por avisar meus
irmãos a hora de contarmos juntos para as nossas mulheres e filhas sobre nosso
passado mafioso. Prometi que escolheria o melhor momento, o mais oportuno,
obviamente eu não fiz isso. – respondeu o fazendeiro.
– O senhor disse que eles nos acharam, a quem estava se referindo? –
lembrou a veterinária.
– Aos Martiniani. Tenho certeza que foram eles que tentaram raptar a
filha da Glória. Eu não tenho o direito de dizer o que vou dizer, mas ainda
assim o farei: Ana, minha filha, você tem que cumprir a minha promessa e avisar
suas primas do perigo que elas correm. – disse Giovanni.
– O que? Mas por que eu? – se espantou Ana.
– Porque eu já to velho e essa seria uma ótima oportunidade pra você
conhecer suas primas. Não era o que você queria?
– Não nessas condições. – disse Ana com uma careta.
– Não se preocupe, você não vai sozinha. To pensando em chamar o Breno
para ir com você. Ele é jovem, forte e vai fazer exatamente o que você disser.
– Eu não quero ir com ele. Eu o conheço desde pequeno, ele não é tudo isso.
Se é pra ir com alguém, quero que seja o Carpo. – ela disse, espantando seu pai
e o rapaz. – Carpo, você aceita ir comigo?
– Bom, eu acabei de me formar. Acho que eu mereço umas férias depois de
tanto estudo, não é? – ele disse com um sorriso.
– Mas, minha filha, você mal conhece esse rapaz, ele pode ser um...
– ... mafioso? – ela completou para o fazendeiro. – Vivi a minha vida ao
lado de um sem saber e nada me aconteceu, acho que vou correr o risco.
– Está certo então. Eu já venho aqui. – o velho se levantou. – To de olho
em você, rapaz. – ele disse ao passar por Carpo.
O economista engoliu em seco.
Rick parabéns pelos textos, estão ficando bons a cada dia.
ResponderExcluirhahaha esse seu conto da máfia é bem interessante.
beijo.
Carpo engolindo em seco. kkkkkkkkkkkk Claro, imagina um ex-mafioso te dizendo: "Estou de olho em você, rapaz." No mesmo instante a pessoa imagina que se beijar a garota o pai vai cortar a língua fora. Se tentar pegar na mão corre o risco de ficar maneta. Se tentar "tirar o atraso" então, aí pode dar tchau para os futuros filhos. kkkkkkkkkk
ResponderExcluirA história está muito boa!
Beijos.
"Vivi a minha vida ao lado de um sem saber e nada me aconteceu, acho que vou correr o risco." Ui.
ResponderExcluirAdorei "Cesca". Não sei porque demorei tanto tempo pra ler essa série. Tem tudo pra dar muito certo, ou melhor, já tá dando certo. E pelo visto, vai ter romance, hein? Hmmmm
Bem, boa sorte pro Carpo, um cara que foi visitar a tia e de repente, e pelo visto, está entrando numa fria, que talvez possa ser bem quente... Sr. Giovanni, abra o olho.