No Corolla emprestado por Glória, Carpo seguia em direção à cidade de
Santos. Após decidirem o que fariam ao chegarem em seu destino, um silêncio tomou
conta do interior do veículo, apenas quebrado pela música que tocava no rádio. Cansada
de apenas olhar a paisagem, Ana puxou assunto.
– Então, Lucy, conte-nos um pouco sobre você. Só sabemos o que sua mãe falou.
Como você se sente a respeito disso tudo?
– Ah, é praticamente o que minha mãe disse. Papai sempre foi muito
ausente, por isso nós duas somos tão ligadas. Uma compreende e protege a outra.
Ela não me impede de vê-lo, mas ele é muito distante quando nos vemos, então eu
prefiro nem encontrá-lo. – a mais nova das Cesca contou. – Faz anos que não nos
falamos e não sinto falta.
– Entendo. – Ana disse em tom baixo. – E os namorados hein? Aposto que os
guris devem correr atrás de você né? – ela disse trocando o tom de voz.
– Minhas amigas dizem que sim, mas eu não ligo pra isso agora. Vou focar
na minha carreira primeiro, seja lá o que eu for fazer. – respondeu Lucy.
– Você nunca namorou? – perguntou Ana, espantada.
– Não. Prefiro estudar, dançar, sair com as amigas e treinar caratê.
– Menina esperta. – elogiou Carpo.
– Quando eu tiver a sua idade, prima, quero ser mais bem sucedida que meu
pai. – disse a adolescente.
– A-a minha idade? – gaguejou Ana. – Ambiciosa você, não?
– Ah é, eu tinha esquecido, qual é mesmo sua idade, Ana? – perguntou o
rapaz.
– Você ainda não sabe? – espantou-se Lucy e Ana a olhou com censura. –
Ah, entendi. – ela disse e deu uma risadinha. – Sabe, mamãe disse para eu não ter
pressa de me apaixonar, porque pessoas apaixonadas costumam complicar as coisas
mais simples. – ela finalizou e o silêncio reinou por mais um tempo.
Carpo já sabia a idade de Ana, com a história que o pai dela havia
contado e mais as informações recebidas da Cesca mais velha. Mas ele preferiu não
dizer nada. Perguntar e provocá-la era mais divertido. Ele queria ter mais
tempo para conversar melhor com ela e dizer que a diferença de idade entre eles
não era um problema, mas ele sabia que isso teria que esperar mais um pouco.
Ana sabia que podia ser besteira querer esconder sua idade de Carpo,
embora desconfiasse que ele já tivesse descoberto, mas falar deixaria oficial. Ela
tinha medo que ele gostasse menos dela por causa disso. Ela queria que eles
tivessem se conhecido em outras circunstâncias.
Na matriz de sua empresa, Barbatto Construções, o presidente Diogo
Barbatto tentava ampliar seus negócios internacionalmente com um empresário
italiano. E, para ele, a conversa parecia estar indo muito bem.
– O senhor vai facilitar a entrada da minha empresa no mercado de
construção civil da Itália; vai me vender ações da sua empresa, o que vai me
dar direito a voto de acionista; vai me ajudar com propaganda e estratégias de marketing; e mais todos os outros
requisitos que fiz no pedido de parceria, é isso Sr. Marco Martiniani? –
perguntou Barbatto, espantado.
– Exatamente. – disse o italiano.
– E em troca, o senhor quer... ?
– Sua ex-mulher e sua filha. Tenho assuntos a tratar com elas que o
senhor desconhece e tenho certeza que seria muito mais fácil se o senhor as
trouxesse para mim. – respondeu Martiniani.
– Você quer que eu te entregue a minha ex-mulher, que só me deu dor de
cabeça durante o casamento, me traiu e depois do divórcio ainda ficou com
metade do meu patrimônio; e minha filha, que saiu parecida com a mãe em quase
tudo e que mal fala comigo há anos? E então eu terei o que quero? Simples assim? – Barbatto perguntou.
– Sí. Simples
assim! – confirmou o italiano.
– Pode preparar os papéis do contrato. – disse o pai de Lucy.
Marco Martiniani sorriu.
Legal, um contrato bom, simples assim. Bom para os dois lados?
ResponderExcluirAbraços
nossa que loucura hahaha
ResponderExcluirmas muito bem escrito o texto
Gostei do final...
ResponderExcluirAcho que ele fez um bom contrato! hehe
Ricky desculpa o sumiço. Depois venho aqui com mais calma ler os posts que perdi... ^^
BjO
http://the-sook.blogspot.com/
Lucy, menina esperta... Huahuahuahua Faz muito bem em querer estudar!
ResponderExcluirE paixão é uma coisa que deixa as pessoas meio abobalhadas mesmo (mesmo as que têm maturidade emocional). Hahahaha
E esse Carpo provocador aí, hein? Bem mal, ele... Mas concordo que idade não interfere quando duas pessoas se gostam. Apesar de quê, eu não conseguiria me apaixonar por um cara que tem idade de ser meu pai. O.O
Bom, pelo jeito Lucy está mais que certa em não querer ver o pai, né??
Que medo dele! Praticamente um psicopata. Remorso zero!
Beijos.
Louco, esse Diogo.
ResponderExcluirAcho que, no final, quem vai acabar virando a 'heroina' de toda essa história é a Lucy. Menina arretada! UAHUAAUHAU
bjs