A ILHA PRISÃO
O grupo liderado pelo Capitão alcançou a nascente do rio. Atravessaram e
Maki foi o primeiro a notar as pegadas recém deixadas na margem.
— Eles foram para lá. – disse o atirador, indicando a direção para a qual
os donos das marcas teriam ido.
Seguiram um pouco e ouviram um tiro. Ainda não tinham um bom campo de
visão, por isso não puderam saber o que acontecera até aquele disparo. Ao olhar
em volta, Zurique viu uma árvore maior e mais larga que as outras e tomou uma
decisão.
— Ramos, você e o Sr. Pacheco se escondam atrás daquela árvore, enquanto
Maki e eu vamos resgatar o Santana e a Nikolofski. – ele aproximou-se dela. –
Se o combate com algum habitante da ilha for inevitável, use a arma, você ainda
lembra como atira, não é?
— Sim, senhor. – ela respondeu.
— Ótimo! Voltamos logo. – o líder avisou e saiu com o atirador.
João sentou e recostou-se ao tronco largo da árvore vista por Zurique.
— O que é esse lugar? – ele perguntou.
— Você não sabe? – Ramos se espantou e sentou ao lado dele.
— Mencionaram “Ilha Prisão”. – ele chutou. – Desculpa, é que só costumo
ler notícias que afetam diretamente o meu trabalho.
— Então, é isso. Nós estamos na Ilha Prisão. – ela resumiu.
— Você é muito bonita para estar em um comando desses. – ele disse,
mudando bruscamente de assunto e encabulando a soldado.
— Ah... Obrigada. – ela agradeceu sem jeito. – Então, gostaria de saber
mais sobre a Ilha Prisão? – ela perguntou, decidindo voltar ao assunto
anterior.
— Sim.
— Muito bem. – ela disse e se preparou para contar. – Há dois meses, dois
helicópteros trouxeram 100 criminosos condenados cada e pousaram um no lado
oeste e outro no lado leste da ilha. Os policiais retiraram os presos do
veículo e os enfileiraram na praia. As algemas foram soltas eletronicamente à
distância, assim que o helicóptero levantou voo. – Ramos disse. – Inicialmente,
eles não reagiram, mas logo uma grande briga começou e outros fugiram.
Estima-se que quase metade morreu só no primeiro dia. A partir de então, grupos
foram formados para maior chance de sobrevivência. Mas ainda assim, cada um em
seu canto, e, mesmo dentro de um mesmo grupo, duvido que eles consigam chamar
alguém de amigo e dormir com a certeza de acordar vivo no outro dia. – ela
concluiu.
— Uau! – foi só o que João conseguiu dizer depois de tal relato.
— Quem é você? – Gamba quis saber.
— Eu sou o Capitão Zurique e, se você permite, gostaria de me aproximar
de meus companheiros. – ele disse, deu um passo e várias armas foram apontadas
para ele. – Olhem, estou desarmado! – disse levantando os braços.
Gamba acenou para seus homens e Zurique se aproximou de Nikolofski.
— Desculpe, Capitão. Não consegui me soltar a tempo. – a Tenente disse,
deixando escapar lágrimas dos olhos.
— Algum plano, Capitão? – disse Santana, que se soltou e se uniu aos
outros.
— Sim, mas não dá para explicar os detalhes. Fiquem espertos e sigam o
que eu fizer. – ele disse e se levantou, seguido por seus colegas. – Foi você
quem matou minha atiradora de elite? – o militar perguntou para Gamba.
— Isso mesmo. – o criminoso admitiu com orgulho. – Pretende fazer algo a
respeito? – ele provocou.
Zurique olhou para os lados e viu todas as armas apontadas em sua direção.
Alguns metros sobre o local, Maki estava pronto para atirar, apenas aguardava o
sinal do Capitão. Afinal, esse havia sido o combinado. O atirador lembrava das
palavras exatas que seu superior disse assim que se separaram da Ramos e do
Pacheco.
— Vamos usar a mesma estratégia que fizemos contra o Crupiê. Eu no chão e
você nas árvores. Quando descobrirem onde você está, eu já os terei nocauteado.
Espere pelo meu sinal. – Zurique disse.
Enquanto, lembrava-se disso, Maki viu um vulto surgir do lado oposto a
ele e do acampamento dos criminosos. No instante seguinte, uma espada fez um
grande corte em toda a extensão do tronco de Gamba.
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