DESVENDANDO
Os peritos já estavam analisando
a cena do crime e o Detetive Perez também já estava por lá, quando a Detetive
Marins chegou. Na escadaria próxima a ponte que ficava em frente à estufa do
Jardim Botânico, um corpo jazia com as mesmas características do encontrado no
Parque Barigui.
― Sem o dedo médio do pé
esquerdo. Com certeza é o Dedos dos Pés. – Jorge disse.
― Sim. E ele manteve o mesmo
padrão de hora e local. Bem cedo pela manhã em um parque da cidade. Algo me diz
que a essa hora, amanhã, teremos outro corpo. – Raquel disse.
― Também acho, mas temos uma boa
notícia. Os peritos disseram que a vítima morreu há aproximadamente 6 horas,
logo os outros alvos do assassino, que afirmou já estarem com ele, ainda estão
vivos. Só temos que agir rápido. – Jorge emendou.
― Concordo. Vamos para a
delegacia. De lá, decidimos nosso próximo passo. – ela disse e seu parceiro
assentiu.
Ao chegar no distrito, os dois
detetives foram abordados por dois policiais da equipe de investigação.
― Aqui está a pesquisa que pediu,
Detetive Marins. – um deles disse e entregou as duas pastas.
― Obrigada. – ela agradeceu e
passou uma pasta para seu parceiro. – Ah, esqueci de perguntar, como foi com os
peritos?
― Bom, – ele começou. – eles
descobriram que o vídeo foi feito duas horas depois de o primeiro corpo ter
sido encontrado. E, considerando a distância entre o Barigui, a Ópera de Arame
e a casa do assassino, podemos que concluir...
― Que ele não está sozinho. –
Raquel completou. – Veja isso. – ela disse e passou a pasta que estava folheando.
– O primeiro assassino teve dois filhos, o mais velho já entendia as coisas
quando o pai morreu e levou o rancor para frente, a mais nova mal se lembrava
do pai, casou-se e mora na Europa, hoje. O primogênito teve um filho chamado
Plínio Valdetaro. Aposto que os dois estão juntos nessa. – a detetive disse.
― Aqui diz que a mãe do Plínio
morreu de câncer há mais de 10 anos. Se isso é verdade, então era aquela
senhora morta na casa dele? – Jorge indagou.
― Não sei, mas agora vamos focar
em impedir novas mortes. Precisamos encontrar o esconderijo deles. – Raquel
disse e voltou a folhear as pastas.
― Mas como? Eles parecem ter
pensado em tudo. – Jorge desanimou.
Enquanto olhava para o dossiê dos
Valdetaro, a jovem detetive lembrou uma frase que o velho Copi lhe disse. “Às
vezes, a resposta está bem na nossa frente e não a vemos”.
― É isso! Como eu não percebi
isso antes. – Raquel vibrou.
― O que? Descobriu alguma coisa?
– Jorge perguntou surpreso.
― Sim. Já sei onde nosso
assassino se esconde. Vamos. – ela chamou.
― Não devíamos deixar isso com a
equipe tática? – o detetive quis saber.
― Sim, e nós vamos. Mas esse é
meu primeiro caso, e eu quero fazer tudo certo. Vamos na frente para confirmar
o local e de lá chamamos reforço. – ela disse.
Em uma área aberta da floresta de
um famoso parque de Curitiba, uma casa acomodava mais pessoas do que deveria.
Com apenas três cômodos, a sala que também era cozinha, passou a ser o local em
que os reféns ficavam. Havia ainda um quarto, em que pai e filho dormiam, e uma
despensa.
Depois que o último sequestrado
chegou, eles totalizaram 6, mas após duas noites, eram apenas 4. Quando o sol
se punha, eles já sabiam o que lhes esperava, e a grande estrela já estava
quase baixa. Na primeira noite foi o pai que fez, na segunda foi o filho.
Desta vez seria o pai novamente,
mas algo na preparação deles deixou os reféns mais inquietos e com razão.
― Hoje, decidimos mudar um pouco
as coisas. Serão escolhidos dois de vocês, em vez de um. Não é demais? – disse
o filho com uma risada doentia.
Nenhum comentário :
Postar um comentário