CORRIDA
Depois da surpresa inicial,
Charger decidiu focar na corrida e acelerou para recuperar sua posição. Nesse
momento, ele foi novamente ultrapassado e o último também já estava em sua
cola. Para impedir, o mecânico virou o carro levemente para o lado, acertando a
dianteira do carro de trás com a dianteira do seu, fazendo-o perder o controle
e bater no poste.
― Menos um. – Charger disse.
O piloto em sua frente era
conhecido por Fuinha, patrocinado por uma gangue do sul da cidade. O que estava
em primeiro lugar era o carro do Batata, patrocinado por empresários e oficiais
corruptos, mas Charger não estava convencido de que era Batata quem o pilotava
naquela corrida.
― Parece que você aprendeu
algumas coisas, Joel. Então vamos brincar. Depois que eu passar o Fuinha, a
gente se diverte. – o mecânico disse para si mesmo.
A rua já estava quase no fim, o
shopping estava à vista. Charger usou o nitro e acelerou ao máximo. Passou a
toda pelo segundo colocado e se preparou para fazer a curva à frente. Era para
esquerda e contramão, o que tornava a corrida mais interessante.
Os três carros viraram
perfeitamente as duas primeiras curvas com drifts
perfeitos. Em frente ao Shopping Mueller, na Avenida Cândido de Abreu, Charger
pôde ver o Banco Central e também um carro que vinha na contramão. Como um
reflexo, ele conseguiu desviar, mas seu concorrente, Fuinha não teve tanta
sorte e bateu de frente com o outro veículo.
― Agora, somos só eu e você,
amigão. – o mecânico disse.
De volta à Mateus Leme, os dois
competidores restantes corriam com toda a velocidade. O carro à frente de
Charger usava e abusava do nitro, sempre mantendo distância. O mecânico decidiu
usar toda a potência do seu NOS, mas quando estava quase se aproximando, o
carro que havia batido no poste tentava voltar à corrida e os dois tiveram que
desviar.
Nessa manobra, Charger foi
obrigado a desacelerar e seu oponente aproveitou para acelerar e usar o máximo
do seu nitro. Quando viu a multidão, o mecânico soube que tinha perdido.
― Mandou bem, Joel. – ele disse
ainda no carro e sorriu.
Charger parou o veículo e,
enquanto as pessoas rodeavam o seu adversário, abriu a porta e saiu. Estava se
dirigindo para o carro vencedor, quando foi parado.
― Espero que não tenha esquecido
o nosso acordo. – Joel disse e surgiu ao seu lado.
― Ora, mas é claro que não, eu
nunc... Espera aí, se você está aqui, quem foi que me venceu? – ele perguntou e
ao mesmo olhou para a pessoa que acabava de sair do carro ganhador. – Não! –
Charger disse surpreso ao ver uma morena de cabelos encaracolados.
― Posso ser muito bom no volante,
mas não sou capaz de ganhar de você, amigão. – Joel disse, enquanto Taís ia ao
encontro deles.
― Oi, Charger. – ela cumprimentou
e beijou na boca. – Fez uma boa corrida, hoje. – ela elogiou.
― Haha. – ele fingiu uma risada e
os outros dois riram de verdade. – Vocês planejaram isso desde o começo, não é?
― Sim, mas explicamos isso no
carro. Só um minuto. – Joel pediu e foi falar com um homem que lhe entregou um
maço de dinheiro. Ao voltar, entregou parte para a morena. – Aqui está a sua
parte.
― Muito obrigada. – ela
agradeceu.
― Ei, vocês apostaram contra mim?
– Charger questionou indignado.
― Não podíamos perder a
oportunidade. – explicou Joel e riu. – Venha! Vamos para casa.
Joel esperto - rsss.
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