segunda-feira, 6 de maio de 2013

A Arte De Roubar T03C02


AMIZADE DO PASSADO

Cinco dias se passaram desde a infiltração de Bomber e Léo no Banco Central. Enquanto os amigos faziam seu trabalho lá dentro, Joel decidiu ficar de vigia do lado de fora. Todo dia, ele estacionava o Chrysler do outro lado da rua do banco e observava.
Charger lhe garantiu que ninguém o veria através do isofilme e com o binóculo de última geração que Barton havia lhe conseguido, Joel poderia ver qualquer pessoa a uma longa distância. Ele saiu do carro algumas vezes, foi até o banco e deu uma volta em torno dele para ver o posicionamento das câmeras e as entradas, tudo discretamente, é claro.
Ele sabia que Bomber lhe contaria tudo isso depois, mas gostava de ver com seus próprios olhos. Na hora do almoço, ia almoçar no Shopping Mueller, a uma quadra do banco. Havia comido fast food nos dias anteriores e queria mudar, mas não sabia o que queria. Parado no meio da praça de alimentação ouviu uma voz ao seu lado.
― Não consegue escolher o que comer? – perguntou uma bela loira, alta, de cabelos longos e compridos, com um terno feminino executivo.
― É, são tantas opções. – ele respondeu. – Desculpa, moça, mas a gente se conhece? – ele perguntou e ela riu.
― Ah, você é mesmo esquecido, Joel Dasco. – ela respondeu com um largo sorriso no rosto.
Joel arregalou os olhos e se lembrou da única pessoa que havia dito aquela frase para ele. Quando parou de ir à escola para trabalhar e sustentar seus irmãos, Joel contou com a ajuda de uma grande amiga para continuar estudando. Mas ele não levava muito a sério devido suas novas preocupações e rotina.
― Já estudamos isso, lembra, Joel? – ela perguntava e ele balançava a cabeça em negativa. – Ah, você é mesmo esquecido, Joel Dasco.
E ali, naquele momento no shopping, estava ela, a menina que virou mulher. Joel ficou radiante em vê-la, embora o momento de sua vida não fosse o mais propício para tal acontecimento.
― Lívia! – ele a identificou e a abraçou.
― Finalmente lembrou. – ela disse.
Depois de decidirem o que comer, os dois se sentaram e começaram a por o papo em dia. Ela lhe contou praticamente tudo o que acontecera desde que saíra do bairro em que Joel morava. Ele decidiu ser mais sucinto.
― E você está trabalhando com o que agora? – ela quis saber.
― Eu trabalho com... vendas. – ele respondeu.
― Deve ganhar muito bem.
― É, um pouquinho aqui, um pouquinho ali. – ele disse e decidiu voltar o assunto para ela. – Você disse que é advogada, seu escritório é aqui perto?
― Quem me dera. Vim só resolver um negócio para a empresa em que trabalho. Dei sorte de ser efetivada assim que me formei. – ela explicou.
― Que empresa trabalha?
― Seguradora Visão. Fica em um prédio ali no centro, ocupa três andares. – ela explicou.
Assim que comeram, seguiram para a saída do shopping. Joel parou a cinco passos da porta.
― O que foi? – Lívia perguntou.
― Tenho outras coisas para fazer aqui. – ele explicou e a abraçou. – Foi ótimo te rever. – ele disse durante o abraço.
― Eu sinto o mesmo. – ela retribuiu assim que se separaram. – Mas não vamos nos ver só daqui a dez anos. – ela disse e tirou um cartão da bolsa. – Toma. Aí tem todos os meus contatos telefônicos e virtuais. É só escolher um e se comunicar. – ela disse e piscou.
― Farei isso. Prometo. – Joel disse.
― Então, até a próxima, Joel Dasco. – ela se despediu e deu-lhe um beijo no rosto antes de ir.


― Estou cansado de não fazer nada. – Charger reclamou.
― Vai olhar o carro de novo. – Taís sugeriu.
― Já o revisei mais de dez vezes. O carro está pronto. – ele finalizou. – Facada, por que você ficou com a parte do Bomber se você não entende de arma de fogo? – o mecânico quis saber.
― Quem disse que eu não entendo? Só não tenho boa mira. – o rapaz respondeu e continuou limpando a pistola.
― Já estou cheio disso. Vou sair. – Charger levantou e anunciou.
― Para onde você vai? – Taís perguntou preocupada.
― Dar uma volta. Arranjar o que fazer. Fazer o Charger funcionar. O carro e eu. – ele respondeu, sorriu e saiu.

Um comentário :

  1. Eu adoro a série A arte de roubar.

    Tem uma tag para ti lá no blogue. É sutil, mas ta lá.
    O H. E. e O. P. adverte:
    Este comentário vai ser copiado para muita gente. rss

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