domingo, 1 de abril de 2012

Paranaguá


Bárbara estava sentada no banco do carona e conversava com Carpo, que estava dirigindo, como se fossem amigos de infância, embora amigos não era a definição que passava na cabeça dos dois naquele momento.
– Em que shopping você costuma ir? – ela perguntou.
– Vou mais ao Curitiba, que é mais perto de onde moro, mas gosto muito do Estação também. – o motorista respondeu.
– Ah, que legal. Eu também vou bastante a esses dois, como nunca nos encontramos?
– Pois é, não sei, acho que era para nos encontrarmos agora. – ele disse.
– Talvez tenha razão. Você vai por qual caminho: pela Graciosa ou pela BR? – Bárbara quis saber.
– Pela BR, acho as curvas da Graciosa muito perigosas.
– Oh, eu também. – ela concordou. – E você desce sempre para o litoral?
– Sempre que o clima ajuda, vou para Matinhos, Guaratuba, Ilha do Mel, mas confesso que não gosto de Paranaguá. Para mim é uma cidade feia e mal cuidada. Vou mais pelos peixes e camarões. – Carpo respondeu.
– Não brinca? Eu amo peixes e camarões. – a moça acrescentou.
No banco de trás, Lucy olhava distraída a paisagem, enquanto Ana olhava zangada para os dois da frente, prestando atenção na conversa para tentar participar, mas sem sucesso. Durante o caminho todo, ela não sabia de quem estava com mais raiva.


Depois de descerem a Serra do Mar, eles chegaram ao seu destino e sem mais delongas, foram direto na principal sede dos correios da cidade. O clima estava nublado, cheio de nuvens impedindo a passagem dos raios solares. Havia apenas um atendente nos correios. Era sábado e ninguém ia muito lá mesmo.
Ao ver um rapaz e três mulheres entrarem, o funcionário minimizou seu jogo de paciência e com o seu melhor sorriso cumprimentou os visitantes.
– Olá! Em que posso ajudá-los? – ele disse.
Retomando a liderança, Ana resumiu a situação para o atendente e pediu para que ele visse se a tal encomenda se encontrava ali.
– Sinto muito, senhorita, não houve nenhum malote para os nomes e na data que você me passou. – ele disse depois de ver.
– Tem certeza, moço? É muito importante pra nós. – Bárbara disse.
– Procura de novo, por favor. – Carpo pediu.
O atendente fez uma nova busca e outra vez o resultado foi o mesmo. Insatisfeita e irritada, Lucy decidiu agir. Ela chegou próximo ao balcão e chamou o rapaz. Ele foi mais perto dela, que pediu para que chegasse mais ainda. Quando estavam com os narizes quase se tocando, ela pôs a mão no ombro esquerdo dele.
– Olha... – ela começou a falar para disfarçar e em seguida apertou-o em algum ponto que o deixou inconsciente de imediato.
– Lucy, o que você fez? – Ana perguntou assustada.
– Só tirei ele do nosso caminho. Quero ver com meus próprios olhos se o que ele é verdade. – ela disse e, como uma ginasta, pulou o balcão.
Do outro lado, ela abriu uma porta e os outros passaram. Eles se posicionaram atrás de Lucy, que estava no computador.
– Como eu mexo nisso? – a menina perguntou inocente e os outros riram.
– Achamos que você soubesse. – Ana disse.
– Vamos pensar. – Carpo começou. – Ele deixou aberto em uma tela de busca de dados. Por que não coloca o nome de um dos destinatários e vê o que aparece? – ele sugeriu.
– Boa ideia, Carpo. – Bárbara elogiou antes que Ana o fizesse.
– É, então, vou começar com meu avô. – a carateca decidiu e colocou o nome do pai de Glória. – Nada. – ela disse ao ver o resultado. – Vou tentar o pai da Ana, tio Giovanni. – e digitou o nome do fazendeiro ex-mafioso. – Também não, agora só falta o tio Toni.
Quando o resultado da pesquisa surgiu na tela, a reação geral foi de espanto, ninguém esperava por aquilo. No monitor do computador dizia que Toni De Lucca tinha recebido uma encomenda vinda da Itália, um ano depois de chegar ao Brasil.
– O tio Toni mentiu pra nós. – Lucy se virou e disse aos demais. Ela notou que ninguém estava mais espantada que Bárbara.

4 comentários :

  1. Lido... E esperando pela continuação.
    Beijokas doces!

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  2. "O tioi Toni mentiu pra nós". Foi intencional esse post em 1 de abril? eheheh
    Gostei da história, leitura boa. E claro, a raiva de Ana apimentou o melado dos dois XD
    Abraços

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  3. Eu rio do ciume alheio. Mas claro que quando sou eu que sinto, não tem graça nenhuma. ^^
    No lugar de Ana, eu também ficaria beeeeeeemm tentada a me meter.
    E talvez, eu simplesmente pedisse pra Lucy usar o "sossega leão" em Bárbara, quando Carpo não estivesse olhando. Sabe como é, né? Amor é quase guerra: Pra não perder, quase tudo é válido. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    E porque Toni mentiu? O velhinho mentiroso! Hahahaha
    Beijos.

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