Tentando manter seu melhor repórter, Rubens Fonseca, longe de confusão e
ainda lhe dar uma matéria importante, o editor-chefe do jornal Terra da Garoa
mandou Rubens para Brasília. Ele imaginou que no Congresso Nacional não havia
como o rapaz se encrencar.
– Ele só tem que cobrir uma reunião de políticos. Não há nada demais
nisso. – Beneton pensou.
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Junto com os outros repórteres, Rubens esperava chegar o momento de fazer
as perguntas, enquanto o deputado federal Raul Capelário discursava na Câmara. Apesar
de ter se mostrado revoltado para Beneton, o jornalista estava feliz de ter podido
ir ao Congresso, mais precisamente no dia em que o referido deputado iria se
apresentar.
A mesa de deputados abriu a sessão de perguntas e dezenas de braços se
levantaram junto aos gritos dos profissionais do jornalismo. Rubens não queria
ser o primeiro, por isso esperou calmamente seus colegas encherem os políticos
com suas questões. Ao ver que os deputados logo encerrariam o tempo destinado aos
jornalistas, o jovem paulista decidiu entrar em cena.
Ele estava na primeira fileira do espaço reservado para os repórteres,
por isso tinha acesso à mesa dos políticos. Ele levantou e fez sua pergunta.
– Essa sua proposta relâmpago é uma medida para fazer o povo esquecer o
esquema de funcionários fantasma que foi descoberto em seu gabinete? – Rubens
disse e um silêncio se instaurou.
– A resposta a sua pergunta é não. – o deputado disse depois de um tempo.
– A minha proposta “relâmpago”, como você disse, estava engavetada e eu achei
ser um bom momento para colocá-la em discussão. Quanto ao boato que há envolvendo
meu gabinete, é sem fundamento e, portanto não me preocupa.
– Ah, mas deveria, ilustre deputado, deveria. Eu tenho aqui comigo, cópias
de documentos que provam a não existência dos funcionários relacionados no seu
gabinete. Fora os vários processos que o senhor tem, entre eles: caixa 2
durante a campanha; desvio de verba de gabinete; tráfico de influência; sonegação
de impostos. Isso, citando apenas os mais conhecidos. – o jornalista disse e
entregou os papéis para os componentes da mesa de deputados.
– A sessão de perguntas está encerrada. – Capelário disse e se levantou e
olhou furioso para Rubens, que sorria.
De volta ao hotel, o jovem paulista começou a redigir sua matéria. Depois
de um tempo, parou e levantou, olhou o sol que brilhava lá fora e resolveu sair
um pouco para relaxar. Trocou a calça social por uma jeans, ajuntou seu
equipamento, guardou em sua mochila e saiu.
Antes de chegar a esquina da quadra do hotel, Rubens foi interceptado por
um homem de terno, bem forte, que havia descido de uma limusine que acabara de
parar.
– Entre no carro, por favor. – o homem pediu educadamente.
– Não, obrigado. – o rapaz agradeceu, tentando ver quem estava dentro,
mas sem conseguir.
– Eu faço questão. – o homem disse, mostrando um revólver por dentro do
paletó.
– Já que você insiste. – Rubens sorriu desajeitado, percebendo que teria
que entrar na limusine.
O jovem paulista entrou e em seguida o homem forte, que fechou a porta.
– Senhor Rubens Fonseca, eu suponho.
– Deputado Raul Capelário. Fico honrado que saiba meu nome. – ele disse o
senhor que estava dentro da limusine o esperando.
– Não se preocupe, logo seu nome cairá no esquecimento e tudo porque você
decidiu se meter no meu caminho. Agora me dê sua mochila.
– Deputado, eu receio... – Rubens começou a falar quando ouviu uma arma
ser destravada bem ao seu lado. – Ela é toda sua. – ele disse entregando a
mochila ao político, que começou esvaziá-la.
– O senhor me causou uma grande dor de cabeça hoje, Sr. Fonseca. – o deputado
disse, enquanto jogava os documentos que o incriminavam num triturador de papéis.
– E eu não gosto de ter dor de cabeça. – ele disse ao terminar de eliminar os
documentos.
– Já ouviu falar em aspirina? – Rubens brincou.
– E o senhor já ouviu falar em “Não mexa com quem não conhece”?
– Para onde estamos indo? – o jornalista perguntou, voltando a ficar sério.
– Eu sinto que o senhor está nervoso, Sr. Fonseca. Beba uma água. – o deputado
ofereceu e o serviu. – Logo chegaremos a nosso destino.
Rubens não estava preparado para aquilo, não pelos papéis destruídos,
pois ele sempre mantinha seu pendrive e cartão de memória da máquina em um
bolso interno que havia em sua calça, como reserva. O problema era para onde o
deputado o estava levando. Ele poderia estar sendo levado para um lugar deserto
para ser morto e, nesse caso, não teria muita chance contra o segurança armado.
Ele bebeu o primeiro gole da água, temendo que aquele fosse o último copo
d’água que tomaria.
Rickynho,
ResponderExcluirtudo bem?
Tem duas coisas em especial que gosto muito (ou seriam três?), nos teus textos:
criatividade;
o nome dos personagens - muito criativo também!;
e o suspense envolvente.
Muito bom!
Os desenhos são teus? Já perguntei isso, mas não voltei para saber a resposta. Porque o traço é muito bom!
Beijuss
Xiiii... agora já foi, comentei com esse perfil hahaha! Acho que o Cecília Romeu estava melhor cotado para top 10, não é? hahaha!
ResponderExcluirBeijos
Ricky passei aqui "correndo" só para pedir desculpa pelo sumiço e dizer que essa semana ainda volto aqui com mais calma para ler os capítulos que perdi!
ResponderExcluirBjO
http://www.the-sook.blogspot.com.br/
muito maneiro o seu blog já estou participando dele participe do meu também http://xirolder.blogspot.com.br/
ResponderExcluirSério que tinha uma arma sendo apontada pra ele, e ainda deu tempo de fazer piada? kkkk
ResponderExcluirEsse Rubens é doido. Deve ser igual a mim, que quando estou estressada começo com meu sarcasmo. kkkk
Se eu me metesse em tanta confusão quanto Rubens, eu usaria a tática de um filme aí (que eu esqueci o nome) onde o protagonista tem uma pessoa de confiança porém desconhecida, que divulgará todas as informações se algo acontecer ao protagonista.
Rubens pensa que nasceu blindado, né? Só pode.
Beijos.