“Um tabuleiro foi montado em uma mesa na sala de estar, por ganhar no
cara e coroa, pude escolher a cor das peças. Fiquei com as brancas para poder
começar. Meu primeiro movimento foi o peão à frente do rei, uma casa, liberando
espaço para a rainha e para o bispo da casa branca. Ele mexeu o peão à frente
do cavalo do rei, abrindo caminho para o bispo da casa preta.
“Em seguida, nós dois tiramos os cavalos dos reis de trás dos peões. Eu
avancei com o bispo da casa branca e ele me repeliu com peões. Aproveitei para
fazer o Roque, movimento em que Rei e Torre trocam de posição quando ainda não
foram mexidos. Decidi arriscar e comi alguns peões dele com o cavalo, mas em
certo momento, ele usou um cavalo para comer o meu, prevendo isso, eu usei o
bispo da casa branca para comer o cavalo dele.
“Aproveitando uma distração, tirei o bispo da casa preta dele. Eu estava
com a vantagem em relação ao número de peças, mas isso não quer dizer muita
coisa no xadrez. Continuei pressionando com os peões e, não sei se por
nervosismo ou outro motivo, ele recuou para não perder as peças grandes, mas ao
fazer isso me deu mais espaço para mover as outras peças.
“Em uma jogada arriscada, tirei mais dois peões dele, o segundo cavalo e
uma torre. Logo em seguida, dei xeque com o cavalo, mas o perdi quando ele
ameaçou minha rainha e o cavalo ao mesmo tempo. Naquele momento, ele tinha
apenas sete peças: 3 peões, a rainha, o rei, uma torre e o bispo da casa
branca.”
Enquanto Rubens jogava, parte de seu plano se desenrolava do lado de fora
da Mansão Vidolin. Pelo menos 4 viaturas haviam chegado nos portões da grande
casa e parado na burocracia dos seguranças. Um pouco antes de tudo isso, Rubens
foi à empresa de Mauro Vidolin e contou suas suspeitas a cerca do filho do
empresário.
– O senhor está enganado Sr. Fonseca. – o empresário disse.
– Tenho muitos motivos para acreditar nisso, Sr. Vidolin, mas o senhor
pode me ajudar a decifrar esse enigma mais rapidamente. – Rubens disse.
– Como? – Vidolin perguntou.
– Esse bilhete foi encontrado junto do meu primo. Quero que me diga com
sinceridade: é a caligrafia do seu filho? – o jornalista perguntou e o
empresário franziu o cenho.
“Achando que estava com o domínio do jogo, perdi as duas torres em um
rápido movimento. Apesar de ainda ter o maior número de peões, eu tinha as
mesmas peças grandes que ele: rainha, rei e bispo, sendo que o meu era da casa
preta e o dele, da casa branca.
“Mantive a calma e consegui derrotar o bispo dele, mas perdi vários
peões. Minha única vantagem era o meu bispo. Notei que ele suava. Aproveitei a
tensão do momento e tentei distraí-lo.
“– Mais difícil do que imaginava? – eu perguntei.
“– Você é bom. Gosto de desafios. – ele disse tentando disfarçar.
“Para escapar de um xeque, ele deixou a rainha e o rei, em casas
vizinhas. Aproveitei esse lance para forçá-lo a perder a rainha. Com a minha,
eu dei um xeque bem do lado do rei, mas com um peão na retaguarda, o que o
obrigou a comer minha rainha com a dele, deixando-a na mira do meu peão.
“Com o esse mesmo peão, fui até o fim do tabuleiro e o troquei pela
rainha, que eu havia perdido, com ela e o bispo, impedi que ele fizesse o mesmo
com seus peões. E foi apenas questão de tempo para vencê-lo.”
– Xeque-mate! – Rubens disse no mesmo momento em que a polícia entrou na
sala casa.
– Todo mundo parado! – um dos oficiais gritou.
– Isso é impossível! – Edgar balbuciou, ainda sem notar a presença dos
policiais.
– Você perdeu, Edgar. Agora deve cumprir com sua palavra. – o jornalista
disse.
– Como você... – o rapaz começou a falar algo.
– O que está acontecendo aqui? – Mauro Vidolin gritou ao passar pelos
policiais.
– Pai?! – Edgar surpreendeu-se. – Eu posso explicar.
– Eu acho bom. – o pai disse sério.
“No fim, Edgar confessou o que fez, pediu desculpas para todos e seu pai
pagou todas as despesas médicas de meu primo, além de uma indenização para
retirar a queixa por agressão. Existem muitas pessoas inteligentes nesse mundo,
o problema é que muitas delas a utilizam para o mal. Se todas elas usassem sua
inteligência para o bem, o mundo seria muito melhor.”
Rubens Fonseca.
Tenho que falar que não consegui segurar o riso na parte "o que o obrigou a comer minha rainha com a dele". kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirDesculpa.
Ricky, eu fico aqui pensando: Caraca, como tu conseguiu montar esse jogo inteiro na tua cabeça até chegar no xeque??
Eu não conseguiria guiar nem mesmo um jogo de damas mentalmente.
Eita, e o pai era honesto? Estou chocada... O.O
Certo, eu não esperava por isso. Hahaha
Ah sim... Pessoas inteligentes que fazem o mal, esse mundo tem aos montes, infelizmente. =T
Beijos.
Eu não entendo nada de jogo de Xadrez então tanto faz as peças que cada um tem, o importante é a narração do jogo e o desfecho. Pois é existem pessoas honestas nesse mundo, acho que em quantidade menor que as desonestas. Gostei da conclusão Ricky, onde coloca que pessoas inteligentes deveriam usá-la para fazer coisas boas nesse mundo e assim fazê-lo um lugar melhor.
ResponderExcluirBeijokas doces e uma boa semana.
Rickynho,
ResponderExcluirtudo bem?
O texto é do Rubens Fonseca? Aaaaa..., mas eu queria ler um texto teu!...
Jogo xadrez, mas não habitualmente, e o texto pegou todas as "peças" para fazer as analogias e deixar uma mensagem interessante.
Beijoss
Ricky, eu fiquei zureta das ideias... Acho que esse capítulo do Rubão foi o mais inteligente(no sentido de estratégias que vc precisou apresentar) de todos, dele! Caraca!!! Eu confesso... tindi naaaaaaaaada do "xadrez"... mas, de gente que usa a inteligencia para fins negativos eu vejo todos os dias... a mídia tá aí que não me deixa mentir!
ResponderExcluirAh, tem dois memes lá no blog. Num deles eu linkei vc.
bjks
A lay agora tá aliviada, por poder comentar, né!? hahahahahahah
ResponderExcluirTadinha, ficou dias sem nem poder vir aqui, fazer seus ótimos e divertidíssimos coments.
bjks