Por horas Cesca e Martiniani conversaram. Enfim chegaram a um acordo. Foi
difícil convencer Marco que a guerra entre as duas famílias era sem sentido,
que nenhuma das duas precisava do tesouro, financeiramente falando, mas que era
dos Cesca por direito. Carpo ajudou na argumentação e foi elogiado e citado
mais de uma vez por Marcelo Martiniani, que também estava lá.
Ana insistiu para ficar, assim como Glória e Lucy. Bárbara foi ao
hospital com seu pai, sendo acompanhada por Bruno Martiniani. Foi estipulado que
seria extinta a rivalidade entre as famílias. Os Cesca ficariam com tudo que
lhes era de direito e os Martiniani iriam arcar com as despesas do hospital
resultante do combate recente.
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— Ele vai ficar bem. – a médica informou quando todos já estavam no
hospital. – Entretanto houve algumas complicações e ele precisará usar muletas
por um tempo, e talvez uma bengala permanentemente. – ela avisou.
— Que complicações? – Bárbara quis saber.
— O joelho direito foi atingido por um dos projéteis, por isso é necessário
absoluto repouso nos primeiros dias. – a doutora explicou.
— Podemos vê-lo, doutora? – Giovanni perguntou.
— Claro. Dois de cada vez, por favor. Sigam-me.
Giovanni e Bárbara seguiram a médica até o quarto onde Toni estava.
— Como está o ombro, Ana? – Carpo quis saber.
— Melhor, doendo um pouco, mas melhor. – ela respondeu.
— Ei! Isso quer dizer que vamos ficar na Itália até o tio Toni melhorar,
certo. – Lucy perguntou empolgada para sua mãe que foi observada pelos outros.
— Bom, hã... – ela começou e pensou um pouco. – É, vamos sim! – ela confirmou
e Lucy vibrou.
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Duas semanas se passaram e os irmãos Martiniani ofereceram um de seus
iates para que os Cesca aproveitassem o fim de semana no mar.
— Ainda não acredito que estamos num iate dos Martiniani e que não somos
mais inimigos. – Toni comentou, enquanto ele e Giovanni se dirigiam para o sofá
na popa da embarcação.
— A vida é cheia de surpresas, meu irmão. – o mais velho disse.
Glória e Lucy estavam no topo do iate, sentadas a uma mesa colocada lá e
embaixo de um guarda-sol. Bárbara e Ana se bronzeavam no espaço destinado a
esse propósito na proa. Carpo estava apoiado num beiral a bombordo observando o
mar azul. A carateca da família desceu para ir ao banheiro.
— Sua mãe está aí em cima, Lucy? – Giovanni perguntou ao vê-la descendo a
escada.
— Está sim, tio. – a menina respondeu.
— Eu preciso falar com ela. – ele disse e subiu assim que Lucy desceu.
Antes de ir para o interior do iate, a menina viu Carpo sozinho e decidiu
ir falar com o rapaz.
— É lindo, não é? – ela disse, ficando do lado dele.
— Ah, que susto, Lucy! Não faça mais isso. – ele disse inicialmente e
respondeu. – Mas sim, é lindo demais.
— Sabe o que mais é lindo? O amor. – vendo que Carpo não entendeu sua
insinuação, ela foi direta. – Você devia falar com ela.
— Ela quem? – ele se espantou.
— Isso é com você, mas fale. – Lucy disse, piscou e saiu.
Com biquínis apropriados deixando seus corpos exuberantes ainda mais
atraentes, as duas primas mais novas se bronzeavam.
— Estou com sede. – Bárbara disse, sentando-se. – Vou pegar algo para
beber, você quer? – ela ofereceu para Ana.
— Quero sim, obrigada. – a veterinária agradeceu e a outra foi em direção
a uma mesa com bebidas que havia perto
delas.
Com os olhos fechados, Ana notou que uma sombra a encobria tapando o sol.
Abandonou seu repouso ótico e viu Carpo parado a sua frente.
— Podemos conversar? – ele perguntou e em seguida eles foram na parte
mais extrema da proa. – Sabe, acho que devíamos ter tido essa conversa bem
antes. – o economista começou. – Não devíamos ter ligado para a chamada no
aeroporto, nem nos intimidado pelos outros passageiros no avião ou mesmo, por
suas primas depois. – ele continuou de modo nervoso. – Mas talvez isso tenha
ajudado e não só atrapalhado.
— Aonde você quer chegar, Carpo? – ela apressou.
— Olha, isso é difícil para mim, eu estou tentando encontrar as palavras
certas, mas não é todo dia que eu me declaro par... – ao ouvir essa última
parte, Ana entendeu tudo o que ele estava tentando dizer e não precisou de mais
nada para fazer o que há muito queria: beijá-lo.
O que, inicialmente, foi um beijo de surpresa se tornou um beijo
correspondido e teria durado mais, não fosse os aplausos e gritos da “platéia”
presente no iate.
— Até que enfim, hein! – Lucy gritou e assobiou, de volta do banheiro,
com Glória e Giovanni.
— Dêem a volta! Precisamos conversar. – o pai de Ana chamou.
— Ixi! Você não devia ter me beijado. – Carpo murmurou.
— Não acredito que ainda tem medo do meu pai. – Ana comentou.
Com todos reunidos e acomodados, Giovanni começou a falar.
— Primeiro, gostaria de dizer que fico feliz que vocês estejam juntos. –
ele disse para Ana e Carpo. – Você provou ser um homem de valor, rapaz. – Carpo
assentiu. – Segundo, Toni e eu decidimos que está na hora de reunir a família novamente.
Para tanto, duas partes teriam que se juntar a uma a fim de ficarmos todos no
mesmo lugar. – ele disse.
— Curitiba foi a escolha lógica. – Glória continuou. – São Paulo já tem
muita gente e a fazenda do tio Giovanni é longe de tudo. Já há algum tempo que
quero abrir outra filial da empresa.
— Presumo que em seis meses, no máximo, esteja tudo pronto para nos
mudarmos. – Giovanni supôs.
— Seis meses? – Carpo e Ana perguntaram ao mesmo tempo.
— É claro que você pode ir antes, minha filha. Procurar um emprego. Seu
tio ficará muito feliz em recebê-la. Não é, Toni? – Giovanni disse.
— Com certeza. E será uma ótima oportunidade para você e Bárbara se
conhecerem melhor. – Toni disse.
— E então, o que acham? – Glória perguntou.
— Eu acho que esse é apenas o começo de uma nova era. – Ana disse com um
largo sorriso no rosto se sentindo mais feliz do que jamais havia estado em
toda sua vida.
Levou uma saraivada de bala e só ferrou mesmo o joelho...
ResponderExcluirMeu os seguranças, acertam o JOELHO (!!!) que é uma área pequena, mas não acertam na cabeça. Certeza que não assistem The Walking Dead.
Não que eu quisesse que Toni morresse, mas ele escapou fedendo. Haha
"Duas semanas se passaram e os irmãos Martiniani ofereceram um de seus iates para que os Cesca aproveitassem o fim de semana no mar."
Que (ex)inimigos generosos.
"– Você devia falar com ela.
— Ela quem?
— Isso é com você, mas fale."
O.O Lucy é assustadora mesmo.
Então todos vão se mudar pra Curitiba pra a família ficar reunida?? É talvez realmente comece uma nova era na família, a era do gelo entre eles.
Sei não. Acho que o velho Martiniani ainda vai aprontar.
ResponderExcluirDeviam ter acabado com ele.
Mas muito boa a temporada.
ResponderExcluirAguardando pela outra.