Rubens entrou em um barracão abandonado na zona norte de São Paulo sem o
seu equipamento profissional. O interior do local estava escuro, possuía apenas
uma luz no fim de um extenso corredor.
Após caminhar mais um pouco, o jornalista conseguiu distinguir a forma do
que estava sob a luz da única lâmpada acesa do local, Carla amordaçada e
amarrada em uma cadeira. Ele avançou o passo e começou a correr, mas quando
estava se aproximando foi interceptado e empurrado abruptamente contra uma das
colunas do barracão. No instante seguinte Everest apontava uma afiada faca para
o pescoço de Rubens, deixando-o imobilizado.
— Como nos velhos tempos hein, grandão? – o jornalista disse.
— Ainda não, Everest. Ainda não. – Krok disse e apareceu na parte
iluminada. – E aqui estou eu salvando a sua pele de novo, Sr. Fonseca. Algumas
coisas não mudam, não é? – o traficante disse e se aproximou do jornalista
solto. – Mas essa será a última vez. – ele sussurrou.
Krok deu as costas para Rubens, mas num movimento repentino, ele se
voltou e o golpeou com força no rosto, fazendo-o cair e Carla gemer. No momento
seguinte, o barulho de um carro estacionando chamou a atenção de todos.
Everest foi até a porta da frente para ver quem era, enquanto Rubens se
levantou e limpou o sangue do rosto.
— É ele. – Everest disse e ao voltar deu um chute na parte posterior do
joelho direito do jornalista, fazendo-o cair e se contorcer de dor.
— Everest! – Krok chamou a atenção.
— O que? Você deu um soco nele. – o homem maior replicou.
A porta dos fundos foi aberta e, logo atrás da área iluminada, surgiu um
homem vestindo um terno. Rubens conseguiu levantar e se apoiou na perna boa.
Assim que o homem ficou visível para os seus olhos, o jornalista o reconheceu
de imediato.
— Deputado Raul Capelário. – Rubens disse com os dentes cerrados.
— Olá, Sr. Fonseca. Sabe, desde nosso último encontro, várias mudanças
ocorreram em minha vida, graças ao senhor. Aliás, devo lhe parabenizar, o
senhor fez o que nenhum jornalista conseguiu: acabar com minha carreira
política. Mas eu também sou um empresário, e, assim, eu me mantive. Nesse tempo
em que o senhor não ouviu falar de mim, eu fiquei planejando a minha vingança.
– o deputado falou.
— Fascinante. – Rubens disse.
— Eu já disse o que queria. Acabem com ele. – Capelário disse.
— Everest, hora da diversão. – Krok disse com um sorriso.
— Finalmente. – o homenzarrão disse animado.
— Espera! E quanto a minha amiga? – Ruben perguntou ao deputado.
— Oh, não se preocupe. Iremos cuidar bem dela. – Krok respondeu.
Antes que Rubens pudesse dizer mais alguma coisa, Everest se precipitou
para atacá-lo, mas foi interceptado por uma lança que atravessou seu braço
direito. O grande homem urrou de dor e, quando todos procuravam a fonte de
origem da arma, uma figura esbelta e rápida surgiu da escuridão do andar de
cima do barracão, e atingiu Everest com um chute.
— Rubens, você está bem? – a índia perguntou.
— Sim. Precisamos desamarrar a Carla e tentar sair daqui. – ele disse.
— Mate-os de uma vez, Krok. – o deputado berrou.
— Droga! Vai ter que ser do jeito sem graça. – o traficante disse pegou
sua pistola.
Everest levantou e avançou em Kaluana, que se defendeu e o atacou
novamente. Nesse meio tempo, Krok mirava a arma em seus dois alvos, sem saber
em quem atirar primeiro. Ao ver a índia lutando contra o seu amigo, ele decidiu
e apontou a arma para o jornalista. Em uma fração de segundos, Kaluana viu por
quem Krok havia se decidido e no instante seguinte, um tiro foi ouvido em um
raio de cinco quadras.
Tenho que dizer: Essa nova forma de definir que conto é e em qual capítulo ele se encontra ficou ótima. Grande ideia. ;)
ResponderExcluirEsse Dep. Raul Capelário me lembra o sarnento do José Sarney. Talvez porque sempre que eu penso em PÉSSIMO exemplo na política, o primeiro que me vem a mente é ele e seus rebentos.
E Kaluana aparecendo do nada, hein? Hahahaha. Salvando a pátria... Quer dizer, mais ou menos.
Beijos.
Rickynho, tudo bem?
ResponderExcluirVocê segue com suas cenas cheias de personagem, incrível isso!
Cenas de aventura e descritas de forma bastante dinâmica e ainda por cima ficou um clima de suspense no final... afinal quem levou o tiro???
Beijusss