TUDO POR UMA BOA
NOTÍCIA
“Aconteceu tudo muito rápido. Num momento, vi a arma sendo apontada para
mim e no instante seguinte, Kaluana me empurrou e levou o tiro em meu lugar. E
tudo porque o meu plano, que não falhou, tardou.”
— KALUANAAAAA! – Rubens gritou e segurou a índia antes que ela caísse no chão.
— Rubens... você está bem? – ela perguntou com a voz fraca.
— Sim, eu estou e você também vai ficar, viu? – ele prometeu e uma lágrima
caiu de seu olho, enquanto a índia desmaiava.
— Índia intrometida, fez eu inverter a ordem. Tudo bem, os dois vão morrer
mesmo. – Krok falou mirando a arma para Rubens novamente.
— Desculpe, Carla! – o jornalista disse para a amiga e fechou os olhos,
esperando o fim.
Quando Krok foi apertar o gatilho, as janelas foram quebradas e o barracão
foi invadido por bombas de gás que infestaram o cômodo, fazendo todos os
presentes desmaiarem. Antes que Rubens pudesse sofrer os efeitos do vapor, uma
máscara foi colocada em seu rosto por um dos soldados que entrou após o
lançamento das bombas.
“Muito bem, hora de eu explicar alguns pontos. Assim que vi o vídeo que o
Krok me mandou pelo celular da Carla, fui até a casa do meu amigo, Leonel
Macedo, que é um Coronel do Exército Brasileiro. Após tudo explicado, eu sugeri
um plano, que foi bem aceito. Eu entraria sozinho no barracão, enviaria um
sinal através de um relógio especial que ele me deu e tudo se resolveria
rapidamente.
“Kaluana queria participar mais e até mesmo entrar comigo. Relutante, eu
arranjei uma parte para ela. Chegamos mais cedo e, de longe, pudemos ver uma
janela bem no alto do barracão, no lugar onde seria o andar superior. Foi assim
que ela entrou e surpreendeu Everest. O grande problema, que eu só fui
descobrir depois, era que a estrutura do barracão causou interferência no sinal
emitido pelo relógio que eu usei. Por isso, meu amigo e sua equipe só entraram
quando ouviram o tiro e meu grito na sequência.”
A ambulância chegou logo e levou Kaluana para o hospital mais próximo. Rubens
fez questão de ir junto. Assim que chegaram, a índia foi imediatamente para a
cirurgia, já o rapaz foi atendido no pronto socorro. Enquanto Rubens aguardava o
término da operação de Kaluana numa sala de espera, Leonel chegou com Carla.
— Rubens! – ela correu até o amigo e o abraçou.
— Você está bem? – ele perguntou ao se separarem.
— Estou, e você? Foi medicado? – Carla quis saber.
— Sim, agora só estou esperando a cirurgia da Kaluana acabar e...
— Oh, meu Deus! Kaluana! Ela foi baleada, não foi? – Carla disse
lembrando o que houve no barracão. – Espero que ela fique bem. – a moça disse e
abraçou o amigo novamente.
— Obrigado por trazê-la e por tudo o que você fez hoje. – Rubens disse ao
amigo sem se separar de Carla. – Você salvou minha vida de novo hoje.
— Eu aceito os agradecimentos, mas quem te salvou hoje foi aquela índia e
não eu. – o Coronel Macedo disse. – Eu já vou indo, liga se precisar de algo. –
ele disse dando um tapa carinhoso no ombro do jornalista e saiu.
— Obrigado, Leonel. – Rubens agradeceu novamente e sentou com Carla ao
seu lado.
“A cirurgia acabou e o doutor veio nos informar. Ele disse que nenhum órgão
vital foi atingido e por isso Kaluana ia ficar bem. Ela recebeu um sedativo que
a manteria inconsciente até o dia seguinte e, é claro que, eu passei a noite ao
lado dela. Tive que insistir muito para Carla ir para casa, afinal ela havia
passado por muita coisa naquele dia e merecia uma boa noite de sono.”
Pouco antes do amanhecer, a jovem índia acordou e viu o jornalista
cochilando na poltrona de visitantes.
— Rubens? – ela chamou e ele acordou sobressaltado.
— Kaluana! – ele respondeu e foi até ela. – Você acordou. Como se sente?
— Com um pouco de dor ainda. O que houve? Onde estamos? – ela perguntou.
— Num hospital, mas amanhã, eu explico melhor. Volte a dormir.
— Ta bom. – ela concordou e adormeceu novamente.
O sol nasceu e, com ele, vieram Carla e Beneton, o editor chefe do jornal
Terra da Garoa. Rubens ficou contente ao vê-los. Kaluana passou o resto do dia
em observação no hospital, apenas de tardezinha foi liberada com um monte de restrições
médicas. Os dois jornalistas cuidaram da índia e mostraram a cidade grande para
ela, como Rubens havia prometido.
“E a pergunta que não quer calar é: o que aconteceu com os caras maus? O
flagrante por si só já daria uns bons anos de prisão para os dois traficantes e
o político corrupto, mas o relatório detalhado do Leonel reforçou essa ideia. Ele
me disse que eles foram condenados e sentenciados a longos demorados 25 anos
por tudo o que fizeram. Só nos resta esperar para todos esses anos de prisão sejam
mesmo cumpridos.
“Duas semanas se passaram e Kaluana decidiu que era hora de voltar para
casa. Eu não tive palavras para agradecê-la por tudo que ela fez por mim e
ainda não tenho. Eu já tinha até me acostumado com a presença dela ali. É uma
pena, realmente, mas era para ser assim. O lado bom é que já sei onde irei
passar minhas próximas férias.”
Rubens Fonseca.
Rickynho,
ResponderExcluirtudo bem?
Então foi a Kaluana quem levou o tiro! Hummm... porque tinha ficado em suspense, me surpreendeu.
Fiquei com curiosidade de saber quantos posts tem esse capítulo final.
Beijos e ótimos dias! :)
Então Carla tem cabelo "Joãozinho"? Haan...
ResponderExcluirE Rubão é um espetáculo, como sempre.
Kaluana vestida! Olha só, como as coisas mudam...
O chefe tem cara de chato. KKKKKKKKKKKKKKK
Realmente foi interessante a Kaluana ter levado o tiro por ele... Me lembrei de uma música de "Rasmus": "I´ll take de shot for you. I´ll give my life for you. I´ll make it stop. I´ll make it stop... For you..."
Huahuahua Coragem demais.
No Brasil tem muita facilidade... A pessoa pega 15 anos e recorre, e isso e aquilo, e fica preso no máximo 3 anos. Se ao menos saíssem reabilitados, ok, mas saem piores do que entraram. Triste.
Beijos.